07 dezembro, 2019

BOAVIDA, João José - DA INFINIDADE. Ensaio sobre a essência da natureza infinita ou análise dos limites possíveis à consciência. Dissertação de Licenciatura em Filosofia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, [s.n.], 1970. In-8.º (22 cm) de [4], V, [1], 630, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Tese de licenciatura, policopiada, do Prof. João Boavida, prestigiado docente da Universidade de Coimbra. A Biblioteca Nacional não tem registo desta obra na sua base de dados, julgamos mesmo que nunca terá sido publicada.
"Ao apresentar este ensaio como tese de licenciatura, sinto desde logo necessidade de esclarecer que, contràriamente ao que talvez se possa supôr, ele não ver armado de vãs e fantasiosas pretensões. Muito pelo contrário. Não se procurou pois, de modo algum, construir uma ontologia (!) ou apresentar mais uma visão pessoal do mundo, uma "filosofia", ou qualquer forma de teorização acabada, pretensiosa e formal. Tenho felizmente o sentido crítico necessário para ver que isso seria estulto de um ponto de vista filosófico, além de ridículo, psicològicamente. Não pois como uma obra definitiva e convicta, mas antes como um exercício, na tentativa de encontrar uma coerência interna, como capacidade que se ensaia e que se experimenta, se exercita, como tentativa de criação, ao mesmo tempo que actividade metódica de análise, ordenação e síntese, ou incessante tentativa dela, eu veementemente peço que ele seja apreciado. Exercício de dedução e relacionação sobre ideias que ao longo de anos se foram desenvolvendo e relacionando, confirmadas (ou não) por algumas leituras, e muita reflexão própria, segundo aquela actividade metódica fundamental, admiràvelmente ensinada e tão indispensável a todo o principiante."
(Excerto do Prólogo)
Indice:
Prólogo. | I PARTE. CAPÍTULO I - A FILOSOFIA COMO PROCESSO DINÂMICO DE CONCEPÇÃO DE UMA TOTALIDADE INTEGRADORA. § 1 - Do Movimento Originário. § 2 - Da Intuição De Um Limite De Possibilidade. § 3 - Da Confluência Ontológica Como Caminho. § 4 - Da Problemática De Um Todo Como Fundamentação. § 5 -Dos Prévios Caminhos Para O Ser. § 6 - Da Filosofia Como Fundamentação. CAPÍTULO II - A METAFÍSICA POSSÍVEL E O SEU ILIMITE CONSTITUTIVO. § 7 - O Fenómeno Como Forma De Transcendência. § 8 - A Prévia Construção Do Real. § 9 - A Realização Do Previamente Dado Como Possível. § 10 - A Possível Metafísica. § 11 - Do Esquematismo Vertical Originário E Da Metafísica Como Processo Constitutivo. § 12 - Da Originalidade Entre Tempo - Espaço, E Movimento. II PARTE. CAPÍTULO I - AS FORMAS DE MOVIMENTO E A CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL DO SER. § 13 - Da Mutabilidade Fundamental. § 14 - O Movimento Como Resultante Da Emergência De Um Horizonte. § 15 - Da Consideração Prévia Das Formas Do Movimento. § 16 - Da Enumeração E Explicação Das Cinco Formas De Movimento. § 17 - As Duas Formas Do Movimento Real. § -  18 - Da Relação Entre As Formas De Tempo E Espaço E As Formas De Movimento. § 19 - A Pré-percepção Como Movimento No Seio De Outro Movimento. § 20 - Da Originária Concepção Da Inter-subjectividade. § 21 - Dos Elementos Constitutivos Do Movimento. § 22 - Do Tempo E Do Espaço Da Pré-percepção. § 23 - Da Pré-percepção Possível, Ao Subfenómeno. § 24 - A Pré-percepção E A Sua Integração No Ser. § 25 - Da Imaginação Como Abertura Para O Ser. CAPÍTULO II - DOS ELEMENTOS DO MOVIMENTO ORIGINÁRIO À CONCEPÇÃO DO ESPAÇO PURO. § 26 - O Movimento E O Englobante. § 27 - Os Três Elementos E As Formas  De Movimento. § 28 - As Partes Da Percepção Como Elementos De Dinâmica. § 29 - Da Básica Relação Englobante - Englobado. § 30 - A Relação Englobante - Englobado Como Constitutiva Do Ser. § 31 - O Tempo E O Espaço Correlativos Aos Quarto E Quinto Movimentos. § 32 - Do Específico Estatuto Do Subfenómeno. § 33 - Heterogeneidade Do Espaço E Homogeneidade Do Tempo, Do Fenómeno E Subfenómeno. § 34 - Do Possível Espaço Puro. III PARTE - III PARTE. CAPÍTULO I - DA REDUÇÃO COMO CONCEPÇÃO DE ORIGEM, AO DINAMISMO INTEGRAL COMO DIALECTICA ENTRE FINITO E INFINITO. § 35 - Da Impenetrabilidade E Suas Implicações. € 36 - Da Simultaneidade. § 37 - Da Indeterminação Originária. § 38 - O Carácter Metódico Da Indeterminação Originária. § 39 - Esboço Do Dilema Fundamental. § 40 - Do Dilema Como Dinamismo Do Todo. § 41 - O Limite Da Abstracção E O Sentido Da Origem. § 42 - Da Co-relação Fundamental Finito-Infinito. CAPÍTULO II - A CONTINUA TENTATIVA DE SUPERAÇÃO DAS FORMAS E A ETERNA SUBMISSÃO AO SER. § 43 - A Memória E A Imaginação Como Dinamos Do Ser. § 44 - A Imaginação Como Projecção De Explícitas Formas De Ser. § 45 - Do Ser E Do Não-Ser. § 46 - Do Possível E Sua Constituição. § 47 - O Conluio Fundamental Do Ser. CAPÍTULO III - CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESSÊNCIA COMO FORMA FUNDAMENTAL DE COMPREENSÃO DOS SERES INDIVIDUAIS. § 48 - Da Essência Individual. § 49 - Da Esfera Prévia De Toda A Forma de Ser. § 50 - Do Movimento De Essência. § 51 - O Domínio Essencial. § 52 - Da Essência Como Universal. CAPÍTULO IV - DA PREVISIBILIDADE COMO TENSÃO TEMPORAL À INTUIÇÃO DA UNIDADE INFINITA. § 53 - A Consciência Infinita Possível. § 54 - A Essência E A História, § 55 - Da Multiplicidade Do Ser Histórico À Intuição Duma Consciência Correlativa. § 56 - Novas Deduções Sobre A Essência E A História. § 57 - A Natureza Específica Da Esfera. § 58 - A Esfera E A Sequência Transfenoménica. CAPÍTULO V - O SER COMO PROJECTO E A PROBLEMÁTICA DA PRIMEIRA CONSCIÊNCIA. § 59 - Da Imprevisibilidade Histórica E Da Concepção Teórica Do Ser E Da Essência. § 60 - Da Previsibilidade Da Essência À Constituição Ilimitada, Passando Pela Imprevisibilidade Histórica. § 61 - O Possível Como Abertura Trans-temporal Do Ser. § 62 - O Ser Como Projecção E O Sentido Da Infinidade. § 63 - Do Ser Fenoménico E Do Ser Material. § 64 - Da Problemática Da Primeira Consciência Perante O Primeiro Objecto. IV PARTE. CAPÍTULO I - INDIVIDUO E TENSÃO ESPÁCIO-TEMPORAL DE INFINIDADE. § 65 - A Perda Do Sentido Objectivo E A Referência A Objecto. § 66 - O Conceito De Indivíduo E A Abertura Ao Movimento. § 67 - Do Transfenómeno À Unidade De Tensão Temporal Como Superação. § 68 - Do Estatuto Do Transfenómeno À Esfera Como Unidade Mental. § 69 - Da Infinidade Dos Pontos De Partida, Ao Limite Como Domínio Constante. CAPÍTULO II - O UNIVERSO TEÓRICO DA INFINIDADE. § 70 - A Prévia Concepção Da Consciência Correlativa Da História. § 71 - Da Consciência Como Explicitadora De Ser, À História Como Domínio Da Contingência. § 72 - O Problema Fundamental Da Infinidade. § 73 - Da Interferência Concreta Dos Universos Teóricos. § 74 - Análise Dos Moldes Em Que Se Dá A Mudança. CAPÍTULO III - A NATUREZA DO PONTO ENQUANTO ELEMENTO DA DINÂMICA CONSTITUTIVA. § 75 - O Ponto Mínimo Ou Parte E A Sua Natureza Teórica. § 76 - A Mobilidade Subjectiva Do Ponto Dimensional. § 77 - O Carácter Momentâneo Do Ponto Dimensional. § 78 - Os Pontos Como Abstracção E Os Sentidos Da Origem E Do Fim. § 79 - A Infinidade Dinâmica Entre Os Limites. § 80 - Novas Deduções Sobre O Movimento Entre Pontos.
João José dos Santos Matos Boavida. Professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Nasceu em Alpedrinha (Beira Baixa), localidade a que sempre se manteve ligado, por tradição familiar, e memória afectiva da paisagem e das gentes. Fez o primeiro e o segundo ciclo dos Liceus em Castelo Branco, tendo concluído os estudos secundários no Liceu Normal D. João III, em Coimbra. Em 1963 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para frequentar o curso de Filosofia, que terminou em 1968, tendo defendido a tese de licenciatura [Da Infinidade] em 1970, com a distinta classificação de 17 valores. [...] Em 1989, apresenta o doutoramento, com a tese intitulada Filosofia - do ser e do ensinar, publicada em 1991. [...]
Para o ensaio Da Infinidade, o então licenciando colocava-se numa perspectiva transcendental de indagação gnoseológica, que na discursividade do seu ensaio acaba por se transmutar numa perspectiva ontológica. Partindo do princípio de que cada homem se encontra nas condições do primeiro filósofo e com a missão de analisar o mundo com as virtualidades que esse mundo encerra, Boavida implicita que todas as perspectivas sob as quais esse mundo aparece implicam um movimento no sujeito; cada perspectiva é uma forma de aparecer, é um fenómeno, no sentido daquilo que aparece na minha consciência cognoscente."
(Fonte: SANCHES, Maria Formosinho, Professor Doutor João José Matos Boavida: Perspectiva(s) sobre uma obra, Revista Portuguesa de Pedagogia, Extra-Série, 2011, 15-25)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
50€

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