CAVALHEIRO, Rodrigues - O REGICÍDIO DE 1908 E A "RIGOROSA E IMPLACÁVEL LÓGICA" DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS. [Por]... Da Academia Portuguesa de História. Lisboa, [s.l. - Composto e impresso na Gráfica Santelmo, Lda. - Lisboa], 1965. In-8.º (22x15 cm) de 21, [3] p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre o Regicídio e as consequências políticas que sobrevieram do atentado.
Estudo publicado em separata da Revista de Cultura Político-Social Sulco, II Série - Ano I - N.º 4 - Novembro-Dezembro 1965.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao "Ao seu Amigo Dr. Joaquim Macedo de Barros, com mto. sincero apreço".
"No notável livro em que publicou algumas das mais importantes cartas que, durante os ministérios da sua presidência, lhe dirigiu D. Carlos, escreve João Franco, a propósito das consequências imediatas do crime do Terreiro do Paço:
Morto El-Rei, tive desde logo a impressão de que o governo morrera com ele. E quando, ao começo da noite, fui ao Paço das Necessidades levar a proclamação ao novo Rei, a fim de ser por ele assinada, a hesitação que logo se me mostrou em o jovem Soberano assinar qualquer diploma apresentado pelo governo; e o reparo formal à frase protocolar - Outro-sim declaro que Me apraz que os actuais Ministros e Secretários de Estado continuem no exercício das suas funções - acabaram de mo confirmar. [...]
Essa réstia de esperança na conservação do gabinete a que presidia havia sido, de certo modo, alimentada pelo facto de, já após o Regicídio, mas ainda no Arsenal da Marinha e quase perante os cadáveres de D. Carlos e D. Luís Filipe, se haver João Franco encontrado, nessa tarde de 1 de Fevereiro, com Júlio Vilhena, que - segundo este menciona no seu livro de notas autobiográficas - lhe oferecera, como chefe do Partido Regenerador, os seus serviços perante a tremenda situação que o duplo e horrendo crime havia criado à sociedade portuguesa. E isso explica que, na manhã seguinte, antes da reunião do Conselho de Estado, João Franco, possìvelmente no seu gabinete do Ministério do Reino, onde presidira a uma reunião ministerial, telefonasse para o Jornal da Noite, orgão vespertino do Partido Regenerador-Liberal dirigido por Paulo Osório, que nos narra, em páginas inéditas, este pormenor, ordenando-lhe que salientasse em normando a parte da proclamação do novo Rei que dizia manter-se no poder o seu governo."
(Excerto do Estudo)
António Rodrigues Cavalheiro (Lisboa, 1902-1984). "Historiador, professor, político e olissipógrafo. Licenciado em Ciências Históricas e Geográficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professor no Liceu Camões e no Liceu Gil Vicente, ambos em Lisboa, e também na Escola Naval, onde leccionou História Marítima."
(Fonte: https://www.estudosportugueses.com/antoacutenio-rodrigues-cavalheiro-1902-1984.html)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

Sem comentários:
Enviar um comentário