BRITO, Rozalino Candido de Sampaio e - O MUNDO NÃO SE ENDIREITA MAS EU NÃO LARGAREI NUNCA O MUNDO. Segunda edicção precedida d'uns bons bocadinhos, e seguida d'outros ainda melhores. (Mimozissimo presente, que o comprador pode fazer a qualquer... asno, por exemplo). Porto, Typ. de Antonio José da Silva, 1873. In-8.º (18,5cm) de [2], XXIV, 24 p. ; B.
Curiosíssimo
opúsculo. Apesar de se tratar da segunda edição, esta poderia ser
considerada uma 1.ª edição, tão grandes são as diferenças, muito
aumentada a presente, redigida com uma linguagem "terrível", conforme
declara Rosalino: "talvez a mais terrivel que eu tenho escripto em toda a minha vida; mas é justa - é justissima".
Assim, a primeira parte do livro (XXIV pp) é exclusivamente dedicada
pelo autor à justificação da segunda edição, sendo a segunda parte
preenchida com O mundo não se endireita.
Matérias:
[Primeira
parte]: Por conveniencia de futuro; Franqueza d'alma; Declarações muito
necessarias; Uma attenção minha para com os criticos competentes;
Prologo (tornado n'uma boa lição). [Segunda parte]: O mundo não se
endireita mas eu não largarei o mundo. Vermes detestaveis ou viventes
perigosos.
Rosalino Cândido de Sampaio e Brito
(? - 1904). "Poeta e polemista, falecido a 7 de Maio de 1904 na cidade
de Lisboa, onde passou os últimos anos da sua vida, anteriormente havia
residido no Porto até cerca de 1868 e, em seguida, em Coimbra, cidade na
qual terá permanecido nas duas décadas seguintes e à qual ficou
intimamente associado em virtude da enorme popularidade que aí adquiriu
pela sua actividade nas letras ou pelas suas “extravagâncias
literárias”, como melhor esclarece Cardoso Marta numa das suas anotações
à obra Cartas de Camilo Castelo Branco (1918).
Embora não
estando matriculado em qualquer instituição de ensino em Coimbra, onde
terá apenas frequentado uma aula regida por Manso Preto a quem, num
episódio que ficou célebre em toda a academia, chegou a pedir dispensa
em verso por não ter estudado a lição, aí conviveu com inúmeros
académicos e ficou na memória de várias gerações, incluindo alguns
autores como Trindade Coelho, Brito Camacho, Sá de Albergaria, Mário
Monteiro e António Cabral, que o mencionam nas suas obras,
qualificando-o como um filósofo, humanitarista, precursor do
nefelibatismo ou como um louco.
Publicando grande parte da sua obra na cidade de Coimbra, incluindo o jornal filosófico Luz da Razão,
do qual foi o único redactor e que se imprimiu no Porto entre 1867 e
1868 e, em seguida, em Coimbra, onde obteve grande popularidade, a sua
vasta produção literária, exceptuando o romance A observação e o homem orgulhoso
(1876), é composta sobretudo por inúmeros opúsculos que ele próprio
vendia, marcados por um tom inflamado e uma predilecção pelo grotesco.
Cultivando
essencialmente a escrita poética e a prosa ensaística, fórmulas que por
vezes integrou na mesma obra, da sua produção enquanto poeta
conhecem-se, entre outras, as publicações O jovem ancião (1875), Camões: homenagem aos antigos heróis portugueses e sobre todos ao seu divino cantor Luís de Camões (1880), O legendário misterioso (1881), Uns pontos nos is à minha moda constituídos sempre (18--), Uns santos do céu: em verso (e prosa) amaldiçoados por um diabo da terra (1883), Espontaneamente vestir a pele do lobo e arranjar lenha para as suas costas ou quid pro quo em sonetos (1887), Cupido e Baco na rua do Ouro em dia de S. Martinho (1887) e Um sonetão, sim, capitão (1890).
Além destas obras, foi ainda autor dos opúsculos de carácter polémico ou filosófico O que é uma tourada perante a civilização (1870), O número terrível da luz da razão (1874), A pobreza e a mendicidade humana: remédio para aquela e a extinção absoluta de esta (1877), Processo
académico oferecido aos estudantes: consagrado ao riso e dedicado ao
Conselho de Decanos de todas as faculdades no outro mundo (1878), Discurso: para ser recitado no sarau literário à memória de Camões pelos estudantes de 1881 (1881), A carta (as touradas) do Ex.mo Sr. Dr. Luís de Magalhães e a resposta de Rosalino Cândido de Sampaio e Brito (1888), Algumas
sandices de Rosalino Cândido de Sampaio e Brito consagradas ao Sr.
Emídio Navarro: não como ministro das obras públicas, mas sim como
redactor-proprietário do jornal As Novidades (1888) e Um petisco!
Um petisquinho! A novidade agora! Ou melhor Emídio Navarro com Rosalino
Cândido de Sampaio e Brito não é tarea é um petisquinho, só um
petisquinho! (1889)."
(Fonte: http://vcp.ul.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=34&Itemid=122)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
35€
Sem comentários:
Enviar um comentário