BANDEIRA, Sá da - RELATORIO DOS NEGOCIOS INTERNOS E
EXTERIORES DA SECRETARIA D'ESTADO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS. [Lisboa], Na
Imprensa Nacional, 1839. In-fólio (30,5cm) de 6 p.
Relatório dos acontecimentos de relevo ocorridos entre
Fevereiro de 1837 e Março de 1839, mandado imprimir pelo Visconde de Sá da
Bandeira.
Algumas matérias abordadas:
Supressão do “dispendioso Estafeta semanal entre Lisboa e
Porto”.
Correios insulares.
Regularidade da correspondência com os Estados da Índia.
Relacionamento com a Côrte
de Roma.
Relações políticas e comerciais com o reino da Grécia.
Reclamações de Portugal e França, para satisfação da
Convenção de 25 de Abril de 1818.
Troca de prisioneiros: portugueses detidos em Espanha por Carlistas detidos em Lisboa.
Relacionamento com a Grã Bretanha: Manifestação de pesar
pelos esforços inconsequentes para a elaboração de um Tratado para “maior
repressão do odioso Trafico de Escravatura”*. Direitos de navegação.
Reclamações diversas.
Brasil: Reclamações dos prejuízos sofridos pelos súbditos
portugueses durante a Guerra com o Brasil. Outras reclamações.
Estados Unidos: Direitos de navegação. Proclamação do
presidente dos EU, [Martin van Buren], suspendendo a isenção de que gozavam os
navios portugueses do pagamento de um Dollar
Americano (800 reis) por tonelada, e o princípio da reciprocidade aplicado
pelos portugueses.
*Data de 10 de Dezembro de 1836 o Projecto de Decreto para a
“inteira e completa abolição do tráfico de escravatura nos domínios
portugueses” assinado por Sá da Bandeira, Vieira de Castro e Passos Manuel. Na
mesma data, tomando em consideração o dito projecto, a rainha D. Maria II
confirma e manda publicar o Decreto de abolição do tráfico esclavagista.
Sá da Bandeira (Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, 1.º barão, 1.º visconde e 1.º marquês de) (1795-1876). Figura de relevo da política
nacional no século XIX. Militar durante as Guerras Liberais (onde perdeu o
braço direito no Alto da Bandeira, em 1832, durante o Cerco do Porto), foi
primeiro-ministro e ministro de Portugal em diversas ocasiões. Moço fidalgo da
Casa Real, par do reino, ministro de Estado, marechal de campo, director da
Escola do Exército, presidente do conselho ultramarino; sócio benemérito da
Academia Real das Ciências, etc.
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação.
Com interesse histórico e diplomático. Contém notas
manuscritas no final do texto (pela pena do Marquês de Loulé?), que refere a
Sessão de 22 de Março de 1839 onde o Presidente do Conselho terá apresentado uma
proposta de 4440:000$000 “a fim de pagar
aos subditos Brazileiros as quantias por eles reclamadas…”
Raro.
25€