SEABRA, Serafim de - PRESÁGIOS E ENGUIÇOS. Adaptação de... Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Soc. Nac. de Tipografia - Lisboa], 1941. In-8.º (19,5x14 cm) de 90, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de Quim.
Obra muito curiosa. Trata-se de um trabalho de recolha de crenças populares, verdadeira bíblia dos presságios, agouros e mau-olhado.
Raro e muito interessante. A BNP não menciona.
"Ninguém se atreveria, na antiguidade, a empreender, fôsse o que fôsse, sem consultar os deuses.
Os nossos avós adoptaram o costume de ser conformarem com os preságios e não admitiam que se relegassem para o número das fábulas as advertências que assim lhes eram fornecidas. [...]
Nos nossos dias, ainda se acredita, não só nos campos, mas nas cidades, nos preságios que certos animais anunciam, e, entre êles, deve citar-se o facto de haver quem, embora esteja um tempo lindo, cheio de sol, não seja capaz de sair de casa sem levar guarda-chuva, só porque viu o gato a passar, repetidas vezes, uma pata pelas orelhas, o que é sinal de chuva...
No campo, alguns maridos põem em dúvida a virtude das espôsas, se, ao atravessarem uma mata, ouvem cantar um cuco, ou se, num carreiro, apercebem um caracol com os «corninhos à vista."
(Excerto de A crença dos preságios)
"Como devem explicar-se os preságios?
O primeiro germe que engendrou cada um dêles, o primeiro facto sôbre que repousam estas crenças populares, que muitos filósofos classificaram de superstições, é impossível de encontrar, através das idades.
A verdade é que muitos fenómenos que, actualmente, nos são explicados pela ciência, tinham, para os nossos antepassados, um carácter misterioso. Êles ignoravam-lhes a causa; e o povo, da mesma forma que as individualidades da mais elevada categoria, atribuíam-nos a advertências divinas.
O paganismo tem sobrevivido assim em muitos preságios, e a credulidade pública é ainda hoje a mesma que na antiga Roma ou em Atenas.
É por isso que ainda se acredita:
no bom e no mau olhado;
na influência nefasta de certos números.
Dêste, forçoso é colocar, em primeiro lugar, o 13."
(Excerto de A explicação dos preságios)
Índice:
Primeira Parte: I - A antiguidade das artes de advinhação. II - A crença dos preságios. Os preságios e a Igreja. III - A explicação dos preságios.
Segunda Parte: Os preságios fornecidos pelos animais: I - Os quadrúpedes e os réptis: O boi - O burro - O cão - O carneiro e a ovelha - O cavalo - O elefante - O gato - O lagarto - O sapo - A serpente - A tartaruga - A toupeira - A vaca. II - As aves: Os abutres - A águia - A andorinha - O avestruz - O canário - A cegonha - O cisne - A coruja - O côrvo - A cotovia - O cuco - O frango - A gaivota - A galinha - O galo - A gralha - O melro - O môcho - O papagaio - O pardal - A perdiz - O perú - A pomba - O rouxinol - A toutinegra. III - Os peixes: A azevia - O camarão - O caranguejo - A Lagosta - O linguado - O lúcio - A sarda - A sardinha. IV - Os insectos: As abelhas - As aranhas - As môscas - Os mosquitos . As pulgas.
Terceira Parte: Os preságios fornecidos pelos elementos e os preságios celestes: I - A água - O fogo. II - Os preságios fortuitos. As palavras - Os tremores - Os espirros. III - Os preságios celestes. A chuva - As trovoadas - O vento - O raio - Os planetas - As nuvens - A lua - O sol - As estrêlas - Mercurio - Marte - Jupiter - Vénus - Saturno.
Quarta Parte: Os preságios fornecidos pelas coisas inanimadas. Os preságios fortuitos. I - As ávores - As flôres - Os frutos - Os ovos.
Quinta Parte: Diversos preságios de boa e má sorte: I - Preságios de boa sorte. II - Preságios de má sorte ou enguiços.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com manchas e pequenos defeitos.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível


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