ALVES, Ferro - OS BUDAS : o contrabando de armas. Lisboa, [s.n. - Comp. e imp. na Imprensa Lucas & C.ª, Lisboa], 1935. In-8.º (19cm) de 157, [3] p. ; B.
1.ª edição.
"Em 28 de Maio de 1926, um golpe militar implanta em Portugal um regime ditatorial que, ganhando contornos fascistizantes nas décadas seguintes, perdurará 48 anos. Comandado por oficiais, defensores de um exército intervencionista, o movimento vai gerar oposições; quer no seio das próprias forças armadas, inclusive dos próprios participantes do movimento, quer no seio da sociedade civil, criando uma vaga de inúmeras tentativas de derrube do regime. Os opositores possuem os mais diferentes matizes, incluindo republicanos, egrégios do antigo Estado, anarquistas, comunistas e monárquicos. [...]1.ª edição.
"Grupo dos Budas (ou Grupo de Madrid) é a designação pela qual ficou conhecido um grupo de opositores ao regime ditatorial português saído do Golpe de 28 de Maio de 1926 que se refugiou em Madrid. A designação de Grupo dos Budas foi
uma alcunha que terá sido criada por Ferro Alves. O grupo era liderado
por Jaime Alberto de Castro Moraes (1882-1973), Alberto Moura Pinto
(1883-1960) e Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960) e incluía, entre
outros, Nuno Cerqueira Machado Cruz (1893-1934), Ernesto Carneiro Franco
(1886-1965), Francisco Oliveira Pio (1897-1972), Júlio César de Almeida
(1892-1977), Inocêncio Matoso da Câmara Pires (1898-1966), Alexandrino
dos Santos (n. 1891). Outras personalidades ligadas ao Grupo foram João
Maria Ferreira Sarmento Pimentel (1888-1987) e Armando Cortesão."
(fonte: www.questpedia.org)
(fonte: www.questpedia.org)
Tornam-se conhecidos pelo epíteto de "Budas". O grupo passa esta denominação graças às críticas de "imobilismo" que lhe são lançadas por um
suposto companheiro de exílio, Leonel Ferro Alves, mas, que, na verdade,
actua como "espião" do governo de Salazar. Numa obra publicada em Portugal,
Os Budas e o contrabando de armas, Ferro Alves acusa o grupo de não
levar a cabo acções concretas contra o regime, denegrindo a sua imagem
como «profissionais da revolução»"
(in H. PAULO, PORTUGUESE STUDIES REVIEW 14 (2) (2006/7) 125-142)
"A razão de ser deste livro é fácil de explicar. Quando em Setembro do ano passado surgiu dum modo fulminante a questão do contrabando das armas, para os republicanos portugueses residentes em Madrid não havia duas soluções.
Adoptar uma atitude passiva de silêncio e resignação equivalia a declarar tacitamente uma cumplicidade, que não existia. Repudiar clara e rotundamente a solidariedade, com os implicados no contrabando, além de ser a expressão da verdade, era simultaneamente a salvação da causa republicana social, pela qual lutamos há tantos anos.
No momento em que as despropositadas declarações do deputado Teodomiro Menendez vieram colocar em foco a origem e procedência do armamento apreendido nas Astúrias, não havia já possibilidade de ocultar o facto."
(excerto do preâmbulo)
Matérias:
- O negócio das revoluções. - Os manejos iberistas. - Nas horas dramáticas do exílio. - Os profissionais da revolução. - A eufonia na emigração. - Nefandos processos de ataque. - As angústias dos contrabandistas. - As tenebrosas operações financeiras. - Em plena pletora monetária. - Malabarismos do armamento. - A Sangria. - A dança das pesetas. - Em resposta aos Bazilios. - Os novos negociantes de especiarias.
Exemplar brochado, maioritariamente por abrir, em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas.
Invulgar.
Indisponível
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