Edição original.
Contém a relação dos presos no Forte (618), por nome, lista extraída do Caderno dos asentos que havia na Torre, melhorada com as declarasões d'alguns dos prezos. e dos Malandros (12), cujo "calão, ou algaraviada", está listada no final do tomo I.
"Com o intuito de perpetuar a memoria dos males que um governo absoluto acarreta sobre os mizeraveis que teem a desgrasa de cair em suas garras, e despertar no animo de todo o omem que tenha conhecimento da sua dignidade, quanto é preferivel morrer d'uma ves com as armas na mão em defeza dos sagrados direitos da liberdade, do que curvar servilmente o colo á ferrea vara do despotismo, me dei ao trabalho de coligir os principaes acontecimentos que ocorrêrão nas prizões da Torre de S. Julião da Barra de Lisboa, em que esteve encerrada uma boa porsão de vitimas da asanhada crueza do governo uzurpador, que por seu delegado escolheu para mais atormentar eses malfadados o facinorozo Teles Jordão de sempre ezecravel memoria. Os tormentos e martirios, que este monstro e seus dignos satelites, infligirão aos prezos, darão brado não só em todo o Portugal, mas em toda a Europa; muitos parecerão incriveis; poso porem segurar, que tudo o referido nesta obra, ou foi por mim prezenseado, ou me foi contado pela propria vitima, e confirmado não poucas vezes por testemunhas oculares."
(excerto do prefácio)
Matérias:
TOMO I. Advertencia. Prefacio. Relasão dos Prezos d'Estado na Torre. Cap. I. Minha prizão em Lagos até ser removido para Lisboa. Cap. II. Prizão na cadeia da cidade do Limoeiro até ser trasladado para a Torre de S. Julião. Cap. III. Torre de S. Julião da Barra nos governos do coronel reformado Ignacio Joaquim de Castro, e do brigadeiro Joze Joaquim Simões. Cap. IV. Governo do brigadeiro Joaquim Teles Jordão - Janeiro 1829. Documento ilustrativo: - Calão, ou Algaraviada dos Malandros.
TOMO II. Cap. V. Continuasão do governo do Teles Jordão. - 1830. Cap. VI. Continuasão do governo do Teles Jordão. - 1831. Cap. VII. Continuasão do governo do Teles Jordão. - 1832. Documento ilustrativo. - Representasão do sr. D. J. M. de Souza Coutinho.
TOMO III. Cap. VIII. Governo do marexal de campo Diogo da Cunha Souto Maior. Cap. IX. Governo do brigadeiro Raimundo Joze Pinheiro. Cap. X. Continuasão do governo do dito. - Misionarios. Cap. XI. Governo do coronel Pedro Joze Santa Barbara.
Cap. XII. Novo governo do Teles Jordão. Documentos ilustrativos. N.º 1. Bilhete do sr. Ferrão a sua Irman. N.º 2. Bilhete do sr. Pereira e Melo a sua Irman. N.º 3. Requerimento do sr. Garrido. N.º 4. Bilhete do Pinete á mulher. N.º 5. Estrato da pratica do Misionario. N.º 6. Reprezentasão prezentada pelo Misionario. N.º 7. Resposta dos Prezos Ecleziasticos. N.º 8. Resposta do sr. Ramon de Masoti. N.º 9. Requerimento do Misionario, e Despaxo do governador. N.º 10. Projeto de resposta do sr. Pereira do Carmo. N.º 11. Resposta final ao Misionario. N.º 12. Sonetos. N.º 13. Sentensa do sr. F. A. Pinto. N.º 14. Agradecimentos ao Misionario. N.º 15. Boletim da molestia do sr. Xarrua.
TOMO IV. Cap. XIII. Remosão para Cascaes. - Governo do brigadeiro Tiago Pedro Martins. Cap. XIV. Regreso para a Torre de S. Julião. Cap. XV. Pasatempos dos Prezos. Cap. XVI. Concluzão. Lista dos Prezos falecidos. Dita dos srs. suscritores.
TOMO IV. Cap. XIII. Remosão para Cascaes. - Governo do brigadeiro Tiago Pedro Martins. Cap. XIV. Regreso para a Torre de S. Julião. Cap. XV. Pasatempos dos Prezos. Cap. XVI. Concluzão. Lista dos Prezos falecidos. Dita dos srs. suscritores.
João Batista da Silva
Lopes (1781-1850). "Nascido na cidade de Lagos, no Algarve, em 1781. Exerceu durante
alguns anos na sua pátria a profissão de Advogado. Seguidor das
doutrinas liberais, teve de sofrer por elas longo e penoso martírio,
vendo-se forçado a emigrar em 1823, e sendo em 1828 preso a 24 de Maio, e
lançado nos calabouços da torre de S. Julião da Barra, onde jazeu até
24 de Julho de 1833. Entrou depois no serviço do Estado na qualidade de
Chefe adido á 1.ª Repartição do Arsenal do Exército. Nomeado Deputado às
Cortes nas legislaturas de 1842 e 1848, aí apresentou varias propostas e
projectos de lei sobre assuntos de administração civil e militar. Foi
Socio da Acad. R. das Ciencias de Lisboa, da de Turim, e do Instituto
Hist. Geogr. do Rio de Janeiro. Tendo-se-lhe agravado com a detenção na
torre a falta de vista, que padecera desde a juventude, achou-se a final
acometido em 1848 de um ataque de amaurosis, que o impossibilitou de
toda e qualquer aplicação visual. N'este estado viveu ainda dous anos,
até falecer em 1850."
(Inocêncio T. III, pp. 316)
(Inocêncio T. III, pp. 316)
Encadernações recentes em meia de pele com ferros gravados a ouro nas lombadas.
Exemplares em bom estado de conservação, aqui e ali com defeitos marginais, sobretudo nas primeiras páginas de cada volume. Em falta as duas gravuras (planta da prisão e do subterrâneo) e da partitura musical do código de assobios dos presos, que integram a obra, mas que só muito raramente a acompanham.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
Olá boa tarde! Tenho os 4 exemplares gostaria de vender! Estariam interessados?
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