31 dezembro, 2016

QUENTAL, Antero de - PROSAS DA ÉPOCA DE COIMBRA. Obra Completa. Edição crítica organizada por António Salgado Júnior. [2.ª edição]. Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1982. In-8.º de (21cm) XXVII, [2], 363, [5] p. ; B.
Conjunto de textos de Antero - reflexões, comentários, manifestos, cartas, etc. - referentes aos tempos de estudante em Coimbra, coligidos desde 1849 até 1865. Inclui a chamada 'Questão Coimbrã', onde pontificam as cartas trocadas com António Feliciano de Castilho sobre a Questão do Bom Senso.
"Em tempo em que a força imperava, árbitro irrecusável em todas as contendas, defendiam nobres paladinos e intrépidos cavaleiros, de viseira calada e lança em riste, a honra da dama de seus pensares; e o vencedor ufano ia receber modestamente a coroa e o beijo pudico, paga de seu brio e galhardia.
Era o tempo em que a voz lacrimosa duma dona ofendida em sua honra, ou de donzela acabrunhada por desleal tirano, topava eco certo em todo o coração nobre e generoso, que batia sob um arrnês de cavaleiro, e, em seu desagravo, reunia em volta de si todos quantos braços valentes empunhavam lança ou espada.
Era o tempo em que o insulto feito às damas por orgulhosos Bretões custava caro, custava a vida àqueles que, de imprudentes, ousavam proferi-lo; porque sempre à testa duns - doze de Inglaterra se encontrava um - Magriço-aventureiro a desagravá-las. Tempos foram que jamais voltarão. [...]
Já se não peleja pela formosura da mulher, mas sim pela inocência da sua natureza pura e sem mácula; mas sim por seus direitos; mas sim pelo lugar de honra, que de jus lhe compete no banquete social. [...]
Assim também a mulher é hoje mais reverenciada, mais compreendida e mais amada; hoje a mulher, por assim dizer, fala todas as línguas, cala em todos os corações, afecta todas as formas de literatura e da ciência: a filosofia, a medicina, a poesia, o romance, tudo hoje trabalha com afã em remir a mulher da escravidão da Meia-Idade, de prostituição e embrutecimento do Oriente; e em elevá-la ao tálamo conjugal, a todos os direitos e prerrogativas, que o seu tríplice carácter de amante, esposa e mãe lhe dá jus reclamar."
(excerto de Educação das Mulheres)
"Ao Governo, aos homens desinteressados e liberais desta terra, vamos dar razão ao nosso procedimento. Oiçam-nos. Pedimos um quarto de hora de atenção: não é muito que ao prazer e ao interesse se roubem alguns minutos para atender à voz da mocidade de um país. Essa voz da alma: é a voz da eterna justiça.
Todo o facto pede uma explicação. Se o acontecimento é grave, graves devem ser os motivos que o produziram; e, mais que ninguém, homens novos, quando deliberam, podem sim enganar-se, mas a intenção é sempre generosa e nobre.
Pergunta-se hoje em Coimbra, pergunta-se por todo País: - Que querem os estudantes da Universidade de Coimbra? Que significa a evacuação da sala dos Capelos no dia 8 de Dezembro de 1862? Que protesto é esse duma corporação contra o seu chefe?
Os Estudantes não são meia dúzia de crianças turbulentas que, numa hora de galhofa, se combinem para pregar uma peça engraçada; tantos homens não se entendem, como um bando de rapazes de escola, só com o fim de se divertirem à custa de uma coisa muito séria. Não foi, pois, o prurido da infância o motor daquele acontecimento. Esta hipótese nem se discute. O bom senso da Nação rejeita-a como uma ofensa feita a si mesma na pessoa dos seus melhores filhos.
Os Estudantes não são, tão pouco, instrumentos cegos de vinganças pessoais, trabalhando à luz do dia, mas movidos por um braço oculto na sombra. São instrumentos sim, mas de própria causa. O braço que os impele não vem de cima, nem vem de baixo o impulso que os leva. Escutam a voz da consciência e obram."
(excerto de Manifesto dos Estudantes da Universidade de Coimbra, À opinião ilustrada do País)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

30 dezembro, 2016

HELIODORO - 1918 : um ano histórico. Ilustrado com 3 mapas. Lisboa, Editor «Sol, Lda.», 1943. In-8.º (19,5cm) de 264, [8] p. ; [3] mapas desd. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra sobre a Grande Guerra publicada sob pseudónimo; o seu autor é Alberto Lello Portela, piloto-aviador português, combatente em França durante a 1.ª Guerra Mundial.
Ilustrada com 3 mapas desdobráveis.
"Em princípio de Março de 1918, o Grande Quartel General alemão deixou Kreuzenach, na Alemanha, onde se conservara mais de um ano, para se estabelecer em Spa, na Bélgica, afim de se encontrar mais perto da frente. Ludendorff escolheu Avesnes como quartel general para a secção das operações. De ali era possível chegar fàcilmente, em automóvel, a todos os pontos da frente. [...]
A 21 de Março, cêrca das quatro horas da manhã, a batalha começou por um fogo de artilharia poderoso, numa frente de 70 qms., entre Croisibles e La Fère. Estava terminada a 4 de Abril. [...]
As tropas aliadas lograram conter o avanço alemão. Mas mal se tinha estabilizado em Amiens a linha de batalha, os alemães, a 9 de Abril de 1918, voltaram ao ataque. «As perdas (dos aliados) foram muito severas, segundo o relatório do general Pershing, e os britânicos não se encontravam em estado de as cobrir inteiramente». Apesar disso, a linha da frente estabilizou-se de novo."
(excerto do Cap. II, A «Grande Ofensiva»)
Matérias:
I – Perspectivas de vitória. II – A «Grande Ofensiva». III – A Derrocada. IV - «Liquidar a Guerra». V – A tábua de salvação de Wilson. VI – O S. O. S. de Ludendorff. VII – O volte-face dos militares. VIII – A Alemanha no bêco sem saída. IX – O alibi de Ludendorff. X – Operações militares dos Aliados. XI – A capitulação. XII – O Armistício. XIII – Desabamento geral. XIV – Conclusão.
Alberto Lello Portela (1893-1949). “Nasceu na freguesia de Fontes, do concelho de Santa Marta de Penaguião, em 10 de Junho de 1893. Faleceu em Setembro de 1949. Era filho do Dr. António José Portela e de Olinda Lelo Portela. Iniciou os estudos em Lamego e mais tarde em Coimbra. Posteriormente, ingressou na Escola de Guerra, em Lisboa, seguindo a arma de Cavalaria. Participou em concursos hípicos, tendo obtido vários prémios. A dada altura do seu curso optou pela aviação. Foi para Inglaterra, com Óscar Monteiro Torres e António Maia, sendo o mais novo dos três. Como alferes participou numa esquadrilha de observação inglesa e, depois disso, num grupo de caças francês, tendo feito mais de 80 horas de voo sobre as linhas inimigas. Em 1917 era já tenente; mais tarde foi promovido a capitão por feitos em campanha. Participou em 22 combates e obteve três retumbantes vitórias, a ponto de ser três vezes citado na Ordem do Exército francês e na do Grupo de Caças 21, onde prestava serviço. Fez o primeiro "raid" aéreo Paris-Lisboa. Quando regressou a Portugal, tomou parte activa na política, tendo sido várias vezes deputado. Após a revolução de 19 de Outubro assumiu o cargo de Governador Civil de Lisboa. Começou por apoiar o Partido Evolucionista e, posteriormente, passou para o Partido Liberal, ao lado de António José de Almeida e de António Granjo. Era um republicano fervoroso e por isso bateu-se fortemente contra os monárquicos, em Santarém, e contra os arruaceiros de Lisboa.
Como interveniente na Guerra de 1914 defendeu na imprensa da época as causas da revolução e escreveu, sob pseudónimo, o livro 1918 : um ano histórico, assinando “Heliodoro”. Em 1922 voltou a França e tirou o curso do Estado-Maior na Escola de Guerra, de Paris, tendo De Gaulle como condiscípulo e amigo íntimo. Exerceu as funções de adido militar em França, durante oito anos. Em 1937 aquando das manobras do Alentejo, comandou a Aeronáutica do Corpo do Exército. Em 21.7.1937 foi promovido a Tenente Coronel e, no ano seguinte, passou à reforma. Além de aviador distinto era também um crítico e analista das questões militares. Sobre questões militares escreveu, regularmente em O Século e em A Voz. Fundou o Semanário O Sol, onde, juntamente com seu irmão, o Dr. Raúl Lelo Portela, estudava os grandes problemas militares. Foi condecorado com a Cruz de Guerra de l.ª Classe, Cruz de Guerra Francesa, c/ três palmas, Legião de Honra, medalha de bons serviços em Campanha.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 dezembro, 2016

BAETA, A. Alves - O BOM CAMINHO. O Adagio, o Proverbio e o Conselho em Verso... Não só podia ser a paz da tua casa, como tambem, de todo o Universo. Lisboa, Tipografia Lusitana, [1932]. In-12.º (13,5cm) de 76 p. , B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"O bom caminho só se compõe de regras de bom viver, sendo por isso útil a todas as idades e ambos os sexos."
Curioso livrinho oferecido pelo autor a seus filhos: Este livro foi originado unica e simplesmente, por querer deixar a meus filhos, todos os conselhos por escrito! Se procederes de egual forma, nunca te podes arrepender, de tudo quanto deixares dito.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel na margem lateral.
Invulgar.
10€

28 dezembro, 2016

SARMENTO, Florencio J. L. - NO TEMPO DOS FRANCEZES. Comedia-drama original em 4 actos e 6 quadros. Lisboa, Livraria Academica de José Sebastião Pacheco & C.ª, 1908. In-4.º (23cm) de [6], III, [1], 70, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa peça de teatro cujo tema é as Invasões Francesas.
Ilustrada com um retrato do autor em separado.
"Parecer da commissão de censura á comedia-drama, original portugueza «No tempo dos Francezes»
Li attentamente a comedia-drama, em 4 actos, e 6 quadros, que se intitula No tempo dos Francezes, e d'ella vou dar, como me cumpre, quer pela nacionalidade do assumpto e das formas, quer pelo desenho e individualidade de alguns dos seus typos, quer finalmente pela sobriedade de estylo, e consçiencioso estudo de uma epocha notavel nos fastos da nossa historia.
Depois de Almeida Garrett, o fundador do moderno theatro portuguez, poucos auctores dramaticos teem explorado a historia patria, e menos ainda se teem dado a reproduzir, pela comedia, o viver intimo da nossa sociedade, e o modo de pensar de nossos avós. [...]
Concluindo, aprovo e louvo a peça intitulada No tempo dos Francezes, não só pela atilada escolha do assumpto, mas pela forma litteraria, que o auctor lhe soube dar, caracterizando com exactidão as figuras, e fazendo-as fallar em portuguez castiço e desambicioso.
Sala da commissão de censura dramatica do real Conservatorio de Lisboa - Luiz Augusto Palmeirim."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
15€

27 dezembro, 2016

CORTESÃO, Jaime - ...DAQUEM E DALEM MORTE. Com ilustrações de Cristiano de Carvalho e Cervantes de Haro. Pôrto, Edição da Renascença Portuguesa, 1913. In-8.º (19 cm) de 204, [4] p. ; [6] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Conjunto de reflexões sobre a morte que servem de base a curiosas histórias fantásticas contadas pelo autor na 1.ª pessoa, algumas por si vivenciadas, uma dos quais, - que dá o título à obra, - dedicada ao poeta Fernando Pessoa.
Livro belissimamente ilustrado com dois desenhos nas páginas do texto e seis gravuras em separado impressas sobre papel couché.
"Como um cego (pobre dêle!) que vai a cantar direito a um abismo, assim nós vamos a caminho da Morte, rindo, cantando, presos de mil pequenos nadas e descuidosos do Todo, numa cegueira e inconsciência de fantoches.
Se por vezes o pensamento da Morte nos assalta, desviamo-lo cuidadosamente com o pretexto de que ha tempo para nele pensar, de que nada ganhamos em tal ou então que as coisas tristes bastam já na vida para que ainda as procuremos.
Superficiais e cobardes que nós somos!
Meditei nisso e breve me libertei dêsse temor de escravos. Não. Bem sei que estou à beira do abismo; apenas ignoro o tempo em que essa atitude se ha de dilatar.
E demais, atitude passageira; mas como o peor mal é a ociosidade do Espírito, procuro tirar da minha forçada posição todas as vantagens e deito-me a medir a altura dêsse abismo, procurando averiguar se, em verdade, a Morte é a profundidade da superfície que habito."
(Excerto de De como eu fui armado cavaleiro)
Índice:
- O fantasma do enforcado. - A morte da entrevada. - O pedreiro cantadôr. - De como eu fui armado cavaleiro. - O incendio no carro dos mortos. - O psicoscópio. - Senhôr Daquem e Dalem...
Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960). Médico, político, escritor e historiador português. “Formou-se em Medicina em 1909, depois de ter estudado em Coimbra, Porto e Lisboa. Foi professor no Porto de 1911 a 1915. Tendo sido eleito deputado em 1915, defendeu a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial onde participou como capitão-médico voluntário do Corpo Expedicionário Português, tendo publicado as memórias dessa experiência. Com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, fundou em 1907 a revista Nova Silva. Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista A Águia, e em 1912 dá início à Renascença Portuguesa, que publicava o boletim A Vida Portuguesa. Em 1921, separando-se da Renascença Portuguesa, é um dos fundadores da revista Seara Nova. Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional, cargo que exerceu até 1927. Devido a ter participado numa tentativa de derrube da ditadura militar foi demitido, exilou-se acabando por viver em França, donde saiu em 1940, devido à invasão daquele país pelo exército alemão. Foi para o Brasil, passando por Portugal, onde foi detido por um curto espaço de tempo. No Brasil residiu no Rio de Janeiro, tornando-se professor universitário, especializando-se na história dos descobrimentos portugueses e na formação do Brasil. Em 1952, organizou a Exposição Histórica de São Paulo, para comemorar o 4.º centenário da fundação da cidade. Regressou a Portugal em 1957.
Encadernação simples cartonada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

26 dezembro, 2016

PESSOA, Alberto - A PROVA TESTEMUNHAL (Estudo de psicologia judiciária). 3.ª edição muito aumentada. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1931. In-8.º (20,5cm) de [2], VI, 278, [2] p. ; B.
Importante e pioneiro estudo jurídico sobre a prova testemunhal. Edição preferível às duas que a antecederam - a 1.ª de 1913 (Tese do autor), e a 2.ª edição de 1920 (modificada), qualquer delas pouco desenvolvida face à presente.
"De todos os elementos de informação judiciária, o mais importante, aquele que mais poderosamente contribui para a formação da opinião, não só dos magistrados mas ainda no público, é sem dúvida alguma a prova testemunhal, que muitas vezes, só de per si, basta, em matéria penal, para estabelecer convicção.
Parece pois que tôda a gente, público e magistrados, deposita, senão em todos, pelo menos em alguns depoimentos uma confiança quási ilimitada.
Mas deverão as declarações que, espontâneamente ou não, alguém possa fazer, narrando um facto a que assistiu ou em que mesmo tomou parte, merecer tal confiança?
É o problema que vamos discutir, convindo desde já notar que as considerações, que se vão fazer, se aplicam não só aos depoimentos de testemunhas como também às participações de queixosos e denunciantes às declarações de acusados, fenómenos absolutamente semelhantes sob o ponto de vista do seu valor psicológico, embora tenham significado jurídico muito diverso." 
(excerto da introdução)
Alberto Cupertino Pessoa (1883-1942). "Nasceu em Coimbra (freguesia de Santa Cruz) em 31.5.1883 e na mesma cidade faleceu em 21.4.1942. Filho de Alberto Pessoa e Maria da Luz Barbosa Cupertino Pessoa, licenciou-se em Matemática e Filosofia (1899) e Medicina (1903). Na UC lecionou Anatomia Patológica e Medicina Legal (1911-29) e Patologia Geral (1929-41), como professor auxiliar.
Em 1908 começou a exercer como médico do partido de Verride (Montemor-o-Velho), sendo exonerado em 1912. Prestou serviço militar de 1.10.1917-10.5.1918 como Alferes médico do Corpo Expedicionário Português e foi vogal efectivo do Conselho de Arte e Arqueologia da 2ª Circunscrição (Coimbra) em 1919. Membro da Associação dos Médicos do Centro de Portugal, dela foi ainda Presidente (1922-25). Oficial da Ordem de Santiago de Espada em 1926. Autorizado em 20.10.1928 a estudar na Espanha, França e Bélgica a organização dos serviços de criminologia e policia técnica. Presidente do Conselho de Arte e Arqueologia da 2ª Circunscrição em 6.12.1930-1932. Oficial da Ordem da Instrução Pública de França em 1931. Regeu os cursos livres de Toxicologia Forense, Dermatologia Profissional e (1936) História da Medicina. Regeu também as cadeiras de Psicologia Judiciária, Polícia Científica e Antropologia Criminal do Curso Superior de Medicina Legal. Medalha de prata das campanhas do Exército Português e Medalha da Vitória. Membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, da Sociedade de Medicina Legal de Lisboa, da Sociedade Anatómica Portuguesa, da Associação dos Arqueólogos Portugueses, etc. Sócio do Instituto de Coimbra.
Foi 1º assistente interino do Laboratório de Anatomia Patológica (1912), do Instituto de Medicina Legal (1912-14), do Instituto de Anatomia Patológica (1913), secretário do Instituto de Medicina Legal (4.2-2.5.1919). Médico do Instituto de Medicina Legal (4.2.1919-10.4.1931) foi ainda Director da 1ª Secção do Instituto de Criminologia (1927-1931).
Colaborou em revistas científicas, como O Instituto, Coimbra Médica, Revista da Universidade de Coimbra, Medicina Contemporânea, Seara Nova, Folia Anatomica Universitatis Conimbrigensis, Petrus Nonius e Arquivo de Medicina Legal. Publicou ainda: A prova testemunhal (estudo de psicologia judiciária). Coimbra, 1913; Simples noções de dactiloscopia. Coimbra, 1921; J. J. da Gama Machado. O homem e a obra. O legado à Universidade de Coimbra. Coimbra, 1926; Guia de técnica policial. Coimbra, 1929; As imagens dos SS. Cosme e Damião existentes em Coimbra. Coimbra, 1930."
(Fonte: pesquisa.auc.uc.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Pequena falha de papel junto ao topo da lombada.
Invulgar.
Indisponível

25 dezembro, 2016

MCCLURE, Kevin - NO RASTO DE... AS APARIÇÕES DA VIRGEM MARIA. Mem Martins, Publicações Europa-América, [1985]. In-8.º (21cm) de 183, [1] p. ; il. ; B. Col. Portas do Desconhecido, 60
1.ª edição portuguesa.
Trabalho de investigação sobre as aparições de Nossa Senhora.
Ilustrado no texto com desenhos, reproduções de pinturas e  retratos em fotogravura dos intervenientes nos fenómenos religiosos.
"Este livro não é religioso nem anti-religioso. Na sua simplicidade, trata-se de uma investigação numa área, importante e inusitada, da experiência extra-humana; intenta fazer um estudo profundo sobre o que muitos adultos e principalmente crianças afirmam ter visto e ouvido no decurso de milénios, ou talvez mais. Assim, trata-se de saber de que modo, ao longo dos tempos, na Europa e na América, seres humanos têm protagonizado visões e ou aparições de entidades que eles próprios identificaram com a Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, ou como tal foram interpretadas. [...]
Tal é a essência deste livro: investigar, apresentar e avaliar, tal como o título sugere, os testemunhos respeitantes às visões e aparições que têm ocorrido desde tempos remotos e em lugares distintos.
(excerto da introdução)
Índice:
I - As aparições mais antigas: 1601-1830. II - La Salette, França. III - Lurdes, França. IV - Pontmain, França. V - Knock, Irlanda. VI - Fátima, Portugal. VII - Beauraing, Bélgica. VIII - Banneux, França. IX - Garabandal, Espanha. X - Aparições modernas. XI - Análise dos testemunhos. XII - Um veredicto pessoal. Bibliografia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

24 dezembro, 2016

SERRA, Antonio M. C. Carvalho - A ORIGEM DOS CICLONES. Demonstração física experimental deste fenómeno e forma pratica de calcular as datas do seu inicio. LEI DA PERIODICIDADE e experiência comprovativa do movimento da Terra em volta do Sol. Divulgação Científica. [S.l.], [Edição do Autor - imp. Tip. A. Candido Guerreiro, Setúbal], 1933. In-8.º (18,5cm) de 72 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa obra de divulgação científica sobre os ciclones.
Muito ilustrada no texto com desenhos esquemáticos, tabelas e gráficos.
"Ciclone ou tufão é o termo com que se designam os meteoros que se apresentam redemoinhando na destruição das cidades e sementeiras, sobretudo nas costas orientais dos grandes continentes que constituem a parte sólida da superfície do globo terrestre.
A sua formação deve-se sempre a um máximo de tensão (forte depressão), que, no seu movimento, de translação, marcha em sentido contrário de outro movimento, ou pelo menos com velocidade bastante desigual."
(excerto de A formação dos ciclones)
Matérias:
Prefácio. - Perigeu solar. - Perigeu dum planeta. - Origem dos ciclones. - A formação dos ciclones. - Confecção dos cálculos das datas. - Progressão dos valores que contrariam a velocidade das matérias na orbita lunar. - A escolha dos valores para a confecção do calculo e a sua correcção. - Construção. - Cálculo. - Leitura dos gráficos. - Lei da Periodicidade: A Periodicidade, das datas e posições que as perturbações meteorológicas devem ocupar na superfície do globo terrestre. - Periodicidade : máximos. - Periodicidade : mínimos. - O movimento de translação da terra e as experiências comprovativas desse movimento. - Previsões de Meteorologia
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
10€

22 dezembro, 2016

SANTOS, Prof. M. Gomes dos - NO ANIVERSÁRIO DO ARMISTÍCIO. Alocução proferida no Colégio Militar, pelo... Separata do "Anuário do Colégio Militar". Vila-Nova-de-Famalicão, Tipografia «Minerva», de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1934. In-8.º (22cm) de 8 p. ; B.
1.ª edição.
Discurso patriótico proferido em 11 de Novembro de 1930, a propósito da comemoração de mais um ano passado sobre a trégua que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
"Alunos do Colégio Militar
Prestai homenagem aos Camaradas que morreram na Guerra, e aproveitai as lições eloqüentes que ela nos veio dar. Mas não basta recordar as batalhas e homenagear os Heróis que com letras de sangue, na África e na Flandres, escreveram algumas das páginas mais brilhantes da nossa história militar. É preciso tomar um compromisso de honra, fazer um juramento solene, que deve ser o de vos tornardes cada vez mais afeiçoados a Portugal, à medida que fordes crescendo em idade, em sabedoria, coragem e dedicação."
(excerto da alocução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

21 dezembro, 2016

PIMENTEL, Alfredo de Leão - MANUAL DO COLONO. Segunda parte. A Guerra nas Colonias. Porto, Typ. a vapor e officina de encadernação de José da Silva Mendonça, 1902. In-8.º (22cm) de 275, [1] p. ; [8] p. il.  ; [4] f. desd. ; il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrada no texto e em separado com tabelas e desenhos esquemáticos. O Manual do Colono é uma obra de fôlego, e de considerável importância sobre as práticas a observar pelos colonos quando em território desconhecido e complexo. Foi publicado em cinco partes (5 vols), entre 1902 e 1906, num período crítico da administração colonial da África portuguesa; era intenção do autor dar à estampa 2 outros volumes: a sexta parte, «Synopse da legislação ultramarina», e a sétima parte, «Noticia succinta sobre as nossas possessões», plano de obra que não viria a concretizar.
"Em 1902, o Capitão de Infantaria Alfredo de Leão Pimentel, que a partir de 1899 serviu bastante tempo no ultramar, iniciou a publicação do «Manual do Colono» em quatro volumes. O primeiro volume sobre «Noções de Higiene Colonial», o segundo volume sobre «A Guerra nas Colónias», o terceiro sobre «Construções. - Estudo da região, etc.» e o quarto sobre «Agricultura tropical. Botânica. Herborização». [Ainda em 1906, seria publicado um quinto e último volume, «Zootechnia colonial Veterinaria»]. Qualquer destes volumes é um repositório de experiências e informações de grande merecimento e utilidade para aqueles que tivessem ou tenham de conduzir operações em África. Especialmente o referente à Guerra nas Colónias, na parte relativa a informações e reconhecimentos, transmite ensinamentos muito úteis, resultado da experiência das tropas portuguesas, inglesas, francesas e holandesas, podendo toda a obra considerar-se um documento de informações de alto valor. Enquanto o Capitão Pimentel publicava o Manual, os Cuamatos atacaram e dizimaram quinhentos homens, sob o comando do Capitão Pinto de Almeida, tendo sido dois anos mais tarde punidos pelo Coronel Roçadas. Entretanto o Capitão João de Almeida pacificava os Dembos e o Comandante Muzanty a Guiné."
(CARDOSO, Gen. Pedro, AS INFORMAÇÕES EM PORTUGAL V - AS FORÇAS ARMADAS E AS INFORMAÇÕES in comum.rcaap.pt)
Indice:
I - Relações politicas com os indigenas. II - Effectivos das columnas. - Organização das armas e serviços. III - Instrucção. IV - Postos militares. V - Tactica. VI - Fortificação e trabalhos de campanha. Ataque e defeza de posições. VII - Noções d'estrategia colonial. VIII - Noticia historica sobre algumas campanhas coloniaes.
Alfredo de Leão Pimentel (1873-?). Nascido em 14 de Setembro de 1873 no distrito de Bragança, assentou praça no RI n.º 5 de Caçadores, em 14 de Novembro de 1891; Alferes em 19 de Novembro de 1896; em 1899 foi prestar serviço para Inhambane; promovido a Capitão em 23 de Fevereiro de 1902; colocado em Angola em 1 de Abril de 1902, Comandante Militar do Cuamato em 1909."
(idem)
Encadernação em meia de pele ao gosto da época, com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Carimbo oleográfico da biblioteca do Regimento de Cavalaria n.º 2 na f. rosto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
50€

20 dezembro, 2016

OLIVEIRA, António Rodrigues de - VENEZUELA : Pátria Imortal. Por... Figueira da Foz, Edições Gaivota, [195-]. In-4.º (25cm) de 94, [2] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Publicação laudatória do regime ditatorial da Venezuela, e do seu líder, o General Marcos Pérez Jiménez. Ao longo do livro, muito ilustrado com fotografias a p.b., o autor desenvolve vários aspectos do país relacionados com a cultura - a arte e os seus monumentos, o folclore e a poesia - e sob o ponto de vista político e militar. Inclui uma breve biografia de Simón Bolívar, O Libertador, considerado por alguns países da América Latina como o herói-revolucionário, redentor do colonialismo espanhol. Inclui ainda, as notícias da condecoração conferida por Craveiro Lopes com a Banda das duas Ordens - Cristo e de Aviz - ao Presidente da República venezuelana, e da primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima levada para a Venezuela.
Valorizada pela dedicatória manuscrita do autor a [João?] San Payo.
"A Venezuela, vasto e riquíssimo país, é um oásis, no meio do actual mundo, cheio de contradições.
No proverbial dizer dos seus habitantes, «o que se pisa é oiro; o que se vê é pão». E assim é.
No seu aspecto físico, a Venezuela pode considerar-se sob três aspectos: Montanha, Planície e Guaianas.
Desde a cordilheira de Colômbia, penetram na Venezuela dois cordões, que se chamam serra de Perijan e serra de Mérida e que cercam o lago de Maracaibo.
Para nascente, paralela ao litoral, segue a cordilheira de Venezuela ou cadeia dos Caribes.
Ao sul e sudoeste das cordilheiras de Mérida e Caribe, estendem-se as vastas planícies, alagadiças no tempo chuvoso, por serem baixas."
(excerto de Venezuela : País Fabuloso)
"Já não é caso novo na história, surgir num país um homem dinâmico que, milagrosamente, resolve muitos problemas que gerações inteiras não puderam, ou não quiseram resolver.
Nem é preciso recorrermos à vida de outros países para encontrarmos a confirmação disto. No «caso Português», tivemos a prova exuberante de quanto vale um homem só, votado inteiramente e desinteressadamente ao serviço da causa nacional. [...]
Para não fugir à regra, a Venezuela também teve a sua figura histórica na pessoa ilustre do seu Presidente General Marcos Pérez Jiménez, como muito bem o afirmou o meticuloso Times.
Homem de uma vontade firme, ele está em tudo que tenha um mínimo de interesse para o país que representa. Trabalhador incansável, muitas vezes o vimos às primeiras horas da manhã, presenta na inspecção de muitos trabalhos de construções em curso, para voltarmos a vê-lo quando findava o dia, presidindo aos estudos de novos trabalhos, analisando terrenos, conferenciando, rodeado de técnicos, nos lugares aonde os interesses económicos justificam a atenção imediata dos poderes públicos.
Milagrosamente, a bem do progresso de um país que a passos agigantados caminha para o lugar máximo entre as nações do Mundo, a Venezuela encontrou no seu Presidente, Senhor General Marcos Pérez Jiménez, o Homem que está escrevendo em letras de ouro mais uma página gloriosa nos anais da Venezuela imortal."
(excerto de Um homem ao serviço de um país)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

19 dezembro, 2016

VASCONCELLOS, João de Carvalho e - A VIDA DO TRIGO. Por... Engenheiro-Agrónomo, Professor do Instituto Superior de Agronomia. Lisboa, Federação Nacional dos Produtores de Trigo, 1945. In-8.º (22,5cm) de 183, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho sobre o trigo de João de Carvalho Vasconcelos, professor catedrático do ISA. Muito ilustrado com desenhos esquemáticos no texto, alguns em página inteira.
"O interêsse do conhecimento, tanto quanto possível perfeito, dos fenómenos vitais da planta do trigo, desde a sementeira à floração e produção de frutos, contendo a semente, é grande, tanto para os técnicos, como para os agricultores. Igualmente tem a maior importância considerar os aspectos, intimamente relacionados com aqueles fenómenos, da morfologia, quer externa, quer interna, da mesma planta nas diversas fases do seu desenvolvimento.
A falta dum trabalho em português sôbre este assunto, apesar das dificuldades e responsabilidades a arcar, encoraja-nos a escrever o presente estudo, que de futuro poderá vir a ser ampliado com contribuições provenientes de investigação realizada entre nós e que actualmente quási não existem, motivo êste pelo qual nos fundamentamos apenas na observação própria e em literatura estrangeira sôbre a matéria.
Na nossa exposição vamos seguindo a evolução do desenvolvimento da planta, considerando sucessivamente, para cada fase, os aspectos mais importantes na morfologia externa, anatomia e fisiologia."
(excerto da introdução, Palavras prévias)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

18 dezembro, 2016

CARLOS, Rui Palma - EU FUI AO FIM DE PORTUGAL. Queluz, Literal, [197-]. In-8.º (20,5cm) de 336, [4] p. ; [1] f. il. ; [8] p. il. ; B.
1.ª edição.
Capa do autor.
Importante subsídio para a história da retirada e descolonização de Timor.
Ilustrado em extratexto com fotografias a p.b. e uma folha intercalada entre o rosto e o anterrosto reproduzindo a capa.
"O pequeno bimotor levantou voo. Finalmente começava a tão almejada viajem de regresso!
A aurora despontava no horizonte, espalhando o seu fulgor pelo céu e pela terra. As montanhas recortavam as suas silhuetas altivas no fundo rutilante, esplendoroso.
Dentro do pequeno aparelho apenas se ouvia o barulho da maquinaria. Emocionados, silenciosos, os meus companheiros reprimiam a necessidade de fumar que a tensão nervosa agudizava. Encolhido no canto posterior, reclinando a cabeça na vigia, eu olhava aqueles homens encanecidos pela provação que todos vivêramos durante quase um ano. Assim vistos de costas, representavam, ainda mais, algo que de facto as virava para aquela região: Portugal.
Eram os derradeiros militares portugueses a deixar a terra mais portuguesa do Império. Vivíamos o melancólico desenlace de um sonho que fora belo, que fora glorioso, e que para nós se tornara em drama, em pesadelo."
(excerto do Cap. I)
Rui Palma Carlos (?-1988). "Natural de Lisboa, formado em arquitectura. Pintor, ilustrador e poeta. Foi como alferes miliciano até Timor e aí se viu envolvido nos tristíssimos acontecimentos que se seguiram à retirada das autoridades portuguesas.
Escreveu, no duro presídio que lhe foi imposto, o seu testemunho pessoal do que lhe foi dado a observar."
(apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

17 dezembro, 2016

MATOS, Fernando - ALOCUÇÃO EM LOUVOR DO SOLDADO PORTUGUÊS : «O Melhor Soldado do Mundo». [S.l.], Tip. do Hospital do Conde de Ferreira, Setembro, 1966. In-4.º (23cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Esta alocução foi feita no Dia de Portugal de 1966, na Praça do Município do Porto, perante as forças da I Região Militar, em parada, com o seu Comandante Interino, Sr. Brigadeiro Oliveira e Sousa (...).
Discurso patriota de legitimação da presença portuguesa em África, no contexto da Guerra Colonial.
"Os impérios conquistam-se com o entusiasmo e perdem-se com a indiferença. [...]
Ora, isso não acontece nem acontecerá com Portugal.
Mais uma vez somos o escândalo do mundo. Do mundo céptico, perverso, desvirilizado. Mas somos também a estupefacção e admiração dos espíritos lúcidos e não decadentes de todas as nações. [...]
E como temos uma missão a cumprir e não uma exploração a fazer nós ficamos e os outros fugiram.
A diferença é fácil de estabelecer. É a diferença entre o legítimo dono e o cigano.
O dono ama a Terra e as gentes com quem lida e, por isso, permanece, mesmo que seja assaltado. O cigano explora o que pode e, quando acossado, afasta-se com a maior indiferença.
Soldados de Portugal:
Aludi à austeridade quase discreta, com que a Nação consagra os seus heróis
Ao predomínio da sensibilidade, que tanto nos caracteriza, acrescenta-se a dor e o luto que sempre acompanham as nossas façanhas.
A história nacional tem tanto de épica como de trágica.
A nossa geração tem nos seus alicerces vinte camadas de mortos, desde os cavaleiros de D. Afonso Henriques."
(excerto do discurso)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas apresentam manchas por acção da luz.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
10€

16 dezembro, 2016

CORTESÃO, Jaime - EGAS MONIZ : drama em IV actos representado pela primeira vez em Dezembro de 1918 no «S. Luiz», de Lisboa. Capa de António Cardoso. Porto, Edição da Renascença Portuguesa, 1918. In-8.º (16cm) de XV, [2], 126, [2] p. ; B.
1.ª edição.
"Estas lendas são a história idealisada pelo sonho colectivo; a imagem tosca da realidade, esculpida e afeiçoada pela nação, segundo as suas mais altas virtualidades.
Não é, pois, de estranhar, no que se refere a Egas Moniz, que a lenda exceda em beleza o que a história já averiguou. A sua formosura moral explende aí a toda a altura, em meio da  turpidade medieval. Maior que Guilherme Tell, o heroi nacional da Suiça, êle ergue-se sôbre todos os seus rudes contemporaneos, como a mais heroica e cavaleirosa figura no drama do nascimento de Portugal.
É o primeiro e mais venerando patriarca da bíblia portuguesa.
E, porque nele fulgem algumas das mais belas virtudes que foram apanágio da grei, das que mais fundo desenharam na tela do tempo o nosso perfil de povo livre, é que entendemos bem acender diante do seu esquecido e apagado retábulo esta pequena lâmpada votiva."
(excerto do prefácio)
Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960). Médico, político, escritor e historiador português. “Formou-se em Medicina em 1909, depois de ter estudado em Coimbra, Porto e Lisboa. Foi professor no Porto de 1911 a 1915. Tendo sido eleito deputado em 1915, defendeu a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial onde participou como capitão-médico voluntário do Corpo Expedicionário Português, tendo publicado as memórias dessa experiência. Com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, fundou em 1907 a revista Nova Silva. Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista A Águia, e em 1912 dá início à Renascença Portuguesa, que publicava o boletim A Vida Portuguesa. Em 1921, separando-se da Renascença Portuguesa, é um dos fundadores da revista Seara Nova. Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional, cargo que exerceu até 1927. Devido a ter participado numa tentativa de derrube da ditadura militar foi demitido, exilou-se acabando por viver em França, donde saiu em 1940, devido à invasão daquele país pelo exército alemão. Foi para o Brasil, passando por Portugal, onde foi detido por um curto espaço de tempo. No Brasil residiu no Rio de Janeiro, tornando-se professor universitário, especializando-se na história dos descobrimentos portugueses e na formação do Brasil. Em 1952, organizou a Exposição Histórica de São Paulo, para comemorar o 4.º centenário da fundação da cidade. Regressou a Portugal em 1957.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas e lombada oxidadas, com falhas e defeitos. Pequeno rasgão na contracapa.
Invulgar.
Indisponível

15 dezembro, 2016

ATHAYDE, Alfredo - OSSADAS ROMANAS E VISIGÓTICAS. Por... Naturalista do Instituto de Antropologia da Universidade do Porto. Porto, Imprensa Portuguesa, 1948. In-4.º (23cm) de 19, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho ilustrado com fotogravuras no texto, que descreve com pormenor cinco ossadas humanas recolhidas em escavações arqueológicas efectuadas no distrito de Beja.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

13 dezembro, 2016

BOTELHO, Abel - MULHERES DA BEIRA (contos). Lisboa, Empreza Litteraria Lisbonense : Libanio & Cunha - Editores, 1898. In-8.º (19cm) de 287, [5] p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
Apreciada colectânea que reúne em volume seis contos de Abel Botelho, em parte, anteriormente publicados no Diário da Manhã.
Ilustrada em extratexto com um retrato do autor.
"De toiros, não digo bem. De um toiro. Era um só a victima, n'aquella saturnal sertaneja de rascôas frandunas e arraianos vinolentos. Custára sessenta duros, em Hespanha; e alugado de domingo em domingo pelas differentes aldeias do concelho, para ser corrido, a quinze tostões por tarde, ia á custa dos seus brios e do seu sangue rendendo ao dono uns lucrosinhos bem bonitos.
Aldeia da Ponte, Rendo, Nave de Haver, Quadrazaes, Alfaiates tinham successivamente refocilado a sua torpe selvageria n'este espectaculo d'um nobre e grande animal, espicaçado covardemente a garrochadas. Mesmo n'aquella ultima povoação, o enthusiamo chegára a ponto de toda a geral passear em triumpho sobre fueiros, em torno da praça, um audacioso e bruno mocetão, - satyro de vinte annos, - que conseguira parar o boi, dorido e tremulo, com uma estupida lançada entre as espaduas, d'onde o sangue jorrou impetuoso. Por um millimetro não offendia os pulmões do animal.
- Que valente ponta de garrocha! Tinha a grossura e o tamanho d'um dedo mendinho. Bravo moço!
E toca de monta á apotheose aquelle Frascuelo extremenho, no meio d'um berreiro de mussorongos.
N'este domingo, coubéra a vêz ao Sabugal, a orgulhosa villoria do castello de cinco quinas..."
(excerto de Uma corrida de toiros no Sabugal)
Indice:
- A Frecha de Mizarela. - Uma corrida de toiros no Sabugal. - A ponte do Cunhêdo. - A fritada. - A consoada. - O solar de Longroiva. - O Sêrro.
Abel Acácio de Almeida Botelho (1856-1917). "Natural de Tabuaço. Foi Oficial do Estado-Maior do Exército Português. Depois de frequentar o Colégio Militar (1867-1872), fez o Curso de Estado Maior na Escola do Exército (1876-1878). Aderiu ao movimento republicano, exercendo funções como deputado e senador, depois do 5 de Outubro de 1910. A nível militar atingiu a graduação de general e exerceu o cargo de Chefe da 1.ª Divisão do Exército. Foi chamada para Ministro plenipotenciário de Portugal na República Argentina, onde, aliás, veio a morrer a 24 de Abril de 1917.
Dedicou-se à vida literária, desde que publicou o primeiro poema na Revista Literária do Porto, ainda na década de 70. Iniciou-se na poesia, com a publicação de Lira Insubmissa (1885). Publicou obras integradas na escola realista (segundo António José Saraiva), entre as quais o ciclo da «Patologia Social», das quais fazem parte: O Barão de Lavos (1891), O Livro de Alda (1898), Amanhã (1901), Fatal Dilema (1907), Próspero Fortuna (1910). Escreveu ainda Mulheres da Beira (1898), Sem Remédio (1900), Os Lázaros (1904) e Amor Crioulo (obra póstuma).
Pertenceu desde 1881, ao Grupo do Leão, agremiação espontânea de pintores e artistas exteriores à Academia de Belas Artes da cidade de Lisboa, que partilhavam entre si uma enorme irreverência contra os poderes constituídos, lutavam pela educação artística e defendiam os seus interesses de classe."
(fonte: www.fmnf.pt)
Encadernação editorial em tela com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado, com sinais de antiguidade.
Muito invulgar.
Indisponível

12 dezembro, 2016

CARLOS CANÁRIO : 1932-1951 - Festa do Jogador : 2-9-1951. [S.l.], [s.n. - imp na Tip. Mourão, Lda., Lisboa], 1951. In-8.º (22,5 cm) de 20 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem a Carlos Canário, centro-campista internacional português, dos melhores do seu tempo, que evoluiu na famosa equipa de futebol do Sporting dos anos 40, por muitos considerada a melhor de sempre, e a que mais títulos deu ao clube, cuja temível linha atacante de 5 jogadores era conhecida pelos Cinco Violinos.
Revista muito valorizada pela dedicatória autógrafa do jogador, datada do dia da homenagem - 2 de Setembro de 1951 -, ao 20.º presidente do SCP, Alberto da Cunha e Silva.
Trata-se do programa da homenagem, que inclui o depoimento de  categorizados jornalistas e cronistas desportivos da época, além de diversos "recortes" de jornais, e o agradecimento e testemunho do próprio jogador.
Francisco Silva, colaborador de A BOLA - Alguns Dados Biográficos; Capitão António Cardoso, Inspector dos Desportos - Uma Carta; Raul de Oliveira, director do Mundo Desportivo - Assim fôssem todos...; Tavares da Silva, redactor do Diário de Lisbôa - Criador de Jôgo; Ricardo de Ornellas, redactor do Diário Popular - Simples, natural, modesto e sério...; Cândido de Oliveira, director de A BOLA - Carlos Canário jogador exemplar; Ribeiro dos Reis, director de A BOLA - Um jogador que valoriza o espectáculo; Lavadinho Mourato - Um grande «Leão».
A festa incluiu dois jogos, contando com a presença das equipas principais: Benfica - Barreirense (às 15 horas) e Sporting - Belenenses (às 17 horas).
"Durante as duas estadias  no Sporting tivemos a preocupação de examinar atentamente as qualidades e os senões dos jogadores da excelente equipa do clube leonino. E isso nos permitiu obter um conhecimento de certo modo exacto quanto á melhor forma de valorizar as qualidades desportivas e de atenuar as qualidades negativas de cada jogador com vista a um melhor rendimento global da equipa. Melhor: se o não conseguimos, tivemos a sensação de o ter obtido, tanto através do comportamento individual, sobretudo dos jogadores menos dotados ou menos categorizados, como através da taxa de golos marcados [quanto ao ataque], e da taxa de golos consentidos [quanto à defesa]. Julgamos, deste modo, poder afirmar que, entre todos os jogadores,  Carlos Canário possuía, no nosso conceito, um lugar à parte, dentro de uma equipa onde existiam elementos excepcionalmente valiosos como Azevedo, Peyroteo, Travassos, Albano, Jesus Correia, Vasques, Passos, etc."
(Excerto do testemunho de Cândido de Oliveira)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível