JUNQUEIRO, Guerra – A VELHICE DO PADRE ETERNO. Porto, Alvarim Pimenta e Joaquim Antunes Leitão, 1885. In-8º grd. (23cm) de 211, [5] p. ; E.
1ª edição.
Obra de referência da literatura nacional, “colecção de sátiras contra os dogmas e os ritos do catolicismo, da autoria de Guerra Junqueiro, dedicada à memória de Guilherme de Azevedo e a Eça de Queirós e publicada em 1885. Na composição inicial, "Aos Simples", o autor esclarece que apenas pretende atacar os dogmas e o clero, e não os que têm fé, e proclama a sua própria "crença robusta": "Mas também acredito, embora isso vos pese, / E me julgueis talvez o maior dos ateus, / Que no universo inteiro há uma só diocese / E uma só catedral com um só bispo - Deus." Ao longo do livro, o autor censura violentamente a deturpação do ideal cristão primitivo (veja-se "A vinha do Senhor"), o fanatismo religioso, o ritualismo oco, o jesuitismo, as superstições obscurantistas e o Vaticano (a que chama "bordel da Igreja").”
Pela sua violência, inusitada na época, a obra foi alvo de grande atenção dos periódicos, que alimentavam a polémica. Censurada pela igreja e os sectores a ela ligados, originando um sem número de opúsculos, folhetos-resposta, artigos, etc., destacou-se nesta “cruzada” o Padre Sena Freitas com, entre outras publicações, o seu livro «Autópsia à Velhice do Padre Eterno», nesta que foi uma faz grandes polémicas literárias do final do século XIX.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros a ouro na lombada; s/ capas de brochura.
Exemplar impresso em papel encorpado, em bom estado de conservação; selo numerado no topo da lombada; escrito numérico no rosto à cabeça.
Invulgar.
65€
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