PEREIRA, Frederico A. - OS ELEPHANTES. Por... Consul de Portugal em Siam. Porto, Livraria Portuense de Lopes & C.ª, 1890. In-8.º (19 cm) de [2], 104, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo sobre o elefante asiático, primeira obra (e talvez única) que sobre o assunto se publicou entre nós.
Ilustrado com uma estampa do animal em separado.
"Não
vamos fazer um estudo profundo sobre este assumpto. O nosso intuito é
sem pretensões e visa simplesmente a fazer conhecer o quanto o elephante
é um anima util ao homem pela sua intteligencia."
(Excerto de O elephante historico e de guerra)
"A
Africa possue elephantes, mas não têm até hoje sido utilisados como
animaes domesticos e de grande beneficio para quem os educasse, como
acontece na Asia. No continente negro ignora-se mesmo um modo qualquer
de os apanhar vivos, o que é de certo uma grande falta que se fosse
remediada poderia ser um bom elemento de riqueza e de progresso. Oxalá
que o meu trabalho, no que diz respeito á sua utilisação na Asia, possa
contribuir para que de futuro se olhe para este pachiderme em Africa,
como mais necessario como simples animal de caça: O seu marfim cujo
valor augmenta com a edade, é nada comparado com os valiosos serviços
que elle póde prestar á humanidade.
O
elephante póde viver de 160 a 200 annos. Porém está sujeito a muitos
contratempos que lhe abreviam a existencia: O homem mata-o quando póde;
os animaes ferozes fazem-lhe uma guerra constante; entre si acontece em
certas circumstancias que entram em lucta e sempre um dos contendores
morre e ás vezes o outro pouco lhe sobrevive; a natureza apresenta
grandes obstaculos á sua enorme massa, produzindo accidentes que acabam
por matal-os, além de impedirem a sua reproducção. D'ahi resulta que a
sua existencia está calculada na media de 70 annos. [...]
Os
elephantes no estado selvagem andam sempre em rebanhos e obedecem ao
mais velho ou ao mais forte, áquelle que melhor os póde guiar. Estes
rebanhos compõem-se geralmente de 100 a 150. Obedecem ao seu chefe e é
raro haver desintelligencia entre elles. A boa harmonia cessa quando um,
menos soffredor, ou por ciumes, ou mais exigente que os outros, ou
porque foi perturbado nos seus amores ou nas suas affeições, se mostra
descontente e começa a maltratar os camaradas. O agressor vê então todos
ligarem-se contra elle e depois de terriveis combates, humilha-se, mas
altamente irritado; a companhia torna-se-lhe odiosa e para occultar a
sua vergonha, sepára-se e refugia-se nas florestas. Este isolamento
reage sobre o seu humor e azeda-lhe o caracter a tal ponto que se torna
altamente perigoso para os seus semelhantes, para os outros animaes e
para o homem; então mata tudo o que encontra. D'ahi provêm os nomes que
lhes dão na Asia, de solitarios - matadores -; por isso é que o governo
da India Ingleza dá um premio a todo aquelle que matar um de estes
terriveis desertores."
(Excerto de O elephante selvagem)
Índice:
-
O elephante historico e de guerra. - O elephante selvagem. - Como se
apanham elephantes. - Um captivo por amor. - A educação dos ellephantes.
- O elephante em diversos serviços. - O elephante galante. - O
elephante na familia. - O elephante combatente. - O elephante branco. - O
elephante branco na Birmania. - O elephante branco em Siam.
Exemplar
brochado em bom estado geral de conservação.
Sem as capas originais. Pelo interesse e raridade a justificar encadernação.
Raro.
85€
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