COSTA, Veríssimo António Ferreira da - ANALYSE DAS ORDENS DO DIA DE BERESFORD, OU REFLEXÕES CRITICAS, E FILOSOFICAS SOBRE A DISCIPLINA DO EXERCITO PORTUGUEZ DESDE A SUA ENTRADA ATE’ O FIM DE 1814, Observações sobre a expedição dos Voluntários Reaes do Principe; Carta Regia de 16 de Novembro de 1811; e Ordem da sua despedida para a America em 1815, ENTREGUE AO GOVERNO EM 3 DE SETEMBRO DE 1815: POR VERISSIMO ANTONIO FERREIRA DA COSTA. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. Anno 1820. In-8º (20cm) de V, 286, [6] p. ; E.
"[...] Nós veremos que este General [Beresford] longe de procurar apertar cada vez mais aquellas liagações [entre a Coroa portuguesa e inglesa], elle se conduzio de maneira tal, que attrahio sobre a Nação Ingleza grande odio dos Portuguezes; conduzindo-se de modo, que parece os Portuguezes estavão vendo o desenvolvimento de hum plano traçado em Londres, para a escravidão de Portugal ao arbitrio da Nação Ingleza. As prepotencias de Beresford; a sua ignorancia, não só do espirito das Leis, como da disciplina militar; a sua falta de educação, o desprezo pelos Portuguezes, e o despotismo praticado em Portugal, desenvolvido tudo isto nesta Analyse, faz ver que Beresford he hum criminoso para Inglaterra." (excerto inicial da obra)
“VERISSIMO ANTONIO FERREIRA DA COSTA, natural de Lisboa e nascido, ao que posso julgar, pelos anos de 1774 a 1776. Tendo seguido a profissão militar era em 1808 Capitão do regimento de infantaria n.º 13 e chegou durante o serviço da Guerra Peninsular ao posto de Tenente coronel do regimento nº 15 da mesma arma, do qual lhe foi dada a demissão em fins de 1813, ou no principio do ano seguinte pelo marechal Beresford, comandante em chefe; diz-se que por motivos de animadversão pessoal cohonestada com pretextos aparentes. Reduzido á classe de paisano foi preso em Maio de 1817 como um dos cúmplices na conspiração denominada de Gomes Freire, culpa de que por então conseguiu justificar-se, saindo solto e livre pela sentença de 15 de Outubro do mesmo ano (vej. no presente volume, pag. 246), que condenou treze co réus à morte de forca, e outros a diversas penas. Deveu talvez para este resultado menos á sua inocencia, que ao valimento e eficaz intercessão de D. Miguel Pereira Forjaz, depois conde da Feira, membro da regência, seu compadre e amigo. No predomínio do governo constitucional em 1821 obteve ser empregado na Repartição do Comissariado do Exercito, e ainda servia como tal, quando em 27 de Julho de 1828 foi preso por suspeito de desafeição ao governo do sr. D. Miguel; e ao cabo de cinco meses transferido para as masmorras da torre de S. Julião da Barra, onde jazeu até ser em 2 de Outubro de 1831 removido para as cadeias do Porto. Com a restauração do trono constitucional foi-lhe dada a reintegração no exercício do seu emprego, e era ultimamente Encarregado da direcção do fornecimento das tropas no departamento do Alentejo, onde morreu pelos anos de 1839 a 1842. Passava por ser homem dotado de energia e actividade e com instrução especial em alguns ramos das ciências militares”. (Inocêncio VII, 417)
Exemplar em bom estado geral de conservação. Encadernação cartonada em meia de pele com ferros a ouro na lombada; apresenta desgaste; miolo aparado; páginas limpas, aqui e ali com picos de acidez.
Muito invulgar, com interesse histórico.
90€
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