A MOCIDADE – Numero Especial. Homenagem aos escritores e
vultos notaveis do Algarve. Directores: Mateus M. Moreno, José G. Murta, Jaime
da Graça Mira. Colaboração especial dos mais distintos escritores algarvios.
Ilustrações referentes a personagens e logares do Algarve. Faro, Composto e
impresso na tip. do Heraldo, 1913. In-8.º (22 cm) de 32 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Derradeiro número da revista académica algarvia A Mocidade (Out. 1911-Set. 1913). A Mocidade foi uma revista desenvolvida
e dada à estampa por alunos do Liceu de Faro, que alcançou alguma projecção
regional, e cujos directores e alguns colaboradores viriam a atingir
notoriedade nacional. Mateus Moreno, Guerreiro Murta, Graça Mira, Lyster
Franco, Cândido Guerreiro, entre outros, elevaram bem alto as letras algarvias.
Mais tarde, já em Lisboa, na Faculdade de Ciências, Mateus Moreno refundou a
revista, mas agora com o nome «Alma Nova».
Relativamente à revista, e em particular, a este derradeiro
número, retirámos do sítio do projecto “Prof2000” o seguinte texto:
“Semanário académico, literário noticioso e recreativo.
Trabalho - Ciência - Progresso, era o seu lema. Publicou-se ás quintas-feiras e
pertenceu ao Grupo de "A Mocidade" que se compunha de: Jaime da Graça
Mira, natural de Alte, hoje licenciado em Ciências e Farmácia e professor
diplomado de ensino secundário particular, residente em S. Bartolomeu de
Messines, Mateus Moreno, natural da Conceição de Faro, capitão de artilharia,
hoje servindo em Angola, Francisco de Ascenção Mendonça, também da Conceição de
Faro, actualmente licenciado em Ciências e naturalista botânico da Faculdade de
Coimbra e Manuel de Sousa Botelho, já falecido, natural de S. Brás de Alportel.
Sob a direcção de Graça Mira, tendo como secretário da
redacção Manuel Botelho, iniciou a publicação em 26 de Outubro de 1911, tendo
suspendido após a saída dum número especial de 32 páginas, muito ilustrado, em
homenagem aos escritores e vultos algarvios, em setembro de 1913, número que
foi composto e impresso na tipografia de "O Heraldo", de Faro, e correspondia
ao n.° 49.
Graça Mira, abandonara o jornal ao n.° 39 por ter ido prestar serviço militar. Foi então substituído por Mateus Moreno e Guerreiro Murta, natural de Loulé, hoje professor num Liceu de Lisboa, que embora não pertencesse ao Grupo desde o n.º 12 substituirá Manuel Botelho na chefia da redacção, onde prestou os mais relevantes serviços, informou-me Graça Mira.
Composto e impresso na "Minerva Comercial" de Évora.”
(Fonte: http://www.prof2000.ptusers/jotabe/faro06.htm)
Graça Mira, abandonara o jornal ao n.° 39 por ter ido prestar serviço militar. Foi então substituído por Mateus Moreno e Guerreiro Murta, natural de Loulé, hoje professor num Liceu de Lisboa, que embora não pertencesse ao Grupo desde o n.º 12 substituirá Manuel Botelho na chefia da redacção, onde prestou os mais relevantes serviços, informou-me Graça Mira.
Composto e impresso na "Minerva Comercial" de Évora.”
(Fonte: http://www.prof2000.ptusers/jotabe/faro06.htm)
“O nosso jornal, cuja vida foi uma senda espinhosa somente
engrinaldada de amores e benefícios, expirando hoje sob o carinhoso afago dos
mais distintos escritores da sua provincia, não devia nem podia deixar de
oferecer a sua primeira pagina ao mais sublime dente eles – João de Deus: o
pedagogo mais amado das criancinhas e o lírico mais puro, delicado e
sentimental que as letras pátrias conheceram.
Nunca ninguem teve arte de dizer coisas mais belas em frases
tam simples, diz o sr. M. dos Remedios; mas nós, dentre as chamas crepitantes
do nosso orgulho, apenas sabemos exclamar:
Ditoso Algarve que tal
filho teve!”
(Pag. 1 – homenagem a João de Deus)
Na página seguinte, é com amargura e alguma ironia que os editores se despedem:
“Labor Omnia Vincit
Leitores e Camaradas:
«A Mocidade», encerrando hoje a sua publicação, vem
apresentar-vos sinceras e cordiais despedidas, agradecendo ao mesmo tempo todas
as finezas que lhe dispensastes, e bem assim aos ilustres escritores, que tão
obsequiosamente atenderam ao nosso convite, a honra da sua cooperação no
embelezamento e nome do presente numero.
Novos, inexperientes, falhos de auxilio e conhecimentos, não
podemos, porquanto muito perfeitos fossem os nossos desígnios, ser sempre um
modelo de perfeição jornalística; mas nem por isso o nosso nome deixa de
brilhar, em letras fulgentes e aureolado das mais ostensivas referencias, nas
paginas luminosas dos nossos presados colegas.
E pois, que mais havia a esperar de rapazes dum liceu –
rapazes que raramente são capazes de redigirem com gramática um postal p’rás
famílias?
Não podíamos fazer mais, e cremos até que fizemos o bastante
para que todos nos recordem com saudade.
Labor omnia vincit: - eis a verdade.
Os Directores”
Matérias:
1.ª Parte – Autores consagrados:
João de Deus (com g.). Labor omnia vincit – Os directores. Poetas algarvios – Marcos Algarve. Patria – Versos de Rodrigues Davim (com g. do A.). Faro –
Doca e Praça D. F. Gomes (gravura). Ultimo Vôo – Maria Veleda. Regresso… - Sonêto de Bernardo de Passos. O choro dos violinos nos crepúsculos – Versos
de João Lucio (com gravura do A.).
Marim – Ataide Oliveira (com g. do
A.). Coquetismos – Lyster Franco (com
g. do A.). Suicidio – Sonêto de Marcos
Algarve (com g. do A.). Sonêto de Candido
Guerreiro (com g. da Queda do Vigario - ALTE). Apologo da Pulga – Versos de
Coelho de Carvalho (com g. do A.). A
luva – Sonêto de Julio Dantas (com g.
do A.). O filho – Versos de Julio Dantas.
Amor-Victor – Sonêto de Candido Guerreiro
(com g. do A.). Sonêto de Bernardo de
Passos (com g. do A.). Dr. Antonio Cabreira (com g.). Quadras – João Lucio e Bernardo de Passos. Vultos notaveis do Algarve (com g. de Ferreira
d’Almeida). Monumento a Ferreira d’Almeida (gravura).
2.ª Parte – Flores Novas:
Primavera – Versos de Agostinho
Junior. Canto matinal – Sonêto de M.
M. M. Caes de Silves (gravura). Fleur Profanée – Versos de Laurindo Serytram. Um beijo – Versos de José Dias Sancho. Quadras de Rita da Palma e M. M. M. Duas coisas a que o homem obedece cegamente – José Guerreiro Murta. Crianças – Sonêto
de Ascensão Contreiras. Minha capinha
– Versos de João Rico. Mais faz quem
quer que quem pode – Ascensão Mendonça.
Despedida.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Tanto quanto foi possível verificar, a revista não se
encontra registada na base de dados da Biblioteca Nacional.
Muito raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível
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