SOLDADOS DE PORTUGAL. [S.l.], [s.n. – comp. e imp. na
Editorial Imperio, Lda., Lisboa], Maio : 1935. In-8º (19cm) de 16 p. (inc.
capas) ; B.
Fotos: capa e contracapa.
Curioso opúsculo de propaganda anti-comunista.
“Com certeza que certos «cavalheiros», já têm chegado ao pé
de Vocês e dito que, «não há o direito de não sermos todos ricos, de não sermos
todos patrões, que não há o direito disto, que não há o direito daquilo, que
devia ser tudo igual, que não devia haver exército, que só no Comunismo é que
está a salvação desta coisa toda, etc., etc., e em geral acabam sempre por vos
aconselhar a revoltarem-se contra tudo isto, a faltarem ao respeito aos vossos
superiores e a não cumprirem as ordens dêles. […]
Querem apoiar-se em vós para subirem ao poder e assim que
estão estabelecidos no poleiro, fazem ouvidos de mercador às vossas
reclamações. A maior parte dos indivíduos que vos aliciam e organizam
revoluções, se elas triunfam, êles mesmo se elevam aos altos postos; se não
triunfam «cavam» como poltrões, deixando abandonados e a sofrer as conseqüências,
as pessoas que êles aliciaram e atiraram para a desgraça. […]
Os comunistas apregoam O AMOR DOS HOMENS, mas nunca se
mataram friamente tantos homens como na Rússia comunista, país onde estão em
vigor essas ideias de igualdade, onde a miséria continua a ser miséria e onde
se mata e desterra uma pessoa por «dá cá aquela palha». […]
Os comunistas apregoam o AMOR LIVRE que é como quem diz a
prostituição das vossas irmãs, filhas e noivas, isto é, o desprezo absoluto
pela honra delas, como acontece na Rússia, onde não há respeito pelos altos
sagrados e invioláveis direitos da família… Com certeza que quereis que vos
respeitem as vossa irmãs e as vossas filhas e não gostaríeis que elas amanhã
mudassem de marido como quem muda de camisa. […]
SOLDADOS! Quási todos vós tendes lá nas vossas aldeias, um
bocado de terra, um bocado de horta e uma casita que estimais como coisa
sagrada e que é o produto de muitas canceiras e muitos trabalhos. Gostarieis
que amanhã vo-la tirassem, que fôsse repartida e cedida a indivíduos, que vós
sempre conhecestes lá na aldeia como vádios e ladrões, ou então que quási tudo
que nela se produzisse fôsse entregue ao Estado? Decerto que não. […]
Não há classes exploradoras, nem há classes exploradas.
Assim temos um exemplo: o sr. Dr. Oliveira Salazar que, sendo filho de um
honrado e humilde feitor de uma quinta em Santa Comba, é hoje o Presidente do
Govêrno… O Destino é que se encarrega de fazer subir uns e descer outros e para
tudo é preciso sorte.
SOLDADOS! Quando alguns dêsses cavalheiros, comunistas,
anarquistas, anarco-sindicalistas ou quaisquer outros, vos aliciarem para
faltardes ao respeito aos vossos superiores, a revoltar-vos, prometendo-vos a
uns licenciamento breve, e a outros promoções e outras coisas que depois não
cumprem, ou então se vos distribuirem algum panfleto ou folheto clandestino,
não hesiteis: - prendei-os imediatamente, dai logo parte da ocorrência,
entregando os folhetos que por acaso por distribuírem.”
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
20€
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