06 novembro, 2024

VARELA, A. -
UM EPISODIO DO REINADO DE D. JOÃO V : romance historico. Por...
Lisboa, Typographia Progressista, 1874. In-8.º (16x11,5 cm) de 204, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante romance histórico, dedicado pelo autor a João Pereira Forjaz.
"Á obsequiosa condescendencia de dois amigos devo a publicação d'este livro. Um, que me deu a ler a chronica inedita, propriedade sua, d'onde extrahi a parte historica, é cavalheiro amador das letras, natural do Porto. O outro, que me abonou as despezas de impressão, igualmente cavalheiro amador e cultor das letras, é abastado proprietario no Fayal e residente em Lisboa."
(Excerto de Nota)
Obra rara e muito curiosa, com fundo verídico, por certo, com tiragem reduzida.
"Corria o decimo primeiro mez do anno 1706, ulltimo do reinado de D. Pedro II, cognominado O pacifico.
Este rei, apesar do cognome, não tivera a paciencia de ver a mulher que amava, ou julgava amar, pertencer como esposa a seu irmão D. Affonso VI, e por isso, usurpando-lhe o reino para lhe usurpar a esposa, ou a esposa para lhe usurpar o reino, tratou de desterrar o irmão para o castello da ilha Terceira, ficando elle, D. Pedro, regendo Portugal até ao fallecimento do infeliz rei que, depois de ter sido transportado da Terceira para Cintra, ali morreu quasi subitamente, minado de desgostos e decepções.
D. Pedro II governou frouxamente o reino até 8 de dezembro de 1706, e cheio de remorsos, certamente pelo que fizera a seu irmão; quando estava in extremis, depois de ser exhortado pelo padre jesuita, Sebastião de Magalhães, que lhe assistiu aos ultimos momentos, a que morresse em bom catholico, respondeu: «E eu, por meus peccados, sou menos que nada, mas ainda que sou grande peccador, estou com muita confiança na piedade Divina, que me ha-de perdoar.»
Depois d'isto mandou chamar o principe D. João, seu filho, ao diante D. João V, e fez-lhe um discurso moral e philosophico, segundo as suas forças intellectuaes, que commoveu, e arrancou lagrimas a todos os cortezãos presentes."
(Excerto do Cap. I - A taberna da Lebre Assada)
"Andreza ficando só, disse comsigo, depois de ver a morosidade com que o marido caminhava a executar as suas ordens:
- Ah! que se Deus me tivesse feito homem...
E não acabou a phrase, porque n'este momento alguem bateu á porta da rua.
Andreza não perguntou logo quem batia, para fazer a seguinte reflexão:
- Olá! quem será que bate tão tarde?! É decerto mais algum valdevinos. Pois não lhe abro a porta, ha-de esperar os seus camaradas na rua.
Ainda ella não terminára esta idéa, quando bateram de novo e com mais força.
Andreza exasperou-se do atrevimento e pertinacia do recem-chegado, sobre tudo a horas mortas como ella lhe chamava, porque sendo apenas dez horas da noite, n'aquella época correspondia á madrugada de hoje, que apenas se veem pelas ruas raros transeuntes, os quaes as atravessam rapidamente, para irem gosar nos leitos as delicias proporcionadas por Morpheu, ou então que cessaram de as gosar, para se entregarem aos trabalhos da vida."
(Excerto do Cap. II - Zé das Lebres)
A. J. Pereira Varela (?-1878). Romancista e dramaturgo português. Pouco se sabe a seu respeito, a não ser a paternidade de algumas obras que constam da base de dados da BNP, sobretudo pequenas comédias teatrais. Com alguma dimensão literária importa salientar o romance social em 2 vols Os miseraveis da aristocracia (1864), o "policial" Um processo-crime (1870) e o romance histórico Um episodio do reinado de Dom João V (1874).
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Aparado à cabeça. Capas frágeis com defeitos, oxidação e falha de papel no canto superior direito.
Muito raro.
75€

05 novembro, 2024

PROLA, P. Joseph Maria - NOVENA // DO // GLORIOSO PATRIARCA //  S. JOSEPH, // CASTISSIMO ESPOSO DA SEMPRE // VIRGEM MARIA, // COMPOSTA // PELO P. JOSEPH MARIA PROLA, // Da Companhia de Jesus. // Que principia a I0 de Março. // E agora resumida, por hum Devo- // to, nesta ultima impressaõ. //
LISBOA // Na Off. de Francisco Luiz Ameno. // M. DCC. XCI. // Com licença da Real Mesa da Commissaõ Geral // sobre o Exame, e Censura dos Livros. In-8.º (15x9,5 cm) de 93, [3] p. ; E.
Novena setecentista ilustrada no texto com partituras de hinos em honra de S. José.
Obra rara e muito curiosa.
"O Dia festivo, que com principal, e universal solemnidade celébra a santa Igreja á honra de S. Joseph, he a 19 de Março. Para honrallo com dignidade mais agradavel ao Santo, e mais proporcionada á vossa utilidade, vos proponho o exercicio daquelles dois efficacissimos ensinados pelos Santos Padres, a fim de conservar o necessario, e proveitoso commercio com o Ceo: isto he a Oraçaõ mental , e a vocal. Huma para illustrar o entendimento com a noticia dos sagrados mysterios, e affervorar a vontade com os motivos das verdades bem penetradas; e a outra para impetrar do thesouro da Divina beneficiencia as graças convenientes á vossa necessidade. A meditaçaõ nos faz vêr o que nos falta, a Oraçaõ o impetra."
(Excerto do preâmbulo).
Encadernação inteira de pele com dourados na lombada.
Exemplar em razoável estade de conservação. No interior, algumas das páginas foram cortadas junto às margens, sendo que num ou noutro caso, prejudica o texto. Com rabiscos a lápis, nas folhas de guarda, anteriores e posteriores.
Raro.
20€

04 novembro, 2024

PROENÇA, Raúl -
PANFLETOS.
I - A Ditadura Militar. História e análise dum crime. II - Ainda a Ditadura Militar. Demonstração scientífica da nocividade das ditaduras militares, e algumas amabilidades sobrecelentes. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso por Miguel da Cruz], 1926-1927. 2 vols in 8.º (18,5x11,5 cm) de 78, [2] p. e 47, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Libelo contra a Ditadura Militar, regime saído do golpe de 28 de Maio de 1926 encabeçado por Gomes da Costa, que pôs cobro à Primeira República Portuguesa.
Obra composta por dois folhetos (é tudo quanto foi publicado), impressa clandestinamente e proibida de circular. O vol. II é muito raro.
A título de curiosidade, reproduzimos a seguinte frase impressa no final do vol I em tom jocoso : "Este panfleto não foi visado pela Comissão de Censura".
"Não obedecerão estes Panfletos nem a periodicidade certa, nem a objectivo determinado. Surgirão no momento. Dirão as preocupações que me dominam - a minha reacção pessoal perante factos, os homens e as idéas. De tudo terão um pouco: da análise fria e do sarcasmo, da doutrina serena e da polémica - claridade, protestos, vitupérios. Não recuarão ante nenhuma fôrça: nem a dos músculos, nem a do número, nem a da tiragem, nem a das armas. Falarão aos outros como eu falo comigo mesmo. Será, pois, com sua licença, um temperamento que irá passar no écran. Dicidi-me a viver. No perigo? Talvez. Mas acima de tudo na ânsia de me dar - no desejo de pôr sobre êste Charco imundo uma espada coruscante, uma chama a arder...
(Preâmbulo Vol. I)
"Enquanto durar a actual situação, os Panfletos só poderão distribuídos clandestinamente.
A verdade hoje, no nosso país, é clandestina."
(Preâmbulo Vol. II)
Raul Proença (1884-1940). "Político português, Raul Proença nasceu em 1884. Nos anos finais do regime monárquico, iniciou a sua carreira de jornalista, em que se distinguiu, nos jornais republicanos de Lisboa, situando-se próximo do grande tribuno António José de Almeida. Defendeu a república contra as tentativas restauracionistas (chegou a pegar em armas) e contra as correntes filo-fascistas que iam ganhando força, mas ao mesmo tempo analisou criticamente os defeitos e erros do sistema, que criticou sem piedade. A sua posição perante a participação na guerra, na qual não lhe foi dado participar apesar de para tanto se ter oferecido, foi igualmente caracterizada por apoio crítico. Embora se tivesse aproximado do sidonismo por breve tempo, acabou por se distanciar dele e assumir grande protagonismo no lançamento do projeto reformista crítico da Seara Nova (1921). Após a instauração da Ditadura Militar, exilou-se, mas persistiu no combate contra o novo regime, continuando, em escritos polémicos assaz duros, a defender quer a democracia política quer a democracia social, ao mesmo tempo que se bateu por uma reforma da mentalidade portuguesa e defendeu o papel determinante das elites na condução do povo, de acordo aliás com o ideário seareiro. O seu precário estado de saúde motivou o seu regresso a Portugal, onde se manteve até ao seu falecimento em 1941."
(Fonte: Infopédia)
Exemplares brochados, com acabamento em ponto de arame, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com vincos, manchas e pequenas falhas de papel.
Raro conjunto.
75€

03 novembro, 2024

SABBO, Augusto -
FOOTBALL. (Técnica e Didáctica de Jôgo). [Por]... Antigo jogador d
o Mittweidaer Ballspiel Club, da Saxónia; do Club Internacional de Football, de Lisboa, e do grupo representativo da Liga Portuguesa de Football. Lisboa, Emprêsa Literária Fluminense, L.ᴰᴬ, 1923. In-8.º (19 cm) de 76, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual técnico e táctico de "Football Association", escrito por Sabbo, na época treinador do SCP. Apresentado em três prefácios pelos senhores: F. Pinto de Miranda, Médico, inpector de Ginástica e antigo Presidente da Associação e Football de Lisboa; Fernando Martins Pereira, Médico e ex-Presidente da Direcção a Associação de Football de Lisboa; Carlos Alberto Guimarães Lello, Presidente da Associação de Football do Pôrto.
Sobre esta obra centenária, pioneira no futebol português, e o seu autor, com a devida vénia a "Leão Zargo" pelo excelente artigo publicado no blog Camarote Leonino, reproduzimos o excerto que se segue:
"Na época de 1921-22 o Sporting contratou um treinador invulgar para os padrões do seu tempo. Refiro-me a Augusto Sabbo (1887-1971), um engenheiro luso-alemão que dirigiu a montagem da rede de tracção eléctrica da cidade de Coimbra. Antes de Sabbo há apenas o conhecimento doutro treinador no clube, o inglês Charles Bell. Até aí a equipa era dirigida por um jogador que desempenhava as funções de “capitão geral” e que fazia, nomeadamente, a ligação com os directores e coordenava os treinos. Francisco Stromp e Jorge Vieira terão sido os maiores neste posto. 
Antes de chegar ao Sporting, Augusto Sabbo jogou no Mittweidaer Ballspiel Club, na Saxónia, e foi referência no CIF, no início do século XX, enquanto jogador, capitão da equipa e capitão geral. No Sporting permaneceu desde Janeiro de 1922 ao Verão de 1924.
Sabbo notabilizou-se por utilizar métodos inovadores de treino e, principalmente, pela sua concepção teórica e prática do futebol que conjugava, simultaneamente, as vertentes técnica, táctica e física que era preconizada por Herbert Chapman, treinador do Arsenal de Londres.
Era extremamente exigente na preparação da condição física dos atletas, realizando treinos sem bola que incluíam exercícios de inspiração militar e salto à corda. Por vezes, os jogadores desciam e subiam a Avenida da Liberdade em passo de ginástica. Contratou Santos Ruivo, pugilista profissional, com a finalidade orientar sessões de treino físico e ministrar noções de boxe.
Augusto Sabbo era um estudioso metódico do fenómeno do futebol e profundo conhecedor do que se passava na Europa, nomeadamente na Inglaterra e na Europa central. Quando treinou o CIF introduziu a "teoria da triangulação", que mais tarde aplicou no Sporting. Essa teoria preconizava que a acção dos seus jogadores no campo teria por finalidade que os adversários fossem obrigados a executar os movimentos convenientes que permitissem a execução das jogadas da sua equipa. Hoje dir-se-ia “a construção do jogo”!
A "teoria da triangulação" tornou Sabbo um dos precursores da introdução do sistema WM (3-2-2-3) em Portugal. Conhecedor do pensamento táctico de Chapman e do 2-3-5 aplicado na Europa Central (designado por Escola do Danúbio), Sabbo durante os jogos, por vezes, recuava o médio central para junto dos dois defesas. Os próprios avançados interiores não tinham a habitual liberdade de movimentos, estando mais atentos aos adversários do que era norma nesse tempo. […]
Augusto Sabbo era um intelectual do futebol, privilegiando os diversos aspectos que decorriam da técnica e da táctica do jogo e da preparação física. Publicou duas obra na altura consideradas inovadoras e relevantes, “Football (Técnica e Didáctica de Jogo)”, em 1923, e “Estratégia e método-base do futebol científico”, em 1945."
Ffonte: http://camaroteleonino.blogs.sapo.pt/augusto-sabbo-um-mourinho-avant-la-1488854)
"Aquele que meter ombros à estopante tarefa de ler este folhêto, porque o estilo lhe falta e a prosa é simples, deve ter em vista que o nosso único desejo, é iniciá-lo na parte técnica do jôgo, que reputamos interessante, e não deliciá-lo com boa prosa e estilo florido. O assunto, basta ser técnico, para ser maçadora a sua descrição, e muitas vezes lacónica a sua didáctica.
A iniciação que vamos tentar, não se assuste o leitor, não será aquela em que lhe diríamos que o jôgo de football se joga entre 22 rapazes, dispostos duma certa maneira, num campo raso, muito grande, limitado por linhas brancas e fortes barreiras, que na maior parte das vezes conteem uma multidão nada pacífica, que insulta e apupa os jogadores, apesar da vontade que êles mostram em bem fazer, dentro do tal recinto, movimentos cingidos a certas regras, a que muitos por não perceberem o fundo scientífico do jôgo, chamam cabriolas de doidos."
(Excerto de I – Iniciação)
Índice:
Prefácio[s] | Técnica e Didáctica do Football Association: I – Iniciação. II – Elemento necessário ao jogo e qualidades primordiais necessárias a esse elemento. III – A técnica do football. IV – O treinador ou instrutor. V – Treinos progressivos – Treinos intensivos – Treinos de ensaio. VI – Introdução às teorias. VII – Teoria da triangulação. VIII – Principios gerais de aplicação prática. IX – Passe iniciais do jôgo quando se emprega a teoria da triangulação. X – Teoria do off-side. XI – Principios gerais de aplicação prática. XII – Teoria dos movimentos relativos. XIII – Principios gerais de aplicação prática. XIV – Passes iniciais do jôgo quando se aplica a teoria dos movimentos relativos. XV - Conclusão.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e desportivo.
Peça de colecção.
85€

02 novembro, 2024

ANTUNES, Nuno Alvaro Brandão -
PORTUGAL NA GRANDE GUERRA - O 9 de Abril de 1918 e o Marechal Hindemburgo.
[Por]... Capitão do Grupo de Batarias a Cavalo
. Lisboa, J. Rodrigues & C.ª Editores, 1924. In-4.º (24,5 cm) de 116 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Processo de reparação iniciado pelo autor - oficial português de artilharia - após a "desconsideração" do Marechal Paul von Hindenburgh - comandante das forças alemãs durante a conflagração - que no seu livros Mein Leben ("Minha vida"), apreciou desfavoravelmente o comportamento das tropas portuguesas do C. E. P. durante a batalha de La Lys, sugerindo que retiraram desordenadamente aquando do ataque germânico, abandonando as suas posições e os aliados.
Obra rara, com indubitável interesse histórico - a mais completa que sobre este assunto se publicou. Para além do fac-símile da carta de von Hindenburgh retratando-se, inclui as considerações estratégico-militares do autor relativas aos antecedentes da batalha e o decorrer da mesma, em que participou, bem como correspondência diversa e felicitações de camaradas de armas pela sua iniciativa.
Livro ilustrado com o retrato do Cap. Nuno Antunes na folha de dedicatória.
"Fiz parte da missão de artilharia que em dezembro de 1916 partiu para França. Dissolvida esta, passei para a segunda bataria do grupo de obuzes, que depois passou a ser a 4.ª bataria do 2.º G. B. A. Dissolvido este, após o 9 de abril, pertencia à 3.ª bataria do 6.º G. B. A. e a esta bataria pertencia quando, em março de 1919, regressei definitivamente a Portugal.
Na missão, com poucos soldados lidei porque só havia os impedidos conôsco. Foi na 4.ª bataria do 2.º G. B. A. que conheci todo o grande valôr do nosso homem, durante os longos mezes que com eles estive na frente. É para esses, principalmente, que vae todo o meu pensamento. [...]
Quando me entrego a essas recordações, vejo perpassar, como num «écrain», todos os episodios da nossa vida em comum, sob a ameaça constante da morte. Vejo aqueles nossos belos homens olharem-nos com uma fé enorme quando eramos bombardeados; lia-lhes nos olhos a confiança sem limites que em nós depositavam. Tenho a certeza de que nenhum fanatico sentirá uma crença mais  sincera e mais profunda ao prostrar-se deante dos seus idolos, do que a que eles experimentavam quando a nós se chagavam nos momentos de perigo, como se constituissemos uma protecção invulneravel. São olhares que jamais podemos esquecer; são atitude que jamais poderão apagar-se da nossa memoria.
Vejo-os sempre alegres e bem dispostos, apezar do excessivo labor a que estavam sujeitos, encherem sacos e terra, transportarem carris, construir abrigos, sempre na melhor das disposições.
Vejo-os na escuridão da noute, olharem anciosos na direcção da frente, quando ouviam a metralhadora crepitar nervosamente, esperando os sinaes de S. O. S., a que eles queriam responder com a maxima presteza, para assegurarem a protecção ao seu camarada infante pondo, nos olhos primeiro, nos actos depois, todo o ardor o seu sangue generoso e heroico que um coração sublime impulsionava. [...]
Vejo-os, enfim, belos no conjunto, admiraveis no detalhe e deles conservo a mais dôce recordação, mixto de ternura e admiração.
Foi n'eles que encontrei força moral para escrever a minha carta; foram eles que, pela sua atitude, me impuzeram a tentativa feita. Com soldados destes, quem se não sentiria com força para enfrentar alguem, mesmo que esse alguem fôsse o mais famoso cabo de guerra adverso?!"
(Excerto da explicação)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
45€

01 novembro, 2024

PRAÇA, J. J. Lopes -
ENSAIO SOBRE O PADROADO PORTUGUEZ.
Dissertação inaugural para o Acto de Conclusões Magnas. De... Coimbra, Imprensa da Universidade, 1869. In-8.º (20x13,5 cm) de XIII, [1], 169, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Tese de final de curso do conhecido académico e professor da Universidade de Coimbra José Lopes Praça.
"O Padroado Português foi um acordo instituído entre a Santa Sé e Portugal em que o Papa delegava no Rei de Portugal o poder exclusivo da organização e financiamento de todas as atividades religiosas nos domínios e nas terras descobertas pelos portugueses." (Wikipédia)
"Incumbe-nos escrever sobre uma materia espinhosa e cheia de escolhos, attendendo quer ao padroado em si, quer ás suas diversas relações com outras materias. É coisa sabida e até palpavel que a doutrina do nosso padroado está dependente de conhecimentos profundos de Theologia Revelada, e de Direito Canonico, Publico, Internacional e Ecclesiastico. A Historia Geral da Egreja, as relações das disposições canonicas com as civis, e, sobre tudo, as lições da Historia da Egreja Lusitana são outros tantos elementos e que, do mesmo modo, não poderemos prescindir.
Infelizmente nem a Historia da Egreja Lusitana, nem o Direito Ecclesiastico Portuguez assumiram ainda a desejavel perfeição, e ainda até hoje não foi emprehendida entre nós uma verdadeira historia critica da nossa legislação e jurisprudencia. [...]
Alem disso, a materia do padroado é já de si bastante melindrosa para que, pondo de parte outras difficuldades, nos vejamos a olhal-a com prudencia e reflexão. As duas espheras da humana actividade melhor constituidas, e as mais impreteriveis condições do nosso desenvolvimento, interessam consideralvelmente na melhor solução das questões, que se têm ventilado a este respeito.
Hoje, principalmente, o estudo d'esta materia não se recommenda só pelo seu merito e importancia intrinseca; hoje corre-nos a estricta obrigação de verificar com escrupulo e imparcialidade a questão do padroado, a fim de não deixarmos correr á revelia a contestação apaixonada de uma das mais preciosas regalias da corôa portugueza."
(Excerto de Introducção Geral)
José Joaquim Lopes Praça (Alijó, 1844 - Montemor-o-Novo, 1920). "É por vontade do pai destinado à vida eclesiástica, começa por estudar no Seminário de Braga antes de ingressar na Universidade de Coimbra em 1863. Estuda primeiramente Teologia e Direito, optando por estudar apenas Direito a partir do 4.º ano ao que parece por incompatibilidade de horário, demonstrando portanto maior interesse por uma área de estudos onde se desenrolavam grandes debates. Assistimos por estes anos a uma efervescência académica na Universidade de Coimbra, traduzindo-se esta pela contestação dos cânones estabelecidos, na procura por novas formas de expressão artística, por renovadas inspirações filosóficas e políticas, assim como um maior diálogo e abertura a outras realidades culturais. O jurista vai dedicar toda a sua vida ao ensino. Como professor, o seu discurso não vai ter um carácter polémico nem um tom de rotura. Enquanto professor de direito na Universidade de Coimbra começa por coligir material para a história do estado e do direito português. Além da sua Coleção de Leis e Subsídios para o Estudo do Direito Constitucional Português (1893-1894) temos ainda notícia de um mal logrado plano para escrever uma História do Direito Pátrio quando é chamado, como professor, para a corte (Mexia de Mendia, José Joaquim Lopes Praça (1844-1920) 1999, p.65-71). Devido ao facto de os seus escritos terem um aspecto de maior neutralidade e de se procurarem inserir num âmbito de cientificidade, vão atrair aceitação junto dos monárquicos moderados. Após terminar os seus estudos em 1869 com uma tese sobre o padroado português, procura seguir a carreira professoral na Universidade de Coimbra logo num concurso em 1870, esse desejo é no entanto sucessivamente adiado. Após o abalo do regicídio de 1908 a sua vida vai tomar no entanto um rumo semelhante à de Herculano, volta a Montemor-o-Novo, raramente sai de casa, divide o seu tempo entre a família e leituras. Mantém correspondência por exemplo com Ferreira Deusdado ou Tiago Sinibaldi e do que então escreveu limitou-o à sua esfera privada, sabemos tão só da repugnância que a sociedade lhe suscitava. Era desde 1904 com um sentido de missão, professor de filosofia do príncipe real. Os seus ensinamentos estão então mais próximos da religiosidade católica, na linha do neotomismo de Sinibaldi, cujo manual foi o guia para a educação do príncipe. A dedicação com que exerceu a carreira docente e a prudência de um homem de letras para com os problemas que Portugal atravessava, revendo-se na monarquia, levam-no até essa posição."
(Fonte: https://dichp.bnportugal.gov.pt/historiadores/historiadores_praca.htm)
Encadernação simples meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Primeiras 15 folhas, incluindo f. rosto, com restauro no pé.
Muito raro.
Com interesse histórico e religioso.
75€

31 outubro, 2024

MARCELINO, Anibal Artur -
COLONIZAÇÃO DE ANGOLA POR BRANCOS.
[Por]... Capitão. Funchal, Livraria Popular, 1930. In-8.º (21x14,5 cm) de 29, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Folheto crítico da política de colonização, que permite a demanda de lavradores impreparados a Angola, cenário evidente nas primeiras décadas do século XX.
"Temos de confessar, o que é bem triste, que e tantos sacrifícios e de tantas despezas, através não de alguns anos mas de séculos, com o fim de colonizar Angola, apenas o número limitado dos que se tem dedicado á indústria da pesca é que teem vingado e progredido regularmente.
Do resultado das experiências agrícolas pouco ou nada resta.
E o que resta, os Madeirenses ou os Escronhos, como lhes chamam os indígenas, não é uma colónia em que se tenha a menor esperança.
Como já se disse, são quási todos pobríssimos, não progridem e, o que é peor, cada vez se aproximam mais do indigena em tudo: na iniciativa do trabalho, na maneira de viver e até na mentalidade e aspecto que é já, o de muitos andrajôso.
Ora isto não é colonização de europeus é antes uma adpatação do branco á vida do preto."
(Excerto de A triste realidade)
Índice:
Sonho | A triste realidade: Colonização de Angola | Uma opinião sem autoridade | O clima | A inaptidão do colóno.
Exemplar brochado, parcialmente por abrir, em bom estado geral de conservação. Frágil e envelhecido. Passa da página 20 para a 25, sendo esta uma falha generalizada, julgamos, por erro da tipografia - extensível a todos os exemplares impressos.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

30 outubro, 2024

MOREIRA, Henrique -
O GENIO DAS TREVAS
. Porto, Typographia de Manoel José Pereira, 1873. In-8.º (20x13,5 cm) de 231, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Obra muitíssimo curiosa sobre a superstição na província, terreno fértil para o autor discorrer sobre o medo e "respeito" enraizado nos hábitos das populações da época.
Romance de alguma maneira histórico, sobejando as evocações do passado, cuja acção decorre no final da década de 30 do século XIX. Entre amores, desamores, ciúme e inveja, dá-se um misterioso envenenamento, e um religioso - o padre Romeo -, vai sentar-se no banco dos réus. Tudo condimentos para um romance agradável, bem escrito, e de certo modo, surpreendente, dado o relativo anonimato do autor.
Raro e muito interessante.
Dedicado pelo autor "A seu sogro, o E.mo Snr. Barão da Ponte de Quarteira".
Nada foi possível apurar acerca de Henrique Moreira. No entanto, a BNP dá notícia do presente romance com a indicação "sem informação exemplar", e dum outro - Os combatentes : romance de costumes algarvios. Época 1828 a 1834 - publicado em 1884. Apesar de ambos os livros terem sido impressos no Porto, o prefácio d'O Genio das trevas é datado de "Faro, 1873" e oferecido ao Barão da Ponte de Quarteira, e no outro caso, o assunto do livro reporta aos "costumes algarvios", evidenciando forte ligação do autor ao Algarve.
"Generalisar a civilisação politica, moral e religiosa pelo povo, dar ao romance a feição regeneradora d'uma philosophia popular, facilitar a elaboração dos conhecimentos uteis, elucidar o culto, substituir o codigo pela luz da consciencia, abater o preconceito, sublimar o direito da unidade social, moralisar os costumes, organisar a bem da sociedade pela analyse das instituições, harmonisar o bem da familia pela santificação dos affectos, tal é o fim dos nossos trabalhos litterarios."
(Prefacio)
"Aproxima-se o equinoxio da primavera do anno de 1837.
Enleva-se a alma em aspirar a embalsamada athmosphera da mais ridente estação do anno, e emballa-nos a solidão dos campos em mellifluo gozo. O sentimento, cheio de suave melancolia, embriaga-se com a exhalação odorifera dos vegetaes. A harmonia do infinito ergue um canto á deusa Ceres."
(Excerto de A aldeia: I - Sensações campestres)
"Aproximava-se, como dissemos, a primavera de 1837.
Haviam decorrido quatro annos, que se ultimara o memoravel cerco do Porto, e a sua recordação ainda vivia muito impressa no animo dos filhos da cidade virgem.
Um d'esses espiritos privilegiados, que aos vinte e dois annos podia dizer-se philosopho e poeta, abandonava a cidade, que guarda como religioso monumento o coração de um grande rei das novas eras liberaes, e retirava-se, como o cantor das Orientaes, para a athmosphera embalsamada com a fragancia dos campos.
Era filho de um apostolo dedicado á doutrina de Lincoln. Detestava tanto Mably como o absolutismo realista. O pobre velho tinha sido victima da sua dedicação. [...] Conta-se, que, ao extinguir-se o sopro vital do bom velho liberal, se voltara para o seu companheiro d'armas e amigo intimo, o sargento Alves Macedo, fallecido em 1848, e que, com o peito atravessado por uma bala, só podera dizer-lhe: - «Diz a meu filho que morri pela liberdade.» E morreu pronunciando esta santa palavra regada com o sangue de inumeras victimas nas dissenções politicas da terra.
O filho d'este homem patriota e liberal, chamava-se Celestino de Campos. Tinha, como dissemos, abandonado a cidade do Porto para se entregar á solidão campestre, fixando a sua residencia n'uma pequena povoação situada a pouca distancia do seu berço natalicio."
(Excerto de II - Um clarão de aurora)
"Celestino começava a ter certo predominio sobre os que o conheciam.
Ia creando a reputação de bom homem
Dizia-se na phrase d'aquella boa gente: - é um rapaz de juizo.
Ter bom senso aos vinte e dois annos é uma virtude recommendavel.
O parocho da capella da aldeia proxima, homem cujas cans denunciavam perto de setenta primaveras, modelo de sacerdotes, e sinceramente religioso, dizia um dia, em que conversava com um grupo de homens e mulheres, apontando para Celestino:
- Vedes aquella creança? É mais velho do que eu!
Todos entenderam o sentido d'aquellas palavras.
Em 1837 não existia a lei do ensino primario obrigatorio, e ainda hoje não existe, embora seja uma necessidade, que a civilisação urgentemente reclama. [...] Nas aldeias, como é natural, fazia mais sentir-se esta ausencia de luz. Grassava ahi muito a febre da superstição. A ignorancia acclimava as sombras do sepulcro, e os sonhadores multiplicavam as faces do prisma ideal das suas tetricas visões. [...] Reinava, portanto, muita imaginação supersticiosa na aldeia, aonde Celestino fôra buscar lenimento aos seus soffrimentos moraes.
Acreditava-se, com a maior ingenuidade e com a mais lhana fé, na existencia de espectros assustadores. Era rara a pessoa, que não confessasse ter visto alguma vez um d'esses singulares duendes, que a crença nescia veste com as mais fantasticas côres. Esses idolatras do invisivel, poetas de fantasia lugubre, tinham o magico poder de observarem sem ver. Similhavam cegos a contemplarem a aurea luz do sol.
É assim que, nas sombrias paginas da historia religiosa, se ergue um culto ao milagre.
Entre as tradições que mais vogavam, não passaremos em silencio uma, para apreciarmos até onde chegaca a credulidade popular. [...]
Eis a tradição:
«Foi n'uma noite de Fevereiro. O ceo estava limpo, e a lua reflectia a sua melancolica luz sobre as verdes collinas. Deu meia noite o sino da capella. De repente algumas nuvens d'aspecto carregado assomaram ao horizonte. Um furioso vendaval fez tremular os combros das florestas, que se agitavam ao longe. As nuvens ascendiam rapidamente, e pouco depois toda a cupola celeste estava negra. Passados momentos rebentou um formidavel trovão, cujo eco pareceu repercutir-se morosamente nas abobadas celestes, e um relampago encheu de luz a athmosphera. Fremiu cada vez mais furioso o trovão, e immensas vagas de fogo inundaram o espaço. Então, viu-se cahir no cemiterio um raio, sobre o jazigo d'uma pobre velha, que havia sido sepultada, fazia exactamente um anno na noite d'este acontecimento.
«Do sepulcro soltou-se um rouco gemido, que abalou os ares d'um modo funebre. Era triste e sinistro como o piar de um mocho. Em seguida ergueu-se um eburneo espectro com os olhos animados e deslumbrante chama. Todos se encheram de novo e extranho terror em presença da pallida visão erguida tetricamente do terreo leito. Mas cresceu o pasmo, quando viram o espectro caminhar silencioso, e aproximar-se a passos vagarosos das habitações campestres, fazendo gemer a terra debaixo de seus pés.
«As donzellas esconderam-se turvadas de pavor, e os homens mais corajosos tremeram, sem poder encarar a sestra visão.
«O sino da capella dobrou a finados n'aquella hora lugubre. O espectro medonho começou a crescer descomedidamente, e converteu-se n'um formidavel gigante. Seguiu, depois, por uma estreita senda, aonde habitava a filha da pobre velha, que havia morrido no anno anterior. [...]
«Chegou, finalmente, á porta do humilde legurio, aonde morava a filha da pobre velha. Bateu lentamente. Ninguem respondeu. [..] Bateu segunda vez, não lentamente como da primeira, mas até com certa violencia. Do interior da casa respondia o mesmo silencio.
«Rugiu então um inescrutavel fragor. O phantasma desappareceu, e ouviram-se distinctamente estas palavras:
- «Se não queres, minha filha, que esta alma errante vá soffrer a agrura das penas infernaes; se desejas poupar-me os mais crueis supplicios, vai cumprir dentro em tres dias a promessa, que tu sabes haver eu feito em vida: ha um anno que adejo pelos ares, e o meu socego eterno depende de ti.
«O ceo tornou-se depois subitamente sereno, e restabeleceu-se o socego na aldeia. Mas dizem que n'essa noite ninguem conseguira dormir. A impressão tinha sido muito violenta para deixar de infundir um sincero terror por todo o povo da aldeia.
«Houvera, porém, uma pessoa mais violentamente impressionada. Fôra a filha da pobre velha. A promessa em que o espectro fallava, devia cumprir-se no curto prazo de tres dias, e a filha era muito pobre. Que podia fazer a infeliz donzella? De nada lhe valeram os seus esforços, nem os das pessoas devotas, que se compungiam da sua penosa situação. A promessa ficou por cumprir. A desgraçada pastora não conseguira dormir um só instante n'esses tres dias. Havia-se tornado pallida como um cadaver.
«Expirou o praso fatal. Quando o sino da capella dava a ultima badalada da meia noite, a donzella estrebuxava na angustia d'um derradeiro suspiro.
«Na manhã do dia seguinte foram encontral-a  morta. [...]
Tal era a tradição que vogava na aldeia, e de que Celestino teve logo conhecimento, como vamos ver."
(Excerto de III - A superstição)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel marginais. Interior correcto.
Raro.
Indisponível

29 outubro, 2024

TEIXEIRA, Manuel S. -
VIAGEM AO SECULO XXX. Lisboa, Edição da Editorial Natura, 1945. In-8.º (17,5x11,5 cm) de 95, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso romance de ficção científica portuguesa.
"Decorreram alguns anos entre os dias em que a presente novela foi escrita e a sua publicação.
Tanto bastou para demonstrar que o mundo de amanhã será o outro, bem diferente do mundo hoje conhecido."
(Reflexão preambular)
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor na primeira página de texto.
"Paulo era filho de pais portugueses que havia anos haviam imigrado do continente europeu. Educado numa grande cidade do Novo.-Mundo, breve começou a interessar-se pelos problemas do Progresso.
Ao mesmo tempo que êle, a T. S. F. ensaiava os primeiros passos Nunca jóvem soberana tivera uma côrte de admiradores espalhada por todo o Mundo como a vencedora do éter. Jàmais homens de todos os continentes se uniram num tão grande amor.
Como a nova Fada vinha possuída de misteriosos encantos! [...]
Com os melhoramentos introduzidos no tubo «audion» tornou-se possível construir receptores eléctricos que se foram aperfeiçoando gradualmente, graças ao esfôrço dos adoradores da deusa peregrina. [...]
Fez novas instalações, aplicou maiores voltagens e conseguiu fazer chegar a voz a todas as cidades do país.
Também o país não era tudo, e havia ainda o resto do Mundo.
Novas instalações, mais fôrça electromotriz aplicada, e a as suas hertzianas atingiriam o outro lado do Globo.
Pouco depois começou a receber notícias dos antípodas acêrca das suas emissões que eram consideradas óptimas.
Ficou desolado e lamentou a pequenez da Terra. Aonde mais o poderiam levar as rádio-freqüências?"
(Excerto do Cap. I)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
30€

28 outubro, 2024

ALVES, Dr. José Maria -
PÁGINAS DA VIDA DE NOSSA SENHORA
. Lisboa, Escola Tipográfica das Oficinas de S. José, 1942. In-8.º (19,5x12,5 cm) de 150, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessantíssima biografia de Nossa Senhora, laudatória e providencial, exemplo típico da literatura religiosa publicada durante o regime do Estado Novo.
Ilustrado em separado com uma bonita estampa de Nossa Senhora com a seguinte legenda: "Mãe puríssima, Padroeira dos portugueses, salvai-nos e salvai Portugal."
Obra invulgar, histórica, com relevância para a bibliografia mariana portuguesa.
"À Senhora de Fátima - no vigésimo quinto aniversário - das suas aparições em «Terra de Santa Maria».
A vossos pés, minha doce e terna Mãe, venho depôr estas humildes «Páginas» que, quais flôres singelas, fui colhêr no vergel florido do sagrado Evangelho. Procurei embelezá-las com as côres variegadas - reflexões e pensamentos - de piedosos e doutos escritores, e perfumá-las com o aroma que a meditação das vossas virtudes costuma deixar nas almas.
Com a vossa benção materna, feita de luz e de amor, voem elas por êsse Portugal além, cantando as vossa glórias, atraindo as almas ao vosso coração de Mãe e conduzindo-as a Jesus."
(Dedicatória)
Índice:
Palavras de S. Ex.ª Rev.mª o Sr. Arcebispo de Évora para prefaciarem o livrinho | Ao Leitor | Dedicatória | I - A Imaculada Conceição de Nossa Senhora II - Nascimento de Nossa Senhora. III - Maria deixa a casa paterna e vai para Jerusalém IV - Desposórios com S. José. V - Anunciação do Anjo a Nossa Senhora. VI - Visitação de Nossa Senhora a santa Isabel. VII - Vai com S. José a Belém. - Nascimento de Jesus. VIII - A adoração dos pastores e dos Magos. IX - Maria Mãe de Deus. X - Purificação de Maria e apresentação de Jesus no Templo. XI - A fugida para o Egipto. XII - A Sagrada Família vai a Jerusalém para a festa da Páscoa. XIII - Volta para Nazaré. - Vida oculta. XIV - Em Caná de Galileia. XV - Maria durante a vida pública de Jesus. XVI - Ambiente hostil. - A última ceia. XVII - Ao pé da Cruz. XVIII - Nossa Senhora medianeira entre Deus e os homens. XIX - Aleluia! O Senhor ressuscitou! XX - Depois da Ressurreição. XXI - Aparições de Jesus. XXII - Ascenção de Jesus ao Céu. - Maria no Cenáculo. XXIII - Nossa Senhora e a Igreja. XXIV - Assunção de Nossa Senhora ao Céu.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capa manchada por acção da luz. Sem f. ante-rosto(?).
Raro.
35€

27 outubro, 2024

SÁ, João Jorge Moreira de -
ACLARANDO A VERDADE (1910-1940).
Narrativa sucinta de quanto se passou a bordo do "Amélia" na ida para Gibraltar, no dia 5 de Outubro de 1910. [Por]... Vice-Almirante reformado. Lisboa, [s.n.], 1940. In-8.º (22x15 cm) de 77, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Depoimento de João Moreira de Sá, na época imediato do Yacht Real Amélia, que transportou D. Manuel II rumo ao exílio após a eclosão do movimento republicano de 5 de Outubro de 1910.
"Aclarando a Verdade constitui a principal fonte, cremos que a única conhecida, do que ocorreu no iate Amélia no dia 5 de Outubro de 1910, quando da grave opção posta à Família Real sobre o destino da viagem; seguir ou não para o exílio. Mesmo tratando-se de um depoimento pessoal, são textos desta amplitude que permitem aos historiadores compreender o horizonte de esperanças e inquietações com que o rei D. Manuel II se defrontou na hora em que viu o Trono derrubado. A narrativa do vice-almirante Moreira de Sá completa a que José Jacob Bensabat deixou no opúsculo A Verdade dos Factos [1929]."
(Excerto prefácio da edição mais recente do Prof. J. Veríssimo Serrão)
"Alguns amigos, conhecedores dos factos ocorridos a bordo do Yacht «Amélia», a 5 de Outubro de 1910, aconselharam-me e instaram comigo para que, no intuito de aclarar a verdade, relatasse na mais singela e absoluta pureza, quanto ali se passou.
É isso o que vou fazer.
Após vinte e quatro anos de pelourinho, fustigado mesmo por aquêles que sabiam como os acontecimentos se tinham dado e que, por escrúpulo de consciência, deviam sêr os primeiros a autenticá-los, aceitei os conselhos dêsses amigos e, com pesar, resolvi escrever esta resumida narrativa."
(Preâmbulo - Palavras curtas)
"Nos últimos dias do regime monárquico a propaganda republicana fazia-se com desplante e com audácia por todo o país, sem que a necessária repressão a entravasse.
Dir-se-ía que os poderes constituídos, se não a auxiliavam, também nenhuma espécie de importância lhe concediam.
Na imprensa, nos comícios, nos centros de conversação, nos clubes, nos cafés, semelhante propaganda fazia-se às claras, com pertinácia e audácia inacreditáveis, e com tanto maior incremento quanto era certo as autoridades consentirem-na em nome de uma liberdade que tocava as raias da licença e que, estabelecido o novo regime, nunca mais houve.
Sentia-se, palpava-se, pairava em densa atmosfera por tôda a parte e muito especialmente, nos quartéis, entre as guarnições dos navios, actuando no espírito da soldadesca, da marinhagem.
Fora dêste meio, onde quer que se formasse um grupo, aí estava ou surgia inesperadamente um missionário da república.
No Paço, os altos dirigentes afirmavam, todavia, que todo êsse torvelinho, propulsor a agitação do país, era absolutamente inofensivo, não passava de ridícula atoarda.
A família real acreditava nestas calmantes informações, talvez sinceras, mas que, impõe-se dizê-lo, eram demasiado ingénuas e condenadamente irreflectidas."
(Excerto da Narrativa)
Bonita encadernação meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conservas as capas originais. Assinatura de posse na f. rosto.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
30€
Reservado

26 outubro, 2024

VILARINHO, José -
ESPADAS E FLORETES : contribuição para a história do desporto em Portugal.
A esgrima portuguesa e as suas estórias de espadachins e atiradores, de duelos e assaltos, das justas aos Jogos Olímpicos e dos alfagemes às espadas eléctricas. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Gráfica Maiadouro, S. A. - Maia], 1993. In-4.º (24x17 cm) de 176, [2], [77], [1] p. il. ; [4] p. ; B.
1.ª edição.
Na capa, José da Costa Amorim, um dos grandes esgrimistas do princípio do século XX.
Importante subsídio para a história da Esgrima entre nós. Trata-se de um interessante contributo com interesse histórico e desportivo, ilustrado em separado com 77 estampas impressas sobre papel couché.
"A esgrima constituía nos últimos anos da Monarquia e nos primeiros da República uma das mais importantes disciplinas do desporto português e, a partir de finais da primeira década do século XX, foi-se tornando a nossa mais representativa modalidade a nível internacional, marcando posição de elevo em grandes torneios europeus e nos Jogos Olímpicos. Nesses anos, pouco depois da viragem do século, o desporto em Portugal era assunto das classes elevadas, actividades de tempos livres para quem os tinha. Talvez ainda mais do que outras modalidades, a Esgrima, "elegantíssimo género de sport", como se lhe referiam os periódicos da época, era uma das práticas favoritas de reis e príncipes, de moços aristocratas e da burguesia endinheirada, actividade obrigatória das escolas militares, passatempo de médicos e advogados, de engenheiros e artistas, de jornalistas e políticos, pares do reino ou deputados.
As festas da Esgrima, torneios, saraus ou mesmo assaltos como, por vezes, eram designados realizavam-se nos locais de maior prestígio de Lisboa ou do Porto e constituíam importantes acontecimentos mundanos, reunindo assistências numerosas das elites de então. [...]
Não se pense porém que, com a queda da Monarquia, a Esgrima perdeu as suas características e importância: Em Junho de 1910 D. Manuel II presidira à Semana das Armas e, pouco tempo depois, em Novembro, três ministros da República implantada um mês antes honraram, com Afonso Costa (um esgrimista) à cabeça, a sessão de reabertura dos trabalhos do Centro Nacional de Esgrima.
Os esgrimistas desse tempo, por vezes conflituosos e dados a grandes antagonismos e rivalidades, frequentemente caprichosos e nem sempre seguidores à risca das regras de fair play por eles próprios estabelecidas foram, não obstante, os grandes percursores do desporto de competição no nosso país e os primeiros a torná-lo conhecido e respeitado além fronteiras. Eram, também, desportistas ecléticos, como era de uso. Muito se surpreenderiam os praticantes de hoje se, para além de os encontrarem cruzando armas nas elegantes salas de outrora, quase todas situadas na zona do Chiado que era a mais nobre de Lisboa, com eles deparassem depois montando a cavalo no hipódromo de Belém, remando ou tripulando ágeis veleiros no Tejo, pedalando em provas ciclistas nas poeirentas estradas da periferia, procurando bater recordes em automóvel ou motocicleta, jogando futebol na Cruz Quebrada, lutando ou levantando halteres nos salões do Atheneu ou do Real Gymnasio Clube, atirando aos pombos na Ajuda ou mesmo pegando touros em Vila Franca ou Almeirim. Constituíam a juventude dourada da época e a imprensa designava-os por "distintos sportsmen"..."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introdução | I - Dos Relevos Egípcios às Bandas Desenhadas. II - Dos Combates Medievais às Salas de Armas. III - Do Soldado Liberal ao Mestre da Corte. IV - Da Elegância dos Saraus às Rivalidades nas Pranchas. V - Do Desaire de Madrid à Vitória em Paris. VI - Da Tragédia dos Paredes ao Jogos de Estocolmo. VII - Do Sensacional Duelo da Ameixoeira aos Jogos de Anvers. VIII - Do Nascimento da Federação aos Jogos de Paris. IX - Do Torneio do Estoril à Medalha Olímpica de Amesterdão. X - Dos Grandes Encontros à Recusa aos Jogos de Los Angeles. XI - Dos Indícios da Decadência aos Jogos de Berlim. XII - Do Desinteresse pelas Competições ao Ocaso duma Época Brilhante. | Interrupção | Documentos Fotográficos [77 estampas].
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
45€

25 outubro, 2024

BRAGA, Theophilo -
O MARTYR DA INQUISIÇÃO PORTUGUEZA ANTONIO JOSÉ DA SILVA (O Judeu). Por...
Lisboa, Publicação da Junta Liberal, 1910. In-8.º (22,5x13,5 cm) de 27, [5] p. ; [1] f. il. ; B.
Apontamento biográfico de António José da Silva, o Judeu, condenado à morte pela Inquisição. Variação da edição de 1904: capa tem impresso um título diferente do mencionado na f. rosto: "O Poeta Judeu e a Inquisição".
Ilustrado com uma estampa extra-texto: Estátua do poeta Judeu no Salão do Theatro de S. Pedro d'Alcantara, no Rio de Janeiro.
António José da Silva (1705-1739). "Poeta, comediógrafo e advogado, dito o Judeu, nasceu em 1705, no Rio de Janeiro, e veio a ser executado em 1739, em Lisboa. É considerado o dramaturgo português mais importante entre Gil Vicente e Almeida Garrett." (Infopédia)
Antonio José da Silva Coutinho (1709-1739), mais conhecido na tradição popular pelo nome de Judeu, representa na historia do Theatro portuguez o primeiro esforço para levantar a comedia da estreiteza acanhada dos divertimentos dos bonifrates, e fazel-a competir com a magnificencia da Opera italiana, que explorava o genio perdulario de Dom João V. Era uma empreza audaciosa no reinado aterrador do Santo Officio; Antonio José sabia fazer rir a multidão, e por esse facto tornou-se criminoso: a gargalhada acordava o povo do medonho pezadello dos inquizidores, e estes entenderam que merecia a morte aquelle que ousava distrahir as imaginações do assombro funereo dos Autos de Fé. Era preciso procurar-lhe um crime, inventar um pretexto para descarregar sobre o poeta a espada flammejante do fanatismo, vingar sobre elle a divida em aberto deixaa por Gil Vicente."
(Excerto da Introdução)
Índice:
[Introdução.] | Vida intima de Antonio José da Silva, tirada do processo do Santo Officio. | Influencia das Operas italianas na forma das suas comedias. | Operas no reinado de D. João V, de 1712 a 1735. | Elemento lyrico nacional das «Modinhas», aproveitado por Antonio José. | Origem popular da Opera «Vida de D. Quixote». | Como Antonio José descreve a falta da noção de Justiça no seu seculo. | Combate o ergotismo e as Theses monasticas na Opera «Esopaida». | A sensualidade de Dom João V, symbolisada no Jupiter da Opera Amphitryão. | Grito da natureza e protesto contra a prepotencia fanatica. | A sociedade elegante de Lisboa e as «Guerras do Alecrim e Mangerona». | O fidalgo pobre e os medicos. | Descripção dos martyrios e torturas moraes que Antonio José soffreu na Inquisição. | O Cavalheiro de Oliveira. | O espirito religioso condemnou a eschola de Antonio José.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Vincado ao centro.
Muito invulgar.
10€

24 outubro, 2024

PENSAMENTOS DE OLIVEIRA MARTINS.
Colhidos das suas obras por Um Amigo. Lisboa, Imprensa Nacional, 1889. In-16.º (14x9 cm) de 54, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Máximas de Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894) escolhidas por um seu amigo em homenagem à sua obra, labor e dedicação à causa pública.
"Colligindo estes pensamentos das obras do nosso primeiro historiador, tive em mira pôr em frente da vossa vista bons preceitos de moral e politica que, não provindo de escriptor estrangeiro, nem por isso deixam de ter merito, como verão.
Dividi este livrinho de amor em duas partes: na primeira se contem os pensamentos politico-sociaes, na segunda os philisophico-moraes. Pensei igualmente em dal-o n'esta edição (pocket-edition) para que o podesseis levar para toda a parte como um objecto de especial carinho."
(Excerto de Á mocidade portugueza)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com defeitos, e pequenas falhas de papel marginais. Capa apresenta carimbo de posse e de biblioteca.
Raro.
Com interesse histórico e bibliográfico.
A BNP dá notícia do livro, porém, com a indicação "sem informação exemplar".
25€

23 outubro, 2024

VIANA, Mário Gonçalves -
AS CAVALHADAS EM PORTUGAL E NO BRASIL.
Ensaio de história comparada. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas Gráficas de Ramos, Afonso & Moita, Lda. - Lisboa], 1973. In-4.º (26x19 cm) de 38 p. ; B.
1.ª edição independente.
Separata do «Boletim Cultural» da Junta Distrital de Lisboa : Série III - N.ºs 75-78 - 1971/72.
Curioso ensaio histórico sobre as "cavalhadas", manifestações teatrais, normalmente inseridas em festas populares, que recreavam justas e torneios medievais, com uma ou outra deriva, dependendo do tempo e local onde eram (são) realizadas.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Prof. Vergílio Fernandes da Silva Lemos.
"A Cavalaria, pletórica de vitalidade, procurava adaptar-se às condições sociais que iam surgindo com os novos tempos.
Teve, entretanto, fases típicas, que importa revocar:
- Época heróica: Carlos Magno;
- Época galante: Távola Redonda;
- Época artificial: Quixote de la Mancha.
Chegou, porém, o tempo que a Cavalaria se tornou uma instituição sem missão específica a cumprir, e, portanto, anacrónica.
Tantas e tão gloriosas eram as suas tradições, nas altas e nas baixas esferas, que ela não aceitou desaparecer; procurou, desesperadamente, sobreviver às novas e, para ela, adversas circunstâncias. [...]
A Cavalaria, querendo sobreviver à hora própria, evoluiu no sentido da degeneração e da democratização. [...]
Nas sociedades sadias, são os indivíduos das classes populares que procuram imitar os indivíduos das classes privilegiadas; nas sociedades doentes e corrompidas, o fenómeno é inverso.
Por isso, à medida que o povo, mercê do trabalho e da economia, enriquecia, começou, naturalmente, a tentar imitar os jogos e as diversões dos nobres.
Mas com o nem sempre os novos-ricos sabem copiar fielmente os modelos que procuram reproduzir, surgiram como bem se compreenderá, várias versões mais ou menos afastadas dos antigos e admirados torneios de Cavalaria toda poderosa. Estas versões foram, essencialmente, o resultado de três tipos de imitação:
- Imitação séria;
- Imitação joco-séria;
- Imitação burlesca.
A imitação séria foi, sem dúvida, a menos frequente, e por motivos vários: falta de meios económicos, falta de tempo, falta de exercitação física, falta de agilidade, falta de coragem, falta de inteligência, falta de capacidade organizadora, etc.
Nenhuma actividade aristocrática, complexa, longamente preparada, pode improvisar-se ao mesmo nível da actividade originária.
Além disso, o povo tende, de modo instintivo, a diminuir ou ridicularizar (conscientemente ou inconscientemente) as acções das classes elevadas. E fá-lo por despeito ou por incapacidade para as compreender, isto é, por escassez de formação moral, social ou intelectual; por falta de intuição, de sensibilidade e de delicadeza."
(Excerto do Ensaio)
Mário Gonçalves Viana (Lisboa, 1900 - Esposende, 1977). "Pedagogo, escritor e crítico literário, atividade que exerceu no Jornal do Comércio e Colónias e no Polígrafo. Foi professor e formador de professores. Foi, igualmente, autor de uma obra vasta nas áreas da pedagogia, psicologia e biografia. Refletiu, abundantemente, sobre os valores da educação e sobre a deontologia docente. Fez os estudos secundários em Coimbra, tendo-se licenciado em Direito na Universidade de Lisboa em 1923. De 1927 a 1930, foi redactor principal do Jornal do Comércio e das Colónias, de que era também crítico literário. Entre 1934 e 1936, exerceu o cargo de conservador do Registo Civil de Manteigas, tendo depois seguido a carreira de professor do ensino secundário em vários estabelecimentos de Viana do Castelo, Esposende e Porto. Colaborou no jornal A Voz, de Lisboa, com uma secção regular de Sociologia Agrária, e foi cronista e crítico literário do Diário do Minho, de Braga. Tem ainda colaboração sobre educação física, pedagogia desportiva e psicologia, dispersa por jornais e revistas de Portugal, Brasil, Uruguai, Chile, Itália, França e Espanha."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa oxidada, manchada à cabeça.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
25€