13 agosto, 2018

PADRÕES DA GRANDE GUERRA. Consagração do Esfôrço Militar de Portugal : 1914 a 1918. Relatório  Geral da Comissão dos Padrões da Grande Guerra (1921 a 1936). [Prefácio do General Norton de Matos]. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia da «Liga dos Combatentes da Grande Guerra»], 1936. In-fólio (32x24cm) de 315, [5] p. ; [17] p. il. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Magnifica monografia em livro volumoso sobre os Padrões da Grande Guerra. Trabalho muitíssimo relevante, verdadeira "bíblia" sobre o intenso labor desenvolvido pela Comissão dos Padrões da Grande Guerra ao longo dos 15 anos em que esteve em funções, pugnando pela memória dos expedicionários portugueses combatentes em África e em França. Trata-se de uma obra de fôlego, imenso repositório devotado ao tema.
Profusamente ilustrada no texto e em separado (sobre papel couché), com mapas, quadros, desenhos e fotogravuras reproduzindo retratos de insignes militares, dos Padrões da Grande Guerra, dos memoriais dedicados à Grande Guerra espalhados pelo território português, e a partitura da marcha A Portuguesa, de H. Lopes de Mendonça e A. Keil.
Os exemplares desta edição são numerados de 1 a 500 e autenticados com o carimbo desta comissão. (N.º 239).
"Organizada em Dezembro de 1921 por iniciativa de um grupo de antigos combatentes, presidido pelo general Gomes da Costa, a comissão seria responsável pela construção de vários padrões da Grande Guerra - em França, Luanda, Lourenço Marques e Açores -, pela criação do Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido e pela organização das grandes comemorações do 9 de Abril e do 11 de Novembro, afirmando-se como uma das principais instituições republicanas responsável pelo movimento de sagração da memória nacional."
(in jornal Público on-line)
"Resolveram os meus companheiros dos «Padrões da Grande Guerra» que se fizesse preceder o Relatório que vai lêr-se, de palavras minhas. Vou escrevê-las, e naturalmente será êste o meu último acto de intervenção nas cousas da «Grande Guerra». [...]
Mostra-nos a História que aos homens, que regressam à terra natal apoz campanhas distantes e prolongadas, lhes nasce na alma um tal desgôsto que passam a viver cheios de cansaço e de desânimo, vida apagada e isolada, unindo-se com os antigos companheiros de armas apenas para não se deixarem desprestigiar pelos da sua geração, que não combateram, e pelos que só atingiram a idade de soldados, quando a guerra já tinha acabado.
E, cousa curiosa, transformam-se, em regra, essas associações de antigos soldados em agrupamentos de pacifistas, quási que a pedirem ao mundo desculpa de terem combatido, praticando assim um acto que as multidões não compreendem e que, portanto, em nada concorre para o advento da Paz que todos nós desejamos. [...]
Resolveu, em 1921, um grupo de portugueses fazer face às campanhas contra a intervenção de Portugal na guerra, que estavam alastrando, não de maneira violenta, mas aproveitando imperdoáveis esquecimentos e indiferenças. Dessa resolução nasceu, apoiadas por quatro altas figuras da República, António José de Almeida, Bernardino Machado, Afonso Costa e Teixeira Gomes, a romagem à Batalha e a Comissão dos Padrões da Grande Guerra.
Abramos o seu regimento:
«A Comissão dos Padrões da Grande Guerra é um agrupamento constituído por oficiais do Exército, da Armada, e indivíduos da classe civil, antigos combatentes portugueses da Grande Guerra».
O objectivo da Comissão é exaltar o esfôrço da Raça, manifestado na intervenção militar de Portugal nos diversos teatros de operações da Grande Guerra».
Como atingir êste objectivo? - perguntou-se então.
Erigindo padrões, em terra estranha e em terra nossa, elucidando a opinião pública «por meio de uma intensa propaganda patriótica, em sessões solénes, comemorações, conferências e festivais» e celebrando as datas mais notáveis da nossa acção militar. [...]
Principiaram a erguer-se, de norte a sul, «monumentos à memória dos soldados» que tinham morrido na guerra, e em dia solénes os seus conterrâneos vinham em piedosa romagem juncar de flôres as bases dos cenotáfios. A alma nacional, que durante a guerra fôra minada pela mais nefasta e pela mais tenebrosa das propagandas, principiava a vêr claramente o que representava o esfôrço, que a sua segurança e a sua honra tinham exigido ao povo português. [...]
O que foi a obra dos Padrões di-lo o Relatório que vai lêr-se. A Comissão dos Padrões da Grande Guerra atingiu integralmente o seu objectivo, e nos termos do seu regimento, publica «o relatório geral da sua actividade» e considera-se dissolvida."
(Excerto do Prefácio)
Matérias: 1.ª Parte - A Obra da Comissão. 2.ª Parte - Glorificação dos Mortos da Grande Guerra. 3.ª Parte - Efemérides da Intervenção de Portugal na Grande Guerra (1 de Agosto de 1914 - 2 de Abril de 1920).
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
Indisponível

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