NOBREGA, Padre Silvino Rodrigues da & HOMEM, Francisco de Barros F. Cabral Teixeira - ALVES CARDOSO. Homenagem da Povoação de Samaiões - (Chaves). Chaves, Tipografia Gutenberg, 1930. In-4.º (23,5 cm) de 10 p. ; [8] p. il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem de dois insignes flavienses a um filho adoptivo da terra - o pintor Alves Cardoso (1883-1930). Livrinho publicado a expensas dos autores assinalando a morte do artista que havia ocorrido poucas semanas antes.
Obra
ilustrada em separado com um fotografia do homenageado em página
inteira e 16 reproduções de alguns dos seus quadros mais emblemáticos
distribuídos por 7 páginas.
Exemplar n.º 291 de uma tiragem declarada de 400 exemplares numerados e rubricados pelos autores.
"Poucas
semanas são passadas sobre a catastrofe nacional, que foi a morte de
Alves Cardoso e a sua lembrança pesa ainda sobre aqueles, que o
estimaram, como uma abobada de chumbo.
Fazia
precisamente dois meses que com a familia deixara esta casa, que para
meu deleite espiritual e proveito desta terra costumava quasi todos os
anos visitar por alguns meses.
Aqui
pintou a maior parte das suas paisagens e quadros de costumes a partir
de 1912, ano em que pela primeira vez por aqui veio, ainda solteiro a
convite do Snr Manuel M. Alves da Nobrega, que com ele travara
conhecimento em Lisboa."
(Excerto de O amigo intimo - Pe. Silvino Nobrega)
"Morreu
ha precizamente um mez em plena pujança do seu formosissimo talento,
uma das mais fortes organisações de artista que jamais se creou em
Portugal.
Artur
Alves Cardoso, vitimado por uma septicemia, deixa nas regiões da arte
um vácuo que só muito tarde poderá ser preenchido. [...]
Quem
escreve estas linhas sem brilho, mas com as lagrimas a mourejarem-lhe
os olhos e a pena mal segura na mão trêmula, relembra o seu vulto
gentilissimo perpassando em quasi vinte annos de convivencia amiga; é
que Alves Cardoso adoptára como sua esta doce minha terra, e no verão
anciosamente o esperavamos sendo certa a sua permanencia de meses n'esta
freguezia."
(Excerto de Pintor Alves Cardoso - Francisco de Barros)
Artur Alves Cardoso
(1883-1930). "Foi discípulo dos pintores Carlos Reis, Cormon e
Jean-Paul Laurens. Demonstrando, no início, ainda fortes influências
académicas da Pintura de História, foi posteriormente seguidor do
Naturalismo ar-livrista e de género, integrando-se no Grupo Silva Porto.
Tratou essencialmente temas paisagísticos, animalistas e de costumes
populares, caracterizados por um cromatismo vivo e luminoso, de que são
exemplo as telas Poeirada de Luz (Museu do Chiado), Outono, O Rebanho e A
Merenda (coleção particular dos herdeiros do artista). Tocou, por
vezes, o Realismo, tal como atestam Sagrado Viático (coleção particular)
e A Morte do Boi (coleção particular). Pintor de cavalete, dedicou-se
pontualmente a decorações de interiores como em São Bento e na
Maternidade Alfredo da Costa. Foi condecorado com a medalha de honra em
Pintura na Sociedade Nacional de Belas-Artes e com a medalha de ouro na
Exposição Internacional Panamá-Pacífico."
(Fonte: https://www.parlamento.pt/VisitaParlamento/Paginas/BiogAlvesCardoso.aspx)
Exemplar em brochura, bem conservado. Ilustrações algo oxidadas.
Muito invulgar.
20€
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