COSTA-CABRAL, F. A. da - DOM JOÃO II E A RENASCENÇA PORTUGUÊSA. Por... Grandes Vultos Portuguêses IV. Lisboa, Livraria Ferin, Editora : Torres & C.ta, 1914. In-8.º (19,5x13 cm) de 208 p. ; [2] f. il. ; errata ; E.
1.ª edição.
Biografia de D. João II, o "Príncipe Perfeito", o impulsionador da gesta dos Descobrimentos, - por muitos considerado o melhor rei português -, e a influência do seu reinado na Renascença portuguesa.
Livro ilustrado com duas estampas separadas do texto:
- Reproducção da primeira folha do Livro dos Copos, manuscripto do seculo XV, pertencente á Torre do Tombo, onde se supõe ver o retrato de D. João II, quando moço;
- Assignatura de D. João II.
"D. João II era um homem forte, espaduado, elegante e destro em «todalas boas manhas», que hum alto Principe convem; foy singular cavalgador, especialmente de gineta, deestro, braceiro, bõo dançador, e com gracioso despejo, bem desenvolto em todalas danças. Foy grande Monteiro, mas muito maior caçador d'altanaria, a que era mui incrinado, e pero que sempre teve muitas e mui singulares aves e bõos caçadores». As mãos era finas «alvas e formosas e as pernas grandes e muy bem feitas». De uma robustez fóra do vulgar, cortava de um só golpe quatro tochas juntas, «coisa que nunca achou que fizesse». No rosto branco e córado, um pouco sôbre o comprido, sobresaiam dois olhos negros, vivos e profundos, que a cólera fazia por vezes raiar de sangue «de manera que le davam horror i respeto à qui en le mirava». Até aos trinta e tal anos, edade em que começou a engordar, usava a barba toda, ondeada e castanha, como a côr dos cabelos, onde as brancas despontavam precócemente «de que mostrava receber grande contentamento pola muyta autoridade que a sua Dinidade Real suas cãas acrecentavam». A sua coragem e valentia eram proverbiais. Em Alcochete, onde fôra com a rainha, um toiro tresmalhado, investiu precisamente pelo caminho seguido pela côrte; espavoridos, todos fugiram menos o rei que, serenamente, tomando a rainha pela mão, esperou de estoque em punho que a fera arremetesse. Admirador de todos os actos que denotavam coragem e valor, não duvidou mesmo tomar para creado um condenado como assassino, e isto por tê-lo visto, arrojadamente, fazer frente a um touro bravo que fugira do curro."
(Excerto de Pela lei e pela grei - Suas «feições e manhas»)
Indice: Primeira Parte - O Meio: I - A Europa; II - Portugal no século XV. III - Portugal no século XV (continuação). Segunda Parte -
O Homem: I - Regência II - Pela lei e pela grei. III - As conspirações. IV
- A Epopeia. V - O desabar de um sonho. VI - Luta diplomática. VII - O
Fim. | Obras citadas | Cronologia | Índice alfabético.
Encadernação do editor em percalina, carmim, com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e bibliográfico.
35€
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