LIMA, S. de Magalhães – PELA PATRIA E PELA REPUBLICA. Com o
retrato do author e um prefacio do eminente publicista J. M. Latino Coelho.
Porto, Casa Editora Alcino Aranha & C.ª, [1891]. In-8º (19cm) de XXI, [1],
239, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
Com um retrato do autor em extratexto.
1ª edição.
Obra escrita no seguimento do Ultimatum inglês, em época de forte contestação ao rei e à
monarquia.
“[…] Attentemos no que sucede em
Portugal. Sômos um Estado autónomo, independente, orgulhoso das memorias
gloriosas e do brilhante contingente, com que por nossas maritimas aventuras
contribuimos para a civilisação universal. Pois bem. Levanta-se n’um momento de
cubiça exacerbada a nossa «alliada» imemorial, a Inglaterra, e estampa na
fronte do caduco Portugal o stygma de uma cobarde e brutalissima intimação. Que
recursos restam a este povo pequeno, pobre, decaído, para vingar a sua afronta
e reprimir a audacia do flibusteiro?...” (excerto do prefácio)
Sebastião de Magalhães Lima
(1850-1928). “Nasceu no Rio de Janeiro no dia 30 de Maio de 1850, tendo ido
morar para Aveiro aos cinco anos. Em 1870, inscreveu-se no curso de Direito da
Faculdade de Coimbra, que terminou com distinção em 1875. Exerceu advocacia,
mas sempre a par com uma actividade política intensa, pois tinha aderido ao
Partido Republicano Português e à Maçonaria, organização de que viria a
tornar-se Grão-Mestre. No período final da Monarquia foi um jornalista
infatigável, colaborou em dezenas de jornais e revistas, tendo sido fundador do
jornal O Século.
Na qualidade de dirigente do
Partido Republicano Português efectuou várias viagens a países estrangeiros –
Espanha, Itália, Bélgica e França – a fim de obter apoios para a causa
republicana. As suas qualidades pessoais e o facto de pertencer à Maçonaria
Portuguesa abriram-lhe facilmente portas, contribuindo para o êxito das muitas
funções que desempenhou. Durante o governo de João Franco (1906 - 1908)
exilou-se em França para escapar às perseguições de que foi alvo. Regressou
depois do regicídio e, em 1910, o Congresso do Partido Republicano Português,
então reunido no Porto, encarregou-o de voltar ao estrangeiro, acompanhado por
José Relvas para efectuar conversações destinadas a conseguir que os governos
francês e inglês aceitassem a revolução que entretanto se preparava em Portugal
e que veio a rebentar a 5 de Outubro.
Nessa data Magalhães Lima ainda se
encontrava em Paris, donde regressou para participar nos festejos da vitória.
No novo regime foi deputado às Constituintes, tendo sido o relator da comissão
encarregada de redigir a Constituição de República Portuguesa. Depois disso
continuou sempre a efectuar contactos no estrangeiro para obter a simpatia e a
aceitação dos países europeus. Em 1915 integrou o governo como Ministro da
Instrução Pública. Durante o Sidonismo foi preso e mais tarde os seus
opositores chegaram a acusá-lo de cumplicidade no atentado que vitimou Sidónio
Pais.
Magalhães Lima foi também um
escritor de mérito, tendo publicado grande número de ensaios de carácter
político e social, mas também alguns romances. Morreu em Lisboa a 7 de Dezembro
1928.” (www.centenariorepublica.pt)
Exemplar em bom estado geral de
conservação. Capas apresentam mancha de humidade; falha de papel na base da
lombada.
Raro.Com interesse histórico.
Indisponível
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