BESSA, Carlos – O COMBATE DE MUÍTE: ASPECTOS RELACIONADOS
COM A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NA GUERRA DE 1914-18 EM MOÇAMBIQUE. Pelo académico correspondente… Separata dos «Anais» : II série, vol. 31. Lisboa, Academia
Portuguesa de História, 1986. In-4.º (24,5cm) de 142 p. (p. 135-270), [7] f. il.
; B.
Ilustrado em extratexto com várias fotogravuras dispersas
por 4 f. e mapas (3) em outras tantas folhas: Mapa das possessões alemãs e
portuguesas em África no início da I Grande Guerra; Mapa com a marcha das
forças alemãs que conduziram aos combates de Muíte; «Croquis» usado pelo
Comandante das Forças Portuguesas no Combate de Muíte por falta de cartas
topográficas.
Contém relatórios militares sobre o Combate de Muíte.
Muito valorizado pela extensa dedicatória autógrafa do autor
a D. Virgínia Cabral Fernandes, autora do livro «Memórias Ultramarinas» (1995),
e filha de José Ricardo Pereira Cabral
(1879-1956), político e militar português, Governador do Distrito de Moçambique
(1916-1919 e 1918-1920), e mais tarde Governador-geral de Moçambique (1926-1938)
e Governador-geral da Índia (1938-1945).
Obra sobre o combate de Muíte, amplamente aproveitado pelo
autor para fazer uma análise da situação militar na Província de Moçambique
durante a Grande Guerra, a par de reflexões várias sobre as consequências da
participação portuguesa no conflito mundial. Relevância especial para a análise pormenorizada das forças alemãs no terreno, e do seu comandante, o mítico Von Lettow.
Matérias:
Antecedentes do combate de Muíte
I. Na política internacional. II. Nos bastidores da
diplomacia. III. Na política interna portuguesa. IV. No âmbito militar.
O primeiro combate de Muíte (21 de Dezembro de 1917)
Evolução da situação e medidas tomadas com vista ao segundo
combate de Muíte
A marcha e o segundo combate de Muíte
I. A Organização da Coluna e a Marcha para Muíte. II. O
Segundo Combate de Muíte. III. O Segundo Combate de Muíte no Diário de Campanha
de Von Lettow Vorbeck. IV. A importância militar de Muíte.
Os combatentes de Muíte e os inimigos que defrontaram
I. As forças alemãs e Von Lettow. 1- O Comando de Von Lettow
na África Oriental Alemã. 2- As forças militares existentes na Colónia Alemã e
o seu valor. 3- A reorganização de Von Lettow para a entrada no território de
Moçambique. 4- A dedicação e capacidade combativa das tropas indígenas e dos
carregadores alemães. 5- A táctica de Von Lettow e o aproveitamento dos
recursos locais. II. O clima e as condições sanitárias das tropas portuguesas.
III. A desorganização do Estado e os reflexos na Forças Armadas Portuguesas.
O debate nacional do intervencionismo e do não
intervencionismo na Guerra de 1914-18
I. Interesse de alguns conceitos actuaos sobre História
Militar. II. A situação do Exército Português na Guerra de 1914-18. III.
Intervenção ou não intervenção de Portugal na Guerra de 1914-18. IV. Os
partidos e a opinião pública perante a guerra. V. As tropas da intervenção. VI.
Escolha dos teatros de operações para a intervenção portuguesa. VII. A
graduação do esforço em cada teatro. VIII. Algumas considerações finais.
Epílogo
Documentos
N.º 1 - Ofício do Administrador de Imala sobre a inauguração
do Monumento aos Mortos de Muíte (Moçambique). N.º 2 - Extracto do «lourenço
Marques Guardian», de 9 de Agosto de 1930, sobre a inauguração do Monumento aos
Mortos de Muíte, em Muecate (Moçambique). N.º 3 - Extracto do «Lourenço Marques
Guardian», de 14 de Agosto de 1930, sobre o mesmo assunto. N.º 4 - Relatório do
Combate de Muíte travado com Forças Alemãs, em 7 de Janeiro de 1918, do
Comandante das Forças Portuguesas. N.º 5 - Relatório do Comandante do 3.º
Pelotão da 5.ª Companhia Indígena de Infantaria sobre o combate de Muíte. N.º 6
- Relatório do Comandante do 3.º Grupo de Auxiliares de Nampula sobre o combate
de Muíte. N.º 7 - Despacho exarado no auto de corpo de delito ao General Tomás
de Sousa Rosa e conclusões do Relatório da Comissão de Generais nomeadamente
para estudar e apreciar as operações efectuadas pelas tropas sob o seu comando
na África Oriental Portugusa.
Carlos Gomes Bessa (1822-2013). “A sua carreira estendeu-se
e espraiou-se, fundamentalmente, em duas áreas: a militar e a de académico e
historiador. Depois do Curso na Escola do Exército, iniciado em 1942, foi
colocado no Regimento da Serra do Pilar, uma unidade de grandes tradições
militares, que ficou conhecida como “Os Polacos da Serra”, e que viria a
comandar, como coronel, em 1973. Em 1950 foi chamado para frequentar o exigente
Curso de Estado - Maior, tendo ingressado no respectivo “Corpo” e desempenhado
funções correlativas, durante vários anos. Fez duas comissões no Ultramar – de
que se tornou grande conhecedor e estudioso – a primeira na Guiné, entre 1956 e
1960, onde desempenhou as funções de Chefe de Estado-Maior do Comando Militar
e, logo em Abril desse ano, marchou para Angola a convite do Governador-Geral
de quem foi chefe de Gabinete, tendo regressado em Junho do ano seguinte, na
sequência do início do terrorismo naquela Província. Foi Comissário Nacional da
Mocidade Portuguesa entre 1966 e 1970 estando sempre muito ligado à educação da
juventude tanto na Metrópole como no Ultramar, tendo criado a “Procuradoria dos
Estudantes Ultramarinos”, em 1962. Foi ainda director da Revista “Ultramar”
entre 1961 e 1970. Foram-lhe concedidos 16 louvores e nove condecorações. Como
académico foi um trabalhador incansável, desenvolvendo o seu labor em várias
instituições de que se destaca a Academia Portuguesa da História, de que foi
Secretário nove anos; Academia das Ciências; Sociedade Histórica da
Independência de Portugal; Comissão Portuguesa de História Militar, de que foi
um dos fundadores e, depois, Secretário; Sociedade de Geografia e Revista Militar,
de que foi Director muitos anos. São incontáveis os trabalhos, comunicações e
conferências efectuados, sempre com uma qualidade elevada, muitas delas de
âmbito internacional, tendo desenvolvido contactos sobretudo com o Brasil, a
Venezuela e a Espanha. É ainda autor de vasta bibliografia histórica, de grande
mérito.”
(in http://atulhadoatilio.blogspot.pt/2013/11/in-memoriam-coronel-gomes-bessa.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível