COSTA, Emilio - ILUSÕES POLITICA. I - Vida Portuguêsa. Portalegre, Edição do Autor - Tipografia Estacio & Casaca, 1913. In-8.º (19,5x12,5 cm) de 50, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas que refletem o estado de espírito do autor face ao momento político e social que o país atravessava.
Obra rara e muito interessante, publicada em Portalegre.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor "Ao seu velho e dilecto amigo João Albuquerque".
"Não pertencendo ao numero dos que julgam poder exercer uma acção dirigente sobre a sociedade a que pertencem, tenho por habito esperar que os dirigentes e os competentes digam ou façam aquilo que me parece ser necessario dizer os fazer; e só me resolvo a expôr o que penso, quando creio ser demasiada a demora dos actos ou das palavras necessarias.
É o que agóra sucede; e é por isso que se publica este opusculo, que vae provocar, entre os que o lerem, uma infima percentagem de opiniões, das que se manifestam, concordes com as ideias nele expostas, a par do classico encolher de hombros da legião dos que, absorvidos pela ardua tarefa, a que se entregam, de salvar a patria, não podem ocupar-se de fantasias, de puerilidades, de utopias loucas senão perigosas. [...]
O problema politico português continúa de pé com a republica como estava com a monarquia, que não foi capaz de o resolver e deixou o país arruinado, sem instrução nem educação, debatendo-se entre aspirações mal definidas de progresso e habitos de vida politica que contrariam a realisação d'essas aspirações."
(Excerto do Preambulo)
Índice:
Preambulo | Os politicos e o povo | A ilusão dos centralistas | A ilusão dos integristas.
Emílio Martins Costa (1877-1952). "Político e professor português, Emílio Martins Costa nasceu a 21 de fevereiro de 1877, em Portalegre, no Alto Alentejo. De uma família burguesa liberal, instalou-se em Lisboa, em 1896, para frequentar o Instituto Industrial e, em 1899, matriculou-se também no Curso Superior de Letras. Nesse período estudantil, que lhe permitiu adquirir não só preocupações sociais e intelectuais, como também experiências políticas, assinou o Manifesto Académico Republicano (1897), participou na fundação do Centro Académico Republicano e entrou para a Maçonaria Académica, passando depois para a Carbonária Portuguesa e pertencendo também à Loja Montanha onde alcançou o grau de mestre. Nessa altura, fundou ainda o jornal O Amigo do Povo (1901-1903), onde defendeu, sob o pseudónimo de Demétrio, as suas ideias anarquistas e libertárias. Não concluindo nenhum dos cursos, decidiu viajar pela Europa (França, Bélgica e Suíça), entre 1903 e 1909. Durante a sua estadia em França, foi secretário pessoal de Francisco Ferrer, participou na criação da Liga Internacional para a Educação Racional da Infância, abrindo posteriormente uma secção em Portugal, e colaborou com os jornais Les Temps Nouveaux e La Révolution. De regresso a Portugal, integrou o grupo de propaganda anarco-sindicalista Germinal e iniciou a sua carreira docente, ao lecionar no Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre, entre 1911 e 1913. Seguiu-se o Liceu Passos Manuel, em Lisboa (1915-1919), o Colégio Estoril (1919-1921), a Escola Comercial Ferreira Borges, durante alguns anos, e ainda a Escola-Oficina n.º 1 e a Escola Académica. Escreveu sobre assuntos educativos em várias publicações, como O Primeiro de Janeiro, A Pátria, A Voz do Operário, A Manhã, Seara Nova, República, Educação Social, entre outras. Proferiu conferências sobre questões ligadas à política de ensino, aos programas e às metodologias. Publicou ainda algumas obras, tais como Sindicalismo Independente (1931), Aspetos Sociais da Orientação Profissional (1942) e Filosofia Caseira - Pedagogias, Educações, Políticas e outras Curiosidades (1947). As suas obras, que permitem conhecer melhor aquele tempo de viragem na História de Portugal, analisam o trabalho da Monarquia, as perspetivas do Partido Republicano e fazem um balanço dos primeiros anos da República. Emílio Costa, uma figura de relevo do movimento socialista e libertário português, faleceu a 17 de fevereiro de 1952, em Lisboa."
(Fonte: Infopédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas.
Raro.
45€

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