1.ª edição.
Ilustrada ao longo da obra com belíssimos desenhos a p. b. e a cores de Benjamin Rabier.
O Romance da Raposa conta a vida aventurosa de uma raposa chamada Salta-Pocinhas, e foi dedicada por Aquilino a seu filho Aníbal.
"As aventuras maravilhosas da Salta-Pocinhas - raposeta pintalegreta, senhora de muita treta - contei-tas, sentado tu nos meus joelhos. Contigo nos joelhos, me veio a ideia de as escrever. Além de inspirador, com os teus silêncios, preguntas e interrupções colaboraste na frágil meada. Só por êste título, o livrinho teria de levar o teu nome. [...]
Aí fica, meu homem, no teu sapatinho de Natal esta pequena prenda. Aceita-a com os meus beijos de pai, que ao menino Jesus vou pedir perdão do pecado, pois que a raposa é matreira, embusteira, ratoneira, e êle só costumava brincar com pombas brancas e um branco e inocente cordeirinho."
(excerto da dedicatória)
“Havia três dias e três noites que a Salta-Pocinhas –
raposeta matreira, fagueira, lambisqueira – andava por aquelas brenhas, sempre
a correr, sempre a bater, sem conseguir pôr a unha em outra presa além duns
míseros gafanhotos, nem atinar com abrigo em que pudesse dormir um soninho
descansado.Desesperada de tão pouca sorte, vinham-lhe tentações de
tornar para a cova dos pais, onde a cama era mais quente e
segura que no castelo dum rei, e onde nunca faltava galinha, quando não fôsse
fresca, de conserva, ou então coelho bravo, acabado de degolar.”
(excerto do Cap. I, A raposinha)
Aquilino Ribeiro
(1885-1963). “Nasce a 13 de Setembro de 1885 em Carregal de Tabosa,
concelho de Sernancelhe. Aos dez anos, vai residir com os pais para
Soutosa, onde faz a instrução primária. Transita depois para Lamego e
Viseu, onde chega a frequentar o seminário, abandonando-o por falta de
vocação. Em 1906 muda-se para Lisboa e, em pleno período de agitação
republicana, começa a escrever os primeiros artigos em jornais. Em 1907,
devido à explosão de uma bomba, é preso. Mas consegue evadir-se e,
entre 1908 e 1914, divide a sua residência entre Paris e Berlim. Em
1914, com a eclosão da I Grande Guerra, volta a Portugal. Em 1918
publica o primeiro romance, "A Vida Sinuosa", que dedica à memória do
seu pai, Joaquim Francisco Ribeiro. A convite de Raul Proença, entra em
1919 para a Biblioteca Nacional. A partir desse ano, escreve
incessantemente: "Terras do Demo" (1919), "O Romance da Raposa" (1924),
"Andam Faunos Pelos Bosques" (1926), "A Batalha Sem Fim" (1931) e muitos
outros títulos. Envolvido em revoltas contra a ditadura militar, no
Porto e em Viseu, exila-se por duas vezes em Paris (1927 e 1928), onde
casa pela segunda vez (a primeira mulher falecera). A partir de 1935 o
seu labor literário torna-se mais fecundo: "Volfrâmio" (1944), "O
Arcanjo Negro" (1947), "O Malhadinhas" (1949), "A Casa Grande de
Romarigães" (1957), "Quando os Lobos Uivam" (1958), este último
apreendido pela censura e pretexto para um processo em tribunal.
Entretanto, viaja: Brasil, Londres, Paris. Em 1963, durante as
comemorações do 50° aniversário do seu primeiro livro - promovidas pela
Sociedade Portuguesa de Escritores, então presidida por Ferreira de
Castro - adoece inesperadamente. Morre a 7 de Maio de 1963, no Hospital
da CUF, com 78 anos."
Benjamin Rabier (1864-1939). Foi um ilustrador e teatrólogo francês, mundialmente famoso pelo desenho da marca do queijo A vaca que ri. “Começa a trabalhar em 1890 como contador no Bon Marché, em Paris, e em Les Halles.
Graças ao apoio de Caran d’Ache, que ele conheceu no ano anterior,
várias revistas francesas começam a publicar os seus desenhos (La Chronique Amusante, Gil Blas Illustré), mas também em Inglaterra e nos Estados Unidos, onde ele obteve mais sucesso. Foi finalmente publicado regularmente em Le Rire e Pêle-Mêle, o que possibilitará a publicação de seus primeiros álbuns, nomeadamente Tintin Lutin [que inspiraria o Tintin de
Hergé, anos mais tarde]. No início do século XX, Benjamin Rabier
impõe-se como um autor de sucesso, como evidenciam suas publicações nas
conhecidas L'Assiette au Beurre ou le Chat Noir. Lança-se também na edição para crianças, publicando um jornal: Histoire comique et Naturelle des Animaux (1907-1908). Apesar do sucesso, ele continuará o seu trabalho em Les Halles até 1910.”
(fonte: wikipédia)
Exemplares brochados em bom estado geral de conservação. Capas sujas, com defeitos e pequenas falhas de papel nos cantos e nas lombadas. A capa do vol. I apresenta dois rasgões sem perda de papel e mancha no canto inferior dto.
Obra muito invulgar, quando em edição original.
Indisponível
Indisponível
Sem comentários:
Enviar um comentário