29 junho, 2018

FLAMMARION, Camilo - INICIAÇÃO ASTRONOMICA. Traducção de Manoel Ribeiro. Obra ornada com 89 gravuras. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1910. In-8.º (19cm) de 220, [4] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho de divulgação científica com grande interesse histórico e didático dado a época em que foi publicado (originalmente em França, apenas dois anos antes da 1.ª edição portuguesa, a presente, em 1908).
"O conhecimento das maravilhas do universo constitue uma sciencia muito vasta, bastante ardua, sem dúvida, para quem queira dedicar-se-lhe inteiramente; mas as suas noções elementares podem adquirir-se sem fadiga e até com prazer muito intenso, como quem se diverte. Prova-o, re resto, a sua origem que remonta á mais alta antiguidade. Os primeiros observadores do seu, fundadores da Astronomia, não blasonavam de «sabios», nem consideravam como «estudo» a contemplação dos ceus e como «sciencia» o resultado dos seus devaneios.
Estes primitivos astrónomos eram humildas lavradores e pastores da Cháldea. Nas longas e luninosas noites do Oriente, deitados ao pé das suas colheitas, notavam a forma invariavel das constelações, viam as estrelas voltar todas as noites por cima dos campos, anunciando as estações, e admiravam o movimento silencioso e preciso que arrasta no mesmo ritmo os inúmeros luzeiros do ceu, como se o vasto azul fôsse uma cúpula cravejada de pregos d'ouro que girasse em torno das nossas cabeças."
(Excerto do Cap. 1, Primeiras aspirações astronomicas)
Encontramo-nos sôbre a Terra, sôbre este globo que fluctua, que rola e que gravita, joguete de mais de doze movimentos incessantes e variados; mas tão pequenos sômos neste globo que tudo nos parece imóvel e imutável. Entretanto a noite desdobra as suas azas negras, as estrelas acêndem-se no fundo dos ceus e a Lua derrama na atmosfera a sua claridade pálida. Partamos, voemos com a velocidade da luz que é, lembrêmo-nos, de 300.000 quilómetros por segundo. Depois do primeiro segundo, passaremos á vista do mundo lunar que abre deante de nós as suas crateras escancaradas, as suas montanhas anulares de desfiladeiros abruptos, as suas cristas sélvagens e escalvadas, os seus vales profundos e as crevassas multiplicadas do seu solo convulsionado. Mas não paremos. O sol reaparece e permite-nos lançar um último olhar á Terra iluminada, este pequenino globo inclinado que cae, diminuindo na noite infinita. Está perto Vénus, uma nova terra egual á nossa; talvez ella seja povoada de sêres mais ou menos análogos a nós. Não nos demoremos. Passamos agora muito próximo do Sol para reconhecermos as suas explosões gigantescas e formidáveis; mas continuemos o nosso vôo. Eis Marte com as suas neves polares e mares estreitos, os seus canaes sombrios e terrenos avermelhados."
(Excerto do Cap. 45, O espaço sem limites)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágias com defeitos, exibindo vestígios antigos de humidade. Falha de papel na extremidade inferior da lombada.
Muito invulgar.
Indisponível

28 junho, 2018

COIMBRA, Adriano - AUTO DO SOL=PÔR. De... Chaves, Na Tipografia Gvtenberg de Castro Lopo, M. CM. XVI [1916]. In-8.º (22cm) de 30, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Rara colecção de poesias de Adriano Coimbra, figura de relevo da cena cultural flaviense da primeira metade do século XX. Colaborou no Almanaque de «O Comércio de Chaves», de Júlio Xavier Júnior.
Opúsculo muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao fulgurante Poeta do «Nada».
"Mais um punhado de versos que lanço na estrada em sombras da minha mocidade.
Não são para demonstrar o meu engenho poético rude e fraco que o meu velho amigo de sempre, António de Castro Lopo teve a gentileza de os editar. Não, não são. [...]
Na primeira parte da minha poesia intitulada Elogio do Sol que, com as duas seguintes, constituem por assim dizer a introdução do Auto, procurei cantar a vida do astro-rei e a sua influência na natureza.
Na segunda parte choro o poente, sinto a dôr bem definida que me causa o pôr do sol de sempre.
Na Hora-Saudade o mesmo amôr e pranto se reflecte, a mesma mágoa se denota na Hora Crepuscular. Vem finalmente o Auto de Sol-Pôr onde lembro os costumes humildes da gente campesina da minha muito amada província transmontana, formando, com as suas paixões ardentes e alegrias bizarras, cheirando a rosmaninho e alfazema, uma pequena grinalda de flores silvestres (muito imperfeita), que deponho com toda a vénia nas mãos do autor da Alma Popular, (um feixe de límpidas canções da minha terra,) dêsse cultor primoroso da arte sublime dos sons que a tuba da Fama num clangor heroico ha-de fazer chegar aos logares mais recônditos do mundo e cuja fronte ha-de ser aureolada pela luz viva da Gloria e coroada ainda de mirtos e de louros."
(Excerto do prelúdio, Prœludium)
"Campos de Traz-os-Montes expostos aos ultimos vislumbres do sol, que se despede num beijo luminoso e santo da grande Natureza.
Hora de beleza e misticismo! Doce religião da luz feita de crepúsculo!
Três cruzes talhadas em pedra, monumentos de fé e crença da alma dos simples da minha aldeia, elevam-se nos ares, acolhendo nos seus braços cobertos de musgo, uns lampejos fraquissimos do sol que se desfaz numa chúva de pétalas sangrentas, morrendo numa apotéose cravejada de ametístas e rubins e atravez duma heroicidade grande."
(Preâmbulo do Auto do Sol-Pôr)
Poesias:
Prœludium; Elogio do Sol; Hora-Saudade; Hora-Crepuscular; Auto do Sol-Pôr.
Exemplar brochado, parcialmente por abrir, em razoável estado de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel. Pelo interesse e raridade a justificar encadernação.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

27 junho, 2018

CARDOSO, Nuno Catharino - CAMILO CASTELO BRANCO E DOM PEDRO V (subsídios para a vida e história do grande escritor). Lisboa, Edição do Autor, 1956. In-8.º (21cm) de 4 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante peça camiliana. Descrição dos encontros de D. Pedro V com Camilo na Cadeia da Relação do Porto, e reflexões do autor acerca do assunto.
Tiragem de 150 exemplares.
"Em Novembro de 1860. D. Pedro V foi ao Porto e visitou as Cadeias da Relação, cujo ar pestilencial, por absoluta falta de condições higiénicas, era irrespirável.
Tinha então o Monarca 23 anos de idade e a alma povoada de sonhos. Amava o povo e os seus padecimentos afligiam-no.
Como se sabe, Camilo estava preso na Cadeia da Relação do Porto, desde 1 de Outubro de 1860, tendo-se apresentado voluntàriamente à prisão. D. Ana Plácido, sua cúmplice e esposa do comerciante Manuel Pinheiro Alves, havia sido presa anteriormente, levando consigo uma criança de colo, o desventurado Manuel Plácido, a que alude Camilo nas «Scenas da Hora final».
Eram mais de cinco horas da tarde do dia 23 de Novembro de 1860, quando D. Pedro V, acompanhado pelo Marquês de Loulé, Presidente do Conselho, visitou na Cadeia Camilo Castelo Branco.
Não esperava encontrá-lo aqui, disse o Rei.
Estimo que se livre cedo."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Não consta do Catálogo bibliográfico camiliano de Miguel de Carvalho.
15€

26 junho, 2018

SANTOS, João Antonio Correia dos - IMPRESSÕES DE UMA VIAGEM DE ESTUDO. A instrução, a vida militar e as grandes industrias na França e Alemanha. Por... Capitão de Infantaria com o curso de Estado Maior, professor assistente na Universidade de Lisboa e no Colegio Militar. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar, 1914. In-4.º (23cm) de 184, [4] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo/relatório contendo as impressões colhidas pelo capitão Correia dos Santos durante a sua visita à França e Alemanha - nações à beira da guerra, e futuros contendores no conflito que eclodiria poucos meses após esta sua viagem - onde teve oportunidade de visitar, e ver de perto, a indústria bélica de ambos os países.
Livro totalmente impresso sobre papel couché, muitíssimo ilustrado ao longo do texto com quadros, tabelas e fotogravuras, algumas das quais em página inteira.
Muito valorizado pela dedicatória manuscrita do autor.
"Num país como o nosso, onde se adormeceu á sombra de uma pás estoliante, com a despreocupação completa do que se passava por esse mundo fóra em todas as grandes conquistas democráticas no prodigiôso e heróico seculo XIX, não póde passar indiferente qualquer depoimento sincéro, ácêrca da vida progressiva dos outros póvos, quando se entre numa era nova de transformação profunda na vida portuguêsa. É por isso que, após uma viagem de estudo realisada na França e Alemanha, resolvemos comunicar ao público as nossas impressões. O curto periodo que permanecêmos no estrangeiro não nos permitiu alcançar maior número de pormenores ineditos, entre nós, sôbre os assuntos que mais possam interessar a uma sociedade em perfeito estado de reconstituição e a que não deve ser indiferente a fórma como lá por fóra se tem levado a efeito a associação do trabalho, do capital e do talento e como se tem atendido ás reivindicações das classes trabalhadôras. Todavia, obtivémos algumas informações ácêrca da vida militar na França e Alemanha, sôbre o papel que a instrução desempenha nestes dois países e o desenvolvimento das grandes indústrias, que, em um periodo relativamente curto, atingiram um tão elevado grau de esplendôr."
(Excerto do prefácio)
Indice: Prefacio. De Fuentes de Oñoro a Paris. Impressões de uma visita ao Liceo Louis le Grand. Preparação para as Escolas do Estado em França. Tarifas pagas em França pelos alunos de instrução secundária. Vencimento dos professores de instrução secundária em França. Visita á Sorbonne. Vencimentos dos professores da Sorbonne. O exército francês. Recrutamento de oficiais em França. A  Escola de artelharia em Fontainebleau. Aumento dos soldos dos oficiais em França. O centro Nacional do Exército e da Armada em Paris. Os Inválidos. Algumas indústrias francêsas. O metropolitano em Paris. A fábrica de artelharia Schneider. O Hotel Popular de Paris. Impressões de Colonia. Real Ginasio de Lindental. O Instituto Superior do Comercio de Colonia. A fabrica de E. Leybold's Nachfolger. A fabrica de produtos quimicos Friedr Bayer & C.º. A Universidade de Bonn. Impressões de Berlim. O Instituto Quimico da Universidade de Berlim. O Instituto Superior de Técnico de Charlotenburgo. A fabrica Goerz. Os cursos livres na Alemanha. As fabricas Siemens Halske e Siemens Schuckerl. A provincia do Rheno e Westhphalia. A fabrica Ströhlein & C.º. A fabrica Krupp em Essen. O exército alemão. Recrutamento dos oficiais alemães. Os casinos e os soldos dos oficiais na Alemanha. A Escola de Guerra de Potsdam. A Escola Superior Técnica de oficiais em Berlim. A questão dos cereais na França e na Alemanha. Conclusões.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta falhas de papel na lombada.
Raro e muito interessante.
Com interesse histórico.
Indisponível

25 junho, 2018

BASTOS, Francisco Leite - GLORIAS DO TRABALHO : drama em tres actos. Original De... representado repetidas vezes no Theatro das Variedades. Precedido de um parecer do Sr. A. da Silva Tullio. Lisboa, Livraria do sr. Campos Junior, [1865]. In-8.º (17 cm) de 51, [1] p. ; B. Col. Theatro Escolhido, N.º 10 - 2.ª Serie - IV
1.ª edição.
Obra raríssima. Trata-se da segunda publicada pelo autor; a 1.ª, igualmente uma peça de teatro, foi Consequencias de uma inicial : comedia original em um acto (1863), também representada no Teatro das Variedades. De acordo com uma biografia da época, «As glorias do trabalho», "que também obteve grande ovação, era um drama que denotava verdadeiro talento, mas em que se conhecia a falta de estudo e de instrucção" do autor.
"A critica e o publico acceitaram o presente drama e festejaram-no na imprensa e no theatro, como elle foi escripto, e com favor tal que nunca julguei merecer.
Para essas dividas de gratidão é que de certo não ha resgate. A tão benevolos estimulos respondo apenas com o meu evangelho - o trabalho.
Trabalharei pois: e oxalá no futuro eu possa por elle tornar-me util; e os generosos amigos, que ora vêem espalhar flores n'este caminho abrolhoso, aonde só espinhos se encontram, não tenham de pejar-se ante a inutilidade de seus desejos.
São estas as minhas aspirações - estes os votos do meu eterno reconhecimento."
(Preâmbulo)
"A comedia-drama, em tres actos, original, intitulada Glorias do trabalho, sobre ter por argumento um thema recommendavel, está escripta e dialogada com muita propriedade; tem bons typos; boa doutrina; os actos fecham com lances e ditos de seguro effeito scenico; e em summa é uma peça que muito folgo de approvar com louvor."
(Parecer)
Francisco Leite Bastos (1841-1886). “Jornalista, autor de contos e romances policiais, dramas e comédias, nascido a 17 de setembro de 1841, em Lisboa, e falecido a 5 de dezembro de 1886, na mesma cidade. Apesar da ausência de formação literária, os seus escritos - peças, crónicas  e romances - gozaram no seu tempo, de um relativo êxito popular. Colaborou no Diário de Notícias e em vários jornais literários. Deu sequência ao Rocambole, de Ponson du Terrail, em Maravilhas do Homem Pardo. Toda a sua obra jornalística e literária se pauta pela crítica de costumes.”
(Fonte: infopédia)

Exemplar brochado, por aparar, em bom estado de conservação.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
35€

23 junho, 2018

BEIRÃO, Caetano Maria Ferreira da Silva - MEMORIA ACADEMICA. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ÁCERCA DAS RESTRICÇÕES, A QUE É NECESSARIO SUGEITAR A CULTURA DO ARROZ EM PORTUGAL PARA CONCILIAR O MAXIMO PROVEITO DESTA INDUSTRIA AGRICOLA COM O MENOR RISCO POSSIVEL PARA A SAUDE DOS POVOS. Lidas em sessões de primeira classe da Academia Real das Sciencias de Lisboa, e mandadas imprimir em 8 de Janeiro de 1856. Pelo Doutor..., Socio Effectivo da mesma Academia. Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1857.
In-4.º (26 cm) de 89, [1] p. ; [1] desdob.
1.ª edição.
Importante trabalho sobre a cultura do arroz nos doze concelhos administrativos de Lisboa, que constituíam na época, uma das mais importantes áreas de cultivo do cereal em Portugal: Álcacer do Sal; Santiago do Cacém, Sines; Setúbal; Alcochete; Moita - Alhos Vedros; Palmela; Sesimbra; Alenquer; Azeitão; Alcoentre; Grândola. O presente estudo baseia-se na divulgação dos relatórios de campo elaborados sobre esta grande área de cultivo.
Contém em separado um desdobrável de grandes dimensões (43x53cm) com um inquérito sociológico realizado nos doze concelhos acima referidos, que inclui recolha de dados sobre salubridade e o meio envolvente.
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse agrícola, histórico e sociológico.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

22 junho, 2018

FLAMMARION, Camillo - O FIM DO MUNDO. Por... Traducção de Ayres de Carvalho. Porto, Companhia Portuguesa Editora, L.ᴰᴬ, [192-]. In-8.º (19cm) de 283, [5] p. ; il. ; B. Bibliotheca das Maravilhas
1.ª edição.
Obra de ficção científica. Trata-se de um curioso estudo "premonitório" onde o autor antecipa o futuro. Na primeira parte do livro, no século XXV, debruça-se sobre os motivos que concorrem para o "fim do mundo", valendo-se da hipótese astronómica da colisão de um cometa de grandes dimensões com o nosso planeta. Na segunda parte, considera a Terra dentro de dez milhões de anos, com as suas particularidades e metamorfoses, e o 'seu último dia'. De facto, em O Fim do Mundo, publicado originalmente no final do século XIX (1894), Flammarion prevê uma valorização da condição humana, através das reformas políticas e sociais realizadas no tumulto das lutas contemporâneas. (Fonte: www.febeditora.com.br)
Livro ilustrado com gravuras no texto.
"A magnifica ponte de marmore que liga a rua de Rennes á rua do Louvre e que, ornada com as estatuas dos sabios e dos philosophos celebres, desenha uma avenida monumental que conduz ao novo portico do instituto, estava inteiramente coalhada de povo. Uma multidão delirada rolava mais do que seguia ao longo dos caes, transbordando de todas as ruas e comprimindo-se em direcção ao portico, invadido havia muito por uma onda tumultuosa. Nunca, em outra qualquer epocha, antes da constituição dos Estados-Unidos da Europa, na epocha barbara em que a força primava o direito, em que o militarismo governava a humanidade e em que a infamia da guerra esmagava sem cessar a immensa toleima humana, nunca, nos grandes conflictos revolucionarios ou nos dias de febre que se seguem ás declarações de guerra, nunca as proximidades da Camara dos representantes do povo nem a praça da Concordia haviam apresentado similhante espectaculo. Não se tratactava de grupos de fanaticos reunidos em torno a uma bandeira, caminhando para alguma conquista do gladio, seguidos de bandos de curiosos e de desoccupados «que iam ver o que se passaria»; era toda, mas toda a população, inquieta, agitada, aterrada, indistinctamente composta de todas as classes da sociedade, suspensa da decisão d'um oraculo, esperando febrilmente o resultado do calculo que um astronomo celebre devia fazer conhecer n'aquella segunda-feira, ás tres horas, na sessão da Academia das Sciencias. Atravez a transformação politica e social dos homens e das coisas, o Instituto de França subsistia, empunhando ainda, na Europa, a palma das sciencias, das lettras e das artes. O centro da civilisação deslocára-se todavia, brilhando então o facho do progresso na America do Norte, nas margens do rio Michigan.
Estamos no seculo vigesimo quinto."
(Excerto do Cap. I, A ameaça celeste)
Indice:
Primeira Parte: No seculo vigesimo quinto - As theorias. I. - A ameaça celeste. II. - O cometa. III. - A sessão do Instituto. IV. - Como o mundo acabará. V. - O concilio do Vaticano. VI. - A crença no fim do mundo através os tempos. VII. - O choque. Segunda Parte: Dez milhões d'annos depois. I. - As étapas do futuro. II. - As metamorphoses. III. - O apogeu. IV. - Vanitas vanitatum. V. - Omégar. VI. - Eva. VII. - Ultimo dia. Epilogo - Depois do fim do mundo terrestre.
Nicolas Camille Flammarion (1846-1925). "Mais conhecido como Camille Flammarion, foi um astrónomo francês. Foi amigo de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. Após a morte deste, o iniciante nos estudos de Allan Kardec, começou a aprofundar o conhecimento teológico do espiritismo. As obras de Flammarion, a partir de então, revelam a sua visão espírita sobre questões fundamentais para a humanidade."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos e restauro nas margens laterais. Assinatura possessória na f. rosto e anterrosto.
Raro.
Indisponível

20 junho, 2018

ARTHUS-BERTRAND, Yann - CAVALOS. Texto: Jean-Louis Gouraud. Lisboa, Edições Inapa, [2005?]. Oblongo (41x29cm) de 232 p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Obra luxuosa de grande esmero e apuro gráfico, profusamente ilustrada com fotogravuras a p.b. e a cores.
Inclui um capítulo dedicado ao cavalo Puro Sangue Lusitano.
"Yann Arthus-Bertrand (o mesmo fotógrafo da obra e exposição A Terra Vista do Céu percorreu o mundo durante quinze anos para conceber este livro. Quinze anos de momentos únicos captados pela sua objectiva que nos apresentam um singular atlas mundial do cavalo, onde para além da beleza e da diversidade das raças, podemos admirar os fascinantes laços que desde as nossas origens unem homens e cavalos. Este extraordinário trabalho fotográfico e o texto de Jean-Louis Gouraud, famoso estudioso do cavalo que o completa, fazem desta obra uma verdadeira bíblia da espécie equina. Ao levarmos até si este magnífico livro pensamos fornecer-lhe uma obra que irá enriquecer ainda mais o seu conhecimento sobre o Cavalo."

(Apresentação)
Encadernação editorial com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Esgotado.
25€

19 junho, 2018

LETTOW-VORBECK, General von - AS MINHAS MEMORIAS DA AFRICA ORIENTAL. Pelo... Tradução de Abilio Pais de Ramos, capitão de cavalaria. Subsidios para a Historia de Portugal na Guerra. Evora, Minerva Comercial, [1923]. In-8.º (22cm) de XXVI, 382, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do conflito africano durante a Grande Guerra. Apesar da Alemanha ter declarado guerra a Portugal apenas em 1916, na sequência do aprisionamento dos navios alemães em portos portugueses, efectivamente, já existiam confrontos militares entre os dois países no norte de Moçambique desde 1914. No terreno, as forças portuguesas (e Aliadas) defrontaram as forças alemães, maioritariamente constituídas por indígenas, sob as ordens de von Lettow Vorbeck, o astuto e respeitado chefe militar alemão.
Ilustrado em página inteira com um retrato do autor, 13 gravuras e 21 croquis militares.
"É um livro de interesse geral e absorvente. Durante quatro anos e quatro mêses da Guerra, Lettow Vorbeck combateu honesta e cavalheirescamente, ganhando o respeito, publicamente expresso, dos Generais Smuts, Northey e van Deventer. Sob este ponto de vista, o seu nome está em completo contraste com o de muitos outros generais alemães.
As suas Memorias são um relatorio interessante e valorôso de toda a Campanha. Alem dos detalhes puramente militares, contem descrições intimas e cativantes das regiões, e principalmente da vida extraordinaria que os alemães do Leste Africano se viram obrigados a passar.
O notavel caracter de de von Lettow dá um valor especial ás suas Memorias. Entre outras caracteristicas do livro, são essencialmente dignas de nota as inúmeras aventuras das patrulhas e a descrição dos combates no mato."
(excerto da transcrição do jornal The Times acerca do presente livro e do seu autor)

MatériasParte I - Acontecimentos anteriores á chegada dos sul-africanos. I: - Antes da declaração da guerra. II: - No comêço da guerra. III: - Os primeiros combates. IV: - Os combates de Novembro em Tanga. V: - Na expectativa de novos acontecimentos. VI: - Luta renhida a nordeste. VII: - A guerra de guerrilhas e ultimos preparativos. VIII: - Esperando a grande ofensiva. Aproveitamento energetico do tempo. IX: - Os teatros subsidiarios da guerra. A guerra de guerrilhas, em terra e no mar, até ao ano de 1916.
Parte II - O ataque concentrico das forças superiores (desde a chegada dos sul-africanos até á perda da colonia). I - O ataque inimigo á Montanha Oldorobo. II - Continuação do avanço inimigo e o combate de Reata. III - A retirada perante a superioridade esmagadora do inimigo. IV - O avanço inimigo na zona do Caminho de Ferro do Norte. V - Entre os Caminhos de Ferro do Norte e Centtral. VI - Combates continuos junto do Rufiji. VII - Os ataques inimigos no sudoeste da Colonia. VIII - Anciedade e fadigas durante a permanencia na região do Rufiji. IX - O fim da defeza da fronteira nos teatros subsidiarios. X - Lindi e Kilwa. XI - No angulo sudeste da Colonia. XII - As ultimas semanas em territorio alemão.
Parte III - Combatendo em terra estranha (desde a entrada na colonia oriental portuguêsa até ao armisticio). I : - Atravez do Rovuma. II: - A leste da Ludjenda. III: - Nas regiões do Lurio e Likungo. IV: - Continuando a marcha para o Sul. V: - De volta para o norte do rio Namacurra. VI: - Retirando para o rio Lurio. VII: - Mais uma vez em territorio alemão. VIII: - A invasão da Rhodesia. IX: - O armisticio e o regresso á Patria.
Paul Emil von Lettow-Vorbeck (1870-1964). “Foi um general alemão, comandante da campanha da África Oriental Alemã na Primeira Guerra Mundial, a única campanha colonial dessa guerra onde a Alemanha não foi derrotada. Também foi o único comandante a invadir solo britânico na Primeira Guerra Mundial. No princípio de 1914, von Lettow-Vorbeck foi escolhido para comandante da pequena guarnição alemã de 300 soldados e doze companhias de askari [combatentes indígenas] que guarneciam a África Oriental Alemã, actual Tanzânia. Com o início da guerra na Europa, em Agosto daquele ano, ignorou as ordens recebidas do governo de Berlim e do governador da colónia, o Dr. Heinrich Schnee, que insistiam na necessidade de manter a neutralidade da África Oriental Alemã e preparou-se para a guerra, que teve início com um ataque anfíbio à cidade de Tanga, entre 2 e 5 de Novembro de 1914, repelindo os britânicos e os seus aliadas na acção que ficou conhecida pela Batalha de Tanga, uma das mais violentas de toda a campanha. As vitórias que foi conseguindo permitiram-lhe capturar armamento moderno e outros abastecimentos, fundamentais dado o isolamento das forças alemães em relação à metrópole, consequência do bloqueio naval aliado ao Império Alemão. O plano de von Lettow-Vorbeck era simples: sabendo que no contexto da Guerra, a África Oriental não passaria de um palco periférico, decidiu manter o máximo de pressão sobre as forças Aliadas, enfraquecendo-as, pois a necessidade de renovação dessas tropas, impediria a sua utilização na Frente Ocidental, contribuindo dessa forma para para vitória alemã na Europa. Von Lettow-Vorbeck sabia que podia contar com os seus oficiais, altamente motivados e competentes (as baixas inflingidas nos adversários eram prova disso). Como consequência das perdas de pessoal, ele passou a evitar confrontos directos com soldados britânicos, em vez disso comandou os seus homens em invasões de guerrilha nas províncias britânicas do Quénia e da Rodésia, atacando os fortes britânicos, ferrovias e comunicações, com o objectivo de forçar a Entente a desviar o efectivo do teatro de guerra na Europa. Ele convocou 12.000 soldados, a maioria deles askari, mas todos bem treinados e bem disciplinados. Os askari ganharam uma especial reputação pela sua capacidade de luta e lealdade. Von Lettow-Vorbeck também servia como comandante-modelo, ganhando pelo exemplo o respeito e lealdade dos seus homens. Percebeu as necessidades críticas da guerra de guerrilha em que ele usou tudo o que conseguia, como o grupo e artilharia do cruzador alemão SMS Königsberg (afundado no delta do Rio Rufiji em 1915) que possuía uma tropa treinada sob o comando de Max Looff, bem como suas numerosas armas, que foram convertidas em peças de artilharia para a luta em terra, que seria o mais alto padrão de peças de artilharia de terra usadas na guerra. Paul von Lettow-Vorbeck foi considerado um comandante audaz, embora prudente, que mostrou habilidade incomum na condução de uma guerra de guerrilha em terreno desconhecido. Com poucos homens e virtualmente sem abastecimentos, reteve forças britânicas dez a doze vezes maiores. Conseguiu, contra todas as expectativas, permanecer invicto, tendo desviado forças britânicas de outros campos de batalha, sendo surpreendido pelo fiim da guerra quando marchava para atacar a ferrovia e as minas Aliadas em Katanga."
(fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas manchadas com defeitos; lombada apresenta falhas de papel; mancha de humidade na contracapa que se prolonga, de forma ténue, pelas derrdaeiras folhas do livro. Pelo interesse e raridade, a justificar restauro.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
Indisponível

18 junho, 2018

MACIEIRA, António - DISCURSOS. Proferidos no Senado sobre a proposta ministerial relativa aos conspiradores. Pelo senador... Lisboa, Imprensa Nacional, 1911. In-4.º (23,5cm) de 27, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso opúsculo dedicado a Afonso Costa. Nele, o autor sugere penalizações a aplicar aos que conspiram contra a República.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível

17 junho, 2018

SYDER, José - JOGO DE "DAMAS". Guia contendo as melhoras fórmas de ataque e defeza a 40 «sahidas» com 440 jogos, 150 problemas na maior parte desconhecidos, e alguns jogos curiosos. Lisboa, Officina Tipographica, 1903. In-8.º (18 cm) de XIII, [3], 227, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual do «Jogo das Damas», o primeiro que sobre este assunto se publicou entre nós.
Ilustrado no texto com tabuleiros de jogo simulando diversos movimentos de 'ataque' e 'defesa'.
"Cada um com a sua mania; a mim deu-me para querer divulgar os conhecimentos sobre o jogo das "Damas" e por isso resolvi publicar este livro: creio que em portuguez nada ha escripto sobre o assumpto.
Este jogo, que á primeira vista, se nos figura facil, está longe de o ser; é tão vasto em combinações que as maiores aptidões recuam diante de certos problemas, e as hypotheses em cada jogo são tão variadas, que não ha jogador que possa dizer: «nada mais tenho que aprender.» É tanto ou mais difficil como o «Xadrez» e d'esta opinião ha muitas autoridades que o asseveram."
(Excerto do prefácio)
Índice:
Prefacio. Leis do jogo. Explicações e abreviaturas. Instrucções. Primeira Parte: Sahidas. Segunda Parte: Problemas. Terceira Parte: Jogos curiosos. Erratas.
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro nas pasta frontal e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Folha de rosto com pequeno rasgão (sem perda de papel). Folha de guarda posterior apresenta-se rasgada, com perda de papel.
Raro.
Indisponível

16 junho, 2018

CORREIA, Alberto C. Germano S. - PROSTITUIÇÃO E PROFILAXIA ANTI-VENÉREA. História Demografia Etnografia Higiene e Profilaxia. ÍNDIA PORTUGUESA. Por... Coronel-médico, lente da Escola Médica, Sócio da Academia das Ciências de Lisboa e do Instituto Internacional de Antropologia, Comendador das Ordens Portuguesas de Cristo, São Tiago e Aviz. Bastorá : Índia Portuguesa, Tipografia Rangel, 1938. In-4.º (25cm) de [4], 404 p. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo sobre a prostituição na Índia Portuguesa - as suas causas e consequências. Impresso em Bastorá, Goa.
Valorizado pela dedicatória manuscrita do autor ao "Dr. Carlos Sampaio, digníssimo Inspector Administrativo".
"É um capítulo que não podia ser escrito em separado, tanto porque a modalidade clandestina do meretrício só se faz às ocultas, como porque o tráfico de mulheres  crianças anda intimamente ligado àquela forma de prostituição.
É nos lôbregos desvãos da servidão clandestina da mulher que os mercadores da carne feminina para o repasto do sensualismo conseguem aliciar, com maior facilidade e rapidez, as vítimas incautas para serem imoladas  no ignóbil altar da volúpia. [...]
Durante muito tempo foi a prostituição clandestina considerada como a fase inicial da deshonra feminina.
A mulher ou a adolescente mercadejava primeiro, às ocultas, com os encantos do seu corpo fresco e sadio.
Uma vez surpreendida em flagrante pela família, quando honesta, ou pelos agentes da polícia dos costumes, era obrigada a matricular-se, inscrevendo o seu nome no livro, onde se relacionam as mulheres que se tornam parceiras no gôzo sexual de qualquer homem."
(Excerto do Cap.  IV, Prostituição clandestina e o tráfico feminino na India)
Matérias:
I - Generalidades sôbre a Prostituição. II - A Prostituição no Indostão. III - A Prostituição na India Portuguesa. IV - Prostituição clandestina e o tráfico feminino na India. V - Tráfico feminino no Industão e na Índia Portuguesa. VI - A mulher e o trabalho feminino na Índia. VII - O perigo venéreo e a prostituição através dos tempos na Índia Portuguesa. VIII - As modernas directrizes da profilaxia antivenérea.
Alberto Carlos Germano da Silva Correia (1888-1967). Médico licenciado pela escola Médica de Gôa, formado pela Faculdade de Medicina do Porto. Coronel médico. Professor e Director da Escola Médica de Gôa e do Hospital Militar. Director do Instituto de Investigação Científica de Angola. Sócio da Academia das Ciências de Lisboa, da Sociedade de Geografia de Lisboa, do "Institut Internacional d'Anthropologie" de Paris, do "International Congress of the Antropological & Ethnological Sciences" e do Instituto Vasco da Gama de Gôa. Deixou publicada uma vastíssima obra histórica, antropológica, etnográfica, antropométrica e climatológica.”
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos, manchadas de humidade; lombada apresenta falhas de papel.
Muito invulgar.
Indisponível

14 junho, 2018

LEITÃO, C. A. Marques - TRABALHOS MANUAIS EDUCATIVOS : instrução secundária. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso na Papelaria e Tipografia Fernandes & C.ª, Ld.ª, Lisboa], [191-]. In-8.º (20cm) de 141, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre a introdução da disciplina de trabalhos manuais no programa de ensino escolar oficial, obra precursora, a primeira que sobre o assunto se publicou entre nós.
Ilustrada com os retratos de pedagogos/filosofos internacionais, e bonitos desenhos e fotogravuras a p.b. nas páginas de texto.
"Os trabalhos manuais não constituem um simples factos da educação fisica, e assim como muitas vezes os isolam, outras tantas se esquece, que a educação fisica preside sempre á acção das forças morais. [...]
Os trabalhos manuais agora estabelecidos nos programas do ensino secundario, representam, a meu ver, uma profunda remodelação nos nossos processos educativos, e, tendo realisado algumas tentativas, procurando integrar este ensino em toda a acção da escola secundaria, dispuz-me a coordenar este simples trabalho, em traços muito gerais, concluindo por expôr alguns factos, que julgo chegarem a proposito no momento em que se procura pôr em pratica a disposição da nova lei. Pertencem esses factos a uma escola portuguêsa, e tanto basta para que possam merecer alguma atenção, pondo de parte por alguns instantes, o que sabemos do que se passa lá por fóra, procurando saber o que se passa cá dentro.
E isto exposto, seguindo a ordem dos meus apontamentos, assim os trago á publicidade, tratados por uma forma mais cuidada, mas sem pomposos atavios."
(excerto do Cap. I)
Carlos Adolfo Marques Leitão (1855-1938). "Professor pedagogista e oficial do Exército. Assentando praça em 15-IX-1873, foi promovido a alferes em 5-1-1876, a tenente em 8-X1­-1882, a capitão em 21-XII-1887 e a major em 20-X-1898. Foi professor de Desenho e Geografia do príncipe real D. Luís Filipe e do infante D. Manuel. Figura de ele­vado prestígio no Exército e na Instrução, dedicou a cada um daqueles ramos a sua notável inteligência. Ofi­cial do Estado Maior, foi também director do Colégio Militar, cargo que desempenhou até à proclamação da República. Foi deputado, vogal do Conselho Tutelar de Terra e Mar, vice-presidente do Conselho Superior de Ensino Industrial e Comercial e presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, durante a ditadura franquista. Nomeado director da Escola Industrial Marques de Pombal, tão dis­tinta se tornou a sua actividade, que fez daquele estabe­lecimento uma escola modelar. Em 1930 foi-lhe pres­tada, nessa escola, uma calorosa homenagem, com a assistência do Chefe do Es­tado. O coronel Marques Leitão era condecorado com as ordens de S. Bento de Avis, de Santiago, de N. Sra da Conceição e grã-cruz da Ordem da Instrução."
(fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
Exemplar em razoável estado de conservação. Capas bastante atingidas pela humidade, bem com as primeiras e derradeiras páginas do livro, no pé, junto ao corte inferior das folhas. Pelo interesse e raridade, a justificar trabalho de restauro.
Raro.
15€

12 junho, 2018

AGUIAR, Dr. Asdrubal Antonio d' - SCIENCIA SEXUAL. (Contribuições para o seu estudo). Virgindade. Por... Chefe de serviço do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, Professor do Curso Superior de Medicina Legal. Lisboa, Livraria Aillaud e Bertrand, 1924. In-4.º (26cm) de 258 p. ; E.
1.ª edição.
Curioso estudo histórico e científico sobre a virgindade feminina.
"A virgindade tem sido muito diversamente apreciada, segundo os tempos e os paizes. Pode dizer-se que, quanto mais adeantada é a civilisação d'um povo tanto mais a virgindade tem sido rodeada de attenções.
Ao ser chamado para decidir da virgindade d'uma rapariga ou d'uma mulher o medico-legista encontrar-se-ha deante d'uma pessoa, cuja obesrvação apenas revelará se os orgãos genitaes se acham ou não intactos O exame medico-legal não lhe permite ir mais alem.
O medico forense deverá, portanto, manter-se na maior reserva em tudo que implique com a virgindade, por assim dizer moral, pois ella mantem-se fora do seu alcance, excepto em exames psychiatricos que nada dizem quanto á integridade anatomica dos orgãos sexuaes, isto é, quanto á virgindade physica.
A perda de virgindade consiste hoje, como na epocha do sabio auctor das Questiones medico-lehales [Zacchias], na destruição da integridade hymenial; ha, porém, uma grande diferença. Na verdade, nos tempos de Zacchias, Paré e Condronchio, se a inteiresa do hymen era destruida não pelos tratos sexuaes mas pela mão ou por qualquer outro objecto propositada ou fortuitamente, já não havia perda de virgindade.
Hoje quer a integridade das vias genitaes seja lesada pelas relações sexuaes, quer por outro qualquer mechanismo, ha sempre privação da virgindade..
Evidentemente o medico-legista não pode asseverar que a mulher ou rapariga physicamente incolume e pura se não tenha entregado a certos contactos lubricos.
Ahi estará a razão da repugnancia moral em considera-las como virgens. Realmente n'essas mulheres, prostitutas no pensamento e semi-virgens no corpo, que considerar de puro e incolume a não ser para alem do hymen?
A virgindade moral ou castidade, a pureza da alma emfim, reunida á physica é um thesouro maximamente considerado entre o maior numero de povos civilisados e de tanto maior valia quanto mais rara se vae tornando."
(Excerto da introdução)
Asdrubal António de Aguiar (1883-1961). "Natural de Lisboa, formou-se em Lisboa em 1912 entrando nesse mesmo ano para o Instituto de Medicina Legal como assistente livre. Em 1913 foi nomeado assistente da Faculdade de medicina e membro adjunto do Conselho Médico-Legal, em 1918 passou a ser chefe de serviço e adjunto do Instituto Médico-Legal, tornando-se desde 1919 professor do curso de Medicina Legal. Publicou variadíssimos estudos medicos."
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Falta da f. anterrosto. Dada a qualidade do papel, alguma páginas apresentam manchas de oxidação.
Invulgar.
Indisponível

11 junho, 2018

DESCRIPÇÃO DAS FESTAS, E LUMINARIAS, COM QUE A MUITO NOBRE, E SEMPRE LEAL CIDADE DE LISBOA CELEBROU NO DIA 15 DE SETEMBRO DE 1808, E SEGUINTES O ARVORAMENTO DA BANDEIRA PORTUGUEZA NO CASTELLO DE S. JORGE DESTA CIDADE. Feliz annúncio da Restauração da Patria, pela Evacuação das Tropas Francezas em Portugal, convencionada entre Sir Dalrymple, General em Chefe do Exercito Britanico, e Junot, General em Chefe do Exercito Francez, em 30 de Agosto do mesmo anno. LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA. ANNO 1808. Com Licença. In-8.º (19,5cm) de 14 p.
1.ª edição.
Descrição dos festejos que ocorreram  na cidade de Lisboa por ocasião da retirada das tropas francesas de Jean-Andoche Junot, general de Napoleão, que comandou a 1.ª Invasão Francesa. Trata-se de um importante documento coevo, pois fornece dados para a compreensão da organização e celebração das festas populares na época, e suas ambiências.
"Finalmente raiou o felicissimo dia de quinze de Setembro, ditoso dia, em que recobrou a Cidade de Lisboa a liberdade usurpada. [...]
Os ares retinírão com vivas, a acclamações, quando poucos minutos antes de meio dia se vio arvorar a Bandeira Portugueza no Castello de S. Jorge, sustentada por huma salva Real de 21 tiros, e nas Praças, e Ruas da Cidade, nas quaes se achava innumeravel Povo, era geral o alvoroço, e contentamento."
(Excerto do texto)
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e olisiponense.
Indisponível

10 junho, 2018

BIJOUX. JOHNNY BLACKWOOD; CHRISTOPHE BURGER; BERND MUNSTEINER; KURT NEUKOMM; WOLF-PETER SCHWARZAvec des textes de Karl Schollmayer, Regis Hueber, Dr. Robert L'Allier, Henri Marquis. Lausanne, Scriptar S.A., [1984]. In-fólio (30cm) de 88, [1] p. ; mto. il. ; E.
1.ª edição.
Edição limitada a 1.000 exemplares numerados. O presente leva o n.º 428.
Obra de grande esmero e apuro gráfico. Ilustrada com fotografias de alta definição de belíssimas peças de design assinadas e respectivas maquetes produzidas por 5 talentos da alta joalharia internacional.
Encadernação editorial revestida a tela de seda com ferros gravados a ouro e aplicação manual de gravura na pasta frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar
25€

07 junho, 2018

GRAVE, João – O MUTILADO : romance. Segunda edição, aummentada. [Por]... Da Academia das Sciências de Lisboa. Porto, Livraria Chardron, de Lélo & Irmão, L.ᵈᵃ, 1919. In-8.º (19cm) de 379, [1] p. ; E.
Romance de João Grave terminado em Outubro de 1917, no decurso da Grande Guerra, e publicado na sua edição original, no ano seguinte, em 1918.
"Havia já duas horas que D. Joana tinha voltado da estação do caminho de ferro onde, com um doloroso e profundo beijo, fôra despedir-se do filho que nessa triste manhã de heroísmo e de angústia partira para a guerra […]
- Ouve – dizia ela – hás-de escrever-me sempre que puderes. Lembra-te que as tuas cartas vão ser a minha única visita consoladora, a companhia do meu desamparo.

- Oh! Mamã! Que recomendação a sua! – exclamava Duarte, afagando-a. Pois está claro que escreverei… Não perca a esperança! Verá que hei-de voltar brevemente. A guerra, que não pode durar muito, é sempre mais dramática vista a distância e desfigurada pelas narrativas dos jornais, do que vista de perto… […]
A cidade oferecia um aspecto de desolação e de penetrante melancolia debaixo do céu cinzento e hostil; mas um frémito de entusiasmo pulsava no coração da mocidade – toda uma primavera humana! – que se dirigia, cantando, aos fulgurantes campos de batalha como se vibrasse já sob a influência prodigiosa dos combates e como se a glória para ela estendesse os seus olímpicos braços braços de luz.”
(Excerto do Cap. I)
João José Grave (1872-1934). “Foi um escritor e jornalista português. Autor de obras de ficção, crónica, ensaio e poesia. Como jornalista chefiou a redacção do Diário da Tarde e colaborou nos jornais Província, Século e Diário de Notícias, e em vários órgãos da imprensa brasileira. Foi director da Biblioteca Municipal do Porto e dirigiu o dicionário enciclopédico Lello Universal. A nível literário, esteve inicialmente próximo dos naturalistas, notando-se influências de Emílio Zola. Depois enveredou pelo romance de costumes.”
Encadernação do editor inteira de percalina com ferros gravados a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
10€
DIAS, António - VISTA BELA. Ensaio monográfico das Terras de Seia. Freguesia do Sabugueiro. Viseu, Tip. Notícias de Viseu, 1949. In-8.º (22cm) de XI, 69, [5] p. ; [10] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre o Sabugueiro, castiça aldeia serrana situada em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, enriquecida com as suas histórias e lendas. Ilustrada com 10 estampas extratexto impressas sobre papel couché.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Diário de Lisboa.
"No antiquíssimo Adro de S. Pedro, hoje largo da Misericórdia, e popularmente conhecido por Terreiro da Quarta Feira, ao iniciar uma viagem ao Sabugueiro, começo êste livro com a ideia de fixar, à entrada da povoação, como legenda, que merece ser gravada no granito, a afirmação do Guia da Serra, José Martinho: «Esta Terra é mais velha do que Cristo»."
(Excerto de Na Serra da Estrêla, Abrindo)
"Dobrada esta fôlha mais, vamos continuando a nossa romagem à Terra de Santa Maria, à aldeia mais alto da Serra, e que é, portanto, a que está mais perto do altar-mor da Pátria: ao Sabugueiro.
Suponho que esta povoação resultou de um aglomerado de cabanas de pastores, de Seia, num ponto muito alto e abrigado da Serra, onde podia viver-se, embora com privações, durante a estação invernosa.
O facto é-nos confirmado pelas determinações policiais e regulamentares que se sabe existiram, em tempo, na Câmara e na Santa Casa da Misericórdia, as quais rigorosamente se cumpriam e envolviam a obrigação de defesa e de assistência áquela povoação anexa."
(Excerto de Sabugueiro)
Matérias: Abrindo; Terra de Santa Maria; Nave de Santo Estevão; Como se Formarão os Cântaros; Dois Sábios Alemães; Na Serra; Os que Foram à Guerra; Reitores de S. João Baptista; Carvão; Queijo; Pastora Celestial; Lenda dos Figos Sêcos; Um Rimance; Cancioneiro; Guias da Serra; Um Roteiro do Guia José Martinho; Três Viagens à Serra da Estrêla, (tradução); Covão da Lôba Parida, (transcrição); Terras de Santa Maria, (Tombo da Igreja da Colegiada de Santa Maria de Seia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

06 junho, 2018

MENDES, Victor - A DEFESA DE SANTO ALEIXO. (Episodio historico das campanhas da Restauração). Lisboa, Livraria Editora J. Rodrigues & C.ª, [192-]. In-8.º (18,5 cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Novela histórica na sua edição original, seguramente, com tiragem reduzida. Foram publicadas mais duas edições.
"Santo Aleixo da Restauração é uma aldeia portuguesa situada no concelho de Moura, sub-região do Baixo Alentejo. Foi um importante fortim durante a Guerra da Restauração devido à defesa e neutralização de duas campanhas espanholas, em 1641 e 1644, sendo por isso homenageada como aldeia heróica no Monumento aos Restauradores, em Lisboa, e agraciada com o denominação "da Restauração" pela República em 1957."

(Fonte. wikipédia)
"O barão de Mollingen deixára esfarrapado o quixotesco orgulho nas espadas victoriosas dos portuguezes de Montijo, e fugindo desordenadamente, levára ao marquez de Torrecusa e á côrte de Castela a tremenda nova da derrota dos tercios hespanhoes, com que ele pretendera vir implantar, em terras portuguezas, o dominio castelhano, quatro anos antes abatido, nas ruas de Lisboa, pelo sentimento patriotico dos conjurados do palacio d'Almada.
O seu espirito de vaidoso fanfarrão pensou n'um gésto reabilitador do estandarte de Castela. Pede, a Torrecusa, a mercê do comando de um novo exercito, apresta um corpo guerreiro de cinco mil homens de infantaria e mil e oitocentos cavaleiros, e marcha a caminho de Portugal.
Era a missão de desforra do desastre de Montijo, onde a gente luzitana havia traçado, em caractéres  de heroismo, uma das mais soberbas epopêias da independencia nacional."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas, com particular incidência na capa posterior.
Raro.
Indisponível

05 junho, 2018

PARA A HISTORIA DO CORPO EXPEDICIONARIO PORTUGUÊS. Transcrição do diario lisbonense O MUNDO, de 9 de Fevereiro de 1924. Macau, 9 de Abril de 1924. Macau, Imprensa Nacional, 1924. In-8.º (13x22cm) de [2], 32, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa assinada por Francisco Valença, com a inscrição no pé: «ASSIM SE HONRA A PÁTRIA!».
Resposta de Paul von Hindenburg ao reparo que o capitão Nuno Antunes fez ao Marechal alemão, a propósito das considerações pouco abonatórias sobre o exército português perante o ataque alemão, na batalha de La Lys, que este último incluiu no seu livro de memórias.
Contém reproduzida a correspondência dos dois militares.

"O sr. capitão de artelharia de campanha Nuno Antunes que foi oficial do C. E. P., impressionado pelas referências injustas que o marechal Hindenburg fazia nas suas Memórias à acção do exército português no combate de 9 de Abril, escreveu ao generalíssimo alemão uma carta rebatendo tais afirmações. O marechal Hindenburg respondeu prontamente rectificando-as da maneira mais satisfatória para a honra do nosso exército. Conseguimos obter por intermédio de um amigo comum, que também fez parte do C. E. P., a carta do oficial português e a resposta de Hindenburg."
(Excerto do preâmbulo)
“Os factos narrados no meu livro baseiam-se nos depoimentos de um oficial inglês prisioneiro e nas informações dadas por oficiaes alemães que tinham tomado parte no combate. As investigações, a que desde então se tem procedido, dão, porém, um juizo diferente do comportamento das tropas portuguesas, e não tenho duvida em declarar o seguinte: No meu livro «Aus meinem Leben», acha-se, na narração da batalha do Lys o seguinte período:
«As tropas portuguesas, na sua maior parte, retiraram-se do campo de batalha em uma fuga desordenada, renunciando definitivamente ao combate a favor dos seus aliados».
Conforme fui informado, esta redacção deve ser modificada. O assalto dos alemães encontrou os portugueses em uma posição pouco favorável, e o progresso do ataque alemão foi mais favorecido por êste facto, do que por culpa da tropa. Considerando-se as circunstâncias difíceis, a tropa, tanto o oficial como o soldado, bateram-se valentemente. Nas edições novas do meu livro far-se há igualmente a correspondente rectificação.”

(Excerto da carta de Hindenburg, Hannover, 19 de Janeiro 1924)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.

Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
Indisponível