24 dezembro, 2019

CEBOLA, Luiz – HISTORIA DUM LOUCO : analisada sob o aspecto psico-clinico. Lisboa, Livraria Central Editora H. E. Gomes de Carvalho, 1926. In-8.º (19 cm) de 168 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo de Luís Cebola, médico alienista, na época, director-clínico do Manicómio do Telhal.
“Não se encontra, ao correr a gama das perturbações emotivas, nada que se compare á Dôr Moral que este livro encerra. Jamais se evocou, em côres tão vivas, o terramoto duma alma que foi abatida pelo desvario e se perdeu através um dédalo de conflitos insoluveis, mergulhando exausta no silencio, ao cabo de violentos paroxismos de angustia, desespero e terror.
Caso clinico interessantíssimo, seria imperdoavel deixal-o oculto num arquivo de manicómio.
O heroi triste dessa larga historia de infinita desolação por minha instancia a narrou, mal a consciencia, refeita de luz, emergiu da sua noite de quatro anos. Tudo quanto sentiu adentro do cranio em tumulto, rememorou com admiravel precisão e riquesa de pormenores.
Ler esse documento é ouvir o grito duma tragedia. Analisa-lo é dissecar, atingindo as proprias raises ancestrais, o inventario duma existencia torturada.”
(Excerto do prefácio)
Luís Cebola (1876-1967). Médico alienista, natural de Alcochete. Estudou no Colégio Almeida Garrett, em Aldeia Galega (actual Montijo), onde completou os três primeiros anos do curso liceal, sendo depois transferido para o Liceu Nacional de Évora. De 1895 a 1900, realizou a preparação para os estudos médico-cirúrgicos na Escola Politécnica de Lisboa. Estudou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa de 1899 a 1906. Em 1906 defendeu a sua tese inaugural, A Mentalidade dos Epilépticos, sob a orientação do Professor Miguel Bombarda no Hospital de Rilhafoles. Luís Cebola foi nomeado director clínico da Casa de Saúde do Telhal (pertencente à Ordem Hospitaleira de São João de Deus), a 2 de Janeiro de 1911, por Afonso Costa, em representação do Governo Provisório da República Portuguesa, cargo que desempenhou até 1948. Enquanto director clínico parece ter sido responsável pela introdução e desenvolvimento da ergoterapia ou laborterapia, que visava a recuperação dos pacientes através do trabalho dirigido. E ainda, pela prática de uma psiquiatria social ou comunitária, i.e., uma terapêutica humanitária que visava incentivar a interacção social entre pacientes, médicos, enfermeiros, irmãos e familiares, através da prática de ofícios e de actividades artísticas, lúdicas e desportivas.”
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Carimbo na capa.
Raro.
A BNP tem apenas um exemplar cadastrado na sua base da dados.
Indisponível

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