MAÇARICO, Luís Filipe - ALDRABAS E BATENTES DE PORTA: Uma Reflexão sobre o Património Imperceptível. [S.l.], Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular, 2009. In-8.º (21x15 cm) de 64 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio para a história das ferragens - batentes e aldrabas - que estiveram a uso nas portas das casas de há muito até um passado não muito distante.
Ilustrado com 49 fotografias a cores de portas e artefactos objecto do estudo distribuídas por 8 páginas.
"A necessidade de contactar os outros estimulou o ser humano a inventar utensílios, inseridos em sistemas que permitissem comunicar.
Colocados estrategicamente à entrada das portas, batentes e aldrabas, "zelaram" pela tranquilidade e segurança das habitações durante séculos.
A aldraba abre e fecha a porta, pois está ligada a um trinco que é accionado ao ser rodada, ou chama alguém (tarefa esta similar à do batente, impedindo todavia - pela manifesta impossibilidade em rodar - de facilitar o acesso às casas...). Através do batimento sobre um círculo metálico conhecido por "espera", ambos os objectos contribuem para difundir alegria e desgosto, boato ou segredo.
Para lá da utilização funcional, aflorada nestas linhas, os artefactos mencionados cumpriram - em sintonia - um desempenho simbólico, na medida em que integraram um segundo sistema de protecção, salvaguardando os locatários de espíritos nocivos e maus-olhados, segundo algumas crenças. Ambos participam da ritualização quotidiana de uma convicção ancestral, comum aos povos da bacia mediterrânea.
Efectivamente, estes artefactos, em número significativo, surgem nas portas das ruas de diversas aldeias, cidades e lugares, com um "design" maioritariamente agregado à representação da mão, que se crê incorporada num poder benéfico e protector, na esfera do Sagrado."
(Excerto de 1.1 Aldrabas e batentes. Semelhanças e diferenças)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
20€
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