LACERDA, Augusto de - JUIZO FINAL. Evangelho da Consciencia. Apocrypho attribuido a um propheta chamado Dathan Ben-Zaddoq supposto successor do propheta Ezequiel. Segunda edição. Lisboa, Antiga Casa Bertrand - José Bastos, 1904. In-8.º (18x13 cm) de [10], 124, [4] p. ; il. ; B.
Obra de cariz esotérico, muitíssimo interessante, das mais conhecidas e apreciadas do autor.
Ilustrada com bonitas vinhetas tipográficas assinalando o início de cada um dos capítulos e f. índice.
"Isto não é um mal humorado ajuste de contas, nem tão pouco o lamentoso desabafo de um incompreendido.
Não tendo sido poupado pela ingratidão e pela maldade do meu semelhante - que nem sempre é o meu igual... - stoicamente as tenho soffrido, sem pensar em desforras, já porque o meu ser não tem tendencias para a vingança, já porque taes tendencias, se existissem, me collocariam na ridicula situação de victima, o que seria attentatorio do meu amor-proprio.
Nem todos perceberão a serie de raciocinios que me levam a encarar assim as injustiças do proximo. Compreendo-a eu e alguns. Isto me basta. [...]
- O seu livro é um sonho mau! disse-me alguem, de passagem, na rua, resumindo n'esta frase expontanea a sua impressão pessoal.
De facto, parece um sonho mau, mas um sonho feito de realidades, que são inaccessiveis aos ditosos do mundo, aquelles que da lucta pela vida só conhecem o triumpho.
Lá o digo no introito: não é livro para todos. Os sinceros ou os desilludidos hão-de comprehende-lo. Que os outros não o compreendam, ou finjam não o compreender, pouco me importa."
(Excerto de Prefacio da segunda edição)
Indice:
Introito | Prefacio da segunda edição | Preambulo bibliographico | I - Em Fel. II - O Peccado Original. III - Amor... «Amores!». IV - Nova Babel. V - Circulo vicioso. VI - A vida atravez da morte. VII - Marinhas e Payzagens. VIII - «Pro Libertate!». IX - O principio do fim. X - Juizo Final.
Fernando Augusto de Lacerda e Melo (1865-1918). "Nasceu em Loures no dia 6 de Agosto de 1865, sendo o mais velho de doze irmãos. Aos 13 anos foi estudar para Lisboa, tendo ficado ao cuidado do seu tio paterno Joaquim Ciríaco, em casa de quem morou até aos 19, altura em que regressou a Loures. Corria o ano de 1884. A sua mãe, entretanto, já tinha falecido e Fernando dedicou-se a ajudar o pai a criar os seus irmãos mais novos.
Aos 34 anos, ou seja, em 1899, começou a despontar nele a Psicografia, enquanto recuperava a fé perdida na adolescência e que começava a ser consciente de que há vida depois da morte.
Grande parte do apoio que teve para o desenvolvimento da sua mediunidade ficou a dever-se a um íntimo amigo seu, o Dr. José Alberto de Sousa Couto, espírita e advogado de nomeada. Embora a sua mediunidade tenha começado pela Psicografia, também se desenvolveu nas áreas da clariaudiência, da vidência, da cura e da Psicografia especular (mensagem que só pode ser lida através de um espelho, por estar escrita ao contrário).
Dos espíritos que se manifestaram por seu intermédio, os que causaram maior impacto na sociedade da época foram Heliodoro Salgado, Eça de Queiroz, João de Deus, Júlio Diniz, Napoleão, Augusto de Castilho, Victor Hugo, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. O facto foi comentado pelos jornais da época, entre eles o “Jornal da Noite”, na edição de 23/11/1906:
“ (…) F.L., conversando despreocupadamente com os amigos, falando normalmente e respondendo-lhe acertadamente, sente uma necessidade imperiosa de escrever, e num estado psicológico especial, continuando a conversar – bem dentro da sua personalidade – deixa o seu braço armado de lápis fazer o que quiser, e recebe comunicações espantosas.”
Se havia quem questionasse a veracidade das faculdades mediúnicas, embora sem pôr em causa o carácter do médium, havia quem troçasse e criticasse, o que o entristecia e desanimava. Mas tinha nos próprios espíritos o consolo, a força e a ajuda de que precisava. E, do lado de cá, tinha no seu amigo Sousa Couto um sólido apoio.
Recebia tantas mensagens e tantas missivas, que começou a pensar reunir tudo num livro. (Não esqueçamos que a grande missão de Fernando de Lacerda foi justamente a da divulgação da comunicação e da sobrevivência da alma!)
Em 1908 e após dois anos de trabalho, o livro foi finalmente publicado.
Grande parte do apoio que teve para o desenvolvimento da sua mediunidade ficou a dever-se a um íntimo amigo seu, o Dr. José Alberto de Sousa Couto, espírita e advogado de nomeada. Embora a sua mediunidade tenha começado pela Psicografia, também se desenvolveu nas áreas da clariaudiência, da vidência, da cura e da Psicografia especular (mensagem que só pode ser lida através de um espelho, por estar escrita ao contrário).
Dos espíritos que se manifestaram por seu intermédio, os que causaram maior impacto na sociedade da época foram Heliodoro Salgado, Eça de Queiroz, João de Deus, Júlio Diniz, Napoleão, Augusto de Castilho, Victor Hugo, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. O facto foi comentado pelos jornais da época, entre eles o “Jornal da Noite”, na edição de 23/11/1906:
“ (…) F.L., conversando despreocupadamente com os amigos, falando normalmente e respondendo-lhe acertadamente, sente uma necessidade imperiosa de escrever, e num estado psicológico especial, continuando a conversar – bem dentro da sua personalidade – deixa o seu braço armado de lápis fazer o que quiser, e recebe comunicações espantosas.”
Se havia quem questionasse a veracidade das faculdades mediúnicas, embora sem pôr em causa o carácter do médium, havia quem troçasse e criticasse, o que o entristecia e desanimava. Mas tinha nos próprios espíritos o consolo, a força e a ajuda de que precisava. E, do lado de cá, tinha no seu amigo Sousa Couto um sólido apoio.
Recebia tantas mensagens e tantas missivas, que começou a pensar reunir tudo num livro. (Não esqueçamos que a grande missão de Fernando de Lacerda foi justamente a da divulgação da comunicação e da sobrevivência da alma!)
Em 1908 e após dois anos de trabalho, o livro foi finalmente publicado.
Várias personalidades da época, entre elas Teófilo Braga, teceram diversos comentários sobre a obra, que rapidamente se tornou num “best-seller”. Foi tamanho o sucesso que, imediatamente, foi publicado o 2.º volume. Mas o mais curioso é que, embora o livro fosse o mais vendido de então, poucos eram os que gostavam de afirmar que o tinham lido…
Entretanto, a partir deste mesmo ano de 1908, o médium começou a ser ferozmente perseguido pelo partido republicano, com diversos ataques e calunias.
Em Portugal vivia-se uma época turbulenta, em termos políticos, com o descontentamento popular a aumentar a cada dia mais, até que em 5 de Outubro de 1910, o povo de Lisboa levanta-se em armas, depõe a monarquia, e implanta a República no país. A partir dessa altura, a população em geral começou a dar ouvidos às crenças materialistas e ateístas pregadas pelos republicanos.
A posição do médium tornava-se cada vez mais difícil, pois era de todos conhecida a sua fé fervorosa e a sua ligação à espiritualidade. Assim, e animado por um seu amigo, administrador da livraria da Federação Espírita Brasileira, com quem trocava assídua correspondência, começou a pensar em emigrar para o Brasil.
Porem, antes, ainda publicou o 3.º volume do “Do País da Luz”.
Em Portugal vivia-se uma época turbulenta, em termos políticos, com o descontentamento popular a aumentar a cada dia mais, até que em 5 de Outubro de 1910, o povo de Lisboa levanta-se em armas, depõe a monarquia, e implanta a República no país. A partir dessa altura, a população em geral começou a dar ouvidos às crenças materialistas e ateístas pregadas pelos republicanos.
A posição do médium tornava-se cada vez mais difícil, pois era de todos conhecida a sua fé fervorosa e a sua ligação à espiritualidade. Assim, e animado por um seu amigo, administrador da livraria da Federação Espírita Brasileira, com quem trocava assídua correspondência, começou a pensar em emigrar para o Brasil.
Porem, antes, ainda publicou o 3.º volume do “Do País da Luz”.
Em 10 de Julho de 1911 deixa Lisboa no navio Astúrias, rumo ao país irmão, com o coração cheio de tristeza por se separar de sua família, dos amigos, e da sua terra natal. Com ele não levava nenhum dinheiro, nem sequer a certeza de que iria conseguir recomeçar… apenas o acompanhavam a fé e a ajuda dos espíritos, que nunca o traíram nem o abandonaram.
Chegou ao Rio de Janeiro 13 dias mais tarde, a 23 de Julho de 1911. Prestes a fazer 46 anos, uma nova vida estava à sua espera…"
Chegou ao Rio de Janeiro 13 dias mais tarde, a 23 de Julho de 1911. Prestes a fazer 46 anos, uma nova vida estava à sua espera…"
(Fonte: https://aeamissionariosdaluz.org/2024/08/06/fernando-lacerda/)
Exemplar em brochura, por abrir, bem conservado.
Raro.
Indisponível


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