17 agosto, 2015

BATALHA, Ladislau - MYSTERIOS DA LOUCURA : romance portuguez. Original de... Volume I [e II, III e IV]. Lisboa, Typographia da Companhia Editora [e João Romano Torres - Editor], 1890-1891. 4 vols in-8.º (20,5cm) de 275, [5] p. ; [5] f. il. (I), 302, [2] p. ; [2] f. il. (II), 295, [1] p. ; [2] f. il. (III) e 284, [4] p. ; [2] f. il. ; E. em dois tomos
1.ª edição.
Ilustrada com bonitos desenhos da autoria de Pastor e de Moraes, intercalados no texto ao longo da obra.
Romance histórico de Ladislau Batalha. "Publicado em 1891, a acção decorre entre a década de 50 e 60 do séc. XIX. Julião Sampaio, durante o Cabralismo é acusado de falsear documentos. Injustiçado, é preso e julgado repentinamente. E por tenebrosas e pérfidas forças políticas ligadas a sectores miguelistas, acaba como degredado em Angola. Chegará a Luanda em 1851."
"Em uma casa apalaçada da Rua Larga de S. Roque, ia grande faina, faziam-se grandes preparativos no dia 5 de julho do anno de Nosso Senhor Jesus Christo de 1860.
O andar nobre fôra mobilado de novo; ainda os armadores na manhã d'aquelle dia davam os toques finaes ao que, por sua arte, lhes cumpria. Pregavam as ultimas tachas na sumptuosa alcatifa que cobria os degráus da escada, e fixavam definitivamente os espelhos do salão principal.
Os mais intimos vinham chegando, e conversavam na sala de fumar, approximando-se de quando em quando de alguma janella a espreitar se os noivos já se avistavam."
(excerto do Cap. I, O Conde de Porto Rico, Anverso e reverso)
Ladislau Estêvão da Silva Batalha (1856-1939). "Ladislau Batalha poderia ter sido uma personagem de um livro de aventuras. Novo, embarcou como tripulante na marinha mercante, tendo percorrido os mares do norte. Nesta condição, conheceu especialmente os Estados Unidos da América, o Japão, a China e o Ceilão. Trabalhou também como taxidermista em África e como gravador de vidro em São Tomé e Príncipe. A sua experiência dos mares e o trato com inúmeros povos deu-lhe vastos conhecimentos, tanto de línguas como de costumes e culturas, de tal modo que, voltando a Portugal, se tornou professor do ensino secundário sem qualquer curso superior. As suas aventuras no alto mar e em terras longínquas permitiram-lhe também escrever obras como Línguas de África (1889), Costumes angoleses (1890) e O Japão por dentro (1904), entre outros. Enquanto militante activo do partido socialista de então, escreveu obras de cariz político como A burla capitalista (1897) e Pátria e conversão (1898), tendo igualmente proferido várias conferências. Colaborou como redactor com vários jornais portugueses (Diário de Notícias, A Vanguarda, etc.) e estrangeiros (p.e., El Socialista). Em 1919, acolheu em sua casa o poeta Gomes Leal, que, semilouco, passeava pelas ruas de Lisboa em quase mendigagem. Foi aliás em sua casa que Gomes Leal acabou por morrer em 1921. Sobre esta experiência, Ladislau Batalha escreveu o livro de memórias Gomes Leal na intimidade (1933), e encontrava-se a escrever Gente da nossa terra, outro livro de memórias sobre os seus conhecimentos no meio literário, quando morreu em 1939. A sua obra ficcional cinge-se a três romances (Misérias de Lisboa, 1892-1893, Mistérios da loucura, 1890-1891, e Florêncio, 193-) e duas peças de teatro (A miséria e Consequências de um sim)."
(Fonte: http://fcsh.unl.pt/chc/romanotorres/?page_id=59)
Encadernações em meia de percalina com ferros gravados a ouro nas lombadas.
Exemplares em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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