MELO, Cristina Joanaz de - COUTADAS REAIS (1777-1824). Poder, gestão, privilégio e conflito. Lisboa, Montepio Geral, 2000. In-fólio (30 cm) de 186;[1] p. ; [15] f. il. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho académico. Trata-se da dissertação de mestrado da autora em História dos Séculos XIX e XX - Secção do Século XIX, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Ilustrado no texto com mapas e tabelas, e 15 fotografias a cores distribuídas por 8 páginas no final do livro.
"Em Portugal, as coutadas reais apresentam-se como uma estrutura multifacetada com
implicações marcantes na sociedade Antigo
Regime, ao nível da definição do “status e
ethos” da monarquia, da formação de
instituições e poderes intermédios e serve, ao
mesmo tempo, de barómetro da actuação das
justiças locais."
(Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/21856668-coutadas-reais-1777-1824)
"Actualmente, falar em coutada significa referir um espaço de actividades múltiplas onde se complementaram a exploração cinegética e a actividade agro-florestal. No entanto, para grande parte da população, a palavra coutada é genericamente identificada com um espaço que se caracteriza pela exploração cinegética exclusiva, sem qualquer outro tipo de utilização ou rentabilização económica. [...]
O tema da caça e a importância da actividade cinegética para a nobreza da Época Moderna é de tal modo apaixonante que Salvadori retrata os séculos XVI e XVII como os «Séculos de Ouro da Montaria Francesa». Maria José Rubio Aragonés afirma mesmo que Madrid se teria constituído enquanto capital de Espanha dado ser o espaço que o rei mais frequentava, por ser aqui que se encontravam as melhores coutadas de caça frequentadas regularmente pelos Habsburgos. [...]
No caso português, esta paixão pela actividade venatória também se verifica ao longo de todo o Antigo Regime datando a relação das coutadas reais, na sua quase totalidade, do Regimento do Monteiro-Mor de 1605. A acrescentar a esta circunstância, o caso português prende-se ainda com a questão de salvaguarda de um império ultramarino e de garantia das condições de produção e fornecimento de matérias-primas para a armada. As coutadas reais e a preservação da floresta surgem, então, como um atributo do estatuto da realeza e um imperativo económico. [...]
A dissertação compreende, então, cinco capítulos ordenados da seguinte forma: a introdução, três capítulos de exposição sobre o tema e a conclusão. No capítulo 2 apresenta-se o direito florestal e cinegético em vigor fora e dentro das coutadas durante o Antigo Regime e as alterações desta legislação efectuadas pelas Cortes Constituintes. No capítulo 3 expõe-se a forma como a Montaria-Mor do Reino procedia à gestão e exploração dos recursos. O capítulo 4 retrata a importância da coutada e da caça enquanto privilégios da realeza e da aristocracia e a conflitualidade social nas coutadas reais. Finalmente o capítulo 5 apresenta as conclusões deste trabalho"
(Excerto da Introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
25€
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