28 dezembro, 2017

CAMPOS, Agostinho de - CIVISMO E POLÍTICA. Conferência proferida no salão nobre do Club dos Fenianos Portuenses, em 2 de Dezembro de 1933, a convite da Liga Portuguesa de Profilaxia Social. Pôrto, Imprensa Portuguesa, 1935. In-4.º (23,5cm) de 23, [1] p. ; B. Separata de 2.ª Série de "Conferências da Liga Portuguesa de Profilaxia Social"
1.ª edição independente.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"A mentalidade colectiva portuguesa é atreita a confiar ao progresso da farmacopeia política a cura dos vícios que se transformaram em doenças - crónicas ou agudas - porque se nos atrasou demais a higiene física, moral e mental. Somos messiânicos e milagreiros na exacta medida em que nos mostramos teimosamente descuidados e apáticos. E, quanto mais incuráveis, mais esperamos da prodigiosa intervenção dos curandeiros. [...]
É velha pregação minha que os portugueses de boa-fé, que tudo têm confiado à política, precisam de mudar de rumo e de começar a fazer civismo, ou a temperar de civismo a política, procurando-se e associando-se para fins próximos, práticos, produtivos, concretos embora modestos, de utilidade comum. Sejam políticos, se quiserem, isto é, acreditem numa fórmula, num homem ou num partido, para governar a Nação; mas sejam primeiro e principalmente bons cidadãos da cidade, bons munícipes no seu concelho, bons bairristas no seu bairro, bons vizinhos na sua rua, não deixando passar um só dia sem terem feito, ou conseguido algo útil para o seu imediato ambiente."
(Excerto da conferência)
Agostinho Celso Azevedo de Campos (1870-1944). “Escritor, jornalista, pedagogo e político português. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1892, exercendo advocacia por pouco tempo. Entre 1893 e 1894, ensinou língua e cultura portuguesas em Hamburgo (Alemanha), altura em que iniciou a sua colaboração jornalística nos jornais O Primeiro de Janeiro e Novidades. Em 1895, quando regressou a Portugal, continuou a publicar artigos sobre literatura, política, pedagogia e linguística em diversos órgãos de imprensa, como n'O Comércio do Porto, no Diário de Notícias e n'O Diário Ilustrado, órgão oficioso do Partido Regenerador Liberal, nos Cadernos de Pedagogia, no Boletim do Instituto de Orientação Profissional, entre outros e também em jornais e revistas estrangeiras. A par com a carreira de jornalista, exerceu simultaneamente o cargo de professor de Alemão no Liceu Central de Lisboa, na Casa Pia, no Liceu Pedro Nunes, no Instituto Superior do Comércio e nas Faculdades de Letras das Universidades de Coimbra (1933-1938) e de Lisboa (1938-1941), jubilando-se nesta última, em 1940. Entre 1906 e 1910, Agostinho de Campos foi diretor-geral da Instrução Pública.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa manchada no pé. Ausência da contracapa.
Invulgar e muito interessante.
10€

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