08 agosto, 2018

FLAMMARION, Camille - AS CASAS MAL ASSOMBRADAS. (Les maisons hantées). Tradução de M. Quintão. Rio de Janeiro, Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira, 1942. In-8.º (18cm) de 336 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo sobre as casas assombradas e a presença dos espíritos entre nós, ilustrado com exemplos de alguns fenómenos, conhecidos e noticiados, esmiuçados pelo autor.
"É muito natural - é até dever nosso - duvidar de manifestações  dos defuntos, desde que a prova se não faça. A nossa tendencia é para considerar suspeitas todas as narrativas inerentes a manifestações dos mortos. A isso nos autorizam a improbabilidade aparente e a raridade das provas positivas ocorrentes. Antes de tudo, a sinceridade dos narradores pode ser posta em dúvida. Ha mentirosos, ha farçantes.
Depois, no caso de haver sinceridade absoluta, nem sempre a memória é fiél e assim possibilitam-se arranjos e exageros.
Enfim, o problema, em si mesmo, é tão grave que não podemos nem devemos admitir observações que não sejam absolutamente indiscutiveis. E de resto, importa ainda saber interpretar essas observações, convencidos de não poderem elas explicar-se pelas faculdades humanas, só admitindo acção dos trespassados quando não haja hipóteses outra admissivel. Estes elementos de estudo só prevalecem e vingam sob a condição de ser o observador, de si mesmo, instruido e adextrado nessa ordem de factos, para falar com conhecimento de causa.
Notarei mesmo, a propósito, que, em geral se impingem ao público as mais estranhas confusões, a respeito de assuntos metapsíquicos."
(Excerto do Cap. I, As provas experimentais da sobrevivencia)
"Haverá quem acredite em casas mal-assombradas? Os espíritos fracos e os crédulos, talvez, pois tudo isso não passa de contos de vovósinhas, para intimidar crianças.
É o que comumente se pensa e diz. E de facto, parece que outro não deve ser o veredito do senso comum. Que haverá nisso de falso, ou de verdadeiro? Quod gratis asseritur gratis negatur, dizia-me Renan, certa feita em que versavamos o dógma da infalibilidade papal, recentemente proclamado pelo concilio do Vaticano (1870). O que se afirma sem provas, é simples e naturalmente negado. Se as casas mal-assombradas não fôssem identificadas por observações irrefutaveis, estariamos no direito de negá-las; e com isso, cumpririamos até um dever. Velho proverbio diz que não ha fumo sem fogo. Mas o adagio não deixa de ser verdadeiro. As legendas mais absurdas têm uma origem."
(Excerto do Cap. II, As casas mal-assombradas : prospecção do assunto)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Mancha de humidade à cabeça, visível sobretudo na f. rosto e nas primeiras páginas do livro.
No início, e ao longo da obra, encontram-se colados alguns artigos de jornal dando conta de fenómenos psíquicos e outras manifestações relacionadas com o assunto do livro.
Invulgar.
Indisponível

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