07 abril, 2025

COSTA, José Daniel Rodrigues da -
O HOMEM DOS PEZADÊLOS OU TRESVALIOS DO SOMNO; que podem ser postos em ordem pelos acordados
. Lisboa: 1823. Na Impressão de Victorino Rodrigues da Silva. Calçada do Collegio N.º 6. In-8.º (20x14 cm) de 24 p. ; E.
1.ª edição.
Curioso folheto de cordel. Foi reimpresso no ano seguinte (1824), Na Impressão de João Nunes Esteves.
"Discreto e amavel Leitor, eu dormi, sonhei, e escrevi os sonhos que tive com os olhos fechados, que talvez aproveitem aos que tem os olhos abertos: Os sonhos desta qualidade não fazem cólica, porque não são daquelles do entrudo com recheio de descomposturas regateiraes, que atacão hoje em dia toda a qualidade de Pessoa.
Sei que não nos he permittido dar credito a sonhos; porque o que se passa a dormir, he o mesmo que nada; mas o certo he, que quando eu sonho cousas de gosto, mesmo dormindo me alegro; porque não conheço alli a sua falsidade; em fim receba estes sonhos cada hum como quizer."
(Excerto do Prologo)
José Daniel Rodrigues da Costa (1757-1832). Foi um poeta português, natural de Colmeias, Leiria. Pertenceu à Arcádia Lusitana. Como poeta árcade, utilizou o pseudónimo Josino Leiriense. Teve uma vida de notoriedade social e intelectual activa, testemunhada pelas várias obras literárias que publicou, quase sempre sob a forma de opúsculos que se vendiam como "livros de cordel". Foi popular a sua rivalidade com Bocage.
Encadernação em tela com ferros gravado a seco e a ouro na pasta anterior.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
25€

06 abril, 2025

MONTEIRO, F. J. -
ARTE DE HIPNOTIZAR E CARTOMÂNCIA. 
[Aprender e guardar segrêdo]. Por... [S.l.], [s.n. - Tip. Medina - Marinha Grande], [1961]. In-8.º (16,5x11 cm) de 56 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual de hipnotismo. Além desse assunto, - o principal -, inclui números de cartas e de magia, "truques" descritos com algum pormenor.
Impresso em papel encorpado, ilustrado no texto com desenhos exemplificativos.
"Para hipnotizar, não é indispensável ao hipnotizador conhecer a origem do hipnotismo, quais foram os grandes mestres da ciência, ou a razão dos fenómenos psíquicos que pode produzir. Basta que saiba, que tais fenómenos pode produzir sem o prévio conhecimento de teorias, que talvez julgue ser o ponto base para hipnotizar; até porque o hipnotismo descrito em todo o seu pormenor, tão complexo se torna a sua assimilação, para alguns que pretendessem hipnotizar, o sucesso agigantava-se-lhe na sua imaginação, passando da classe de pequeno muro a transpor, às alturas inacessíveis duma muralha, o que dificultaria o emprego das possibilidades que alguns podem dispor.
O hipnotismo alheia às superstições, é simplesmente a parte integrante do triunfo do homem sobre a sociedade.
A uma carácter bem formado, fácil será notar os sintomas do hipnotismo, derivados da maneira de falar.
Compreendida esta parte, interessa portanto saber produzir o hipnotismo científico, que diverte e dá ao hipnotizador uma sensação de força e poder."
(Excerto da introdução - Para hipnotizar)
Índice:
[Para hipnotizar] | Domínio psíquico, complexos e influência pessoal | A cura de complexos pelo espírito | Influência pessoal | Como empregar o olhar | Exercícios no olhar | Como fascinar uma galinha | Como fascinar um coelho | Sugestão hipnótica | Primeira experiência hipnótica | Segunda experiência | Hipnose profunda | Adormecer o paciente | Acordar o paciente | Letargia, Catalepsia e sonambulismo | Como acordar o paciente em letargia | Catalepsia | Produzir o estado cataléptico | Sonambulismo | Sinais de sonambulismo | Como produzir sonambulismo | Algumas experiências que o hipnot. pode fazer | Memória fantástica | Hipnotizar pelo olhar | Hipnotizar por contagem | Hipnotizar a distância | Hipnotizar pelo telefone | Hipnotizar por carta | Exibição pública | Fazer cair o paciente para trás | Recomendações | Pares e impares | Ficção telepática | Fumo que sai dos dedos | Com 3 cartas adivinhar a carta pensada por outrem | Carta forçada com 16 cartas | Ripar a carta | Ferver água com um fósforo | Adivinhar o baralho carta por carta | Tirar dois ases juntos | Pedir três cartas certas.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
25€

05 abril, 2025

AMZALAK, Moses Bensabat -
O ECONOMISTA JOSÉ ACCURSIO DAS NEVES.
I Bibliografia [II Doutrinas Económicas]. A Economia Política em Portugal. 2 vols in-4.º (25x16,5 cm) de 13, [1] p. (I) e [2], 44, [4] p. (II) ; B.
1.ª edição.
Ensaio com interesse histórico e biográfico para melhor conhecer e interpretar a acção e percurso de José Acúrsio das Neves (1766-1834), "político, magistrado, historiador, ensaísta e pioneiro dos estudos sobre a economia portuguesa, e precursor do industrialismo em Portugal.
Invulgar conjunto (em 2 volumes) - é tudo quanto foi publicado.
"José Accursio das Neves foi um dos mais notáveis economistas portugueses dos princípios do século passado.
A sua biografia é em síntese a seguinte:
Nasceu no lugar de Cavaleiros, perto da antiga vila de Fajão, no distrito de Coimbra, a 11 de Dezxembro de 1766, faleceu no lugar de Sarzedo, do concelho de Arganil, em 6 de Maio de 1834. Era filho de António das Neves Sêco e de D. Josefa Gomes da Conceição. Tendo concluído com aproveitamento e distinção o curso de direito na Universidade de Coimbra, fêz a sua leitura do Desembargo do Paço em 1795, e foi despachado juiz de fora da cidade de Angra, na Ilha Terceira, onde depois de acabado o tempo dessa comissão passou a exercer o cargo de Corregedor.. Nos Açôres permaneceu até fins de 1807, em que regressou ao continente, e, sobrevindo a invasão francesa, foi viver algum tempo no lugar de Sarzedo do concelho de Arganil, onde possuía os bens que havia herdado de seus pais."
(Excerto de I - Bibliografia - Biografia)
"José Accursio das Neves foi um economista individualista à maneira de Adão Smith e João Baptista de Say. As suas doutrinas ressentem-se da reacção operada sôbre a geração dos fisiocratas que em Portugal teve a sua principal representação na plêiade ilustre que colaborou nas Memórias Económicas da Academia Real das Sciências. Para o provar basta a sua afirmação categórica e exclusivista «a industria he sómente que póde salvar-nos, porque só ella dá riqueza, base principal da força, e prosperidade dos povos»."
(Excerto de II - Doutrinas Económicas)
Moses Bensabat Amzalak (1892-1978). "Professor de Economia e Reitor da Universidade Técnica de Lisboa. Publicou mais de trezentos trabalhos. Presidente da Academia das Ciências de Lisboa e da Associação Comercial de Lisboa. Administrador do jornal O Século e da SACOR. Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (1927-78). Recebeu a Legião de Honra francesa e também a Ordem do Império Britânico."
Exemplares em brochura, por abrir, bem conservados. Segundo volume apresenta capas manchadas.
Muito invulgar.
30€

04 abril, 2025

HOMENAGEM A FERNANDO PEYROTEO.
Luanda - 3.X.1964 e Benguela - 5.X.1964. In-4.º (23x17 cm) de [28] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Singela homenagem de um grupo de admiradores organizada em Angola, de onde o jogador era natural.
Fernando Peyroteo (Humpata, 1918 - Lisboa, 1978), foi um futebolista português, natural de Humpata, Huíla (Angola). Integrou com Albano, Jesus Correia, Travassos e Vasques a famosa linha avançada do Sporting - os «Cinco Violinos» - destacando-se dos demais pela estampa atlética e veia goleadora.
Opúsculo ilustrado no interior com publicidade da época, incluindo da Pepsi Cola que na Metrópole, junto com as outras "Colas", estavam proibidas pelo regime.
invulgar e muito curioso; a BNP não menciona.
"Fernando Peyroteo foi, sem dúvida, o nosso mais extraordinário avançado-centro.
Não terá sido, porventura, o avançado-centro mais popular, por nunca ter jogado no Benfica. que é, sem dúvida, o clube de maior projecção nas camadas populares, tanto por ter sido desde a sua origem um clube restritamente português, outro tanto, se não mais ainda, por adoptar a camisola vermelha, a cor que exerce mais demorada e mais agradável sensação na retina do espectador. Mas, sem ter sido tão popular como Victor Silva e Espírito Santo (dois excelentes jogadores da mesma posição, ambos do Benfica) conseguiu ser, na opinião geral, o mais notável de todos os avançados-centro devido à sua extraordinária propensão para a tarefa principal desse posto, e que é, como sabemos todos, o poder de remate à baliza. Bastará recordar que durante a sua carreira de jogador do Sporting e da Equipa Nacional, carreira que foi prematuramente interrompida, ele marcou 700 golos - uma enormidade!"
(Excerto de O que o saudoso Cândido de Oliveira disse de Fernando Peyroteo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Manchado e aparado à cabeça (corte tosco).
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
35€

03 abril, 2025

TEXTOS E DOCUMENTOS -
Jornadas Sociais e Corporativas do Distrito de Setúbal : 40.º Aniversário do Estatuto do Trabalho Nacional. Julho de 1973. [S.l.], [s.n.], 1973. In-8.º (21 cm) de 50, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de três alocuções proferidas em Setúbal (2) e Almada (1) subordinadas ao tema do trabalho e previdência social, poucos meses antes da eclosão do 25 de Abril.
"Ouve-se frequentemente afirmar que as convenções colectivas de trabalho são uma criação espontânea da vida social. Com esta afirmação pretende-se exprimir a ideia de que elas foram uma consequência natural das realidades que se geraram no sei do sistema de relações de produção típico do capitalismo liberal. Serve também a mesma afirmação para acentuar o facto de que as convenções colectivas não ficaram a dever a sua origem à acção do Estado."
(Excerto de Origem e evolução das relações colectivas de trabalho: Alguns aspectos)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€
Reservado

02 abril, 2025

ALMEIDA, Fr. Cristovão de
 -
SERMÃO // DO Smo. SACRAMENTO, // EM ACÇAM DE GRAÇAS, // Na Dedicaçaõ do Templo, que lhe edificou // A RAINHA N. S. // No lugar em que a Magestade de ElRey N. S. // D. JOÃO O QUARTO // Que está em gloria, foi livre milagrozamente da morte, // que lhe intentava dar a sacrilega treiçaõ dos Castelhanos, // indo acompanhando a Christo Sacramentado na // Procissaõ de Corpus o anno de 1647. // ESTEVE O Smo. SACRAMENTO EXPOSTO. // ASSISTIRAM SVAS ALTEZAS. // Disse Missa de Pontifical o Capellão Mòr, Bispo de Targa, // Eleito de Lamego. // PREGOV O O. P. M. FR. CHRISTOVAM DE ALMEIDA // Religiozo de Santo Agostinho, Prègador de S. Magestade, Qualifica- // dor do S. Officio, & Lente de Theologia no Collegio de S. Antaõ // o Velho desta Cidade de Lisboa em 12. de Junho de 661. // EM LISBOA. // Com todas as licenças necessarias. // Na Officina de Henrique Valente de Oliveira, Impressor delRey N. S. // Anno de 1661. In-8.º (19 cm) de [8], 39, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Sermão-homenagem dedicado a D. João IV, falecido poucos anos antes, proferido na Igreja de Corpus Christi, Santa Maria Maior, Lisboa. "O edifício foi construído na sequência de um voto gratulatório da rainha D. Luísa de Gusmão, pela sobrevivência de D. João IV [a um atentado] perpetrado na altura da procissão do Corpo de Deus, o que foi explicado como manobras castelhanas, tendo a capela integrado um conjunto de obras régias de forte carga ideológica, apresentando-se como um dos primeiros monumentos de celebração do sucesso da Restauração".
Prédica proferida e publicada em pleno conflito entre os dois países ibéricos. São muito apreciados estes sermões da Restauração, pretendem celebrar e legitimar o poder real português.
Raro e importante. A BNP não menciona este sermão; possui outra versão mais recente (1672), editado em Coimbra na Officina de Joseph Ferreira, Livreiro da Universidade.
"Se os favores grandes fazé o agradecimento immortal, se quando o beneficio he maior que toda a esperança, não ha paga que seja igual ao beneficio, grande he o acerto desta acção, grande o fim desta solennidade. A Chrito Sacramentado consagra hoje a Fé, a Devação & a Piedade da Rainha N. Senhora este dia solennissimo, este Templo magestozo em agradecimento daquelle beneficio grande, daquele favor admiravel, que hoje fas quatorze annos fes neste lugar á Magestade do nosso invicto Rey Dom João o Quarto de felice, & saudoza memoria. [...]
Os bens, & os males do mundo naõ se fazem taõ incriveis por grandes, como se fazem incriveis por de desuzados Fazerse hum homem manjar (como se fazia Christo) para se dar a comer, Qui manducat meam carnem. Que couza ha mais desuzada, & ao parecer mais incrivel? Pois para o Senhor facilitar o credito a este singular beneficio rompe em tantos juramentos: Vere est cibus, vere est potus. Verdadeiramente, , que se a Piedade da Rainha nossa Senhora não edificára este admiravel Templo, para testemunho deste maravilhozo cazo, que podiamos justamente recear, que o naõ creriaõ os nossos descendêtes, porque para lhe dar credito, naõ parece que bastava, nem o testemunho autentico das escrituras, nem a verdade irrefragavel das historias. Quem avia de crer, que ouve hu homé taõ barbaro, que quis matar ao seu Rey à vista do Sacramento? E quem avia de crer, que foi este Rey taõ mimozo de Deos, que por duas vezes cegou a este traydor os olhos, quando quis empregar o tiro?"
(Excerto do Sermão)
Fr. Cristóvão de Almeida (1620-1679). "Natural da vila da Golegã onde nasceu em 1620. Professou com dezoito anos no Convento dos ermitas de Santo Agostinho, na cidade de Évora. Doutor em Teologia, Mestre da sua Ordem e nomeado pelo príncipe regente, D. Pedro, bispo coadjutor do Arcebispado de Lisboa, dignidade em que foi confirmado com o título de bispo de Martyria. Faleceu nas Caldas da Rainha no dia 26 de Outubro de 1679. Foi considerado um dos mais eloquentes oradores que subiram ao púlpito, com aplauso universal. Era elegante e erudito na oratória." (Inocêncio, Dicionário Bibliográfico Português)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Desencadernado. Apresenta rasgão a toda a largura do frontispício sem perda de papel; última página com falha de papel de algum relevo no pé.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
50€

01 abril, 2025

VILLIERS, Alan -
A CAMPANHA DO ARGUS : uma viagem na pesca do bacalhau.
Introdução de Álvaro Garrido, Historiador e Director do Museu Marítimo de Ílhavo. [2.ª Edição corrigida]. Lisboa, Cavalo de Ferro, 2006. In-4.º (23,5x16,5 cm) de 383, [1] p. ; il. ; B.
Clássico da literatura portuguesa sobre a pesca longínqua - a faina do bacalhau.
Livro ilustrado com um desenho do navio (em duas páginas), mapas e inúmeras fotografias do autor.
"Numa escrita límpida e envolvente, este oficial da Armada australiana, pre­sença assídua nas páginas do National Geographic Magazine do segundo pós-guerra como repórter das «coisas de mar», escreveu uma narrativa de viagem de um dos mais belos veleiros da frota bacalhoeira portuguesa, o Argus. A projecção internacional do livro foi tal que teve tradução em mais de uma dezena de línguas."
(Fonte: Liv. Bertrand)
"Nos meses sombrios do Outono de 1951, as montras dos principais livreiros de Londres e Nova Iorque exibiam um novo livro do mais afamado «escritor marítimo» da época. The Quest of the Schooner Argus, de Alan Villiers. Através do título, só os leitores afeiçoados às relíquias da vela podiam supor que a narrativa fosse dedicada a um navio bacalhoeiro português. Já o subtítulo tornava mais precisos o tema e o género: A Voyage to The Banks and Greenland remetia para uma crónica de viagem, um género clássico da literatura de marítima universal.
O Argus era um lugre belo e imponente, de quatro mastros, à semelhança dos veleiros que o autor australiano mais apreciava. Navio de casco de aço, provido de motor auxiliar, podia carregar oitocentas toneladas de bacalhau. [...]
Ano após ano, o Argus fez-se ao Atlântico para «trazer à pátria o pão dos mares». Cumpriria a sua derradeira campanha de pesca nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia em 1970. Devido à crónica de Alan Villiers, o Argus tornou-se o mais conhecido navio bacalhoeiro português no estrangeiro Com carinho e retórica, o escritor chamava-lhe o «Queen Elizabeth» da frota bacalhoeira portuguesa. [...]
Ilustrado com belas fotografias do próprio autor, o novo livro do comandante Villiers não enjeitava um sentido de documentário, de «descoberta» e divulgação da última actividade económica que fazia uso da navegação à vela em viagens transoceânicas: a pesca do bacalhau por homens e navios portugueses."
(Excerto da Introdução)
Alan John Villiers (1903-1982). "Nasceu em Melbourne, na Austrália, em 1903. Oficial de Marinha e repórter de temas marítimos, granjeou fama no National Geographic Magazine e em diversos jornais australianos e britânicos. Fascinado pela vela transatlântica, realizou filmes documentais e escreveu mais de uma dezena de crónicas de viagens marítimas. Editados na Grã-Bretanha e nos EUA, os seus livros conheceram traduções em diversas línguas. Em 1951 deu a conhecer ao mundo a pesca do bacalhau por homens e navios portugueses. The Quest of the Schooner Argus, cuja tradução portuguesa saiu no mesmo ano, foi das suas principais obras, certamente a mais divulgada no estrangeiro, mercê dos esforços do aparelho de propaganda salazarista. Resultado de uma encomenda das autoridades portuguesas, o livro narra uma campanha de pesca do lugre Argus nos tempos áureos da pesca à linha com dóris de um só homem."
(Fonte: Liv. Bertrand)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€

31 março, 2025

SIGLAS POVEIRAS. Catálogo da Exposição Documental e Bibliográfica
. Póvoa de Varzim, Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim, 1979. In-4.º (23x16 cm) de 88, [12] p. ; ul. ; B.
1.ª edição.
Catálogo da exposição temporária sobre "siglas poveiras", organizado por ocasião da transferência do acervo do Museu para a Associação Comercial, com o intuito de ser levado a cabo obras de restauro e conservação no espaço original, sendo aproveitada a circunstância para divulgar o rico espólio povoense.
Ilustrado com fotografias a p.b. alusivas à exposição, ocupando 7 páginas inteiras.
"Entre os assuntos propostos e discutidos para se iniciar este projecto de exposições, mereceu prioridade o das marcas ou siglas poveiras. Contemplava-se desta forma uma das manifestações mais curiosas da comunidade marítima do burgo e simultaneamente haveria ocasião para se prestar homenagem a António dos Santos Graça, seu primeiro autorizado estudioso, e à própria classe piscatória que durante séculos fez destes sinais seus «brasões de família».
Signo convencional gravado num objecto e destinado a transmitir uma indicação de posse, sem deixar por vezes de estar conotado com a simbologia mítica, a marca ou sigla, é para o pescador poveiro uma espécie de emblemática genealógica com regras precisas na observância do seu uso e transmissão. Na verdade, da casa ao túmulo; dos objectos domésticos às alfaias marítimas; nos arcazes das igrejas locais onde a prática religiosa o levava e nas portas dos templos das terras onde arribava ou ia em devota romagem venerar a imagem de sua devoção; nas embarcações, em que ganhava e arriscava a vida, e até na lousa que no cemitério assinalava a campa quando seus restos  mortais adregavam aí ser recolhidos - esse sinal de figuração geométrica, inspirado no meio circundante, foi utilizado pelos varões da grei como indicativo de propriedade ou presença."
(Excerto do preâmbulo de João Marques)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequena mancha.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
35€

30 março, 2025

PEREIRA, Esteves - SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA INDÚSTRIA PORTUGUESA.
Com um Ensaio Económico-Social sobre as Corporações e Mesteres por Carlos da Fonseca. Lisboa, Guimarães & C.ª Editores, 1979. In-8.º (21,5x15 cm) de 190, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra interessante composta por três estudos, antes publicados sob a forma de artigo n'O Occidente, entre 1897 e 1900, versando diversos aspectos da economia e indústria nacional, e um pequeno estudo de Carlos Fonseca relacionado com os demais.
Ilustrada com tabelas e quadros estatísticos no texto.
"A presente edição compõe-se de três ensaios publicados na revista O Ocidente. Por ordem cronológica apareceram: A Covilhã e a Indústria dos Lanifícios (n.º 659 de 20 de Abril ao n.º 669, de 30 de Julho de 1897; Progressos da Indústria Portuguesa desde os primeiros tempos da Monarquia até às invasões francesas (do n.º 761 de 20 de Fevereiro ao n.º 769, de 10 de Maio de 1900); Sobre as corporações operárias em Portugal (n.º 772 de 10 de Junho ao n.º 775, de 10 de Julho de 1900). [...]
É necessário ter presente os três quartos de século que nos distanciam destes artigos. Não porque os dados informativos tenham envelhecido, ou porque o valor intrínseco tenha diminuído, mas porque evoluiu a óptica de abordar o problema.
Com o pequeno Ensaio Económico Social sobre as Corporações e Mesteres não aspiramos a explicações definitivas. O nosso objectivo é mais modesto. Sondarmos o papel dos ofícios mecânicos na sociedade portuguesa, a sua influência sobre a evolução da indústria e sobre o comportamento dos trabalhadores."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introdução | Tradição e modernidade na Indústria Portuguesa | 1.ª Parte - Sobre as corporações operárias em Portugal. 2.ª Parte - Progressos da Indústria Portuguesa desde os primeiros tempos da monarquia até às invasões francesas. 3.ª Parte - A Covilhã e a indústria dos lanifícios.
João Manuel Esteves Pereira (1872-1944). "Erudito particularmente interessado na história da indústria, J. M. Esteves Pereira frequentou a Academia de Belas-Artes de Lisboa e o Instituto Industrial e Comercial. Concluiu em 1896 o Curso Superior de Letras. Em 1897 publicou na Companhia Nacional Editora, inserida na colecção «Biblioteca do povo e das escolas», a curiosa monografia O feminismo na indústria portuguesa, o que denota desde logo o seu interesse pela história industrial e do movimento feminista. Em 1900 voltou ao tema, publicando na editora Occidente A industria portugueza: século XII a XIX: com uma introdução sobre corporações operárias em Portugal: elementos de logographia industria."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

29 março, 2025

DIAS, Henrique de Carvalho -
O ÚLTIMO FERRO.
[100 fotos de José Mestre Baptista]. [S.l.]. Edições Antologia Taurina [Edição: do Autor], 1985. In-4.º (24x17 cm) de 32 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem do autor ao cavaleiro tauromáquico José Mestre Baptista, primeira figura da "Festa" na época, falecido pouco tempo antes em Zafra, Espanha.
Livro preenchido na sua quase totalidade por 100 fotos do autor.
"Mais do que palavras ficam aqui imagens vivas de um grande toureiro, de alguém que pelas arenas portuguesas passou como símbolo de arte e de valentia na nobre arte de cavalgar a toda a sela...
Jamais assomará sorridente, à porta das quadrilhas.
A notícia abrupta do desenlace correu, na madrugada do passado dia 17 de Fevereiro... Um Fevereiro chuvoso e nevoento. 
Em Zafra faleceu José Mestre Baptista, longe de casa, fora do seu País, mas singularmente perto da terra onde nascera.
Parecia inacreditável! Um homem todo vida, desaparecer assim, de um momento para o outro! A triste realiade da morte... [...]
Recordo, com saudade, esses tempos, dos anos 60, quando competindo com João Núncio, montado no "Falcão" e no "Forcado", Baprista inaugurou um toureio diferente, todo feito de emoção e verdade. Entrava pelos toiros dentro, ou citava de largo, quasi fazendo parar os corações de quantos o viam das bancadas, e, em delírio, lhe respondiam com as mais entusiásticas ovações."
(Excerto da Abertura)
José Mestre Baptista ComIH (Reguengos de Monsaraz, Campo, 30 de maio de 1940 - Zafra, Espanha, 17 de fevereiro de 1985) foi um cavaleiro tauromáquico português. Morreu vítima de asma. Para além de ter iniciado em Portugal o toureio frontal e ao pitón contrário, Mestre Baptista era dotado de uma arte e uma valentia, que ficará para sempre na história da tauromaquia. “Toureiro de corpo inteiro que, praticamente sem ajudas de ninguém se fez a si próprio tornando-se num ídolo e marcando uma época”. Ao fim de quatro anos como amador, Mestre Batista recebe a alternativa de cavaleiro tauromáquico profissional a 15 de setembro de 1958 na praça de touros Daniel de Nascimento na Moita depois de lhe ter sido recusada três meses antes a 19 de julho na praça de touros do Campo Pequeno em Lisboa (a única alternativa recusada em toda a história do toureio a cavalo). Aprovada, desta vez por unanimidade, o cavaleiro teve como padrinho D. Francisco Mascarenhas. A sua primeira corrida como profissional foi na Chamusca em outubro, saindo triunfador e tendo feito a estreia do cavalo Forcado. Apesar de muito criticado e apelidado por alguns de louco, devido ao arriscado e frontal toureio que praticava, depressa passou a alternar com cavaleiros de primeira categoria. Aos poucos o público começou a render-se ao seu novo modo de tourear assistindo-se a uma verdadeira revolução no toureio a cavalo. Arrastando multidões, pisando terrenos até então proibidos que culminavam com os famosos “Ferros á Batista”, instituiu um estilo próprio que veio influenciar a maioria dos cavaleiros das gerações posteriores. A 10 de junho de 1962 em Santarém, realizou uma magnífica actuação onde Mestre Batista deu cinco voltas à arena com saída em ombros. Além do seu estilo de tourear incomparável, a revolução no toureio a cavalo passou por alteração no vestuário, tendo adotado o uso casacas mais curtas, leves e ligeiramente cintadas, calções brancos e sem meias a tapar os joelhos. Conservou contudo o uso do tricórnio durante toda a lide."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta vinco junto à lombada.
Raro.
Com interesse histórico e biográfico.
35€

28 março, 2025

COELHO, Judith Furtado -
JOGOS EDUCATIVOS. [Por]... Professora do Liceu de D. Filipa de Lencastre e da Misericórdia de Lisboa. [S.l.], Composto e Impresso na Tipografia do Reformatório Central de Lisboa «Padre António de Oliveira» - Caxias, 1934. In-8.º (16,5x10,5 cm) de XXV, [1], 138 p. ; B.
1.ª edição.
Obra curiosa. Analisa "a influência dos jogos educativos na formação do carácter das crianças", seguindo-se a descrição de dezenas de jogos, por categoria, dirigidos aos mais novos.
"É grande defeito de muitos educadores, dizia Fénelon, disporem o prazer todo dum lado e o aborrecimento do outro:
«Todo o aborrecimento no estudo e todo o prazer no divertimento.»
Tratemos pois de mudar esta ordem de factores.
Tornemos a escola agradável. Para isso demos-lhe a aparência de liberdade e de prazer, se alguma coisa de útil quisermos obter dos nossos alunos.
Que êles sintam prazer e alegria na obediência e que a disciplina não lhes seja imposta mas sim livre e alegremente consentida."
(Excerto da Advertência)
"O jôgo é agradável porque responde à satisfação duma necessidade inatca na criança.
É lei geral, que tudo o que na vida serve para o seu desenvolvimento, e para a constituição da personalidade é acompanhado dum certo prazer. Comer quando temos fome, dormir se temos sono, etc.
O jôgo será um instinto?
Se assim chamarmos a um acto definido, é certo que o jôgo não é um instinto visto que põe em acção as actividades mais diversas... [...]
Nós diremos portanto que o jôgo é um impulso instintivo.
É um facto que o jôgo interessa a criança."
(Excerto de I - Porque agrada tanto o jôgo à criança?)
Índice:
Introdução feita pelo Professor. Dr. Francisco dos Reis Santos | Advertência | I - Porque agrada tanto o jôgo à criança? Qual é a natureza psicológica do jôgo? II - O que é o jôgo e porque joga a criança? | Dos jogos | Jogos sensoriais | Jogos motores | Jogos psíquicos | Jogos de luta | Jogos de caça | Jogos sociais | Jogos familiares | Jogos de imitação | Conclusão.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capa manchada por acção da luz.
Muito invulgar.
20€

27 março, 2025

CASTELLO BRANCO, Camillo -
D. ANTONIO ALVES MARTINS : Bispo de Vizeu.
Esboço biographico. Por... Segunda edição. Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron - Casa Editora - Lugan & Genelioux, successores, 1889. In-8.º (19x12,5 cm) de 36 p. ; B.
Apontamento biográfico de D. António Alves Martins (Alijó, 1808 - Viseu, 1882), Bispo de Viseu, mas também professor, jornalista e político, em segunda edição. A primeira, publicada pela Viúva Moré, data de 1870.
"É agradavel e não commum esboçar alguns traços da vida de um varão benemerito, cujos antepassados, praticando obscuramente o bem, nos não intimam o dever de lhes attribuir ou inventar proezas civicas. Em tempos não remotos, quando era costume inculcar ou explicar, pelo decoro da stirpe, virtudes ou heroismos, raro biógrapho se sahia limpa e airosamente de ao pé do berço humilde do seu heroe. [...] Homens d'este vulto, per si mesmo nobilitados, não se procuram no berço: é em meio de nós, é desde o momento que os vimos receber da gratidão publica os titulos da sua nobreza."
(Excerto da Abertura)
"O snr. D. Antonio Alves Martins, doutor na faculdade de theologia, bispo de Vizeu, par do reino e ministro de estado honorario, nasceu na Granja de Alijó, provincia de Traz-os-montes, aos 18 de fevereiro de 1808. Modesta abundancia e laboriosa probidade - excellencias congeneres da profissão agricultora - honravam e felicitavam a familia que procede o snr. bispo de Vizeu.
Dado que a sua iniciação a estudos superiores não levasse o intento posto em determinado destino, motivos, em que talvez seria grande parte a obediencia, moveram o moço de deseseis annos a entrar na Terceira Ordem de S. Francisco, chamada na Penitencia, cuja casa capitular era em Lisboa."
(Excerto do Esboço)
Exemplar não muito bem conservado: capas vincadas, com cortes e pequenas falhas de papel; páginas sujas, sobretudo na primeira parte do livro. Em suma, exemplar de leitura aceitável.
Invulgar.
Com interesse histórico e biográfico.
10€

26 março, 2025

PIMENTEL, Alberto -
AS NETAS DO PADRE ETERNO.
Romance original. Por... Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira - Editor, 1895. In-8.º (18,5x12 cm) de [4], 175, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Romance baseado em acontecimentos verídicos, cuja acção decorre em pleno Sexénio (1868-1874), período da história espanhola que tem início com o levantamento revolucionário conhecido por La Gloriosa (1868), e que passou a Portugal por força das multidões de refugiados que atravessaram a fronteira como puderam para salvar a vida, desenrolando-se a presente história no território nacional, sobretudo na zona de Setúbal.
Invulgar e muito interessante.
"Desde a primavera até ao inverno de 1873, decorre, na historia da moderna Hespanha, um periodo de rubra agitação demagogica, em que tanto a abandonada corôa da velha Monarchia de S. Fernando como o recente barrete phrygio da Republica fluctuam n'um mar de sangue, golphado do proprio coração d'esse bello paiz meridional, e sinistramente illuminado pelos reflexos coruscantes dos incendios de Alcoy, que eram o facho tristemente glorioso da insurreição cantonal.
Nação essencialmente catholica, a Hespanha viu profanados os seus templos, principamente em Barcelona, onde as mulheres, n'uma infrene orgia de bacchantes, envergavam as vestes sacerdotaes, entoando cantaraes obscenos, e derramando por sobre os altares o vinho que transbordava das taças.
Nas ruas, as allucinações da musa popular, terrivelmente revolucionaria, alternavam-se com as detonações dos fuzilamentos, e aos dithyrambos entoados á beira dos altares correspondiam, fóra dos templos, trovas sacrilegas, dissolventes, anarchicas. [...]
É certo que na alma popular da Hespanha não estavam de todo pervertidos os sentimentos cavalheirescos da raça castelhana, mas a revolução ia alastrando dia a dia o seu dominio, - em Sevilha era incendiada a calle de las Sierpes, em Cadiz punha-se em almoeda a custodia do Corpus Christi, em Malaga dois bandos rivaes porfiavam em horrores de barbarie, em Granada os desenfreamentos do vandalismo desmoronavam as instituições e os templos, como acontecia em Barcelona, em cujos campos os bosques incendiados chammejavam como enorme fornalha... [...]
Um illustre escriptor hespanhol, o sr. Vicente Barrantes, emigrando n'essa epocha para Portugal, escreveu sob o titulo de Dias sin sol, um livro interessante, em que estão consignadas as dolorosas impressões que as desgraças da Hespanha punham no coração dos seus angustiados filhos. Uma pagina d'esse livro diz:
«Com mão debil e porventura timida empunhou o tribuno Emilio Castellar as redeas da dictadura, ao tempo que a fronteira portugueza, onde eu me achava, offerecia um lancinante espectaculo. Cerrada a do norte pelos carlistas, era aquella a unica porta para escapar d'este inferno de Hespanha, e cada trem do caminho de ferro iberico parecia barcada de Acheronte, como aquellas que rangendo os dentes e blasphemando até dos paes de seus paes viu passar o grande poeta da Edade-Média pelo lodoso lago que ao inferno conduz... De Madrid, de Alcoy, de Cartagena, de Valencia, de Cadiz, de Sevilha, de Jerez chegavam por centenas familias dispersas, como quem foge de uma peste; e isto um dia e outro dia, e mezes inteiros; e récuas e caravanas de inoffensivos lavradores, de pacificos artistas, de laboriosos industriaes desembocavam simultaneamente por todas as povoações da fronteira, desde Barrancos a Setubal, desde Elvas a Lisboa, desde Zamora e Ciudad-Rodrigo ao Porto; misero formigueiro de emigrantes de todas as classes e condições, com os olhos voltados para Hespanha, mas receiando a cada hora que o horror os convertesse em estatuas, como á mulher da Biblia.»
Setubal, pela amenidade do seu clima, e pela belleza dos seus campos, hospedou uma importante colonia hespanhola, atravez da qual eu passeei algumas vezes os meus ocios de touriste. Principalmente no verão, em julho, que foi a epocha mais calamitosa da revolução, a affluencia de emigrados era numerosissima ali. E o que é verdadeiramente notavel é que os havia de todas as côres politicas, porque o perigo era egual para todos. A revolução não curava de perscutar as opiniões de cada um. Perseguia, roubava, incendiava, fuzilava indistinctamente. Já não era pequena felicidade poder fugir á morte, salvar a vida. Dos emigrados, conheci alguns ricos, poucos, e esses eram os que tinham logrado liquidar a tempo os seus haveres, antes que a santa federal se encarregasse da liquidação. D'este numero era a familia Saavedra, de Sevilha, que tem de figurar n'esta historia. Tres pessoas apenas: pae, mãe e filha."
(Excerto do Cap.I)
Alberto Pimentel (1849-1925). "Nasceu no Porto a 14 de Abril de 1849. Com uma obra extensa e variada, escreveu poesia, romance, teatro, biografia, obras políticas, entre outros géneros. Camilo Castelo Branco – que conheceu pessoalmente, lhe prefaciou dois dos seus livros e é matéria de algumas das suas obras – é o seu ídolo e o seu Mestre. Morreu em Queluz no dia 19 de Julho de 1925."
(Fonte: Wook) 
Encadernação do editor em percalina com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas apresentam desgaste marginal. Interior correcto.
Muito invulgar.
25€
Reservado

25 março, 2025

CABRAL, António -
CÃES PORTUGUESES (Chiens Portugais) (Portuguese Dogs) : ESTALÕES DAS SUAS RAÇAS (Standards des Races) (Standards of Breeds). Coordenação e notas de... 3.ª edição actualizada. Lisboa, Clube Português de Canicultura, 1978. In-8.º (22 cm) de 193, [3] p. ; [29] f. il. ; il. ; B.
Terceira edição desta obra de referência da canicultura nacional, bastante mais actualizada e aumentada que as antecessoras (1955 e 1965).
Livro ilustrado no texto, e em separado com 29 folhas impressas sobre papel couché reproduzindo fotografias a p.b. e a cores dos animais.
"Com a publicação dos estalões dos cães portugueses, a Secção de Canicultura cumpre uma das suas atribuições de maior projecção no fomento da canicultura nacional, penitencia-se de só agora o fazer, se o tempo lhe perdoar, e homenageia os criadores e proprietários de cães, que, sem uma orientação facilmente disponível ou de todo vazia, conseguiram, com pouca desordenada variação, manter nas raças caninas indígenas características étnicas, permitindo actualizar ou elaborar os seus indispensáveis estalões.
Não abrange esta publicação a totalidade dos cães das raças portuguesas que muitos pensam existir, mas o quase desaparecimento de algumas – Fila da Terceira – e o seu cruzamento dominante com raças semelhantes, que outras extinguiram – galgo anglo-luso, galgo indígena e barbaças – resumem este livro à publicação apenas dos estalões do Cão de água, do Cão da Serra de Aires, do Cão de Castro Laboreiro, do Cão da Serra da Estrela, do Rafeiro do Alentejo, do Podengo Português e do Perdigueiro Português."
(Excerto do Prefácio da 1.ª edição)
"Nova edição dos Cães Portugueses, que testemunha, quanto as edições anteriores contribuíram para a fixação das características morfológicas e funcionais das raças das raças caninas autoctenes."
(Excerto do Prefácio da 3.ª edição)
Encadernação em percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
35€

24 março, 2025

MAÇARICO, Luís Filipe -
ALDRABAS E BATENTES DE PORTA: Uma Reflexão sobre o Património Imperceptível
. [S.l.], Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular, 2009. In-8.º (21x15 cm) de 64 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio para a história das ferragens - batentes e aldrabas - que estiveram a uso nas portas das casas de há muito até um passado não muito distante.
Ilustrado com 49 fotografias a cores de portas e artefactos objecto do estudo distribuídas por 8 páginas.
"A necessidade de contactar os outros estimulou o ser humano a inventar utensílios, inseridos em sistemas que permitissem comunicar.
Colocados estrategicamente à entrada das portas, batentes e aldrabas, "zelaram" pela tranquilidade e segurança das habitações durante séculos.
A  aldraba abre e fecha a porta, pois está ligada a um trinco que é accionado ao ser rodada, ou chama alguém (tarefa esta similar à do batente, impedindo todavia - pela manifesta impossibilidade em rodar - de facilitar o acesso às casas...). Através do batimento sobre um círculo metálico conhecido por "espera", ambos os objectos contribuem para difundir alegria e desgosto, boato ou segredo.
Para lá da utilização funcional, aflorada nestas linhas, os artefactos mencionados cumpriram - em sintonia - um desempenho simbólico, na medida em que integraram um segundo sistema de protecção, salvaguardando os locatários de espíritos nocivos e maus-olhados, segundo algumas crenças. Ambos participam da ritualização quotidiana de uma convicção ancestral, comum aos povos da bacia mediterrânea.
Efectivamente, estes artefactos, em número significativo, surgem nas portas das ruas de diversas aldeias, cidades e lugares, com um "design" maioritariamente agregado à representação da mão, que se crê incorporada num poder benéfico e protector, na esfera do Sagrado."
(Excerto de 1.1 Aldrabas e batentes. Semelhanças e diferenças) 
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
20€

23 março, 2025

RAMOS, Dr. Luiz Maria da Silva -
SERMÃO SOBRE A DIVINDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CHRISTO.
Recitado na Sé Cathedral de Coimbra. Pelo... Lente cathedratico da faculdade de theologia na universidade de Coimbra... Porto : Braga, Livraria Internacional de Ernesto Chardron - Eugenio Chardron, 1877. In-8.º (22,5x14 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.
Sermão dedicado pelo autor a D. Manoel Corrêa de Bastos Pina, Bispo de Coimbra, Conde de Arganil, etc.
"O dogma da divindade de Jesus Christo, é tão necessario para explicar a historia do homem no tempo e no espaço, como o dogma da existencia de Deus, supremo arbitro de tudo, é necessario para explicar os phenomenos do universo. [...]
A divindade de Jesus Christo é, por isso, um verdadeiro postulado da historia, e conseguintemente um dogma razoavel. No Evangelho de hoje, offerece o Salvador a seus inimigos dous motivos, qual d'elles mais convincente, para abonar o seu caracter divino: a sua sanctidade immaculada: quis ex vobis arguet me de peccato? e a sua veracidade omnimoda: Si veritatem dico vobis, quare non creditis mihi? Logo Jesus Christo é Deus. Eis o que naturalmente se deduz das suas palavras, e eis tambem o assumpto do meu discurso."
(Excerto do Preâmbulo)
Luís Maria da Silva Ramos (1841-1921). "Nasceu em Braga. Em 23 de Dezembro de 1866, com 25 anos, formou-se na Faculdade de Teologia de Coimbra. Foi lente substituto da mesma Faculdade em 1876 e lente catedrático em 1874. Depois de ordenado sacerdote consta que foi professor no Seminário diocesano de Braga, onde Ieccionou Teologia moral, e no Seminário de Coimbra, onde regeu a cadeira de Teologia Litúrgica e Sacramental. Chegou a ser eleito director da Faculdade de Teologia de Coimbra.
Foi director da Estrela d'Alva, de Braga, e redactor da Civilisação Catholica, do Porto. Nesta última revista tomou a defesa da União Nacional com Tomás de Vilhena. Colaborou ainda noutra imprensa católica. A saber: União Catholica, Futuro, Consultor do Clero, todos de Braga; A Nação, de Lisboa; Caridade, Ordem e Instituições christãs, do Porto. A sua actividade sócio-cultural e religiosa não se esgotou na imprensa. Pertenceu, ainda à Academia filosófico-escolástica de S. Tomás de Aquino (Barcelona) e à Sociedade de S. Paulo para a difusão da imprensa católica (Roma)."
(Fonte: Jorge, Ana Maria C. M. - Os Participantes do I Congresso Católico Português (1871-1872), in Lusitania Sacra, 2.ª série, 12, (2000))
Exemplar em bom estado geral de conservação. Envelhecido. Frágil, com defeitos e pequenas falhas de papel na capa. Ausência da contracapa.
Raro.
10€
Reservado

22 março, 2025

VIEIRA, Rui Rosado - CAMPO MAIOR: DE LEÃO E CASTELA A PORTUGAL (SÉCULOS XIII - XIV).
Comunicação do autor às Jornadas de História Medieval realizadas, em Junho de 1985, na Faculdade de Letras de Lisboa. [S.l.], Edição do Autor, 1985. In-8.º (201x15 cm) de 47, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história das relações de vizinhança entre Portugal e Castela na zona raiana do Alto Alentejo ao longo da Idade Média, e em particular no concelho de Campo Maior e regiões limítrofes.
Ilustração da capa: Imagem, em mármore, de Santa Bárbara, existente no interior da igreja do Castelo de Campo Maior. O edifício empunhado pela Santa representa a altíssima Torre de Menagem já desaparecida.
"Campo Maior, vila situada a cerca de dezoito quilómetros de Elvas e a semelhante distância de Badajoz, foi, conjuntamente com Ouguela, e só ultrapassada por Olivença, o lugar do Alto Alentejo que durante mais tempo se manteve ao lado dos partidários de Castela, no conflito que opôs os dois reinos ibéricos, a partir de finais de 1383.
Descobrir o fio condutor que explique essa singularidade é o principal objectivo deste texto.
Para tal, e com base em documentação de proveniência diversa, procurou-se acompanhar, através das suas vicissitudes, a evolução político-institucional desta vila raiana, desde o período histórico melhor documentado (isto é, desde 1255) até ao momento em que, no ano de 1388, Campo Maior foi conquistada aos castelhanos pelo exército de D. João I de Portugal. Período ao longo do qual se deram passos decisivos para a formação do concelho, para a definição dos limites do seu território e da fronteira luso-espanhola na região, e para a integração plena da vila no corpo físico e ideal da nação portuguesa."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Nota prévia | I - Introdução. II - Campo Maior no período da reconquista cristã. III - A segunda metade do século XIII. IV - Do Tratado de Alcanizes, a finais de 1383. V - Campo Maior, um bom lugar que tinha voz por el Rei de Castela. VI - Conclusão. | | Apêndice documental | Fontes e bibliografia.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
20€

21 março, 2025

SERPA, António Ferreira de -
CRÓNICA DE EL-REI D. SEBASTIÃO,
único dêste nóme e dos Reis de Portugal o 16.º, compósta pelo Padre Amadôr Rebêlo, companheiro do Padre Luís Gonçalves da Câmara, Mestre do dito Rei Dom Sebastião. Porto, Livraria e Imprensa Civilização - Editora, 1925. In-8.º (19x12,5 cm) de [4], 283, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Crónica de D. Sebastião da autoria do Pe. Amador Rebelo. Trata-se de um documento manuscrito - na época, inédito - depositado na Torre do Tombo.
Exemplar valorizado pela dedicatória manuscrita do autor ao "Ex.mo Sr. Dr. Manuel J. Correia".
"A crónica, que se publica, é um dos numerosíssimos documentos guardados no rico Arquivo Nacional da Tôrre do Tombo, desconhecido e desestimado pelos governantes, e por aqui póde avaliar-se a colossal incultura de que são prodigamente dotados e de quem têem dado próvas exuberantes. [...]
O que se tem escrito a respeito de Dom Sebastião, pró e contra, [é] uma conseqüência dessa falta de estudo, além de que o vencido de Alcácèr Kibir não é uma criatura vulgar, como se demonstra com as discussões travádas. [...]
O Padre Amadôr Rebêlo, jesuíta, calígrafo notável e Reitôr do Colégio de Santo Antão, conheceu o Rei dêsde a idade dos 6 anos e foi seu professôr de escrita.
A sua crónica tem todo o cunho da imparcialidade: censúra ou louva o seu régio discípulo, sempre que há motivo para isso.
Conhecia Marrócos e a sua política, o que não causará estranhêsa, pois Dom Sevbastião lá mandára quem atentamente examinasse a situação do país onde iria combater, e o próprio monarca foi uma vês à África, para, de visu, pessoalmente, confrontar as impressões colhidas com a realidade. As virtudes e os defeitos do néto de Carlos V patenteiam-se a toda a luz nêste escrito do Pe. Amadôr. Sem sombra de dúvida, esplendem o seu amôr por Portugal e a sua corágem inegualável, porque era desmedida.
Foi bem um cavaleiro medieval extraviado no século XVI e num país dessorado pelas drógas do Oriente. Quis reatar a tradição africana da sua dinastía, e resgatar êrros que de longe vinham e, daí, a sua emprêsa.
Ao seu plano não faltou grandêsa: ia restabelecer um sultão destronado, garantir, no grande celeiro marroquino, a provisão de trigo de que o reino sempre carecía, e ocupar Larache que o poderío otomano cubiçava, para dominar no Atlântico, oprimir e pôr em perígo a cristandade, isto é, toda a Európa, ainda não escravisada pelo Grão-Senhôr, como já estava o Mediterrâneo convertido num lago turco."
(Excerto do preâmbulo - Ao leitôr)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas envelhecidas, com furos de traça marginais e pequenas falhas de papel, que se estendem à lombada. Interior correcto. Em suma, bom exemplar de trabalho/leitura.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

20 março, 2025

CASTILHO, Julio de - 
AMOR DE MÃE.
Scenas da vida moderna de Lisboa. Por... Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira - Livraria editora, 1900. In-8.º (19x12,5 cm) de 291, [3], [4] f. ; il. ; E.
1ª edição.
Curioso romance, ao gosto da época, baseado numa história verídica do conhecimento do autor.
Obra dedicado por Castilho ao Visconde de Sanches de Baena.
Ilustrado com 4 bonitas gravuras intercaladas no texto.
"A senhora D. Maria do Rosario de Miranda e Vasconcellos Reymão Coutinho tinha um nome muito maior do que a pessoa; e ainda talvez eu o não saiba todo; é difficillimo decorar certos nomes peninsulares. Era pequenina e miudinha de corpo, mas grande de alma, como espero evidenciar no correr d'estas paginas.
Não me chamem indiscreto, se me atrevo a contar certos pormenores do seu viver; conheci-a muito bem, respeitei-a sempre affectuosamente, como antiga amiga dos meus; mas estou (em nome da litteratura) auctorisado a commetter certas indiscreções; e ninguem m'as ha-de levar a mal; são quadros de uma Lisboa que desappareceu.
Filha de familia provinciana, hoje de todo extincta, habituára-se desde creança á vida energica da administração rural. Seus paes, morgados sertanejos nos arredores de Miranda do Douro, nunca tinham visto uma cidade, e só sahiam annualmente das suas terras para alguma praia de banhos, nas longas cavalgadas que eram os meios de locomoção no Portugal velho. Viviam, como tinham vivido seus sextos avós, sem tirar nem pôr. Alfaias, ideias, linguagem, tudo era o mesmo.
Esta menina tinha sido por muitos annos a herdeira do vinculo, até que o nascimento de um irmão a viera esbulhar dos direitos da primogenitura."
(Excerto de I - Retrato de uma joven provinciana...)
Júlio de Castilho (1840-1919). "2.º visconde de Castilho, nascido a 30 de Abril de 1840 em Lisboa, na Calçada do Duque, e falecido a 8 de Fevereiro de 1919, no Lumiar, na Travessa do Prior, foi o mais velho dos filhos de António Feliciano de Castilho e de Ana Carlota Xavier Vidal. Do pai herdou o título de visconde, que deteve desde 24 de Abril de 1873. Tirou o curso superior de Letras, sendo vários os cargos que posteriormente desempenhou. Poderão destacar-se o de governador civil da Horta (1877 a 1878); o de cônsul-geral de Portugal em Zanzibar (1888); o de bibliotecário, na Biblioteca Nacional de Lisboa; o de professor de História e Literatura Portuguesa do príncipe D. Luís Filipe (desde 1906).
Foi poeta, tendo publicado o seu primeiro trabalho neste domínio num almanaque de 1854, dramaturgo, tradutor, memorialista e historiador. Produziu igualmente desenhos e pinturas.
Conhecido pelo seu interesse pela olisipografia, de que é considerado o fundador, publicou "Lisboa Antiga", em 8 tomos (1879 e 1884 a 1890); "A Ribeira de Lisboa" (1893). Já num outro domínio, publicou "As memórias de Castilho" (1881); "Manuelinas" (1889); "Elogio histórico do arquitecto Joaquim Possidónio Narciso da Silva" (1897); "Amor de mãe: cenas da vida moderna de Lisboa" - 1900; "Os dois Plínios? "(1906); "José Rodrigues: pintor português" (1909); "Fastos portugueses" (1918)."
(Fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4206709)
Encadernação coeva meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal. 
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas com pequenos defeitos marginais. 
Raro.
35€