AYRES, Christovam - A PRISÃO DO INFANTE D. DUARTE. Por... Academia das Sciências de Lisboa. Separata do «Boletim de Segunda Classe», volume XI. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1918. In-4.º (23,5x15 cm) de 92 p. ; B.
1.ª edição independente.
Importante trabalho histórico sobre o infausto príncipe português, e os seus padecimentos às mãos dos espanhóis no contexto da Guerra da Restauração.
"Duarte de Bragança (1605-1649), filho de Teodósio II, Duque de Bragança, e irmão do futuro D. João IV de Portugal deixou o reino em 1634 para servir o Imperador Fernando III da Germânia na Guerra dos Trinta Anos. Em 1638 visitou Portugal quando lhe foi pedido tomar o comando da revolta que conduziria à Restauração da Independência. Quando a notícia chegou à Alemanha o infante escreveu ao irmão (em 12 de Janeiro de 1641) a dizer-lhe que voltaria ao reino assim que pudesse, mas Espanha obteve por via diplomática que o imperador prendesse o infante na fortaleza de Passau, de onde transitou para a fortaleza de Graz, no sul da Áustria. D. João IV ordenou aos embaixadores que usassem de todos os meios para libertarem o irmão e pediu ajuda ao papa Inocêncio XII sem êxito. D. Duarte foi vendido aos espanhóis e encerrado no castelo de Milão (Castello Sforzesco), cidade italiana então governada por Espanha, onde morreu após oito anos de cativeiro, em 3 de Setembro de 1649."
Estudo muito valorizado pela numerosa correspondência que sobre o assunto se reproduz no interior.
"Os infortúnios e tormentos padecidos pelo Infante D. Duarte de Portugal, irmão de D. João IV - vítima de governos que, nêsse tão infeliz quanto ilustre português, se vingaram em prepotências e tiranias que sôbre Portugal não podiam exercer, porque lhes contrapunhamos, altivos, o valor das nossas armas - representam uma das dores grandes porque tem passado a alma da Pátria."
(Excerto do Estudo)
Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda (1853-1930). "Nasceu em Goa, a 27 de março de 1853, e faleceu em Lisboa, a 10 de junho de 1930. Formado no curso de infantaria e cavalaria da Escola do Exército e no Curso Superior de Letras, foi promovido a alferes graduado em 1876 e a coronel em 1911, tendo sido também lente na Escola de Guerra. Eleito deputado pelo Partido Regenerador por três vezes, desempenhou os cargos de governador civil de Bragança e de promotor de justiça do 2° Conselho de Guerra da 1ª divisão. Integrou a redação do Jornal do Comércio e das Colónias, do qual veio a ser diretor. Foi cofundador, em 1911, da Sociedade Nacional de História, ao lado de Fidelino de Sousa Figueiredo, David de Melo Lopes e José Leite de Vasconcelos. Ao longo da sua vida, Cristóvão Aires pertenceria ainda ao Instituto de Coimbra, à Real Academia de História de Madrid e à Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido também vogal da Comissão Nacional para as comemorações da Guerra Peninsular em 1908. Na Academia das Ciências de Lisboa foi eleito sócio correspondente da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras a 8 de abril de 1886, tendo aí exercido os cargos de Inspetor da Biblioteca (1907-1913), Secretário da Classe de Letras (1910; 1915), Vice-Secretário (1914) e Secretário Geral (1921-1930). Integrou ainda a Comissão de Inventário do Museu Maynense."
(Fonte: https://arquivo.acad-ciencias.pt/details?id=45&detailsType=Authority)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com pequenos cortes marginais.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
25€
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