30 novembro, 2018

RIBEIRO, Emânuel - COMO OS NOSSOS AVÓS APRENDERAM UMA PROFISSÃO. Por... Da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Gaia- Portugal, Edições Apolino, 1930. In-4.º (26cm) de  37, [3] p. ; [13] f. il. ; B. Col. Estudos-Nacionais sob a égide do Instituto de Coimbra, V
1.ª edição.
Bonita monografia impressa em papel vergé, ilustrada em separado com 13 estampas a p.b.
"Outrora, quando o ensino profissional se ministrava ùnicamente no espaço estreito da oficina caseira, o aprendiz era, ao mesmo tempo, escravo do mestre que, para conseguir essa servidão fôsse a mais longa possível, lhe ocultava grande número de particularidades técnicas, ou então, certos e indispensáveis detalhes de acabamento.
Os aprendizes tinham de descobrir, por meio de uma espionagem constante, os segredos mais íntimos do fabrico que, a maior parte das vezes, além de habilidade e destreza manual, era simples e se reduzia a bem pouco. [...]
Desviados, constantemente, da atenção profissional, para serem empregados em trabalhos estranhos à oficina, eram, além disso, forçados aos serviços de limpeza e obrigatoriedade da condução dos produtos manufacturados a casa dos fregueses."
(Excerto da 1.ª parte)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem contracapa. Capa apresenta falhas de papel marginais.
Invulgar.
10€

29 novembro, 2018

ALMEIDA, Humberto d' - MEMORIAS DUM EXPEDICIONARIO A FRANÇA. (Com a 2.ª Brigada d'Infantaria). 1917-1918. [Por]... Alf. de inf. Porto, Tipografia Sequeira, 1919. In-8.º (19cm) de 184 p. ; B.
1.ª edição.
Rara edição original do "diário" do autor, escrito ao longo do período em que integrou as forças do C. E. P., na Flandres, durante a Grande Guerra. Trata-se de uma das mais importantes obras coevas publicadas sobre o tema da WW1.
"Ahi ficam essas paginas despidas de fantasia e cheias de verdade.
Recordo nelas algumas gloriosas passagens em que um punhado de lusos, num santo amor de patria, se cobriram de gloria e se imolaram num sublime sacrificio. Nestas despretensiosas paginas eu tento recordar alguns dos épicos arrancos da alma portugueza na maior guerra de todos os tempos! E o que vae de grandeza nesses arrancos bemditos!... Elles são bem gritos de Patria, fulgurações rutilantes do passado, é a alma portugueza que desperta, são os pequenos e os obscuros a mostrar, a evidenciar que é infinda a energia deste povo imortal! E a maneira afavel e carinhoso como aquelle bom povo francez recebia les petits bleus aux yeux noirs entrecorta de quando em quando a descrição d'algumas façanhas épicas que accentúam o que vale a têmpera do animo portuguez! E a recordação dos nossos queridos mortos?!... Os cemiterios imensos com as suas cruzes tôscas lá ficaram na Flandres martirisada a atestar o sacrificio e a abnegação de que é capaz este bom povo quando a sua ambição é justa e o seu ideal divino! Que o seu sangue nos redima..."
(Preâmbulo, Ao leitor)
Índice:
- Ao leitor. - Portugal! - França! - Ce sont des bonnes gents. - Partida para o front. - Dans la fournaise. - Noite de trincheiras. - Neuve-Chapelle! - De vez... - Como se evita falar com inglezes. - O dia de Santo Antonio de 1917. - Como se despediu a brigada ingleza do kamarada boche. - Homenagem aos primeiros mortos. - Afectos de guerra. - A familia Deschildre. - C'est trôpe de noblesse. - O ataque a infantaria 7. - O bravo alféres miliciano Hernani Cidade. - O que um general inglez disse do glorioso capitão Augusto Casimiro. - Os meus inolvidaveis camaradas da "Briosa". - Em instrucção. - Madrugada de 14 de Setembro - O raid a Infantaria 7 - Ao valente alféres Teixeira. - Licença de campanha. - Pariz! - No "Jardim da Europa". - Après la guerre... fini... - Para "Les-Tourbières". - A parada em Marthes. - De novo. - Le-Touret. - O sector de Ferme du Bois. - A despedida do ano de 1917. - A livraria Guyquières. - Noites de inverno nas trincheiras da Flandres. - Vieille-Chapelle - Terra Martyr. - A trágica semana - Ao bravo capitão Gonzaga. - C'est la guerre - Ao alféres Silveira. - Uma que vinha bem dirigida. - Honra portugueza - Ao capitão A. Souza. - Se a guerra é isso... - Para Croix Marmuse. - Horas tragicas. - O 9 de abril - Aos heroes dêsse memoravel dia. - São bons combatentes... - On ne passe pas! - Cvando. - Nas vésperas do armisticio.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Humberto de Almeida (1896-1971). "Natural de Bragança. Quando estudava na Faculdade de Engenharia do Porto, aos 20 anos, foi mobilizado para o Corpo Expedicionário Português (CEP), tendo servido na 2.ª Brigada de Infantaria, em Neuve Chapelle, em França, como oficial de ligação do Estado-Maior, com os militares ingleses, o que lhe permitiu ter estado várias vezes na linha da frente, e sempre em contacto com ela. Depois do conflito armado, fez o Curso Especial de Infantaria na Escola Militar do Exército e, em 1924, retomou os estudos na Universidade do Porto onde se licenciou em Ciências Físico-Químicas e em Engenharia Químico-Industrial, tendo optado pela carreira académica, jubilou-se em 1966, como professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto."
(Fonte: bomdia.eu)
Raro.
Com interesse histórico e biblográfico.
Indisponível

28 novembro, 2018

DÉSORMEAUX, Dr. - HYSTERISMO. 2.ª edição. Lisboa, Livraria do Povo : Silva & Carneiro, [191-]. In-8.º (16cm) de 62, [2] p. ; B. Bibliotheca Sexual, N.º 8
Interessante trabalho sobre o histeria à luz dos conhecimentos da época sobre a matéria.
"Uma constituição delicada, um temperamento nervoso, uma sensibilidade exquisita, uma educação demasiado livre, uma grande excitação uterina, a erupção tardia, difficil, ou o desarranjo dos menstruos, a continencia, o onanismo, ás vezes os excessos do coito, taes sãao as causas phisicas a que geralmente se attribue a producção do hysterismo.
As causas moraes d'esta doença são: imaginação ardente, coração muito terno, affecções penosas da alma, amor contrariado, sentimentos de ciume ou de inveja, e, em geral, as contrariedades de toda a especie, tão multiplas e frequentes na juventude.
Se submettermos estas causas a uma ligeira analyse reconheceremos sem difficuldade que a sua acção se exerce no cerebro principalmente e no systema uterino; que aquellas que a principio influem sobre as partes genitaes vão em seguida agir sobre o cerebro, e que n'esta doença por conseguinte, como em todas as do mesmo genero, o cerebro é o limite de todas as influencias morbidas."
(Excerto do Cap. II, Causas do hysterismo)
Summario:
I - Symptomas do hysterismo. II - Causas do hysterismo. III - Séde do hysterismo. IV - Fórmas extraordinarias do hysterismo. V - Tratamento do hysterismo.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem registo na BNP.
Indisponível

27 novembro, 2018

"CHARLOT NAS TRINCHEIRAS". [S.l.], [s.n.], [1918].
Dimensões: 65cm
Stand up recortada sobre madeira fina, alusiva à curta metragem muda, escrita, produzida, realizada e interpretada por Charlie Chaplin - "Shoulder Arms" (EUA, 1918), exibida em Portugal com o título Charlot nas Trincheiras.
Belíssimo artigo de época.

Peça de colecção.
Indisponível

26 novembro, 2018

OSORIO, Ana de Castro - A ACÇÃO DA MULHER NA GUERRA ACTUAL. Conferencia publicada pela Associação de Propagandas Feministas. O produto é oferecido á Comissão Feminina "Pela Patria" para a obra dos agasalhos e roupas para os soldados. Lisboa, Imprensa Comercial, 1915. In-8.º (22,5cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição.
Conferência com interesse histórico. Os esforços desenvolvidos pelas mulheres nos primórdios da Grande Guerra, e a sua "convivência" com a República.
Junta-se um folheto/boletim de inscrição da Associação de Propaganda Feminista, organização presidida na época por Elzira Dantas Machado, mulher de Bernardino Machado.
"Quando em tempos de paz - em tempos que não vão longe e tão afastados já nos parecem! - nós, as mulheres, reclamavamos em nome da Justiça e do Direito que nos considerassem seres, civica e legalmente iguais aos homens, os adversários do progresso das ideias alegavam: que a mulher não podia reclamar direitos politicos visto não ser chamada ao serviço militar. Isto, havendo paises, como a Inglaterra, em que o serviço militar não é obrigatorio e havendo paises, como o nosso, em que os soldados não têm voto.
Agora, por um concurso de circunstancias, de crimes e de ambições desenfreadas, de que a mulher não tem directa responsabilidade, a guerra declara-se com uma violencia, uma crueza, uma injustiça que a humanidade nunca experimentou, nem nos seus dias de mais torvo delirio. [...]
Neste momento póde vêr-se com assombro como a mulher, a despresada mulher, que não é digna de ter direitos civicos e politicos, põe de parte todos os seus interesses, esquece todas as injustiças de que tem sido victima e tem só um pensar, tem um unico sentir em todos os paises: estar ao lado dos homens da sua raça, defender os direitos da sua patria, pôr o seu trabalho ao serviço dos que lutam e sofrem.
A mulher, que não é soldado nem responsavel pela loucura bélica que atacou a Alemanha, arrastando para o abismo o mundo inteiro, não é decerto quem menos tem sofrido nestas horas ttragicas que a humanidade tem vivido. Nem será ela, por certo, quem menos ha de sofrer as consequencias do terrivel conflito, que deixará baralhadas e confundidas todas as ideias do passado."
(Excerto da conferência)
Ana de Castro Osório (1872-1935). "Escritora, feminista e ativista republicana. É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a coleção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho. Outros títulos dignos de realce são A Minha Pátria, As Mulheres Portuguesas (em que alia o feminismo a uma postura patriótica) e A Mulher no Casamento e no Divórcio (uma tomada de posição sobre a problemática do divórcio, que seria objeto de legislação por parte de Afonso Costa, e em que colaboraria). Ana de Castro Osório criou ainda a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e algo manchadas.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

25 novembro, 2018

BELLAMY, Eduardo - D'AQUI A CEM ANNOS. Traducção de M. Pinheiro Chagas. Lisboa, Typ. da Companhia Nacional Editora, 1891. In-8.º (18,5cm) de [4], 322, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance futurista, verdadeiramente surprendente e premonitório em muitos aspectos.
"É indispensavel explicarmos a contradicção em que se acha o titulo do livro com o prefacio do auctor. O interessantissimo romance de Edward Bellamy figura ser escripto no anno 2000, e d'este anno é portanto datado o prefacio. Por conseguinte intitula-se Looking backwards - Olhando para traz. Os americanos que conhecem o auctor, e sabem quaes são as suas idéas socialistas, e seguem nos jornaes a critica e a explicação do livro, não tinham que se espantar com o ex-abrupto do prefacio, que já é o comêço do romance. Nós, porém, precisamos de dar no titulo a idéa dos intuitos do livro, que é pintar a sociedade como o auctor entende que ella deve ser D'aqui a cem annos, e explicar ainda o motivo por que está o prefacio do auctor em contradicção com o titulo que o traductor poz no livro. É que esse prefacio se suppõe escripto pelo supposto auctor do livro, que é tão imaginario como o seu protagonista, Julian West, nascido e ressuscitado em Boston, cidade dos Estados-Unidos."
(Duas palavras de introducção)
"Vivendo como vivemos no anno ultimo do seculo XX, gosando as bençãos de uma ordem social a um tempo tão logica e tão simples que parece apenas o triumpho do senso commum, não admira que aquelles, cujos estudos não se applicaram amplamente a assumptos historicos, se espantem de lhes dizermos que a actual organisação da sociedade tem, no seu todo, menos de um seculo de existencia. Pois não ha facto historico mais incontestavel do que o de existir quasi até o fim do seculo XIX a crença geral de que o antigo systema industrial, com todas as suas revoltantes consequencias sociaes, estava destinado a durar, talvez emfim com algumas insignificantes modificações, até o fim dos seculos. Como parece extranho e quasi inacreditavel o ter-se realisado uma tão prodigiosa transformação moral e material, como a que tem havido de então para cá, em tão breve intervallo! A promptidão com que os homens se costumam, como sendo as cousas mais simples d'este mundo, a melhoramentos nas suas condições de vida, que quando se sonhavam parecia que não deixariam nada a desejar, não podia ser mais vivamente exemplificada. Que raciocinio melhor se podia imaginar para moderar o enthusiasmo de reformadores que contam para sua recompensa com a eterna gratidão dos seculos futuros!
O objecto d'este volume é prestar um serviço áquelles que, ao passo que desejam formar uma idéa mais definida dos contrastes sociaes entre os seculos XIX e XX, se assustam com o aspecto maçudo das historias que tratam do assumpto."
(excerto do prefácio)
"Foi na cidade de Boston que eu primeiro vi a luz do dia no anno de 1857. «O que! dizeis vós, oitocentos e cincoenta e sete? É um curioso lapso. O que elle quer dizer é novecentos e cincoenta e sete, é claro.» Peço perdão, não ha engano. Foi cêrca das quatro horas da tarde de 26 de dezembro, do dia seguinte ao dia de Natal, no anno de 1857 e não de 1957 que eu primeiro respirei a briza leste de Boston, a qual, posso affirmal-o ao leitor, possuia n'esta remota data as mesma penetrantes qualidades que a caracterisam no presente anno da graça de 2000."
(Excerto do Cap. I)
Index:
Duas palavras. Prefacio. I. O seculo XIX e o seculo XX - O côche social - O heroe e a sua noiva. II. O dia da condecoração - O dr. Pillsbury e o creado do Sawyer - Como o nosso heroe adormece. III. Como elle acorda - Um somno prolongado - O panorama de Boston. IV. Edith Leete e sua mãe. V. A questão do ttrabalho no seculo XIX e as suas resoluções no seculo XX. VI. O exercito industrial. VII. O voluntariado do serviço industrial. VIII. Um passeio matinal em Boston - Edith Leete. IX. A questão dos salarios. X. As lojas do seculo XX. XI. A musica no seculo XX - Os creados e os medicos. XII. As promoções no exercito industrial - A bibliotheca do dr. Leete. XIII. As relações internacionaes - Os livros. XIV. Um restaurante no seculo XX. XV. A litteratura no seculo XX - O jornalismo - O romance. XVI. Aurora de amor. XVII. A producção e o consumo - As eleições. XVIII. A mocidade e a velhice no seculo XX. XIX. Os tribunaes e os crimes. XX. A visita no quarto subterraneo. XXI. A educação. XXII. A riqueza social. XXIII. Um mysterio. XXIV. Os anarchistas e o partido nacional. XXV. A condição das mulheres. XXVI. Um sermão. XXVII. Revelação. XXVIII. Realidade ou sonho.
Edward Bellamy (1850-1898). Foi um escritor norte-americano, socialista, mundialmente famoso pelo seu romance utópico de ficção científica «Looking Backward : 2000-1887» (1888), cuja acção decorre no ano 2000. Julian West – o personagem principal -, após um transe hipnótico, acorda numa sociedade socialista em pleno ano 2000.
Inconformado com as desigualdades que o sistema económico e social provocavam na sociedade americana do seu tempo, Bellamy protestou através da produção desta notável peça de literatura, best-seller na época. De acordo com Erich Fromm, Looking Backward é "um dos mais notáveis livros publicados na América".
Traduzido em mais de vinte línguas, influenciou a intelectualidade da época e apareceu nas listas bibliográficas de diversas obras marxistas. Os «Clubes Bellamy» espalharam-se por toda a América do Norte para discutir e divulgar as ideias do livro. Esse movimento político veio a ser conhecido como Nacionalismo, tendo inspirado várias comunidades utópicas.
Foi publicado em Portugal com o título D’aqui a cem annos (1891), com tradução de Manuel Pinheiro Chagas.
Pouco meses antes da sua morte, Bellamy publicou Equality (1897) – sequela da história futurista de Julian West, o seu protagonista em Looking Backward : 2000-1887, título que no entanto não viria a alcançar o sucesso do anterior.
Encadernação em meia de percalina com cantos, com rótulo e ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse (2) na f. anterrosto.
Raro e muito curioso.
35€

24 novembro, 2018

RECORDAÇÕES DE GUERRA - A Obra do Comité de Socorros aos Militares e Civis portugueses prisioneiros de Guerra. (Secção de Berne (Pietas) - Secção de Lausanne). Sessão da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, realizada em 12 de Abril na seda da mesma Liga. Lisboa, Tipografia da L. C. G. G., Maio de 1934. In-4.º (25,5cm) de 64, [4] p. ; [6] f. il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história dos prisioneiros portugueses da Grande Guerra.
Homenagem da Liga dos Combatentes ao Comité de Lausane de Socorros aos Prisioneiros Portugueses, internados na Alemanha, pelo empenho e trabalho desenvolvido na ajuda e protecção aos soldados portugueses em cativeiro.
Inclui os testemunhos e correspondência de prisioneiros de guerra portugueses enaltecendo a obra do «Comité de Lausanne», contendo alguns relatos de acontecimentos nos campos de prisioneiros.
Tiragem de 500 exemplares.
Livro ilustrado em separado com seis estampas impressas sobre papel couché reproduzindo dez fotogravuras: os retratos de prisioneiros de guerra, Coronel José Xavier Barbosa da Costa; Professor Dr. Hernani Cidade, Capitão de infantaria, miliciano; Professor Dr. José de Sousa Charrua, Alferes de artelharia, miliciano, e ainda os membros que compunham a Secção de Berna do Comité Português de Socorros aos Prisioneiros Portugueses (em pose e a trabalhar), e a reprodução fotográfica da "Lápide comemorativa do esforço dos soldados portugueses mortos no solo belga durante a Grande Guerra, inaugurada em Gand em 1928" e do Dr. Vasco Quevedo, Ministro de Portugal na Bélgica, discursando na inauguração do monumento.
"Em 12 de Abril de 1934 os Combatentes Portugueses da Grande Guerra deram público testemunho do seu reconhecimento aos compatriotas que em 1917-18 residiam na Suiça.
Como presidente da Junta Central da «Liga dos Combatentes da Grande Guerra», tive a satisfação de proclamar dos novos Sócios de Honra e os novos Sócios Beneméritos nesse memorável serão, assinalado indelévelmente nos fastos da Liga.
Pedem-me agora um prefácio, para a obra impressa que vai registar essa assembleia solene. Não o podia recusar, pois êste convite traduz uma significativa homenagem a todos os antigos Combatentes, representados pelo modesto camarada que, mercê da insistência de amigos, se encontrou na emergência de tão alto pôsto de honra.
Se me solicitassem que repetisse as palavras ditas com emoção, mas descoloridas e só meritórias pela sinceridade, não as poderia reproduzir. Não as escrevi. Pensei o que tinha a dizer, mas a memória falhou-me. Assim, falei de improviso, o que mereceu o generoso aplauso daqueles a quem endereçava as expressões do nosso reconhecimento colectivo e o assentimento fraterno dos que tão apagadamente ali representei.
Falou então o coração. E agora é ainda o coração que dita êste prefácio, impossibilitado como estou de o escrever, pelas mutilações que atestam os meus serviços militares em campanha.
Dos Combatentes, aqueles que sofreram o duro cativeiro na Alemanha, aquelas centenas de oficiais e de praças que no dia 9 de Abril - tantos caídos com os seus gloriosos ferimentos - foram internados nos hospitais do inimigo e nos seus campos de prisioneiros, todos devem especial gratidão aos portugueses que, vivendo na neutra Suiça, constituiram um Comité de Socorro aos seus irmãos de Raça e de Pátria, e lhes levaram tantos carinhos e confôrtos. Os únicos que os Prisioneiros receberam na terra hostil onde eram cativos. [...]
Nos catres dos hospitais militares alemãis e nos horríveis campos de prisioneiros, rodeados do obsecante arame farpado e vivendo horas de cruelíssima incerteza, uma só ligação com a Pátria, com as famílias distantes: a ligação mantida pelo "Comité de Lausanne"."
(Excerto do prefácio do Coronel José Xavier Barbosa da Costa, Inválido de Guerra)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com interesse histórico.
A BNP dispõe de apenas um exemplar.
Indisponível

23 novembro, 2018

AZEVEDO, José João da Silva - EXPLICAÇÕES ÁCERCA DA CITHRALIA E DO PARTIDO QUE PÓDE TIRAR-SE D'ESTE NOVO INSTRUMENTO DE CORDAS. Pelo seu organisador... Em 30 de Junho de 1867. Porto, Typographia Comercial, 1867. In-8.º (20,5 cm) de 15, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Monografia sobre a cithralia, um novo instrumento musical de 7 cordas derivado da guitarra, invenção do autor. Figurou na Exposição Musical de Milão, em 1881. Ao longo do opúsculo, José Azevedo descreve o instrumento, que reputa de "mais perfeito" que a guitarra, e expõe as informações técnicas e o modo de o afinar e tocar.
Ilustrado no texto com partituras, e em separado com uma gravura da Cithralia.
"Não é para fallar dos preceitos da musica theorica e pratica, que pego na penna; porque uma e outra cousa se acha tractada no maior gráu de claresa, em a arte que o professor de musica Antonio da Silva Leite, da cidade do Porto, fez imprimir, em cuja arte as pessoas que quizerem estudar musica como o mais exacto fundamento poderão adquirir todos os conhecimentos necessarios. Pego sim d'ella unicamente para fazer algumas explicações ácerca das difficuldades que o estudo e paciencia me fizeram vencer, depois que transformei a antiga guitarra em um outro instrumento, mais perfeito, que denominei = Cithralia = É pois este instrumento derivado da antiga guitarra, de que tracta aquella arte; mas é differente na figura, na encorduadura, e na afinação."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse (sumida) na f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

22 novembro, 2018

GODINHO, Vitorino - ALGUMAS PALAVRAS SOBRE METRALHADORAS. [Por]... Capitão de Infantaria e do Estado Maior. Lisboa, Composto e impresso na Typ. La Bécarre de Francisco J. Carneiro, [1912]. In-8.º (22,5cm) de 63, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre as metralhadoras, arma de guerra que principiava a ser produzida em massa na época, e cujo balão de ensaio seria a 1.ª Guerra Mundial (1914-1918).
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Apezar de se ter escrito já hoje bastante sobre «Metralhadoras», não só nas revistas militares, como em livros especialmente destinados ao assunto, e todos os paizes procurarem dotar os seus exercitos o mais largamente possivel com estas maquinas de guerra, é certo haver ainda por toda a parte alguma hesitação sobre o seu emprego tactico, bem como sobre o seu agrupamento organico."
(Excerto do preâmbulo)
Índice:
I - Breve noticia historica. II - Principaes caracteristicas e propriedades tacticas das metralhadoras. III - A moderna metralhadora de guerra: Campanhas coloniaes; Guerra de Cuba; Guerra anglo-boer; Guerra russo-japoneza. IV - Emprego das metralhadoras: Ofensiva; Defensiva; Alguns casos especiaes: Metralhadora na guarda avançada; Metralhadora na guarda da rectaguarda; Metralhadora em ligação com a cavalaria; Metralhadora em ligação com a artilharia. V - Agrupamento de metralhadoras: A metralhadora arma especial; Constituição das unidades de metralhadoras; Subordinação das unidades tacticas de metralhadoras.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
Com interesse histórico e militar.
Indisponível

21 novembro, 2018

CÉU, António Gomes do (Antigo soldado do C. E. P.) - FUI CHAMADO PARA A GUERRA... Poema. Com algumas palavras de Afonso Lopes Vieira e também do Rev. P. Manuel de Figueiredo. 2.ª edição. Lisboa, [s.n. - Gráfica de S. Vicente, L.da, Braga], 1947 [na capa, 1967]. In-8.º (17cm) de [80] p. ; B.
Obra poética sobre a participação do autor na Grande Guerra.
"Quando li este poema do antigo soldado do C. E. P. que nos conta o seu drama com tão comovida sinceridade, lembrei-me de que estas páginas descendem das relações da História trágico-marítima. Aí os cronistas, de cepa tão popular como a deste autor, contavam os seus naufrágios no mar - e o soldado conta-nos o seu naufrágio em terra.
Mas o que torna muito raro o caso destes versos é que pela boca do narrador falam milhares de outras bocas que não sabem exprimir-se e às quais o bardo empresta a voz. A sua voz é a do povo.
Composto através de longos anos por quem só pode pegar na pena depois de ter manejado outros mais rudes instrumentos de trabalho, este poema aparece já quando, para desgraça do Mundo, a última guerra fez esquecer aquela de que os versos nos falam."
(Excerto do preâmbulo de A. Lopes Vieira)

"De unidade em unidade
Correu essa novidade:
Tudo esp'rava a rendição,
Mas dizem logo em seguida
Que já não era rendida
A primeira Divisão

Segue-se o 9 de Abril.
Caem alemães aos mil
Em pilha na nossa frente
Os portugueses, cercados,
Mostram bem que são soldados
Da heróica Lusa Gente.

Recuaram os ingleses
E os valentes Portugueses
Já sem comunicações,
Quase sem artilharia.
Mas lutou a infantaria
Enquanto houve munições.

Contra oito divisões
Sem reservas, sem canhões,
Uma divisão sòmente!
Até à última bala,
Como em Naulila e Nevala
Bateram-se heròicamente.

Entre os mortos e feridos
Houve heróis desconhecidos
Valentes, como leões
Que não foram contemplados.
Mas houve muitos soldados
Como o soldado Milhões."

(Estrofes 130; 131; 132; 133; 134)

Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas.
Raro.
Indisponível

20 novembro, 2018

JACINTA. Episódios inéditos das aparições de Nossa Senhora. Florinhas de Fátima. [Autor: Irmã Lúcia de Jesus]. [Coordenação: José Galamba de Oliveira]. [Preâmbulo: D. José Alves Correia da Silva, Bispo de Leiria]. [Leiria], Edição do Santuário, 1938. In-4.º (23,5 cm) de VIII, 81, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Rara edição original deste trabalho organizado, anotado e desenvolvido pelo Cónego José Galamba de Oliveira a partir dos testemunhos da Irmã Lúcia sobre Jacinta, escritos a pedido expresso de D. José, Bispo de Leiria.
Livro superiormente ilustrado com belíssimos desenhos nas paginas de texto.
"Na Cova da Iria, levantam-se edifícios em honra da Senhora - hospital, Casas de Retiros e já surge, em linhas tão simples como esbeltas, a futura igreja que lhe será consagrada.
Quem fêz êstes prodígios?
No orçamento portugês, Fátima não pesa e nada ainda se pediu a ninguém para o Santuário.
Repito: quem fêz êstes prodígios? - Nossa Senhora, realizando, mais uma vez, a predição de que tôdas as gerações a proclamarão bem-aventurada.
Como apareceu êste livro? preguntar-se-à.
Dos três videntes, não conheci os mais pequeninos. Francisco e Jacinta tinham falecido, quando tomei posse da Diocese de Leiria.
Quando da transladação do caixãozinho de Jacinta, de Vila Nova de Ourém para Fátima, enviei uma das fotografias à Irmã Maria Lúcia de Jesus. Agradeceu-ma e, na sua carta, havia o seguinte trecho:
«Agradeço reconhecidíssima as fotografias. [...] Tenho esperança de que o Senhor, para glória da Santíssima Virgem, lhe concederá a auréola da santidade. Ela era criança só de anos. No demais sabia já praticar a virtude e mostrar a Deus e à Santíssima Virgem o seu amor pela prática do sacrifício. [...]»
Pedi-lhe então que escrevesse os pormenores do que se lembrasse. Obtida licença dos seus Superiores, mandou-me uns apontamentos que o Rev. Dr. José Galamba de Oliveira, professor do Seminário de Leiria, ordenou, a meu pedido. [...]
Da leitura dêste livrinho ressalta a acção da graça de Deus sôbre as almas dos pequeninos pastores, exemplo para todos, prova irrefragável da veracidade da Aparição, início da conversão de tantos, maravilha da graça divina maior do que todos os monumentos de pedra ou mármore que poderiam levantar à glória da bendita Mãi do Céu."
(Excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capa cansada com defeitos marginais e pequenas falhas de papel. Sem capa posterior. Pelo interesse e raridade, a justificar trabalho de recuperação e encadernação.
Raro.
Indisponível

19 novembro, 2018

MANTUA, Bento - QUEM ME DERA VER. (Dialogo em verso). Por... Lisboa, Tipografia L. C. G. G., 1932. In-4.º grd. (28cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de António Lopes - desenho datado de 1932.
Diálogo entre dois cegos num banco de jardim. - Ela é cega de nascença. Ele, apresenta no rosto cicatrizes resultantes de estilhaços de granada.

"É curta a minha história; em pouco se resume;
Tal como a de outros mais na Guerra teve origem,
Fui maduro trigal em que lançaram lume
E em cinzas se tornou, num sôpro de vertigem!

Arrancaram-me um dia, em nome de uma lei,
Aos amanhos da terra e ao grande amor dos meus;
Deram-me um uniforme e assim, logo marchei,
Para a luta travada em campos europeus.

Disseram-me ao partir: «A Pátria está em p'rigo
E é mister defender o nosso torrão natal;
Derrota a ferro e a fôgo o perfido inimigo
Ou deixa-te matar p'ra bem de Portugal»."

(Excerto da peça)

Bento Mântua (1878-1932). "Foi um dramaturgo e escritor português, e o 12.º presidente do Sport Lisboa e Benfica (1917-1926). Com mais de nove anos de exercício de funções, foi o segundo presidente com maior consulado na história do Sport Lisboa e Benfica, logo após Luís Filipe Vieira. O lançamento e conclusão do projecto Campo das Amoreiras, inaugurado em 6 de Dezembro de 1925, constituiu o marco mais importante dos seus mandatos e correspondeu, também, ao momento mais relevante e entusiástico vivido pelo clube até então. A Bento Mântua, além de uma abnegada acção benemérita a favor do clube, particularmente nas obras das Amoreiras, ficou a dever-se, em 10 de Setembro de 1918, a realização do primeiro jogo nocturno de futebol, no campo da Avenida Gomes Pereira, o incentivo ao primeiro campeonato de hóquei em patins, onde chegou a oferecer os prémios, e a organização do torneio anual de atletismo inter-clubes, único que se realizou durante a Grande Guerra. À semelhança de Félix Bermudes, Bento Mântua foi um homem de cultura, destacando-se como dramaturgo e escritor dramático. Há quem o considere um dos criadores do teatro regionalista. Colaborou na publicação periódica Atlântida (1915-1920) e também no semanário Azulejos (1907-1909)."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

18 novembro, 2018

TAVARES, Álvaro - DO INDIGENATO À CIDADANIA. O Diploma Legislativo N.º 1.364, de 7 de Outubro de 1946. [Separata do «Boletim Cultural da Guiné Portuguesa» N.º 8 - Outubro de 1947]. [S.l.], [s.n.], 1947. In-4.º (24 cm) de [16] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Histórico diploma legislativo que põe cobro ao estatuto dos «assimilados» nos domínios ultramarinos portugueses.
Livro ilustrado com uma vinheta tipográfica e o desenho de um indígena no final do texto.
"A Constituição Política consagra o princípio da igualdade dos cidadãos perante a Lei, o que envolve nos precisos termos do parágrafo único do seu artigo 5.º a negação de qualquer privilégio, de nascimento, nobreza, título nobiliárquico, sexo ou condição social.
É certo que o considerar ou chamar assimilados àqueles indivíduos que do indigenato ascenderam à cidadania não importa o estabelecimento de uma distinção ou diferenciação entre cidadãos para o efeito de se lhes negar igualdade aos demais cidadãos perante a Lei.
Não obstante, implicava uma descriminação inconveniente como todas as descriminações.
Criara-se pelo Diploma chamado «dos assimilados» uma categoria de novos cidadãos a quem constantemente se fazia recordar a sua recente desintegração do indigenato, a sua recente emancipação de usos e costumes próprios próprios da sua raça.
Mais ainda, como pelo mesmo Diploma os filhos dos assimilados, assimilados eram, tal descriminação ir-se-ia sucedendo indefinidamente.
Ora nenhum objectivo útil se vislumbrava com tal descriminação e tudo depunha contra ela.
Foi a essa indesejável designação jurídica de assimilado que veio pôr temo o Diploma Legislativo n.º 1.364, de 7 de Outubro de 1946, já conhecido por «Diploma dos cidadãos».
E no relatório justifica-se ainda a orientação seguida na elaboração do diploma com estas judiciosas considerações:
«Sendo da essência orgânica da Nação Portuguesa civilizar as populações indígenas dos domínios ultramarinos, deve, por esta superior razão, encarar-se com verdadeiro júbilo o reconhecimento de todos os progressos - honestos, graduais e seguros - verificados nesse campo. Por cada novo cidadão responsável que se desprenda do indigenato, é mais um esforço civilizador, que se preenche».
«No entanto, para não sermos levados por fáceis triunfos - e não menos falsos benefícios de resultados espectaculares, mas de fundamentos precários e duração transitória; e para não aviltar, concedendo-o imerecidamente, um direito que deve ser apenas legítima aspiração de todo o homem que ascendeu, deve rodear-se o processo de todas as cautelas e instruir-se com todas as garantias».
Que não se cultivem ilusões, nem se limitem regalias. Fiel ao espírito das leis basilares, este diploma garante a concessão de direitos a todos aqueles que os merecem, dentro da razão, da verdade e da justiça - às quais há sempre que juntar a inegualável humanidade do domínio português.»"
(Excerto do texto)
[Descriminam-se de seguida os 5 artigos que compõem o Diploma n.º 1.364, devidamente justificados e explicados].
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

17 novembro, 2018

ARANHA, Brito - LAGRIMAS E SAUDADES. (Duas palavras ao sr. Teophilo Ottoni acerca de Rebello da Silva). Por... Lisboa, Imprensa de J. G. de Sousa Neves, 1872. In-8.º (16cm) de 48 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Elogio público a Luís Augusto Rebelo da Silva, iminente escritor e estadista, falecido no ano anterior à publicação deste opúsculo.
Ilustrado com um retrato do elogiado em separado.
"Rebello da Silva era jornalista distincto, romancista historico de grande merito, orador notavel, e, principalmente, estylista inimitavel. São estas, para nós, as suas qualidades mais attendiveis.
Como estadista, Rebello da Silva deixou no ministerio da marinha, e temolo ouvido confirmar a vários antigos funccionarios d'aquella secretaria de estado, mui honrosamente assignalada a sua passagem pelas altas regiões do poder. Fez bastante na curta permanencia nos conselhos da corôa, e ainda lhe sobraram boa vontade e ardor civivo para muito mais, se as circumstancias politicas lh'o permittissem."
(Excerto do Cap. VII)
Pedro Venceslau de Brito Aranha (1833-1914). "Nasceu em 1833. Aos 16 anos começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo. Mais tarde, devido ao seu cariz autodidacta, alcançou uma cultura acima da média. Colaborou nos mais diversos jornais e revistas. Foi escritor, jornalista e bibliógrafo português, continuador do trabalho de Inocêncio na produção do Dicionário Bibliográfico Português. Foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, para o qual foi eleito em 1 de Julho de 1886. As obras mais significativas de Brito Aranha são as seguintes: Leituras Populares, Instrutivas e Morais (1872); A Marinha Grande (1870); Memorias Histórico-Estatísticas de Algumas Vilas e Povoações de Portugal (1871); A Obra Monumental de Luís de Camões (1886); Subsídios para a História do Jornalismo nas Províncias Ultramarinas Portuguesas (1875); Nota Acerca das Invasões Francesas em Portugal (1909). Brito Aranha morreu em 1914."
(Fonte: teoriadojornalismo.ufp.edu.pt)
Exemplar brochado em bom estado geral do conservação. Capas frágeis e oxidadas, com defeitos.
Raro.
Indisponível

16 novembro, 2018

MAGNO, Capitão David - LIVRO DA GUERRA DE PORTUGAL NA FLANDRES. Descrição militar histórica do C. E. P. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões. Volume I [e Volume II]. Porto, Companhia Portugueza Editora, 1921. 2 vols in-8.º (18,5cm) de 270, [2] p. ; [7] f. il. (I) e 194, [6] p. ; [6] f. il. (II) ; E. num único tomo
1.ª edição.
Obra em 2 volumes (completa), dedicada pelo autor ao Presidente da República António José de Almeida, aos Generais Alves Roçadas, Ferreira Gil e Sousa Rosa, e aos Governadores Xavier de Castro e Massano de Amorim. Trata-se de uma das mais importantes obras coevas que se publicaram sobre a Grande Guerra e o esforço militar português em França.
Ilustrada com 13 estampas, impressas sobre papel couché, distribuídas pelos dois tomos, uma delas, um mapa em folha desdobrável, - "Sector português. Situação das nossas forças na manhã de 9 de Abril".
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do filho de David Magno, Júlio, "ao Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Ten.-Coronel Vences e Costa, Mui Digno Comandante do Regimento de Infantaria N.º 13, com a homenagem e gratidão ao Homem de Honra e ao Militar Insigne".
"Como oficial que ao meu batalhão mais assisti e como campeão do sofrimento da batalha, tendo as minhas fileiras dado à Grande Guerra o primeiro e o ultimo sangue de infantaria n.º 13 e os derradeiros mortos e feridos pela infantaria alemã na Flandres;
Como ajudante da Brigada do Minho e emfim como capitão que durante mais de dois anos fui obreiro e testemunha do Corpo Expedicionário (tendo ainda a minha assinatura ligada a um dos factos de mais benéfica influencia no C. E. P.); - publico estas Minhas Memórias, tendo escrupulisado em as produzir com a maior fidelidade possível, sem esquecer quanto se deve à Patria e a cada um.
Por espírito de justiça para com todos esses Esquecidos e Desconhecidos das trincheiras e mesmo da batalha, adicionei-lhe as monografias das unidades, as quais eram uma necessidade, não só porque muitos arquivos se perderam mas ainda porque se devem unir todos os valores e conciliar todos os interesses.
Constitue este dificilimo encadeamento de quanto vi e senti, e de quanto de positivo se passou na guerra, o primeiro estudo do C. E. P., espécie de codificação de todas as Figuras, de todos os Factos e de várias Impressões, o qual pretende corrigir muitas dessas desvairadas fantasias, lançadas à voracidade das multidões ignárias."
(Excerto de Palavras de apresentação)
David José Gonçalves Magno (1877-1957). "Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877. Seguiu carreira militar, sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde foi condecorado com a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A sua acção no CEP não foi, contudo, consensual nem isenta de polémica, levando-o a pedir julgamento pelas acusações de que foi alvo. Acabou por ser absolvido e confirmar a relevância dos seus serviços. Já no período de Ditadura Militar, e no contexto da revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi deportado para o Sul de Angola, passando pelos Açores e Guiné. Mais tarde foi reintegrado, sendo promovido a Major mas a 14 de Março de 1932 optou por passar à situação de reserva. Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da Comissão de História Militar."
(Fonte: Fonte:http://www.portugal1914.org)
Índice do I Volume:
- A nossa intervenção. - A despedida. - A viagem. - A Flandres. - Em instrução. - Nas trincheiras. - Episódios das linhas. - O esforço do C. E. P. até 9 de abril. - A Divisão na batalha. - A acção das brigadas. - Vesperas da batalha do 13. - O avanço do 15. - As evoluções do 13 sob o vendaval. - As avançadas do 13 e 16. - No reduto de Lacouture. - Nos campos de Lawe. - Depois do 9 de abril. - Para a frente. - Os portugueses em Lille. - Os portugueses na Belgica. - A nossa infantaria na Belgica. - Resultados numericos. - Para sempre. - Conclusões.
Índice do II Volume:
- Legionarios da Flandres. - Metralhadoras, Morteiros e Pioneiros. - Detalhe da artilharia em 9 de abril. - A nossa artilharia na Belgica. - História dos batalhões. - O cativeiro.
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada. Conserva a capa de brochura do 1.º volume.
Exemplar em bom estado de conservação. Com sublinhados, notas e correcções ao longo do texto, por certo, obra do militar a que o autor ofertou o livro.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
Indisponível

15 novembro, 2018

RODRIGUES, Ponte - COOPERAÇÃO AÉRO-TERRESTRE. Pelo Major de Aeronáutica com o curso do Estado Maior... Lisboa, [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas Gráficas do I. A. E. M., Caxias], 1950. In-8.º (21cm) de 168, [4] p. ; [5] desd. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho sobre a cooperação da Força Aérea nos combates terrestres, reflexo da crescente importância estratégica que este ramo das FA adquiriu no contexto da 2.ª Guerra Mundial, terminada poucos anos antes.
Ilustrado no texto com tabelas numéricas, e em separado com 5 desdobráveis: um croquis simulando situação de batalha com utilização da cooperação aéro-terrestre; quatro desenhos esquemáticos sobre organização militar.
"A falta de elementos de estudo sobre a «Aviação Militar» dificulta o desejo que muitos oficiais têm de actualizar os seus conhecimentos sobre este ramo, hoje importântíssimo, das Forças Armadas. [...]
Este livro destina-se especialmente, aos camaradas das Forças Terrestres, embora, seja possível que os meus camaradas aviadores nêle encontrem um ou outro pormenor que lhe possa ser útil. [...]
A doutrina aqui expressa não está regulamentada entre nós, ela é apenas o resultado dos ensinamentos colhidos em escola estrangeira de país que fez a guerra e num ou noutro ponto, adaptada à nossa maneira de ser, às nossas definições e sempre que possível aos nossos regulamentos."
Índice: Introdução. Capítulo Primeiro: Generalidades sobre as Forças Aéreas. I - Missões das Forças Aéreas. II - Características das Forças Aéreas. III - Especialidades das Forças Aéreas. IV - Aviação de Caça. V - Aviação de Bombardeamento. VI - Aviação de Informação. VII - Armamento de Aeronáutica. VIII - Transmissões de Aeronáutica. IX - Fotografia Aérea. Capítulo Segundo: Cooperação Aéro-Terrestre. I - Missões das Forças Aéreas em proveito das Forças Terrestres. II - Grandes Unidades Aéreas. III - Organização da Força Aérea de Cooperação. IV - Execução da Cooperação Aéro-terrestre. V - Serviço de Informações de Aeronáutica. VI - Cooperação das Forças Aéreas nas Diferentes Fases da Batalha. VII - Material da Aviação de Cooperação.
Exemplar brochado em bom estado de cooperação. Contracapa com pequenas imperfeições. Sublinhados a vermelho e apontamentos a lápis nas primeiras 40 páginas do livro.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
Sem registo na BNP.
25€

14 novembro, 2018

CABRAL, Cesar Amadeu da Costa - ALELUIA PORTUGUÊSA! Alocução proferida na sessão solene realisada no Liceu Alves Martins em homenagem aos Herois Desconhecidos da Grande Guerra - Abril de 1921 - [S.l.], Typographia Visiense, 1921. In-8.º (20,5cm) de 8 p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"No 9 de abril, os soldados, os soldados de Portugal, bem sacrificados por arduo e aturado serviço, tinham a missão de guardar no sector e até á ultima extremidade, o sistema de entricheiramentos, em que consistia a linha de vigilancia do exercito inglês.
Não são os nossos aliados inglêses propensos a elogiar os estranhos, muito principalmente quando esses louvores lhes não possam dirimir responsabilidades; porém a imprensa britanica foi justa na apreciação dos factos. Assim o atestam O Times e o Daily Mail de 11 de abril de 1918.
No entanto deu-se o desastre, porque a frente, guarnecida pelos Portuguêses, tinha uma pequena divisão sem as competentes reservas a apoiá-la (pois de Portugal já não marchavam soldados) e sobre ela os alemães lançaram forças consideraveis ao ataque. Houve panico é certo, sobretudo para a rectaguarda; mas que de heroicidade não houve nos combatentes da frente!
Os inglêses dizem: «pequenos grupos de portuguêses mantiveram-se, porém, batendo-se desesperadamente, embora rodeados por forças consideraveis; em Lacouture os restos dum batalhão bateram-se homericamente»."
(Excerto da Alocução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP tem apenas um exemplar registado na sua base de dados.
Indiponível

13 novembro, 2018

SIMÕES, Coronel Alves - MANUAL DO ENFERMEIRO HÍPICO. Coordenado pelo... Inspector Geral do Serviço Veterinário, Membro correspondente da Société de Pathologie Comparée de Paris, Cavaleiro da Legião de Honra, etc. Ministério da Guerra. Lisboa, Imprensa Nacional, 1924 [na capa, 1925]. In-8.º (21cm) de 234, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada ao longo do livro com fotogravuras e desenhos exemplificativos.
"Denomina-se enfermagem a assistência aos doentes.
Enfermeiro é o indivíduo que se dedica à prática da enfermagem. Quando esta visa o tratamento dos animais, o profissional toma o nome de enfermeiro pecuário. Se a assistência se restringe aos solípedes, cabe-lhe a denominação de enfermeiro hípico. [...]
A profissão de enfermeiro obriga a fadigas, vigílias e trabalhos violentos, e requere, portanto, que o indivíduo seja novo, sàdio e robusto para suportar semelhante lida.
O asseio pessoal é uma qualidade que deve caracterizar o enfermeiro, em alto grau, tanto mais que pode, pelo fato, pelas mãos, calçado, etc., ser o transmissor de muitas doenças. O que não tiver amor à limpeza própria pouco se lhe dará do asseio dos doentes e da enfermaria, notando-se que a falta de limpeza é um obstáculo sério a vencer, no tratamento das doenças, mormente nas dos animais.
A outros requisitos, não menos importantes, deve satisfazer o enfermeiro, para merecer êste nome.
Precisa de possuir uma certa instrução a fim de compreender as prescrições do clínico, sagacidade para as executar, e memória para reter o que observar no doente e mais tarde o referir ao clínico.
A sinceridade e consciência são predicados que o bom enfermeiro possuirá, narrando ao clínico todos os factos ocorridos na sua ausência e de que tiver conhecimento, sem os alterar, embora daí lhe advenha qualquer compromisso.
Será um executor fiel das prescrições do clínico a quem deve a mais estrita obediência, confessando-lhe qualquer esquecimento ou engano.
A prática adquirida torná-lo há previdente, habituando-o a preparar tudo quanto o clínico necessita, para o exame dos doentes, para operar, etc., sem que o médico tenha necessidade de lhe fazer contínuas indicações.
O enfermeiro hípico, tendo de lidar incessantemente com irracionais, necessita de prudência, sem deixar de ser resoluto em caso de perigo.
Deve mostrar-se calmo no tratamento dos animais, revelando boa índole, não exercendo sôbre êles a menor violência nem agravando-lhes os sofrimentos; muito pelo contrário mostrar-se há caridoso e paciente e dará uma prova de abnegação servindo semelhante mester."
(Excerto de Preliminares)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas à cabeça.
Invulgar.
35€