CASTILHO, Julio de - AMOR DE MÃE. Scenas da vida moderna de Lisboa. Por... Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira - Livraria editora, 1900. In-8.º (19x12,5 cm) de 291, [3], [4] f. ; il. ; E.
1ª edição.
Curioso romance, ao gosto da época, baseado numa história verídica do conhecimento do autor.
Obra dedicado por Castilho ao Visconde de Sanches de Baena.
Ilustrado com 4 bonitas gravuras intercaladas no texto.
"A senhora D. Maria do Rosario de Miranda e Vasconcellos Reymão Coutinho tinha um nome muito maior do que a pessoa; e ainda talvez eu o não saiba todo; é difficillimo decorar certos nomes peninsulares. Era pequenina e miudinha de corpo, mas grande de alma, como espero evidenciar no correr d'estas paginas.
Não me chamem indiscreto, se me atrevo a contar certos pormenores do seu viver; conheci-a muito bem, respeitei-a sempre affectuosamente, como antiga amiga dos meus; mas estou (em nome da litteratura) auctorisado a commetter certas indiscreções; e ninguem m'as ha-de levar a mal; são quadros de uma Lisboa que desappareceu.
Filha de familia provinciana, hoje de todo extincta, habituára-se desde creança á vida energica da administração rural. Seus paes, morgados sertanejos nos arredores de Miranda do Douro, nunca tinham visto uma cidade, e só sahiam annualmente das suas terras para alguma praia de banhos, nas longas cavalgadas que eram os meios de locomoção no Portugal velho. Viviam, como tinham vivido seus sextos avós, sem tirar nem pôr. Alfaias, ideias, linguagem, tudo era o mesmo.
Esta menina tinha sido por muitos annos a herdeira do vinculo, até que o nascimento de um irmão a viera esbulhar dos direitos da primogenitura."
(Excerto de I - Retrato de uma joven provinciana...)
Júlio de Castilho (1840-1919). "2.º visconde de Castilho, nascido a 30 de Abril de 1840 em Lisboa, na Calçada do Duque, e falecido a 8 de Fevereiro de 1919, no Lumiar, na Travessa do Prior, foi o mais velho dos filhos de António Feliciano de Castilho e de Ana Carlota Xavier Vidal. Do pai herdou o título de visconde, que deteve desde 24 de Abril de 1873. Tirou
o curso superior de Letras, sendo vários os cargos que posteriormente
desempenhou. Poderão destacar-se o de governador civil da Horta (1877 a
1878); o de cônsul-geral de Portugal em Zanzibar (1888); o de
bibliotecário, na Biblioteca Nacional de Lisboa; o de professor de
História e Literatura Portuguesa do príncipe D. Luís Filipe (desde
1906).
Foi
poeta, tendo publicado o seu primeiro trabalho neste domínio num
almanaque de 1854, dramaturgo, tradutor, memorialista e historiador.
Produziu igualmente desenhos e pinturas.
Conhecido
pelo seu interesse pela olisipografia, de que é considerado o fundador,
publicou "Lisboa Antiga", em 8 tomos (1879 e 1884 a 1890); "A Ribeira
de Lisboa" (1893). Já num outro domínio, publicou "As memórias de
Castilho" (1881); "Manuelinas" (1889); "Elogio histórico do arquitecto
Joaquim Possidónio Narciso da Silva" (1897); "Amor de mãe: cenas da vida
moderna de Lisboa" - 1900; "Os dois Plínios? "(1906); "José Rodrigues:
pintor português" (1909); "Fastos portugueses" (1918)."
(Fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4206709)
Encadernação coeva meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas com pequenos defeitos marginais.
Raro.
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Raro.
35€
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