AS PRISÕES DA JUNQUEIRA: DURANTE O MINISTERIO DO MARQUEZ DE POMBAL, ESCRIPTAS ALLI MESMO PELO MARQUEZ DE ALORNA, UMA DAS SUAS VICTIMAS. Publicadas conforme o original, por José de Sousa Amado, Presb. Secular. Lisboa. Typographia de Silva, 1857. In-8º (16cm) de V, [3], 107, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Esta obra esteve inédita durante setenta anos, e apareceram várias cópias com o titulo de: Relação dos presos do forte da Junqueira, etc. É um documento curioso pelas particularidades que encerra, acerca das pessoas e sofrimentos dos presos do Estado, que jazeram no referido forte, donde só foram postos em liberdade, em 1777, depois da morte do rei D. José.
"O benemerito Marquez de Alorna foi preso em Lisboa no anno de 1776, na sua casa, a Jesus, estando já recolhido no seu quarto, por serem horas adinatadas da noite. Tinha 25 annos de idade, e achava-se nomeado embaixador para França.
Seis mezes depois a Marqueza de Alorna e suas filhas foram mandadas para o convento de Chellas.
Na Junqueira, segunda prisão, para que fôra mandado, conservou-se por espaço de 19 annos, e alli teria soffrido a sorte de tantos padres e fidalgos, se Sebastião José de Carvalho continuasse por mais tempo no ministerio, como desejava com avidez pouco vulgar."
(excerto da introdução)
Matérias:
I. Descripção dos carceres. II. Das pessoas empregadas neste forte para o governo e trato dos presos. III. Do que pertence ao espiritual. IV. Economia. V. Dos intervallos de alivio que a Providencia Divina deparou, e de outros de apertos que com esses andavam alternados. VI Dos Barbadinhos italiannos e de mais algumas pessoas involvidas no mesmo caso. VII. Dos Padres da Companhia. Dos Padres Cruzios, e de Bento de Moira envolvido nas mesmas culpas. Do Conde de Obidos. Do Conde da Ribeira. Do Conde de S. Lourenço. De Gonçalo Christovão e de seu sobrinho, João Bernardo. Do Encerrabodes. De Antonio da Costa Freire. Dos Tavoras. Do Marquezito de Gouvêa. De mim.
D. João de Almeida Portugal, 4.º conde de Assumar e 2.º marquês de Alorna (1726-1802). "Oficial-mor da Casa Real (vedor honorário da fazenda); comendador da comenda de Moreira na Ordem de Cristo; capitão de cavalaria do exército, sócio da Academia Real de História. Estudou em Paris. Em 1747 casou com D. Leonor de Lorena e Távora, filha do 3.º marquês de Távora, D. Francisco de Assis e Távora, herdeiro da casa de Alvor e 6.º conde de S. João, casado com D. Leonor Tomásia de Távora, senhora e herdeira desta casa, e 6.ª condessa de S. João. O marquês de Alorna estava nomeado embaixador na corte de Luís XV, de França, mas o atentado de 3 de setembro de 1758 obrigou-o a ficar em Lisboa, por ter sido preso e encerrado na torre de Belém, sendo a marquesa enviada para o convento de Chelas com as suas duas filhas menores, D. Leonor, que foi a grande poetisa marquesa de Alorna, e D. Maria, mais tarde condessa da Ribeira Grande. Seu filho D. Pedro, que contava apenas quatro anos de idade, ficou abandonado, entregue à compaixão dos familiares de sua casa. O marquês de Pombal ordenara aquela prisão, pelo facto do marquês se tornar suspeito, em consequência dos laços de parentesco que o ligavam família dos Távoras. O prisioneiro foi depois transferido para o forte da Junqueira. Dezoito anos esteve preso. Dos incómodos e trabalhos que então sofreu, juntamente com os seus companheiros do infortúnio, o marquês escreveu uma breve relação, que se veio a publicar-se muitos anos depois da sua morte, em 1857."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na capa e na f. advertência (nesta, o antigo proprietário acrescentou o título da obra). Capas ligeiramente oxidadas.
Raro.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na capa e na f. advertência (nesta, o antigo proprietário acrescentou o título da obra). Capas ligeiramente oxidadas.
Raro.
Com interesse histórico.
65€
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