12 março, 2018

PALESTINA, UM POVO EM ARMAS. [Tradução de H. Cesar Opz e A. Manso]. Baixa da Banheira, Manuel Miranda, 1977. Oblongo (14,5x21cm) de 126 p ; [2] p. il. ; B. Cadernos Povo e Cultura, Série B, Zona das Tempestades, 1
1.ª edição.
Visão árabe do problema israelo-palestiniano em meados da década de 70 do século passado.
Ilustrado com mapas da zona do conflito em 2 páginas extratexto.
"O «povo» judeu está disperso por todo o mundo há mais de 2000 anos - é o que se chama a «diáspora». Porém, foi só nos fins do século passado que se espalhou a ideia de um Estado judeu baseada unicamente na ideia da terra «prometida».
Foi no fim do século passado que nasceu o movimento sionista. Porque razão só nesta altura? Trata-se simplesmente de um acaso ou haverá causas profundas para esse acontecimento? [...]
O sionismo é uma consequência das grandes alterações históricas que se verificaram na Europa. É uma reacção da burguesia judaica tradicional contra as burguesias europeias locais (principalmente na Europa Oriental) que se lançaram na luta pela direcção da economia. A burguesia judaica foi eliminada pouco a pouco dos sectores económicos que ocupava.
É neste sentido que podemos definir o sionismo como o movimento nacional burguês judaico à procura de um mercado próprio.
Esta luta assumiu muitas vezes o aspecto do mais violento anti-semitismo por parte dos europeus não judeus.
Por isso, a «questão judaica» é também uma questão económica. É a concorrência entre duas burguesias pela conquista de mercados.
Inquietos com esta situação, alguns intelectuais judeus lançam a ideia de reunir os judeus de todo o mundo numa determinada região (no Uganda, na Argentina ou na Palestina), permitindo desse modo à burguesia judaica o domínio de um mercado exclusivo, à sua escala. O famoso «slogan» sionista que dizia que era preciso descobrir «uma terra sem povo para um povo sem terra» deve, portanto, entender-se como a necessidade de criar um mercado de propósito para uma burguesia sem mercado. [...]
O sionismo tinha de lutar também contra as tentativas e as tentações de integração dos judeus da Europa; daí a ambiguidade e a confusão deliberada entre judeus e sionistas, entre anti-sionismo e anti-semitismo.
«O sionismo não é apenas uma ideia geral, nem uma concepção filosófica e religiosa mas sim essencialmente uma luta contra a integração» - Ben-Gurion, «Gazeta anual do Estado de Israel», 1952."
(Excerto do Cap. II, O sionismo)
Índice:
Resumo histórico: Algumas observações. I - Alguns dados sobre a Palestina. II - O Sionismo. III - Fase inicial da implantação sionista na Palestina. IV - O mandato britânico na Palestina (1920-1948). V - A guerra de 1948. VI - O após-guerra e a crise do Suez. VII - Da guerra do Suez à guerra dos Seis Dias. Israel e o imperialismo. Cronologia sumária.
Novos aspectos da luta: 1 - As quatro guerras de agressão desencadeadas por Israel. 2 - O petróleo, uma arma poderosa nas mãos dos povos árabes. 3 - O petróleo e a justa causa dos povos árabes. 4 - Os maiores inimigos dos povos árabes. 5 - O conluio das duas superpotências contra a luta dos povos árabes. 6 - Os «planos de paz» das duas superpotências. 7 - Amigo verdadeiro ou inimigo perigoso?
A vos da resistência: 1 - A libertação faz-se por etapas. 2 - A luta entre as duas linhas no seio da resistência. 3 - O nascimento e a doutrina da El Fatah.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€

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