1.ª edição.
Conjunto de artigos contra a enfermagem exercida por religiosas, publicados pelo autor na revista A Medicina Contemporanea, acrescentados dos dois últimos capítulos.
No início do século XX em Portugal os cuidados de enfermagem eram maioritariamente dispensados por religiosas. Contra a enfermagem exercida por estas mulheres opunham-se muitos médicos. De entre eles salientava-se o republicano Miguel Bombarda.
"A questão da enfermagem religiosa entrou em pleno dia de discussão. Até agora, desde alguns annos, as congregações teem andado n'este pequeno trabalho, manso, silencioso, mas tenaz, de se insinuarem na vida da sociedade portugueza. Hoje porém já se descobrem de todo e não receiam a grande publicidade na sua capital arremetida de se substituirem por completo á enfermagem secular dos nossos estabelecimentos publicos.
O artigo, em que o assumpto nos occupou ultimamente, é o reflexo da situação. Veio elle na defeza da mulher portugueza, dos seus egregios dotes de intelligencia e amor, apoucados por um jornal que esqueceu a justiça n'um arranco de proselytismo. [...]
É preciso primeiro que tudo assentar muito decisivamente que a dedicação e a coragem não são privativas do zelo religioso."
(excerto do Cap. II, Enfermeiras religiosas)
Matérias:
I. Pias injustiças. II. Enfermeiras religiosas. III. Um testemunho de longe. IV. A s enfermeiras "não mercenarias". V. Resumo.
Miguel Augusto Bombarda (1851-1910). “Nasceu em 1851 no Rio
de Janeiro. Foi médico do Hospital de S. José, em 1892, director do Hospital de
Rilhafoles e professor, desde 1880, da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Como
médico dedicou-se principalmente às doenças do sistema nervoso,
especializando-se em Psiquiatria. Participa também no lançamento das campanhas
de prolifaxia contra a tuberculose. Só em 1908 entrou na política activa, como
deputado, afecto ao então presidente do Conselho, Ferreira do Amaral. Mas as
suas fortes convicções liberais e anti-clericais aproximam-no rapidamente da
Junta Liberal, de que se torna um dos mais destacados dirigentes, e do Partido
Republicano, a que adere formalmente pouco antes da implantação da República,
sendo eleito deputado nas suas listas. Miguel Bombarda foi um dos principais
dirigentes da revolução republicana, com o especial encargo de proceder à
distribuição de armas por grupos civis, estando prevista a sua participação no assalto
ao quartel de Artilharia 1, em Campolide. No dia 3 de Outubro, Miguel Bombarda
foi alvejado a tiros de revólver por um oficial do exército, antigo aluno dos
colégios da Companhia de Jesus, que o procurou em Rilhafoles. Transportado para
o Hospital de S. José, foi operado, 'depois de ter mandado queimar à vista uma
carta que trazia na carteira' e falado com Brito Camacho, mas não resistiu à
operação, entrou em coma e faleceu cerca das 6 da tarde. A morte de Miguel
Bombarda provocou especial indignação junto do povo de Lisboa, para quem se
tratava de um 'atentado reaccionário'. A República organizou as suas exéquias,
homenageando-o como um dos seus principais inspiradores.”(fonte: www.fmsoares.pt)
Encadernação inteira de carneira com rótulo negro e inscrições a dourado na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Encontra-se encadernado com um largo conjunto de folhas em branco para fazer volume. Lombada apresenta falhas de pele, sensívelmente a meio, e na extremidade inferior. Ténue mancha de humidade à cabeça, transversal a toda a obra, sem prejudicar a mancha tipográfica.
Raro.
Indisponível
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