30 novembro, 2025

BRITO, Ferreira de -
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MAL-DIZER DO MARQUÊS DE POMBAL OU A CRÓNICA RIMADA DA VIRADEIRA
. Porto, Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, 1990. In-8.º (22,5x15,5 cm) de 492 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa de Luís Mendes.
Curioso estudo acerca das composições poéticas, pouco abonatórias à figura do Marquês de ombal, que a partir de dada altura promoveram o insulto e perseguição literária ao estadista.
Ilustrado no texto com reprodução de retratos, portadas de livros e documentos fac-similados.
"E que outros nomes chamaram ao Marquês de Pombal para denegrir a sua pessoa e tentar abater a obra gigantesca das suas reformas, utilizando a arma grosseira da poesia soez e anónima? E porque não deram tréguas ao grande Estadista, atirando-lhe ao rosto todas as suas fraquezas pessoais no momento em que, com a morte de D. José, seu patrono ou seu 'súbdito', em 1777, o Primeiro-Ministro entrou em queda vertiginosa do poder absoluto e tantas vezes discricionário, e se deu, com D. Pedro III e a beata e timorata D. Maria I, a reacção político-religiosa conhecida pelo nome de Viradeira? Os detractores do Marquês desfecharam contra ele centenas de composições, algumas originais, outras adaptadas, muitas delas com variantes pertinentes, dispersas por velhos códices da Biblioteca Nacional de Lisboa, da Biblioteca Pública Municipal do Porto e da Academia Real das Ciências. A organização dos mesmos, pelo tipo de selecção efectuada, mesmo quando introduz um pequeno corpus de poemas favoráveis ao Marquês de Pombal (o Marquês, por antonomásia), denuncia, à vista desarmada, que os copistas se inspiravam sensivelmente nas mesmas fontes e adoptavam a mesma estratégia de ataque a esse Carvalho que fora frondejante e à sombra do qual tentaram inutilmente medrar os poetas, alguns de grande nomeada, como Pedro António Correia Garção, o mais distinto membro da Arcádia Lusitana.. Agora, no ocaso político, o Marquês teve o castigo reservado a todos os ditadores da História. Depois de bajulado pelos poetas como nenhuma outra figura política portuguesa, este déspota esclarecido, sentiu que os vates, que o celebrizaram em 1775, naquela grande montagem da Estátua Equestre, que ele fizera ou mandara fazer, mais pela força do que pela convicção, na Praça do Comércio, tinham mudado de opinião no curto prazo de dois anos da lenta agonia política e fisiológica do Rei D. José. Os poetas há que reconhecê-lo, foram, nesta altura mais do que nunca, verdadeiros fingidores."
(Excerto I - História e poética)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

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