30 junho, 2017

O DESCOBRIMENTO  DO BRAZIL : narrativa de um marinheiro. Edição popular. Commemorativa do 4.º Centenario do Descobrimento do Brazil. Lisboa, Empreza do «Occidente», [1900]. In-8.º (19,5 cm) de 135, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa de R. Christino - Ribeiro Cristino da Silva (1858-1948), pintor e professor português.
Descrição da viagem da armada capitaneada por Pedro Álvares Cabral rumo a Terras de Vera Cruz. Parte da narrativa sobre a expedição pertence a Pero Vaz de Caminha, vertida da famosa carta que este escreveu a D. Manuel I.
Livro muito ilustrado com bonitas gravuras abertas em metal, mapas e fotogravuras, na sua maioria, ocupando uma, ou duas páginas inteiras.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do(s) autor(es)? "Á Ex.ma Redacção do "Correio da Noite". Assina Raul (e?) Manoel Gomes da Costa.
"Em segunda feira nove de março do anno de 1500 largámos da praia do Restelo, em Belem, e no sabbado seguinte, entre as oito e nove horas da manhã, nos achámos no mar das Canarias, um pouco mais perto da Grande Canaria, e ahi andámos todo aquelle dia em calma, á vista das referidas ilhas, na distancia de umas tres ou quatro legoas.
No domingo 22 do mesmo mez ás dez horas, pouco mais ou menos, demos com as ilhas de Cabo Verde, a começar pela de S. Nicolau, segundo me disse o piloto Pero Escobar.
Na noite seguinte, de segunda feira, perdeu-se da frota a náo de Vasco de Athayde sem que o tempo fosse forte ou contrario para justificar tal acontecimento. Cheio de cuidados mandou logo o capitão a um outro lado fazer dilligencias para havermos noticias, mas foram sem resultado porque a náo não appareceu mais."
(Excerto do Cap. III, Começa a narrativa da viagem - fala Pero Vaz de Caminha)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Falho de lombada.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€
Reservado

28 junho, 2017

GOMES, Pereira - ESTEIROS. De... [Lisboa], Edições «Sirius», 1941. In-8.º (19,5cm) de 297, [7] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa e desenhos de Álvaro Cunhal.
Dedicatória impressa do autor: "Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi êste livro."
"Publicado em 1941, este romance de Soeiro Pereira Gomes é um dos textos inaugurais do neo-realismo e é revelador do engajamento do autor na luta pelos direitos da classe operária.
Trata-se de uma obra de denúncia da injustiça e miséria social, que conta a história de Gineto, Gaitinhas, Sagui e todo um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos, nas margens dos esteiros do rio Tejo."

(fonte: almedina)
"Fecharam os telhais. Com os prenúncios de outono, as primeiras chuvas encheram de frémitos o lodaçal negro dos esteiros, e o vento agreste abriu buracos nos trapos dos garôtos, num arrepio de águas e de corpos. Também sôbre os fornos e engenhos perpassou lufada desoladora, que não deixava o fumo erguer-se para o alto. Que indústria como aquela queria vento, é certo; mas sol também. - Vento para enxugar e sol pra calcinar - sentenciavam os mestres. Mas o sol andava baixo; não calcinava o tijolo, nem as carnes juvenis da malta.
Menos por isso que pela fraqueza das vendas, os patrões não quizeram arriscar mais dinheiro nas fornadas. - Ano mau... Todos os anos se dizia o mesmo. Desde que apareceu a telha francêsa, e o bloco de cimento levou tudo de mal a peor."
(excerto de Outono, Cap. I)
Soeiro Pereira Gomes (1909-1949). Foi um escritor português afecto à corrente do neo-realismo, e conhecido militante comunista. "Nasceu em Gestaçô, Baião, em 14 de Abril 1909, e faleceu em Lisboa, em 5 de Dezembro de 1949. Nos escassos 40 anos de vida escreveu dois romances, “Esteiros” e “Engrenagem", um livro de contos, “Contos vermelhos”, crónicas. A este contributo como escritor, e indissociável dele, há que juntar o que Soeiro prestou como cidadão e militante do Partido Comunista, ao qual aderiu em finais dos anos 30, em Alhandra, localidade ribeirinha do Tejo onde se fixara. Empregado na Cimentos-Tejo, hoje Cimpor, Soeiro envolveu-se em actividades de dinamização cultural e desportiva, organizando aulas de ginástica para os filhos dos operários da fábrica, impulsionando a criação de bibliotecas populares nas colectividades locais, participando activamente na construção de uma piscina. A par destas iniciativas de promoção social e cultural, desenvolveu actividade partidária e participou na organização de greves e manifestações em Maio de 1944, contra o racionamento de bens essenciais, a carestia, o agravamento das condições laborais. Procurado pela PIDE, entrou na clandestinidade. Já então tinha sido publicada, com ilustrações de Álvaro Cunhal, a sua obra maior, “Esteiros“, um romance hoje reconhecido como um dos títulos paradigmáticos do neo-realismo português. "Esteiros" é a história do Gaitinhas, do Coca, do Maquineta, do Gineto, de outros garotos forçados pela fome ao trabalho nos esteiros, canais abertos pelo Tejo na margem alhandrense e de onde se retirava barro para fazer tijolo e telha (nos telhais)."
(fonte: centenariorepublica.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Dedicatória de oferta manuscrita (não do autor). Capas com manchas de oxidação.
Raro.
Indisponível

27 junho, 2017

MELLO, Vicente Pinheiro de - COIMBRA : nobre cidade. Memorias. Com uma carta-prefacio de Affonso Lopes Vieira. Lisboa, [s.n.], Anno de 1909. In-4.º (25cm) de 104, [8] p. B.
1.ª edição.
Memórias do autor dos seus tempos de estudante em Coimbra.
"Quem não conheceu a minha servente, a Guilhermina, com seus cabellos brancos abrindo em bandós sobre a testa engelhada?
Um dia, já distante, quando o Chico Valle se formou, fez, segundo os usos de Coimbra, o testamento do seu quarto de estudante. Deixou a capa a um, a cama, os codigos a outros. Fiquei eu com a Guilhermina, que fôra sem duvida o seu melhor tesosuro. Ninguem mais pittoresco conheci ainda sobre a terra que a minha pobre e boa Guilhermina! Toda Coimbra a conhecia. A «Guilhermina do Vicente Pindella»! Era assim que indistinctamente a tratavam estudantes e tricanas.
Uma vez, numa volta de ferias do Natal, encontrei esquecida sobre a minha banca de trabalho uma cautella de prégo. Dizia assim: Guilhermina Pindella, uma saia de baixo, usada, doze vintens e meio. Soube depois que era assim que ella propria se assignava.
A Guilhermina foi para mim, durante dez annos de Coimbra, o mais extranho mixto de bondade e rabugice que alguem possa phantasiar. Todos aquelles que frequentavam a minha casa nunca conseguiram da sua bocca outro tratamento que não fosse o de tu. Quando se referia ao patrão dizia sempre:
- O maluco sahiu, o maluco não está em casa."
(excerto de A minha servente)
Vicente Miguel de Paula Pinheiro de Melo, também conhecido por Vicente Arnoso (1881-1925). Filho de Bernardo Pindella, o 1.º Conde de Arnoso, secretário particular do rei D. Carlos. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. De acordo con Norberto de Araújo, Vicente Arnoso pertenceu a uma geração singularíssima de Coimbra, uma que deu troveiros e idealistas. A vida, se os espalhou, não os afastou. A distância, mata-a a bondade. Não houve nunca melhor bondade na terra, e os outros, que com ele viveram e viviam – tinham também qualquer coisa de bom, que explicava, nos arroubamentos defendidos pelo instinto fidalgo de bem se cercar, as aproximações para o seu peito varonil. Fizera com Alexandre Braga, com Alberto Costa, o “Pad Zé”, com Aníbal Soares, ainda, com Augusto Soares, Lopes Vieira, João de Barros, Augusto Gil, Amândio Baptista de Sousa (Carnaxide), Fausto Guedes e outros – uma geração impecável de almas boas, concertadas dentro do desconcerto de génios, tendências, ilusões políticas, pecado de se ter nascido homem."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa manchada. Sem f. anterrosto.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

26 junho, 2017

PIMENTEL, Alberto - O ROMANCE DO ROMANCISTA. Vida de Camillo Castello Branco. Lisboa, Empreza Editora de F. Pastor, 1890. In-8.º (20cm) de 379, [1] p. ; mto. il. ; E.
1.ª edição.
Biografia de Camilo por Alberto Pimentel, um dos seus amigos e indefectíveis, e talvez o seu mais dedicado biógrafo, - publicada poucos meses após a morte do grande escritor.
Livro muito ilustrado ao longo das páginas de texto, reproduzindo belíssimos desenhos, retratos, portadas de livros - alguns em página inteira.
"Isto que vai lêr-se é o drama se uma alma superior, em grande parte extraido dos seus proprios livros. A vida de Camillo abunda pittorescamente em lances variadissimos de boa e má fortuna. O mesmo é lêr este escriptor que coordenar mentalmente o romance da sua existencia. O que eu fiz apenas foi dar á emoção produzida pela sua obra a fixação chronologica de uma biographia. Algumas investigações, que me pertencem, deriváram naturalmente do desejo de substituir as reticencias e preencher as lacunas que os seus livros, escriptos sem a preoccupação de uma autobriographia, oppunham á justa curiosidade do leitor.
O perfil historico de Camillo avulta na grandesa romantica dos seus dias felizes e infelizes tanto quanto na culminancia da sua indiscutivel gloria litteraria. Depois das luctas da sua accidentada mocidade, veio o infortunio martyrisal-o, nivelando a prominencia do talento com a enormidade do martyrio.
Nada tem faltado a este homem eminente para o glorificar, - nem mesmo a magestade da desgraça em que o espirito luminoso triumpha das trevas da cegueira."
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada com pequenos defeitos. Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

25 junho, 2017

ESTUDOS FLAVIENSES - N.º 1. O CICLO DO NATAL NA REGIÃO FLAVIENSE. Chaves, Associação Cultural dos «Amigos de Chaves», 1963. In-4.º (23,5 cm) de 55, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Estudos Flavienses, publicação não periódica, editada pela associação cultural «Amigos de Chaves» e dirigida, como determinam os Estatutos, pelo presidente da direcção, Francisco Gonçalves Carneiro. 
Revista dedicada à cultura transmontana, cujo 1.º número é dedicado ao Natal. Com a colaboração de conhecidas personalidades da região de Chaves, incluindo ainda textos de ilustres flavienses do passado. Ilustrada com bonitos desenhos e gravuras no texto.
Na capa: Varandas do Arrebalde - desenho de Nadir Afonso.
Sumário: F. Gonçalves Carneiro - Apontamento folclórico; - O Regresso do Menino Jesus. João da Ribeira - Um olhar sobre o passado. António Granjo - A minha consoada. Heitor Morais da Silva - Autos do Natal em Casas de Monforte. Adolfo Magalhães - Gastronomia do Natal; - Noite de Reis. Fernão Lopes - O cerco de Chaves. Montalvão Machado - Noite à lareira... com o Capitão Vila Frade. Jesus Taboada - Folclore Verinense. Luís Chaves - A recordar se vai a vida. Sousa Costa - Natais em Trás-os-Montes.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Carimbo oleográfico na capa frontal.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível

24 junho, 2017

AZEVEDO, Pinheiro de - OLIVENÇA ESTÁ CATIVA PELA ESPANHA. Por culpa de quem? Olivença! Gibraltar! Malvinas! [S.l.], [s.n. - Tipave, Aveiro], 1982. In-8.º (21cm) de [4], 211, [5] p. ; [2] f. il. ; E.
1.ª edição.
Trabalho sobre a Questão de Olivença - publicado pouco tempo antes da morte do autor - que opõe(?) Portugal ao seu vizinho ibérico, e sobre a Questão de Gibraltar, que separa a Espanha da Inglaterra.
"Sou um home do 25 de Abril, mas que se criou e desenvolveu no regime Salazarista e, como tal, sofri as consequências da ignorância sobre Olivença como terra portuguesa, porque os mapas antipatrioticamente haviam deixado de trazer, sequer como terra irredente aquela antiquíssima vila alentejana, e os livros, não menos criminosamente eram de igual modo omissos a seu respeito. [...]
E nessa ignorância me fui criando até que, muito mais tarde, já depois da celebrada Revolução do 25 de Abril de 1974, sendo, então primeiro-ministro do VI Governo Provisório, encontrei nos arquivos de S. Bento, matéria suficiente para me informar sobre a Questão de Olivença."
(excerto da introdução, Razões desta publicação)
"Mais um livro sobre as questões de Olivença e Gibraltar. Porquê? Porque a Espanha pretende entrar na NATO e não nos parece curial que os pretendentes se apresentem, logo à partida, com sequelas de fronteiras entre eles. [...]
Os portugueses consideram o diferendo de Olivença uma questão ridícula, sem importância, quixotesca.
Os espanhóis pelo contrário, consideram o diferendo de Gibraltar com um admirável entusiasmo, com veemente paixão e com persistente ardor e louvável patriotismo, os espanhóis reclamam, em altissonante brado que ecoa pelo mundo inteiro, a devolução daquela praça militar."
(excerto da nota explicativa)
José Pinheiro de Azevedo (1917-1983). "Militar e Primeiro-ministro do VI Governo Provisório, ficou conhecido como o Almirante sem medo. Oficial da marinha e político português, José Baptista Pinheiro de Azevedo nasce em Luanda, Angola, a 5 de Junho de 1917, tendo falecido em Lisboa, a 10 de Agosto de 1983. Iniciou em 1934 a sua formação militar na Escola Naval em 1934, onde veio a leccionar. Fez parte do Movimento de Unidade Democrática (MUD), tendo apoiado as candidaturas de Norte do Matos e de Humberto Delgado. Entre 1968 e 1972 foi adido naval na Embaixada de Portugal em Londres. Foi figura de destaque durante o PREC, tendo ficado conhecido como o Almirante sem medo. Membro da Junta de Salvação Nacional desde o seu início, foi promovido a Almirante e escolhido para Chefe de Estado-Maior da Armada. Integrou o Conselho da Revolução e foi Primeiro-ministro e ministro da Defesa do VI Governo Provisório entre 19 de Setembro de 1975 e 23 de Junho de 1976, no período sequente à derrota do Gonçalvismo. Foi durante este cargo que proferiu algumas das mais célebres frases do processo revolucionário: “o povo é sereno”; “é só fumaça”; “bardamerda para o fascista”. Decretou, numa medida inédita na política portuguesa, a auto-suspensão do governo. Pinheiro de Azevedo candidatou-se a Presidente da República nas eleições presidenciais de 1976, tendo saído derrotado por Ramalho Eanes. Presidiu o Partido da Democracia Cristã no ano de 1977."
(fonte: memoriasdarevolucao.pt)
Encadernação (de ocasião) cartonada com letras gravadas a ouro na pasta frontal e na lombada (inscrito «Ficção Universal»). Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

23 junho, 2017

SOUSA, Francisco Luiz Pereira de - IDEIA GERAL DOS EFFEITOS DO MEGASISMO DE 1755 EM PORTUGAL. Por... Capitão de Engenharia. These para o concurso de 2.º assistente do 1.º grupo da 2.ª Secção da Faculdade de Sciencias de Lisboa. Lisboa, Typographia do Commercio, 1914. In-4.º (25,5 cm) de 79, [1] p. ; [2] mapas desd. ; [1] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo sobre o terramoto que assolou Portugal em 1755; com um capítulo dedicado aos efeitos operados em Lisboa.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
Livro impresso em bom papel encorpado, ilustrado no texto, e em separado com duas fotogravuras reproduzidas em papel couché, e com dois mapas desdobráveis:
Mapa de Portugal continental a cores (30x52,5cm) - escala 1/1 500.000, identificando os graus de intensidade pela Escala de Mercali em todo o território nacional.
Mapa de Lisboa a cores (32x32cm) - escala 1 : 25.000. Inclui legenda com a identificação dos edifícios públicos e religiosos, bem como, ruas, praças, museus, monumentos e outros locais de interesse público, afectados pelo sismo, e devidamente assinalados no mapa, de acordo com a Escala de Mercali.
"As obras relativas ao terremoto de 1755 em Portugal, publicadas pouco depois deste cataclismo, estão d'accordo em consideral-o de origem submarina. Como, porem, em geral, não se occupam senão dos seus estragos em Lisboa e, quando se referem ás outras terras do paiz, pouco dizem, este tremor de terra ficou conhecido na sciencia por terremoto de Lisboa, por ser considerado este ponto do continente europeu, como aquelle onde se manifestara com mais intensidade.
De facto, foi em Lisboa, onde o terremoto fez mais victimas; mas, não admira, visto ser muito maior a população nesta cidade do que nas outras e por a elle succeder um incendio que durou cinco a seis dias."
(excerto de Zona Epicentral)
Índice:
- Documentos para o estudo do terramoto. - Zona Epicentral. - Propagação do terramoto em Portugal. - Conclusões sobre a tectonica de Portugal. - Effeitos do terramoto em Lisboa. - Notas sobre a Atlantida.
Francisco Luís Pereira de Sousa (1870 - 1931). Engenheiro militar e geólogo português. Natural do Funchal. Docente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Publicou significativa bibliografia sobre o terramoto de 1755. "Apresentou-se a concurso para Assistente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa tendo escrito para esse fim uma tese intitulada "Ideia geral dos efeitos do megasismo em Portugal". A maneira brilhante e distinta como se houve no referido concurso valeu-lhe a sua admissão naquele estabelecimento de ensino como segundo assistente da Cadeira de Geologia, lugar para que foi nomeado em Novembro de 1911."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse para a bibliografia do histórico sismo setecentista.
Indisponível

22 junho, 2017

FARINHA, Ramiro - IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA : sinopse da sua história. II Centenário : 1768-1868. Notas coligidas por... Ano de 1969. Lisboa, Imprensa Nacional, 1969. In-4.º (26cm) de 77, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Breve estudo histórico sobre a Imprensa Nacional publicado por ocasião do seu 2.º centenário. Ilustrado no texto com fotogravuras e reproduções de desenhos clássicos e medalhas comemorativas.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao conhecido livreiro-antiquário José Maria Almarjão.
"À falta de uma obra de fundo, que tarda em aparecer, sobre a história da Imprensa Nacional e convindo, nesta data comemorativa do seu II Centenário, divulgar alguns passoa da sua longa e operosa actividade, recorreu-se à elaboração deste novo resumo do tão apreciado trabalho de Vitorino Ribeiro [A Imprensa Nacional de Lisboa - Subsídios para a Sua História], acrescido, porém, de mais alguns dados recolhidos noutras fontes e até no próprio arquivo do estabelecimento.
Outro intuito não tem, pois, esta Sinopse senão o de assinalar alguns marcos relevantes da história da principal oficina gráfica do estado. 
(excerto da Nota explicativa)
Matérias:
I. 1768-1801: Fundação da Impressão Régia; Pessoal dirigente; Um empréstimo de quarenta contos de réis; Instalação da Impressão Régia; Primeiras relações com o Real Colégio dos Nobres; Incorporação das fábricas de cartas de jogar e de papelões; Contabilização; Entidades a que a Impressão Régia esteve subordinada; Produção.
II. 1801-1810: Nova administração; Impulso ao ensino da gravura; Fábrica de Papel de Alenquer; Outros privilégios; Primeiros prelos de ferro.
III. 1811-1833: Segunda reforma administrativa; Quando aparece pela primeira vez a denominação «Imprensa Nacional».
IV. 1833-1838: Três administradores em cinco anos; Criação da oficina litográfica e aparecimento do primeiro catálogo de tipos.
V. 1838-1844: Um administrador que traçou novos rumos à história da Imprensa Nacional; Criação do corpo de bombeiros voluntários; Morte de Frderico Marecos.
VI. 1844-1878: Escola tipográfica; Caixa de Socorros; O equipamento técnico em 1849; Espécime da fundação de tipos; Folha oficial; Repercussão no estrangeiro Novo espécime de tipos e ornatos.
VII. 1878-1910: A Imprensa Nacional entre os melhores estabelecimentos gráficos da Europa; Regulamentos; O actual edifício.
VIII. 1910-1927: Luís Derouet, novo administrador da Imprensa Nacional; A Imprensa Nacional e a reforma ortográfica; Algumas realizações de vulto; Reapetrechamento da Imprensa Nacional.
IX. 1927-1955: Incorporação de várias tipografias do Estado; Últimas exposições; Inesperada pausa no ensino das artes gráficas.
X. 1956-1968: A actual administração; Laboratório de papel; Perspectivas de uma nova remodelação dos serviços; Comemorações do II Centenário; As comemorações e os orgãos de informação.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

21 junho, 2017

MARTINS, Tito - POR UM OCULO... Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1917. In-8.º (19 cm) de 184, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas sobre a Grande Guerra.
"São em numero de 35 os vapores alemães que as contingencias da guerra reteem no Tejo, transformando-os em prisioneiros voluntarios, visto como a sua saida do nosso porto representaria fatalmente, para eles, o aprisionamento forçado. Dão assim a Deus por bem, o que, em todo o caso, teriam de dar ao diabo por amor de Deus... - o que quer dizer que o seu cativeiro não deixa de ser cativeiro, e, consequentemente, de confranger a alma de quantos teem pela Liberdade por unico ideal a que valha a pena, no mundo, consagrar culto.
Sei bem que são alemães, como quem diz reprobos, predestinados do Inferno em que eles proprios transmutaram a Terra. Tal idéa, porém, não atenua, no meu espirito, a impressão dolorosa despertada pelo espectaculo d'esses navios que se alinham rio em fora, sem que uma restea de fumo acuse n'eles a vida que ainda ha pouco resfolgavm, aos borbotões, pelos canos das chaminés, sem que um unico silvo se lhes escape das valvulas, traduzindo ao menos um suspiro de dôr, o que ainda seria sinal de que viviam.
Não! Tudo n'eles é silencio e imobilidade... Ora, se a morte é a imobilidade, a imobilidade não é menos a morte!..."
(Excerto de A voz dos mastros)
Índice:
Introdução. | O agio do oiro. | A gréve das uvas. | Um sonho. | Pró Germania!. | Era uma vez... | ... por um cabelo. | Von Schulz, general dos hunos. | A Danaide belga. | Duas tiranias. | Poeira o mar.| O cêrco de Paris. | Aliados do Diabo. | As mães portuguezas. | O Corsario de Oiro. | A alliada de... todos. | Variações sobre o mesmo tema. | A voz dos mastros. | Cartas d'um reservista. | A morte do «kaiser».
José Augusto Tito Gonçalves Martins (Lisboa, 1868-1946). "Iniciou a sua carreira de jornalista no jornal "Interesse Publico". Tinha então 18 anos e nunca mais parou. Passou pelo "Imparcial", de Tomás Ribeiro; o "Correio Nacional", do Padre Matos; o "Diário Popular", de Mariano de Carvalho; a "Semana de Lisboa", de Alberto Braga (supl. do "Jornal do Commercio"); O "Século", de Silva Graça; "A Capital", de Manuel Guimarães; e também pela "Luta", "República", "Rebate", "Notícias da Tarde", "O Povo", etc. Assinava muitas vezes como “João Verdades”. No "O Micróbio", como redactor literário, adoptou o pseudónimo “Titan”. Dedicar-se-á também ao teatro, estreando-se como autor, em Novembro de 1889, com a revista "Farroncas do Zé. Também publicou algumas dezenas de livros com crónicas, contos, novelas e romances."
(Fonte: Hemeroteca Digital de Lisboa)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Muito invulgar.
Indisponível

20 junho, 2017

CARVALHO, Luiz Augusto Pinto de Mesquita - ESTUDO SOBRE A FAMILIA E O CASAMENTO. Dissertação para a 4.ª Cadeira da Faculdade de Direito. Por... Alumno da mesma Faculdade. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1888. In-4.º (25cm) de 101, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo histórico sobre a família e o casamento. A presente tese faz a análise histórica destas duas instituições, e constitui a 1.ª parte de um estudo mais alargado, cuja segunda parte - considerações e propostas sobre a família e o casamento na actualidade (da época) - terá sido publicada mais tarde, em 1908, como trabalho autónomo.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a José Ferreira Ferrão Castello-Branco.
"Da observação que temos feito, concluimos que as modificações successivas por que passou a instituição da familia, vão denotando sempre um progresso crescente nos povos que, modificando o modo da sua constituição, a melhoraram.
Assim o mais selvagem systema, sem duvida o que mais se approxima da animalidade primitiva, é a promiscuidade; ella, porém, sob a acção benefica de uma civilisação relativa, separa-se nos dois ramos immediatamente seguintes e por isso immediatamente superiores: a polygamia e a polyandria, menos vulgar, deveria ser o systema familiar que regeria a humanidade através longos seculos, e de tal fórma seria activa a sua acção que, atravessando de envolta com as grandes revoluções posteriores, havia de reflectir-se, embora frouxamente, nas epochas actuaes.
A ultima fórma, e a mais perfeita a que chega a humanidade, é a monogamia, o traço mais caracteristico dos povos que teem atingido os graus mais proeminentes da civilisação. De feito, na monogamia se funda a verdadeira moral, quer ella seja social, quer domestica, quer meramente pessoal."
(excerto do Cap. V, O nosso seculo)
Índice:
Prologo. I - Constituição da familia e condição da mulher nas epochas anteriores á Grecia. 1. A China; 2. A India; 3 - A Persia; 4. A Assyria; 5. O Egypto. II - Grecia e Roma. 1. Grecia; 2. Roma. III - Influencia do christianismo. IV - A mulher da edade-media. V - O nosso seculo.
Luís Augusto de Sales Pinto de Mesquita de Carvalho (1868 - 1931). “Foi um advogado e político Português. Ministro da Justiça por duas vezes em 1916/1917 e 1920. Nasceu no Porto em 1868, filho do General Luís Pinto de Mesquita Carvalho e de Mafalda Júlia de Lemos Barbosa de Albuquerque. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo obtido o grau de Bacharel em 1890. Dedicou a sua vida profissional à advocacia e ao notariado. Foi notário público em Vila do Conde, Vila da Feira, advogado em Aveiro, Vila do Conde, Porto e Lisboa. 1.º oficial da Direcção Geral de Saúde do Ministério do Interior (Até 1917). Foi membro dos Partidos Evolucionista e Liberal. Deputado por Santo Tirso (1911 e 1915). Ministro da Justiça entre 16 de Março de 1916 e 25 de Abril de 1917, e novamente entre Janeiro e Março de 1920. Esteve preso em 1918, tendo retomado o assento parlamentar por Oliveira de Azeméis em 1919. Casou com Fernanda Elisia de Catalã do Amaral Osório da qual teve dois filhos. Mais tarde viria a casar com Maria Isabel de Guerra Junqueiro, filha de Guerra Junqueiro, da qual não teve descendência. Faleceu em 1931. Publicou as Obras A Família o Casamento (1908) e Projecto de Lei do divórcio em Portugal (1910). Constitui a fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Mesquita de Carvalho, pertença da Câmara Municipal do Porto, a qual mantém a Casa-Museu Guerra Junqueiro no Porto."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Envelhecido. Sem capa frontal. Com defeitos e perdas de papel na contracapa. Papel de fraca qualidade, amarelecido por acção do tempo. Pelo interesse e raridade a justificar encadernação.
Raro e muito interessante.
Com interesse histórico.
20€

19 junho, 2017

VIEIRA, Afonso Lopes - ONDE A TERRA SE ACABA [E O MAR COMEÇA. Por... [S.l], [s.n. - Composto e impresso na Imprensa Portugal-Brasil], 1940. In-8.º (18cm) de 121, [7] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Apreciado livro de poesia de Lopes Vieira sobre a história pátria, com forte componente camoniana.
Capa desenhada por João Carlos.
Ilustrado em extratexto com um retrato do autor por Eduardo Malta.

"Ó búzio de burel,
rugoso e tão trigueiro
como um avô marinheiro
do painel!

Nossa-Senhora do Mar
vem, vestida de peixeira,
encostar-se à tua ombreira
 - e chorar!..."

(Nazaré)

Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
Indisponível

18 junho, 2017

NIEUPOORT - USOS E COSTUMES DOS ROMANOS. Por... Versão feita sobre o original latino, acompanhada de notas e da trucção dos termos gregos por Manuel Bernardes Branco. Lisboa, Editor - José Rodrigues, 1865. In-8.º (16,5cm) de [2], 395, [1], XII p. ; E.
1.ª edição.
Tratado sobre a organização civil, política e militar dos romanos, e sobre os seus hábitos, costumes e rituais. Originalmente publicado em latim, na Holanda, em 1712, passou por numerosas edições até 1802, sendo justamente considerada uma das mais completas obras que sobre este tema se publicou. A presente edição de Usos e costumes dos Romanos foi publicada entre nós em 1865, não tendo sido reeditada; a BNP tem recenseado um exemplar, e a Biblioteca da Marinha tem um outro (com data ed. incorrecta).
"Os gladiadores n'outro tempo eram d'entre os escravos, e dos que eram condemnados ou ao espectaculo, ou á espada; entre as quaes duas coisas ha esta differença, que os condemnados á espada deviam ser mortos dentro d'um anno; porém os condemnados aos espectaculos podiam ser livres depois de certo tempo. Havia ainda os que eram tomados d'entre os captivos, ou dados pelo imperador, ou comprados pelo lanista. Porém depois tambem homens livres pelejaram na arena, por dinheiro, ou por gosto de lutarem, e finalmente tambem homens nobres em obsequio ao principe chegaram a este ponto de indignidade, e o que mais é para surprehender, até mulheres foram accommettidas deste furor. E por um desgraçado desejo de novidade, até desejavam ver na praça lutarem anões: mas comtudo, todos foram tidos por infames. Os homens livres, que se vendiam a si proprios para a luta, eram chamados propriamente auctorati, e sua paga auctoramentum, ou gladiatorum. Estes auctorati davam juramento de que haviam de cumprir tudo, quando convinha a legitimos gladiadores cuja formula existe no cap. 117 de Pretonio Arbitrer: «Consentimos sermos queimados, presos, açoutados, e mortos a ferro; e a respeito de qualquer outra coisa que Eumolpo tenha ordenado, como legitimos gladiadores, entregamos reliogisissimamente os corpos e almas ao nosso senhor.»
Os gladiadores  differençavam-se pelas armas, e pelo modo de combater. Em poucas palavras explicaremos cada um d'este genero. Uns certos eram chamados Secutores, cujas armas eram um capacete, um escudo, e uma espada, ou maça de chumbo: e com estes a maior parte das vezes combatiam os Retiarios, os quaes pretendiam embaraçar os adversarios, attirando-lhes com uma rede, e matal-os com uma fisga, ou tridente: a estes, tendo-lhes sido atirada em vão a rede, emquanto a apanhavam fugindo pela arena, perseguiam os secutores, e d'aqui lhe provinha o nome. Os Threces tinham escudo redondo, ou em fórma de meia lua, e uma sica, ou harpen, que é uma espada curva; com as quaes, pouco mais, ou menos, eram ornados os Mirmillones, os quaes no capacete tinham a figura de um peixe: pelo que pelejando um Reciario com um Mirmillão, (pois estes pelejavam muitas vezes) cantava-se: «Não te procuro a ti: procuro o peixe: porque foges de mim ó gallo?» Os Samnitas, que depois foram chamados Hoplomachos, tinham escudos com enfeites de prata, um talabarte, ou tecido de feltro, a que Tito Livio chama spongia, cobertura para o peito, bota na perna esquerda, e, finalmente, um capacete com plumas, ou pennas. Os Essedarios pelejavam de cima de um carro, a que davam o nome de Essedum, á maneira dos Gaulezes e Britannos. [...]"
(excerto do Cap. V, Dos jogos dos romanos - Dos Gladiadores)
Willem Hendrik Nieupoort (c.1670-1723). Foi um jurista, historiador e professor holandês. Lecionou na Universidade de Utrecht, Holanda. Publicou Rituum romanorum explicatio (1712), - traduzida para o francês pelo abade Desfontaines (1741), e um Reipublicae Historia et imperii Romanorum ex Monumentis (1723). A primeira destas obras é considerada um "clássico" da bibliografia histórica sobre os Romanos.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Rubrica de posse na folha de guarda (em bco) e na f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico.
30€

17 junho, 2017

BRITO, J. M. Soeiro de - VIMIEIRO. Elvas, Editor - Antonio José Esteves de Carvalho, 1911. In-8.º (19 cm) de 22, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Intereressante subsídio para a história do Vimieiro, vila alentejana do concelho de Arraiolos.
Ilustrado em página inteira com uma bonita gravura aberta em cobre.
Tiragem: 105 exemplares.
"Ha muitos annos que temos na mente escrever alguma coisa ácerca d'esta bonita villa do Alemtejo que nos foi berço. [...]
Demora o Vimieiro a 30 kilometros nordeste da cidade d'Evora, dezasete e meio a leste d'Arrayollos, a velha Callancia, cujo concelho pertence, distando uns vinte e quatro d'Estremoz para o oeste.
Compõe-se de casas, em grande parte abarracadas, formando umas onze ruas, quatro largos, e algumas travessas e beccos. Além de muitas casas de um andar, tem uma de dois, alguns predios bem construidos, sendo um apalaçado, e um velho palacio que foi solar dos condes do Vimieiro."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

16 junho, 2017

SOUSA, Afonso de - O CANTO E A GUITARRA NA DÉCADA DE OIRO DA ACADEMIA DE COIMBRA (1920-1930). Coimbra, Comissão Municipal de Turismo, 1981. In-8.º (20,5 cm) de 39, [1] p. ; [2] f. il. ; B.
1.ª edição.
Tiragem: 350 exemplares.
Interessante subsídio para a história do Fado de Coimbra.
Ilustrado extratexto com dois retratos, impressos sobre papel couché, de Artur Paredes e Edmundo de Bettencourt.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor que na mesma classifica a sua obra de «divagações académicas».
"Fado de Coimbra?
Mas a toada coimbrã, apregoada sob essa designação e como tal já universalmente reconhecida, deverá, efectivamente, enquadrar-se na veia paradigmática do «Fado» propriamente dito?
Por outras palavras: os cantares que ouvimos directamente das vozes dos próprios criadores ou transmitidos pelas gerações coimbrãs, suas sucedâneas, podem considerar-se envolvidas nas roupagens de que o Fado tradicionalmente se reveste?"
(Excerto da Questão prévia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

15 junho, 2017

ROSADO, José - PINÓQUIO JOGA A BOLA. Aventuras maravilhosas contadas às crianças por... Desenhos de Amorim. Lisboa, Romano Torres, [s.d.]. In-8.º (19cm) de 45, [3] p. ; il. ; B. Colecção Manecas
1.ª edição.
Curiosa história para crianças, cujo protagonista é o "sportinguista" Pinóquio. O principal episódio deste conto infantil é o desafio de futebol entre as duas equipas grandes da capital - os «Leões Façanhudos» (Sporting) e os «Falcões Bicudos» (Benfica).
"O desafio de futebol entre os «Leoes Façanhudos» e os «Falcões Bicudos» estava marcado para as 11 horas desse dia - um lindo domingo de Novembro.
Os «Leões», era um grupo constituído por rapazes da escola de Vila Verde; os «Falcões» pertenciam à escola de Vila d'Águias.
A distância que separava as duas povoações não ia além duma légua; e como o campo onde ia realizar-se o jogo ficasse a meio caminho daquelas duas povoações, os simpatizantes dos «Leões» e dos «Falcões» podiam assistir ao desafio, sem necessidade de grandes caminhadas.
Pinóquio sentia-se verdadeiramente vaidoso em fazer parte da turma dos «Leões»; e conforme se aproximava a hora do desafio, mais aumentava nele o desejo de envergar a camisola verde e os calções brancos da sua equipa."
(excerto do Cap. III, Os "Leões Façanhudos" e os "Falcões Bicudos")
José Rosado (?-?). "Ainda que ao todo, com 84 obras nas quais colaborou, José Rosado tenha sido responsável por uma boa parte de toda a produção da Romano Torres, que contou praticamente com um século de existência, o certo é que quase nada sabemos sobre este autor. Tratar-se-á provavelmente de um pseudónimo, embora nenhuma obra de referência até agora consultada possa corroborar esta informação. José Rosado destacou-se também como tradutor. É de sua autoria, entre outras, a tradução de Ben-Hur, de Lewis Wallace, que contou com cinco reedições. No entanto, foi no campo da literatura infantil que José Rosado mais trabalhou, tendo assinado vários títulos da colecção «Manecas». Em particular, impressiona a qualidade e quantidade de livros infantis dedicados a Pinóquio, colocando esta personagem em vários pontos do globo e desempenhando várias actividades."
(fonte: http://fcsh.unl.pt/chc/romanotorres/?page_id=59)
Exemplar em brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. No interior do livro os desenhos estão preenchidos com lápis de cor.
Muito invulgar.
Com interesse para a bibliografia dos dois clubes de Lisboa.
Indisponível

14 junho, 2017

LOPES, Manuel - OS MEIOS PEQUENOS E A CULTURA (Palavras lidas no Salão do Sporting Club da Horta em 28-III-950). Horta, Edição do Autor, 1951. In-8.º (20,5 cm) de 53, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de reflexões do autor sobre os custos culturais da insularidade.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"... Quando mencionamos meios pequenos e meios grandes, ocorrem-nos,  antes de mais nada, suas relações espaciais. É uma noção puramente visual, simples, primária, isto é, quantitativa e geométrica: comprimento, largura e altura. Posso dizer que a sensação que acompanha tal evolução é, naturalmente, física e estática. Mas o sentido em que tais termos são empregados não é só objectivo, não se prende só com ao volume, à extensão; trata-se de espaços habitados por homens, onde os homens, em comum, se esforçam por realizar a vida o melhor que podem, onde o destino de cada homem corre diante de seus passos como a bola de futebol diante dos pés do jogador. E quem diz destino diz: uma porção de objectivos individuais, solicitações e necessidades guiadoras, num mundo de choques, vário e complexo, com problemas de adaptação, lutas, triunfos e derrotas."
(Excerto de Meios pequenos, meios acanhados)
Matérias:
- Meios pequenos, meios acanhados. - Mocidade desbaratada. - Prejuízos dos meios pequenos. - A mocidade estudiosa e os meios pequenos. - Livros, bibliotecas, bibliotecários. - Sugestões, não soluções. - (Trabalhar... trabalhar...). - Libertação pela cultura.
Manuel Lopes (1907-2005). "Poeta, ensaísta, jornalista e pintor cabo-verdiano, Manuel Lopes nasceu a 23 de dezembro de 1907, na ilha de S. Nicolau, Cabo Verde, e faleceu a 25 de janeiro de 2005, em Lisboa. Estudou em Coimbra e em S. Vicente, para onde regressou em 1923. Os seus primeiros trabalhos literários foram publicados em 1927, no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro , tendo ganho o respetivo concurso de prosa anual. Entre 1931 e 1933, colaborou nos jornais locais Notícias de Cabo Verde e Ressurgimento . Em 1932, integrou o grupo de intelectuais que viria a fundar a revista Claridade quatro anos depois. Por razões de ordem profissional, foi viver para a ilha açoriana do Faial, em 1944, publicando aí o seu primeiro livro de poemas. Durante os onze anos que lá residiu, fez duas exposições de pintura com trabalhos seus e ajudou a constituir o Núcleo de Cultura da Horta. Fixou-se em Portugal em 1955, onde deu a conhecer ao público as suas principais obras de ficção: Chuva Braba (que venceu o Prémio «Fernão Mendes Pinto», 1956), O Galo cantou na Baía (Prémio «Fernão Mendes Pinto», 1959) e Os Flagelos do Vento Leste (Prémio «Meio Milénio do Achamento das Ilhas de Cabo Verde», 1960). Chuva Braba constitui, sem dúvida, o romance mais marcante da sua obra, pelo estilo direto e coloquial, e também pelas personagens simples e reveladoras da pureza cabo-verdiana. A obra foi traduzida para diversas línguas. Manuel Lopes é também autor de ensaios, entre os quais se destacam Os Meios Pequenos e a Cultura (1951) e As Personagens de Ficção e Seus Modelos (Separata de «Comunidades Portuguesas», 1973). Por outro lado, através de obras como Poemas de Quem Ficou (1949) e Crioulo e Outros Poemas (1964), Manuel Lopes dá a conhecer a sua vertente poética."
(Fonte: Manuel Lopes in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [consult. 2017-06-12 21:02:05]. Disponível na Internet: )
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse cultural e regional.
Indisponível