O LIVRO AZUL OU CORRESPONDENCIA RELATIVA AOS NEGOCIOS DE PORTUGAL APRESENTADA EM AMBAS AS CAMARAS INGLEZAS. Traduzido do Inglez. Lisboa, Tipographia de Borges, 1847. In-fólio (30x20 cm) de 368 ; XII p. índice ; E.
Junto com:
ADDITAMENTO AO LIVRO AZUL. [S.l.], [s.n.], [1847]. In-fólio (30x20 cm) de 79, [1] p.
E:
DEBATES DO PARLAMENTO BRITANNICO SOBRE OS NEGOCIOS DE PORTUGAL. Lisboa: Typographia de Pedro Antonio Borges, 1847. In-fólio (30x20 cm) de 99, [1] p.
1.ª edição.
Importante repositório documental com interesse para a história da Patuleia - "conjunto de lutas travadas em Portugal entre os Cartistas - que defendiam ideias de tendência conservadora, tendo como ponto de referência a Carta Constitucional de 1826, como Mouzinho da Silveira, Costa Cabral e os duques da Terceira, de Saldanha e de Palmela - e os Setembristas - liberais radicais também conhecidos por patuleias, representados por Passos Manuel, José da Silva Passos e o visconde de Sá da Bandeira". (Infopédia)
Obra ilustrada com o retrato do Visconde de Sá da Bandeira separado do texto, que falta na maioria dos exemplares.
"O Ministério Britânico apresentou à Câmara dos Comuns na sessão de 9 de Junho de 1847 os documentos acerca da "questão portuguesa"; que são um conjunto de informações, interceptadas pelos Serviços de Inteligência ingleses em Portugal, transcritos no presente volume denominado "Livro Azul". À 'questão portuguesa' chamamos em Portugal Insurreição ou Revolução da Patuleia, ou ainda Guerras das Patuleias. Os governos de Costa Cabral (1842-1846) reprimiram a Carta Constitucional de 1826 que conservava nas mãos da Rainha o poder moderador e o executivo. Só em 1847 a situação interna se normaliza após a intervenção da Espanha, da França e da Inglaterra que levou à celebração da Convenção de Gramido. Este Livro Azul é uma importante fonte, com 336 documentos para a história deste período, começando em 8 de Outubro de 1846; encontrando-se ainda vários anexos com os tratados entre Portugal e a Grã-Bertanha, começando pelo tratado assinado em Londres em 1373. Relativamente à Questão Portuguesa ou Patuleia: em Janeiro de 1847 teve origem em sucessivas suspensões das garantias constitucionais. O general Póvoas é nomeado comandante dos Patuleias, e comandante militar das duas Beiras, aliando-se a Sá da Bandeira. A esquadra Cartista, comandada por Soares Franco, bloqueia o Porto. Em Fevereiro há a remodelação governamental. Os comerciantes de Lisboa aplaudem a chegada do ministro Tojal à Fazenda. Os funcionários públicos não eram pagos desde Outubro. O exército da Patuleia comandado pelo Conde de Melo ataca Estremoz. Em Abril Sá da Bandeira desembarca no Algarve e inicia a sua marcha para Lisboa. Chega a Setúbal e junta-se às tropas do Conde de Melo e às guerrilhas do sul. Há tumultos em Lisboa, onde estacionam tropas inglesas e espanholas. Sá da Bandeira detém-se em Setúbal. Perde 500 homens no combate do Alto do Viso. Há uma nova remodelação governamental. Novos tumultos dos Patuleias em Lisboa. Em Maio, Sá da Bandeira, depois do combate do Alto do Viso, aceita o armistício. A esquadra britânica bloqueia o Douro impedindo a saída da esquadra do Conde das Antas em socorro do Exército do Sul. Em Junho o exército espanhol ocupa o Porto. Sá da Bandeira aceita submeter-se. Assina-se a Convenção de Gramido (em Gondomar) em 29 de Junho de 1847 com o objectivo de pôr fim à insurreição da Patuleia. A convenção foi assinada entre os comandantes das forças militares espanholas e britânicas, que tinham entrado em Portugal ao abrigo da quádrupla aliança, dezassete dias depois destes documentos serem apreciados pela Câmara dos Comuns inglesa."
(Inocêncio, Vol. II, pp. 220)
Encadernação meia de percalina com rótulo negro e dourados na lombada. Sem capas de brochura. Carminado à cabeça.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Lombada cansada. Retrato apresenta vestígios de humidade.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
75€





Sem comentários:
Enviar um comentário