02 março, 2018

VARELA, José Sousa - COISAS... 2.ª edição. Coimbra, Coimbra Editora, L.ᴰᴬ (antiga casa França e Arménio), 1922. In-8.º (17,5cm) de 113, [3] p. ; B.
Edição de 250 exemplares fora do mercado.
Obra curiosa composta de vários contos/reflexões com referências a Coimbra, onde o autor fez vida de estudante.
Muito valorizada pela sua dedicatória autógrafa a um antigo condiscípulo.
"Fôra há cinco anos, que, saüdosamente, havíamos deixado a capa negra, para nos entregarmos aos árduos labores da vida, aos seus repelões, às suas inconstâncias.
Não mais tínhamos voltado à cidade lendária dos estudantes e das tricanas!
Não mais havíamos passeado no Choupal ou no Penedo da Meditação!
Muita vez lá desejáramos ir!
A saüdade pungia-nos às vezes, por esses tempos descuidosos de rapas, por essas serenatas por vielas tortuosas da alta, que conservamos vividas no coração.
A nossa vida, porém, não nos deixava um momento livre, um dia livre, para recordarmos , sentidamente, a nossa vida de então, os nossos amores doutrora!
Quis a fortuna que a nossa vida oficial nos levasse lá um dia.
O sobresalto com que fizéramos a mala...
O quanto de intermináveis nos pareceram as horas que medianeam entre Lisboa e Coímbra! O quanto de sentimento com que pousamos pé na Estação Velha!
Tudo contrastando com a profunda decepção que havíamos de sentir lá dentro, na nossa Coímbra, na Coímbra do nosso tempo!
E se sentíamos saüdade, muitas mais saüdades ficamos sentindo ao despedirmo-nos - quem sabe se para sempre - da Coímbra de agora, da fidalga.
Já não há estudantes, e se os há, confundem-se tanto com os futricas, que nos convencemos que nem um só lá existe!
Coímbra perdeu a sua feição característica.
Industrializou-se.
Fez-se cidde moderna."
(Excerto de Coimbra)
Índice:
Antes das «Coisas». Nobre Vingança. Lembranças. Pelos anos do meu Eduardo. Coimbra. Uma carta. Um amigo. Uma entrevista.
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado de conservação. Capas de brochura lisas, simples, de protecção. Pelo interesse e raridade justifica encadernar.
Raro.
Sem registo na BNP, e sem qualquer outra referência bibliográfica.
Indisponível

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