11 agosto, 2018

MATTOS, Armando de - O BARCO RABELO. Por... [Prefácio de Augusto César Pires de Lima]. Porto, Edição da Junta de Província do Douro Litoral, 1940. In-8.º (25cm) de 98, [8] p. ; [11] f. il. ; [1] mapa ; il. ; E. Comissão Provincial de Etnografia e História do Douro Litoral (Série A), I
1.ª edição.
Notável ensaio etnográfico sobre o barco rabelo, embarcação com grande tradição no transporte do Vinho do Porto, que desde tempos imemoriais sulca o Douro. Trata-se talvez, do mais importante trabalho que sobre este tema se publicou entre nós.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado ao longo do texto com belíssimos desenhos de barcos sob diversos ângulos, 11 estampas em separado reproduzidas sobre papel couché e um mapa desdobrável do rio Douro intercalado no texto.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a João de Paiva.
"Neste trabalho de feição etnográfica [...] procurei esquiçar, tam nitidamente quanto me foi possível, o perfil da mais típica e sugestiva embarcação dos rios nacionais: o rabelo, barco do Douro.
Na série de barcos que andam em uso nos rios portugueses, onde se encontram exemplares dignos de verdadeiro aprêço, êste de que me vou ocupar, é, sem dúvida, o que mais se distingue pelo seu todo estranho, bem longe do século febril em que vivemos.
Destaca-se aos olhos do viajante que venha até ao Douro. Encanta o sequioso de aspectos e emoções novas; deslumbra os païsagistas; seduz a curiosa observação do etnógrafo, que nêle repare alguma vez, com a atenção merecida.
Com o valor tradicional que lhe dá a sua existência de centenas de anos, num vaivém de subir e descer o mesmo rio; de fazer sempre as mesmas manobras; de passar da mesma forma os pontos difíceis de transpor; de animar com os mesmos movimentos a païsagem agreste do Douro; o barco rabelo integrou-se, absolutamente, na fisionomia das terras durienses.
Embora de origem distante, o Douro perfilhou-o, numa egoísta conveniência e, por isso, lhe mantém a rude contextura. A faina diária de alguma maneira lhe dominou as águas selvagens. E as margens milagrosas do vinho-fino, que êle visita diáriamente, encontram no rabelo a maneira cómoda e bizarra de mandar até ao empório exportador a sua produção divina.
A serenidade e o alheamento do seu porte ao cortar as águas sombrias do rio, num aspecto tam primitivo, na simplicidade da sua apresentação, obriga o nosso espírito, ávido de notícias, a desejar saber de onde veio o barco rabelo; a conhecê-lo nos pormenores da sua construção; nas minúcias da sua nomenclatura; leva-nos a inquirir dos seus tripulantes; a apurar dos seus usos, crenças e tradições."
(Excerto do preâmbulo, Duas palavras)
Tábua dos assuntos:
- Prefácio. - Homenagem. - Duas palavras. - I - O Douro; II - O barco rabelo; III - A navegação; IV - Os marinheiros. - Bibliografia. - Nota final.
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Com falhas de pele na lombada.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

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