CÉU, António Gomes do (Antigo soldado do C. E. P.) - FUI CHAMADO PARA A GUERRA... Poema. Com algumas palavras de Afonso Lopes Vieira e também do Rev. P. Manuel de Figueiredo. 2.ª edição. Lisboa, [s.n. - Gráfica de S. Vicente, L.da, Braga], 1947 [na capa, 1967]. In-8.º (17cm) de [80] p. ; B.
Obra poética sobre a participação do autor na Grande Guerra.
"Quando li este poema do antigo soldado do C. E. P. que nos conta o seu drama com tão comovida sinceridade, lembrei-me de que estas páginas descendem das relações da História trágico-marítima. Aí os cronistas, de cepa tão popular como a deste autor, contavam os seus naufrágios no mar - e o soldado conta-nos o seu naufrágio em terra.
Mas o que torna muito raro o caso destes versos é que pela boca do narrador falam milhares de outras bocas que não sabem exprimir-se e às quais o bardo empresta a voz. A sua voz é a do povo.
Composto através de longos anos por quem só pode pegar na pena depois de ter manejado outros mais rudes instrumentos de trabalho, este poema aparece já quando, para desgraça do Mundo, a última guerra fez esquecer aquela de que os versos nos falam."
(Excerto do preâmbulo de A. Lopes Vieira)
"De unidade em unidade
Correu essa novidade:
Tudo esp'rava a rendição,
Mas dizem logo em seguida
Que já não era rendida
A primeira Divisão
Segue-se o 9 de Abril.
Caem alemães aos mil
Em pilha na nossa frente
Os portugueses, cercados,
Mostram bem que são soldados
Da heróica Lusa Gente.
Recuaram os ingleses
E os valentes Portugueses
Já sem comunicações,
Quase sem artilharia.
Mas lutou a infantaria
Enquanto houve munições.
Contra oito divisões
Sem reservas, sem canhões,
Uma divisão sòmente!
Até à última bala,
Como em Naulila e Nevala
Bateram-se heròicamente.
Entre os mortos e feridos
Houve heróis desconhecidos
Valentes, como leões
Que não foram contemplados.
Mas houve muitos soldados
Como o soldado Milhões."
(Estrofes 130; 131; 132; 133; 134)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas.
Raro.
Indisponível
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