14 março, 2025

MARTINS, J. P. Oliveira - CARTAS PENINSULARES. Edição posthuma. Precedida d'um esboço biographico do auctor por seu irmão Guilherme de Oliveira Martins. Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira - editor, 1895. In-8.º (20x13 cm) de [6], 226, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Importante conjunto bio-bibliográfico do ilustre escritor, publicista e historiador Joaquim Pedro de Oliveira Martins publicado postumamente, poucos meses após o seu falecimento.
Obra muitíssimo valorizada pela extenso "esboço biographico" do autor por seu irmão Guilherme.
"Volume de crónicas de viagem de Oliveira Martins, editado postumamente, fruto da última deslocação do autor a Espanha, a fim de recolher documentação para a biografia histórica que deixaria inacabada, O Príncipe Perfeito. Dessa viagem por Portugal e Espanha e da constatação da ruína física e moral das cidades que atravessa, o autor deduz uma lição pessimista que "deve fazer refletir todos aqueles que vaidosamente pregam a teoria de um progresso constante e sem limites".
A obra surge precedida de um longo "Esboço biográfico" de Oliveira Martins assinado pelo seu irmão, Guilherme de Oliveira Martins, que permanece uma das principais fontes de informação para a biografia do autor do Portugal Contemporâneo."
(Fonte: Infopédia)
"Sahi de Lisboa com o proposito de visitar algumas povoações castelhanas da fronteira de leste, n'essa zona chamada terra de Campos, e que tão intimamente está ligada á historia nacional portugueza desde os seus primordios até ás guerras do principio do seculo. Sahi tambem com a idéa que essa excursão, agora, em junho, quando o sol começa a queimar nas planicies de Castilla-la-vieja, me tonificaria as forças deprimidas por uma eternidade passada.
Mais uma vez queria tambem respirar os ares e embriagar-me com a paisagem incomparavel do Valle do Tejo, pedaço sem par no mundo, pelo menos, nos retalhos do mundo que tenho visto passarem-me deate dos olhos.
Era manhã quando larguei de Lisboa. A minha primeira estação era Abrantes. Apesar do tempo teimar em conservar-se traiçoeiro, o dia amanhecera glorioso, e o sol, reinando nos céos livres, fazia cantar e rir a paisagem, como o sorriso das crianças, quando lhes brinca nas faces orvalhadas de lagrimas."
(Excerto do Cap. I)
Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894). "É hoje reconhecido como um dos fundadores da moderna historiografia portuguesa e uma das vozes de maior relevância do pensamento político e social do século XIX. Foi historiador, político e cientista social, cujas obras marcaram sucessivas gerações de leitores e investigadores, influenciando escritores do século XX, como António Sérgio ou Eduardo Lourenço. Abandonou os estudos por dificuldades económicas da família, tendo trabalhado no comércio e mais tarde como diretor de vários projetos empresariais e industriais. Foi deputado em 1883, eleito por Viana do Castelo, e em 1889 pelo círculo do Porto. Em 1892 foi convidado para a pasta da Fazenda, no ministério que se organizou sob a presidência de Dias Ferreira, e em 1893 foi nomeado vice-presidente da Junta do Crédito Público. Elemento animador da Geração de 70, revelou uma notável adaptação às múltiplas correntes de ideias do seu século, tendo colaborado nas principais publicações literárias e científicas de Portugal. A sua vasta obra começou com o romance Febo Moniz, publicado em 1867, e estende-se até 1894, ano em que morreu. Na área das ciências sociais escreveu, por exemplo, Elementos de Antropologia, de 1880, Regime das Riquezas, de 1883, e Tábua de Cronologia, de 1884. Das obras históricas há a destacar História da Civilização Ibérica e História de Portugal, em 1879, O Brasil e as Colónias Portuguesas, de 1880, Os Filhos de D. João I, de 1891, e Portugal Contemporâneo, de 1881. É também necessário destacar a sua História da República Romana. A sua obra suscitou sempre controvérsia e influenciou a vida política portuguesa, mas também historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX."
(Fonte: Wook)
Encadernação meia de pele com cantos, nervuras e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado, com desgaste na lombada
Invulgar.
20€

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