31 dezembro, 2024

VIEIRA, Eugénio -
O FILHO.
Original de... Novela Portuguesa Ilustrada N.º 1. Desenhos de Cunha Barros. Gravuras de Bordalo Pinheiro. [Lisboa], Edição e propriedade de Adolpho de Mendonça, Ltd., [1925]. In-8.º (16,5x13 cm) de 36 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante novela realista, verídica de acordo com o autor, sobre a vida e faina dos Avieiros, os pescadores do Tejo.
Ilustrada com dois bonitos desenhos em página inteira de Cunha Barros (1878-1972), ilustrador e publicitário, que também assina a capa.
"Um pouco acima da, ainda agora tão senhorial, e por isso mesmo tão profundamente adormecida, que parece morta, vila de Muge, quem, pelo olhar, tirar uma recta de oitocentos metros a partir da esquina norte da fachada do palacio dos duques de Cadaval, encontrará, por certo, atravessando as vinhas, e um pouco abaixo do chamado Caes do Sabugueiro, uma reintrancia, onde o rio se divide em dois pequenos braços, por meio de uma linguasinha de terra. [...]
A historia que vai proseguir podia, se não fôsse veridica, dar-se em qualquer ponto do pitoresco scenário paisagistico, que vai de Valada a Muge, subindo o Tejo, faxa ribeirinha onde abundam os pescadores de tôldo, mas colocou-se exactamente onde se passou, não tanto por uma questão de amor á côr local como de culto á verdade."
(Excerto a Novela)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
15€

30 dezembro, 2024

SILVA-GONÇALVES, C. da -
REFLEXÕES POLÍTICAS.
Na posse da Comissão Ultramarina da Liga dos Antigos Graduados da M. P. em 19 de Maio de 1970. RESERVADO. Lisboa, Edições "Facho" - Liga dos Antigos Graduados da M. P., 1970. In-8.º (21x15 cm) de 61, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Considerações de índole reservada a propósito do rumo político do regime em relação às províncias ultramarinas, em guerra desde 1961, tendo em vista a Paz.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Jorge Botelho Moniz (1898-1961), importante figura do regime do Estado Novo.
"Gostaria de aproveitar esta singela cerimónia para, com base no que vimos, ouvimos e aprendemos no trabalho da Comissão, durante quase dois anos, alinhar algumas reflexões de ordem política. Não como porta-voz de um partido político que não somos e nunca pretendemos ser, nem como representante de um grupo de pressão da extrema-direita que alguns mal intencionados, fantasiosa e fraudulentamente, pretendem ver em nós. Mas, em toda a sinceridade - e no conhecimento dos prejuízos que, na nossa terra, tais posições nos costumam acarretar - apenas, a título exclusivamente pessoal, como cidadãos conscientes, como estudiosos da cousa política, como homens impregnados de fervor patriótico, como pessoas que afeiçoaram a sua vida à luz de um ideal superior de Serviço Nacional, como portugueses respeitadores das instituições e seguidores de Marcello Caetano, como membros de uma Comunidade que ambicionamos Maior, Melhor, mais Justa e mais Unida."
(Excerto de III - Reflexões de ordem política... - Não somos um partido)
Índice:
I - Enquadramento. II - Comissão Ultramarina? III - Reflexões de ordem política. A conquista da Paz: a Rectaguarda. IV - Reflexões de ordem política. A conquista da Paz: a Frente. V - Reflexões de ordem política. O desenvolvimento. VI - Reflexões de ordem política. A integração nacional. VII - Reflexões de ordem política. A próxima revisão da Constituição. VIII - A concluir.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

29 dezembro, 2024

WARING, Ronald -
THE WAR IN ANGOLA. Lisbon : Agência Geral do Ultramar, [1962]. In-8.º (20x14,5 cm) de  69, [3] p. : il. ; B.
1.ª edição.
Relato dos acontecimentos em Angola reportando ao primeiro ano de Guerra Colonial, da surpresa e espanto geral pelos ataques no norte até à preparação, envio de tropas e sua disposição e controle no terreno. Waring não se limita à descrição das atrocidades cometidas pelos elementos da UPA e da resposta portuguesa; traça o panorama económico e social da Colónia na época, incluindo a escola, saúde, etc.
Obra com interesse histórico, não teve tradução para português. Ilustrada com inúmeras fotografias no texto, muitas delas impublicáveis porque chocantes.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"On 14th March, Angola was at peace with itself.
Europeans and Africans went about their business as usual and scoffed at those who said that trouble in the Congo would spread South. There was certainly no sign of unrest among the African population. In fact things were so quiet that there were only 2,000 white soldiers and 700 policemen (half of whom were Africans) in the whole Country, a country incidentally as large as Spain, Portugal, France and Germany put together.
Portugal's policy of slow integration seemed to be working well, and everyone was condident that they were building a Luso-African society similar to that achieved in Brasil.
They went to bed with easy minds March 14.
The long knives struck at dawn!
Along a 250 mile stretch in Northern Angola, hordes of terrorists swooped on Europeans and on all the Africans who refused to join with them. In a fantastic orgy of blood they butchered, burned and tortured to death more than 1,300 Europeans and ten times that number of Africans.
The terrorists had the adavantage of surprise and a well laid plain. Their targets were isolated farms where European settlers and their native workers, armed only with a few sporting rifles and shot guns, were no match for the bands of screaming terrorists brandishing two foot long machetes and muzzle-loading guns.
The wave of slaughter lasted for three weeks, during which time many thousands of African joined the terrorists, either in the hope of a rich harvest of plunder, of for fear of the consequences if they refuse. The remaining Europeans and those Africans who remained loyal, found themselves barricaded inside the small towns and villages in Northern Angola.
They had to face constant dawn attacks by terrorits bands whose war cries were «U. P. A.» (Union des Peuples d'Angola), «Lumumba», and «Mazza».
«Mazza» simply means «water», and the terrorists believed that their witch doctor's magic would turn the withe man's bullets to water.
In Portugal the first shock of the news was followed by a hasty mobilisation of troops. The Portuguese army, as a N. A. T. O. ally, was equipped for war in Europe, but not for a war in Africa 5,000 miles away."
(Excerto do Cap. I)
Ronald Waring. "Oficial do exército britânico, serviu no King's Royal Rifle Corps e durante a Segunda Guerra Mundial no Royal Hampshire Regiment; entre 1956 e 1974 leccionou no Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM-Pedrouços), após o que regressou a Londres com o posto de coronel, agraciado com o título nobiliárquico de Duque de Valderano."
(Fonte: https://ultramar.terraweb.biz/06livros_RonaldWaring.htm)
Exemplar em brochura, bem conservado. Com alguns (poucos) subinhados.
Raro.
35€

28 dezembro, 2024

TAVARES, Amandio Joaquim -
ESTUDOS SOBRE AS VARIAÇÕES MUSCULARES DO THORAX.
Tese de Doutoramento apresentada à Faculdade de Medicina do Pôrto. [Por]... 2.º Assistente de Anatomia da Faculdade de Medicina do Pôrto. Pôrto, Tipografia Sequeira, Limitada, 1924. In-4.º (24x16,5 cm) de 147, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Tese de Doutoramento do ilustre Professor Amândio Tavares, reitor da UP entre 1945 e 1961.
Livro ilustrado com desenhos, quadros e esquemas.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor "Ao seu amigo e colega Ulisses da Silva Canijo".
"As minhas investigações incidiram principalmente sôbre a região muscular ântero-lateral do tórax da Anatomia descritiva, mas com carácter sistemático apenas foi feito o estudo do preesternal, esta curiosa anomalia que desde longos anos tem atraído a atenção de muitos anatomistas, empenhados na resolução dos variados problemas que, directa ou indirectamente, com ela se prendem."
(Excerto do Preâmbulo)
Amândio Joaquim Tavares (Valpaços, 1900 - Senhora da Hora, 1974). "Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e doutorou-se em Medicina e Cirurgia pela mesma Escola em 1924. Foi professor catedrático de Anatomia Patológica. Homem de forte personalidade, austero, de carácter firme, dinâmico, criou escola, formou alunos e publicou numerosos trabalhos de referência na sua área científica, sobretudo sobre Anatomia Patológica e a sua aplicação à clínica. Desde muito cedo valorizou a internacionalização da pesquisa científica e o seu prestígio fora de portas é comprovado de diversas formas, incluindo condecorações de governos estrangeiros. Foi nomeado reitor da Universidade do Porto em 1945 e apenas cessou funções em 1961. A ação reitoral que protagonizou, além de prolongada no tempo, ficou marcada pelo dinamismo e foi um período muito fecundo da Universidade do Porto que viu crescer o seu prestígio interna e externamente."
(Fonte:https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=reitores%20da%20u.porto%20-%20am%c3%a2ndio%20joaquim%20tavares)
Exemplar brochado em bom estado gerall de conservação. Interior correcto. Capas frágeis com cortes marginais. Contracapa apresenta falha de papel no canto superior esquerdo. Mancha de humidade desvanecida à cabeça, acompanha parte do livro.
Raro.
30€

27 dezembro, 2024

OLIVEIRA, Eng, Estevão Mendonça Lamas de -
AVALIAÇÃO DE CAUDAIS DE MÁXIMA CHEIA.
Pelo... Memórias da Ordem Dos Engenheiros : C-17 : Separata do Vol. I - Fasc. III. [S.l.], [Ordem dos Engenheiros, [1954?]. In-4.º (23x16,5 cm) de 21, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Publicação sobre a avaliação de cheias, e as variantes técnicas e naturais que as condicionam.
Ilustrado no texto e em página inteira com quadros tabelas e gráficos.
Exemplar muito valorizado pela extensa dedicatória autógrafa do autor ao "Ex.mo Colega e Amigo Engenheiro Sá Fernandes".
"São numerosos os problemas de engenharia em que aparece a necessidade de avaliar o caudal de máxima cheia de uma determinada bacia. Na verdade, para projectar a construção de uma ponte, para estudar um problema de regularização fluvial ou ainda para dimensionar um descarregador de cheias, surge sempre a necessidade de avaliar aquela característica hidrométrica; e conforme os tipos de problemas a resolver, assim são diversos os métodos usados para avaliá-la."
(Excerto da Introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na BNP.
15€

26 dezembro, 2024

CARTA // DE // ESCRAVIDAÕ // QUE DEVEM ASSIGNAR //
Regras que devem observar, Graças, e Indul- // gencias que podem lucrar, e algumas ad- // vertencias mais, que devem saber. // OS // ESCRAVOS // DE // MARIA SANTISSIMA // Alistados na Irmandade, que he dedicada // á mesma Soberana Senhora, por meio // da sua Prodigiosa Imagem, de- // nominada com o titulo // DE // N. S. DO ROSARIO // DO BARREIRO // Por ser collocada na sua Erermida da mesma Villa. // PERSUADE-SE TAMBEM ESTA DEVOÇÃO // E Refere-se em seu abono hum notavel prodi- // gio da mesma Senhora, e outros mais que para // gloria sua se achaõ justificados, e se daõ em pu- // blico para consolaçaõ de todos os seus Devotos. // LISBOA: // Na Officina de Antonio Rodrigues Galhardo // Impressor da Real Meza Censoria. Anno 1785. // Com licença da mesma Real Meza. In-8.º (14,5x9 cm) de 155, [1] p. ; [1] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrada com bonita capitular e vinheta tipográfica no início, e em extra-texto, precedendo o frontispício, uma gravura de Nossa Senhora com a inscrição: "N. Sª. DO ROZARIO DA V. DO BARREIRO. O Exmo. Snr. Carde. Patriarcha concede 100 dias de Indulgª. a qm. rezar huma Salve Rª. diante desta Image", imagem que falta na maioria dos exemplares.
Inclui ainda uma gravura coeva, solta, recortada, de Santa Bárbara (não pertence a esta obra).
Deve dizer-se ainda, a título de curiosidade, que no interior vem expresso um "projecto de associação" (Carta, ou Cedula de Escravidão) na Irmandade que foi preenchido a tinta "Lx.ª aos 27 do Mez de [ilegível] de 1799",  com o nome manuscrito da antiga proprietária - "Joanna Peregrina" -, que não é mais do que a comprometimento desta senhora para com as regras da Carta de Escravidão, assumidas com a sua assinatura. Muito interessante.
Junto com:
SUMMARIO // DAS GRAÇAS, INDULGENCIAS, // e Remissoens de peccados, concedidas // a todas as pessoas, que visitarem // a Prodigiosissima, e Devotissima // Imagem de // N. S, DO ROSARIO // collocada na sua Eremida, sita na Villa // DO // BARREIRO // POR SE ACHAR ANNEXA Á SACROSANTA // IGREJA DE // S, JOAÕ DE LATERAÕ // DE ROMA // juntamente com a Irmandade dos Escra- // vos da dita Senhora por Breve do // SANTISSIMO PADRE PIO VI. // Impetrado pela mesma Irmandade com // Beneplacito da / RAINHA N. SENHORA // naõ só como Soberana, mas tambem como Graã // Mestra das Tres Ordens Militares, por estar // a referida Ermida no destricto da Ordem de // Saõ-Thiago, Patriarchado desta Cidade de // LISBOA. // Na Offic. de Joaõ Antonio da Silva, // Impressor de Sua Magestade. 1790. // Com licença da Real Mesa da Commissão Geral sobre // o Exame e Censura dos Livros. In-8.º (14,5x9 cm) de 13, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Duas obras relacionadas com o mesmo tema - a imagem de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro - e as indulgências concedidas aos devotos da mesma - encadernadas num único tomo.
"Naõ pretendemos no presente Tractado inculcar a devoçaõ de Maria Santissima. Nós a suppomos estabelecida nos coraçoens de todos os fieis. Como ella he hum meio taõ necessario, ou taõ poderoso para a salvaçaõ; Deos tem tomado por sua conta dar-nos este meio, como todos os mais; por isso parece que des-de o Baptismo ella se infunde nas nossas almas como os mais dons sobrenaturais da graça. So pertendemos pois persuadir a Escravidaõ da Senhora, como meio mais proprio para praticar a sua devoçaõ, e mais efficaz para alcançar a sua protecçàõ especial."
(Excerto de Carta de Escravidaõ... - Persuade-se esta Devoção)
"O Direito pois que Maria Santissima tem á nossa Escravidaõ, a honra, e interesse que todos temos em ser signalados com o titulo de seus Escravos, o obsequio, e satisfaçaõ que a mesma Senhora recebe em tomarnos debaixo da sua protecçaõ especial por meio deste titulo, e finalmente a que já esperimentavaõ certos devotos seus, que todos os annos concorriaõ desta Cidade de Lisboa a festejala com cultos publicos na sua prodigiosa Imagem intitulada do Rosario, a qual se venera em huma Eremida junto a Villa do Barreiro aonde elles mesmos a collocaraõ no anno de 1736, tudo os moveo a erigirem naquella Eremida em honra da mesma Senhora por meio deste veneravel Imagem huma Irmandade intitulada dos Escravos de Maria Santissima do Rosario do Barreiro.
He muito antiga como temos dito a Escravidaõ de Maria Santissima, mas corporaçaõ, em que se unaõ, e ajuntem os seus Escravos para o culto, e serviço da Senhora, tendo por insignia, e destinctivo da sua Escravidaõ o Santissimo Rosario, naõ sabemos de outra até ao presente; tem esta Irmandade até agora a prerogativa de unica, e singular, terá já agora em todo o tempo a gloria de primeira entre todas as que se lhe seguirem."
(Excerto de Carta de Escravidaõ... - Instituiçaõ desta Irmandade)
Encadernação coeva inteira de pele com dourados na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta pico de traça, à cabeça, nas primeiras páginas do livro (com pouco impacto visual e sem afectar a mancha tipográfica).
Raro.
Com interesse histórico, regional e religioso.
125€

25 dezembro, 2024

RAMALHETE DO NATAL.
Collaboração dos ex.mos snrs.: A. S. P. Caldeira, J. P. da Conceição, D. J. Ferreira, Casimiro Sotto-Maior, Theophilo Braga, Candido J. de Souza, M. A. de Menezes, Guilherme Dias, R. H. Moreton, J. J. da Costa Almeida e Antonio F. Campos. Porto, Typographia Cosmopolita, 1885. In-8.º (16x11 cm) de 40 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de textos - em prosa e em verso - cedidos propositadamente para a ocasião por alguns vultos da literatura nacional.
Livrinho ilustrado com 5 bonitos desenhos no texto.

"O mundo bracejava em mar de pranto;
Dos reis a tyrannia mais tornava
Amarga a escravidão.
O tinir das algemas era o canto
Que d'entre o cahos triste relembrava
Velha culpa de Adão
O sceptro do castigo braço eterno
Para a terra inclinou, cobrindo a fronte
Manto da proscripção!
A todos bipatnte o umbral do inferno,
Reinava a malvadez do mar ao monte
Sem medo á perdicção."

(Excerto de O Natal, por Teófilo Braga)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
15€

24 dezembro, 2024

SANTOS, Corte-Real -
AGONIA E MORTE A 13,43 GRAUS DE LATITUDE SUL.
2.ª edição : 3.º, 4.º e 5.º milhares. Sá da Bandeira - Angola, [Edição do Autor]. Distribuidores: Publicações Imbondeiro, [1964?]. In-8.º (21,5x14,5 cm) de 86, [2] p. ; mto il. ; B.
Capa de Alfredo de Freitas.
Reportagem da tragédia que vitimou dois pilotos em Angola no início dos anos 60 do século passado. O misterioso desaparecimento da aeronave emocionou e prendeu a atenção da população de ex-colónia portuguesa durante longos e penosos meses.
Obra com larga divulgação em Angola na época, ainda assim não se encontra representada no acervo da BNP.
Ilustrada com fotografias a p.b. no texto de mapas, da aeronave acidentada e dos malogrados pilotos, algumas impublicáveis pela crueza das mesmas.
"Aparece este livro para corresponder ao desejo manifestado de muitas das pessoas que se apaixonaram, condoídas, pela aventura extraordinàriamente emocionante dos aviadores civis Carlos da Costa Fernandes e Acácio Lopes da Costa, os quais em 18 de Março de 1963, a bordo da avioneta «Piper Colt», do Aero Clube do Lobito, empreenderam uma viagem de que infelizmente não haveriam de voltar vivos.
O triste caso, sem par na história da aviação de Angola, consternou vivamente a população da Província e a partir de então se manteve em intrigante mistério, apesar de intensivas buscas por ar, mar e terra efectuadas por dezenas de pessoas durante largas e arreliantes semanas.
Quando parecia que a tragédia havia terminado com a convicção de que a avioneta «Piper Colt» se afundara no mar com os seus dois ocupantes, surgiu inesperadamente, em 29 de Junho, - 103 dias passados! - a notícia de que o aparelho fora encontrado a mais de 50 quilómetros ao sul de Benguela, num local deserto denominado Dulombuluco, Piqui, não muito longe da praia da Binga. A informação, chegada a Benguela na tarde desse dia, acrescentava que os dois aviadores estavam mortos e os seus corpos já em meia decomposição.
Este epílogo trágico do caso consternou profundamente a população angolana, que leu sofregamente os relatos dos jornais - logo esgotados - e ouviu, magnetizada, o noticiário das emissoras. Todos esses relatos se dispersaram naturalmente e muita gente ficou insuficientemente informada.
Este facto tornou patente a necessidade dum livro em que se registasse o acontecimento por ordem cronológica, se desvendassem antecedentes que pareceram esclarecedores e, sobretudo, se dessem a conhecer os famosos «diários» deixados pelos desventurados aviadores."
(Excerto da Introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
20€

23 dezembro, 2024

RAU, Virgínia -
O PE. ANTÓNIO VIEIRA E A FRAGATA FORTUNA. Por... (Separata de Stvdia - Revista semestral - N.º 2 - Julho de 1958). Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos : Portugal, 1958. In-4.º (23,5x16,5 cm) de [12] p. (91-102 p.) [1] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Trabalho histórico. Curioso subsídio vieiriano sobre uma faceta pouco conhecida do notável religioso jesuíta.
Ilustrado extra-texto no final com fac-símile: "Contrato de fretamento da nau Fortuna".
"A vida do Pe. António Vieira tem sido estudada com carinho e em profundidade por investigadores do melhor quilate, mas a sua actividade como negociador de navios na Holanda tem parcialmente escapado à argúcia da pesquisa em fontes portuguesas. [...]
Desde bem novo o Pe. António Vieira demonstrou possuir uma funda intuição da importância do predomínio marítimo e da evolução da táctica naval. Conhecedor da arte de construir navios e apreciador sagaz dos méritos e qualidades relativas das fragatas holandesas, francesas, ou dunquerquesas, se os seus planos para a construção e compra «of a fine fleet of frigates» tivessem sido adoptados, «Portugal might well have recovered more of her colonies than Angola and Pernambuco» nesse tormentoso período subsequente à Restauração de 1640.
Adversário convicto das caravelas, escolas de fugir como ele lhes chamava, aconselhou sempre a compra de fragatas bem armadas, pois só com navios grandes e bem artilhados poderiam os portugueses dominar os inimigos no mar como o faziam em terra e preservar o seu império ultramarino."
(Excerto do Estudo)
Virgínia Roberts Rau (1907-1973). "Formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, doutorando-se em 1947. Professora Catedrática na mesma instituição durante vinte anos, fundou, em 1958, o Centro de História da Universidade de Lisboa, então Centro de Estudos Históricos. Foi, também, a primeira mulher a assumir a direcção da Faculdade de Letras (1964-1969). A sua obra como historiadora, transversal cronológica e geograficamente, é balizada por um lado pela formação medieval do reino e por outro pelo seu processo moderno de atlantização, sem nunca perder de vista uma escala de comparabilidade europeia. Uma concepção moderna da oficina do historiador, baseada no trabalho colectivo, numa precoce internacionalização assim como na articulação entre a investigação e o ensino, garantem-lhe uma posição singular na historiografia portuguesa. "
(Fonte: http://www.centrodehistoria-flul.com/virginia-rau.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€

22 dezembro, 2024

LOBATO, Gervasio & VICTOR, Jayme -
OS INVISIVEIS DE LISBOA : grande romance em 6 volumes.
Desenhos de Manuel de Macedo. Executados pelos processos Ignio Eberle e Gillot. Volume I. [II; III; IV; V; VI]. Lisboa, David Corazzi, Editor : Empreza Horas Romanticas, 1886-1887. 6 vols in-8.º (19,5x13 cm) de 388, [4] p. ; [5] f. il. (I) ; 388, [4] p. ; [3] f. il. (II) ; 387, [5] p. ; [5] f. il. (III) ; 389, [3] p. ; [4] f. il. (IV) ; 388, [4] p. ; [2] f. il. (V) ; 402, [6] p. ; [5] f. il. (VI) ; E.
1.ª edição.
Obra de fôlego. Romance de costumes em 6 volumes (completo).
Ilustrado com as 24 estampas fora do texto assinadas por Manuel de Macedo.
"Era uma manhã tempestuosa de inverno. Do céu escuro caía permanentemente, com insisterncia teimosa, uma chuva muito miuda, muito fria, que, de vez emquando, impellida por fortes rajadas de vento, açoutava com violencia as vidraças, hermeticamente fechadas, contra o frio glacial, que fazia bater o queixo, e invejar as grandes lareiras provincianas.
O Tejo apresentava o sombrio espectaculo de um rio em temporal.
As ondas, muito picadas, agitavam-se furiosamente, quebravam-se, espumando a grande altura, nos cascos dos navios de grande lotação.
Os barcos pequenos, estavam todos a coberto, ou mettidos nas docas, ou estirados regaladamente ao longo dos caes, como grandes amphibios, que viessem dormir a sua sésta fóra da agua.
Alguns catraios, raros, que não tinham remedio senão aventurar-se por aquelle tempo diabolico, faziam cabriolas phantasticas sobre o dorso lamacento das ondas, e pareciam não sair nunca do mesmo logar, apesar dos esforços herculeos dos remadores, que, para ganhar a vida, se arriscavam assim a perdel-a, de um momento para o outro.
Os navios grandes, que de ordinario assistem impassiveis a estes vendavaes dos rios, tambem n'esse dia andavam mettidos na dança macabra que agitava todo o Tejo. Apesar da sua enorme corpulencia, das suas fórmas gigantescas, talhadas de molde a arrostar com os grandes temporaes do alto mar, as ondas, habitualmente pacatas do Tejo, investiam atrevidas com elles, e faziam-os oscillar com as suas convulsões, tremer com as suas furias.
No meio do rio, em frente do Caes do Sodré, o Gironde, o bello paquete das Messageries, preparava-se para levantar ferro, apesar do temporal."
(Excerto do Cap. I - A bordo do «Gironde»)
Gervásio Jorge Gonçalves Lobato (1850-1895). "Figura muito popular do meio teatral e literário lisboeta da segunda metade do século XIX, nasceu a 23 de maio de 1850, em Lisboa, e morreu a 26 de maio de 1895, na mesma cidade. Autor, num curto espaço de tempo, de uma obra extensa e variada, foi jornalista, tradutor, comediógrafo e romancista, tendo sido comparado a Rafael Bordalo Pinheiro quanto ao humor e ao talento de caricaturista. Colaborou em vários periódicos da época, como o Diário de Notícias, o Diário da Manhã, o Jornal da Noite e O Ocidente, onde sucedeu a Guilherme de Azevedo na rubrica "Crónica dum ocidental". Os contornos realistas da sua crítica de costumes, exercitada nos romances e nas peças de teatro, são amenizados pelo tom displicente e pelo humor revisteiro."
Manuel de Macedo Pereira Coutinho (1839-1915). "Aguarelista e ilustrador, discípulo de Anunciação e de Howell. Foi pintor, cenógrafo, gravador, caricaturista, distinguiu-se como ilustrador de excepcionais qualidades. Ilustrou das mais importantes obras, revistas do seu tempo. As suas obras encontram-se nos vários museus contemporâneos portugueses e em colecções particulares."
Encadernações editoriais com ferros gravados a seco e negro e ouro nas pastas e na lombada.
Exemplares em bom estado de conservação.
Raro.
100€

21 dezembro, 2024

AMZALAK, Moses Bensabat -
CARLOS MORATO ROMA E OS SEUS ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS.
Por… Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa. Separata das «Memórias» (Classe de Letras - Tômo IV). Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1941. In-4.º (24,5x19 cm) de 19, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Ensaio bio-bibliográfico sobre Carlos Morato Roma (1798-1862), incompreendido economista português de oitocentos, que legou à posteridade importantes obras da especialidade.
"Referiu-se o próprio Morato Roma num dos seus trabalhos à sua atribulada existência, escrevendo o seguinte: «Várias circunstâncias geraram e alimentaram os preconceitos que existem contra mim. Não emigrei; e pôsto que sofresse prisões e perseguições, como tôda a minha família, o facto de ficar em Portugal, no meu modesto emprêgo, me colocava numa situação mesquinha, ao lado do que se denominava - a emigração. Chamado todavia a um emprêgo elevado, pelos homens que se haviam coberto de glória e carregado de serviços, a conseqüência necessária, na opinião de quantidade de gente, devia de ser que eu não poderia jamais ter opinião própria; que me cumpria fazer o inteiro sacrifício de tôdas as min has faculdades morais, e, ai e mim, se um dia ousasse quebrar os fios que me enlaçavam!
«Sem embargo, ainda nesta embaraçosa opinião o meu espírito era livre, e nada poderia prendê-lo. O cavalheiro que me chamou ao Tesouro, e depositou em mim plena confiança, teve muitas vezes ocasião de relevar e apreciar generosamente essa liberdade."
(Excerto e I - Biografia)
"Carlos Morato Roma foi um economista que se dedicou ao estudo dos problemas financeiros. Os seus trabalhos versaram principalmente sôbre finanças públicas, bancos e moeda. [...]
Todos os trabalhos de Carlos Morato Roma tratam de assuntos de palpitante interêsse nacional, versam pontos de actualidade. Ao debatê-los demonstra o seu autor sólidos conhecimentos da ciência económica e financeira."
(Excerto de III - Doutrinas e Crítica)
Índice:
I - Biografia. II - Bibliografia. III - Doutrinas e Crítica.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
10€
Reservado

20 dezembro, 2024

TEIXEIRA, Jorge F. -
AUXILIAR DO FERRO-VIÁRIO.
Subsídios de instrução profissional. Lisboa, [s.n. - Comp. e imp. na Imprensa Lucas & C.ª - Lisboa], 1929. In-8.º (19x12,5 cm) de 108, [4], IX, [12] p. ; [1] mapa desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso subsídio para a história dos Caminhos de Ferro portugueses. No interior o autor apela à "formação profissional" como única forma de os ferroviários se manterem actualizados.
Ilustrado no texto com croquis, quadros e tabelas estatísticas, e em separado, com mapa desdobrável de generosas dimensões (38x20 cm): "Mapa dos Caminhos de Ferro de Portugal - Anexo ao «Auxiliar do Ferro-viário»".
Obra rara, pioneira. A BNP não menciona.
"A tiragem dêste livro foi, quási, limitada aos pedidos feitos antecipadamente conforme a circular profusamente distribuida. Os poucos exemplares que nos restam serão enviados a que no-los requizitar primeiro."
(Excerto da nota de abertura)
"O profissional consciente não pode furtar-se ao estudo de tudo quanto se relacione com a sua arte. A prática não dispensa a teoria e ambas se completam na vida. Se o profissional se esquivasse ao conhecimento consciente das inovações que o progresso vai introduzindo na sua arte - limitando-se a estagnar na prática ronceira - degradar-se-hia lamentavelmente aos olhos dos camaradas e no íntimo conceito dos seus superiores. O estudo impõe-se a todos - exige-o a moderna educação profissional e a propria evolução.
O pessoal das estações é, entre todo o pessoal ferroviário, aquêle a que se exige maior soma de conhecimentos práticos e teóricos - e é para êle que as empresas publicam numerosos compêndios e regulamentos, que não interessam na sua maioria, o restante pessoal. Tudo quanto se escreva, pois, a esclarece-lo e a elucida-lo, será meritório e recomendável a nosso ver.
Este livro nasceu duns simples apontamentos que a nossa curiosidade foi coligindo ou compilando durante cêrca de um ano, no intuito de os franquearmos nas aulas profissionais. Destinado aos ferro-viários e todas as redes, não poderíamos tratar pormenorizadamente, questões de esta ou daquela; o livro perderia, assim, parte do seu interesse. Todavia, não nos furtámos a tratar, por vezes, assuntos do interesse do maior número."
(Excerto de Prefácio)
Indice das Materias:
Primeira Parte - Aritmética experimental. Segunda Parte - Exploração técnica. Terceira Parte - Exploração comercial. Quarta Parte - Diversos. | Indice das gravuras.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com foxing nas capas.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
35€

19 dezembro, 2024

ZINÃO, Francisco Pires -
POESIAS DE FRANCISCO PIRES ZINÃO,
Escolhidas entre as mais interessantes que elle tem feito, CONTENDO A VIDA E MORTE DO MESMO. Valença: 1857. Typographia do Jornal - A Razão. In-8.º (14x10 cm) de 74 p. ; B.
Conjunto de poesias de Pires Zinão impressas em Valença. Trata-se de uma das edições oitocentistas, a segunda julgamos - primeira póstuma, deste conhecido - patusco, brejeiro e desbragado - poeta vianense, incluindo a presente um apontamento biográfico em verso jocoso por ele mesmo.

"Quem tal souber e cuidar,
É para chorar e sentir,
E tambem caso de rir,
Sentindo o seu pesar:
Não posso acreditar,
Que o corpo de meu Jesus
O pozesse certo chapuz
No regaço d'uma mulher!...
Faz-se na Silva o que quer
No descimento da Cruz.

Tremo, estou admirado
Pelo que tenho ouvido,
Pilatos, ainda vivo,
Estar na Silva conservado!!
Este tyranno malvado
Contra si deitou o laço,
Atou a corda ao cachaço
Este perverso traidor,
Escrevendo contra o Senhor
Com todo o desembaraço.

Estar na Silva a Mãi de Deos
Com Pilatos, ambos vivos,
Sem ter estes carcomidos
A carne e ossos, como os meus!
Olhem que dous Pharizeus
Aquella terra produz!
De noite dança o lapuz,
De dia Mãi do Senhor!...
Foi este caso aterrador
Na Silva dado á luz."

(Excerto de Ao descimento da Cruz, que se fez na freguezia da Silva em 1850)

"Fui nascido em Carreço,
No districto de Vianna,
Fui traste de grande fama
Mas de bem pequeno preço:
Depois de velho conheço
O mal que hei commettido
Porém hoje arrependido
De todo o meu coração,
Peço-nos, Senhor, perdão
De tanto vos ter offendido."

(Excerto de Nas seguinte decimas conta o Auctor a sua vida, fazendo scientes os leitores de algumas maganeiras por elle praticadas, e de que se mostra arrependido)

Francisco Pires Zinão (1786-1856). "Poeta, natural de Viana do Castelo, nasceu a 20-11-1786, e faleceu a 30-10-1856. Pertenceu a um agregado familiar de doze irmãos, sendo ele o terceiro, o que era bastante elevado e difícil para aquela época. Do seu matrimónio nasceram, pelo menos, sete filhos: João (Paulinho?), em 1827, Margarida Rosa, em 1829, Timóteo, em 1833, Inácia Maria, em 1838, Joaquina, em 1841, e Francisca, em 1843. Maria, emigra para o Brasil, onde faz poesias, publicando-as.
Figura boémia e gracejadora de “Zinão”, que ficou na memória dos mais idosos, aparece-nos tão distante e embrumada pela passagem dos anos, que mais nos parece uma figura lendária que se recorda vagamente. Na província minhota, cujas belezas naturais são uma realidade, ainda hoje aparece numa velha prateleira, à mistura com alfarrábios ou numa frondosa biblioteca, o livrinho das poesias do “Zinão”. O poeta em causa, que era quase analfabeto, pedia a José Joaquim Areal, pessoa de sua íntima confiança, também da freguesia de Campos, para lhe manuscrever os versos de sua autoria, para efeito de publicação, que finalmente levou a cabo! Teixeira Pinto, diz ser um mariola da sua igualha, Bento Arezes, a quem ditava as suas poesias para este escrever. Durante muito tempo “Zinão” frequentou a casa da família Areal, dedicando uma quadra a Joana Rosa de Faria, esposa do citado José Areal: “Ó minha Joana Rosa / Tu não te deixes morrer / Porque quem morre logo esquece / Mas tu não me hás-de esquecer.”. As suas poesias eram reflexo da incoerência e desorientação de uma época nefasta e severa que ficou na história. Há nelas maledicência crítica a par de uma adorável pureza de boas e más intenções!
Destituídos de valor poético os versos de “Zinão”? Segundo o “Dicionário de Inocêncio”, sem dúvida, menos que medíocres, pois classificou-os de «desconchavos poéticos». De notar que o poeta-criador lia com dificuldade, soletrando, mas não sabia escrever. Diz-nos também Teixeira Pinto, numa das suas obras literárias, das Edições D.N. n.º 4, de 1958:
Reconheça-se, no entanto, que os seus versos, pecos como eram, bondavam para satisfazer as froixas exigências literárias de um povo que se quedara, obscuramente, à margem do abêcê. Integram-se nos domínios vastos dessa «literatura menor», arte menina que desambiciona e até dispensa os oiros e os fastígios da sua irmã maior, prosapiosa. Apraz-lhe, Deus sabe, a simples condição de gata borralheira…”. Um dos poemas mais apreciados através dos tempos, é aquele que teve como cenário, no ano de 1815, a prisão do forte de S. Julião da Barra, em Viana do Castelo, onde “Zinão” cumpriu uma pena de dois anos, por ter desertado da vida militar. Tudo o que antes se diz é mais que suficiente para que as edições das poesias populares do “Zinão”, fossem numerosas, a primeira das quais apareceu no ano de 1854, seguindo-se-lhe outras, para além de algumas que não consta o ano, nos anos de 1857, 1862, 1863, 1864, 1876, 1880 e 1907. Em 1928 a obra era reeditada, seguida de mais três edições, integradas nos folhetos-de-cordel, publicados por José de Almeida Jorge, da cidade do Porto."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2023/11/23/quem-foi-quem-na-toponimia-de-vila-nova-de-cerveira/)
Exemplar brochado protegido por capas improvisadas de cartão com o título e autor manuscritos na capa frontal.. Em bom estado geral de conservação. Corte das folhas irregular com pequenas falhas.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

18 dezembro, 2024

FILHO, Teutonio -
M.ᴹᴱ BIFTECK-PAFF : romance
. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1914. In-8.º (18,5x11,5 cm) de 211, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Edição original deste pouco conhecido trabalho de Teotónio Filho, autor "maldito" brasileiro, conhecido pelas suas obras controversas e reacionárias, indispôs a elite brasileira da época.
Raro. Obra inicialmente publicada em Portugal, a BNP não menciona.
"- Mariazeta!
No cáes, em pleno dia, sob um sol que faiscava contra as vidraças das carruagens, Flavio empolgou num abraço a delgada cretaura que noutras épocas fôra a sua irmã mui bem querida, o pequeno anjo dos seus dias d'infancia morta. E agora, nesse amplexo doce, nesse retorno de vida passada, ele punha toda a volta d'uma esplendida, antiquissima ternura.
- Mariazeta! Mariazeta!
- Flavio!
Ela parecia comovida. Ele julgou descobrir-lhe uma lagrima figidia e rompeu o silencio, perguntando:
- Esperaste muito?
- Dez minutos. Bôa viagem?
- Os nove dias de Lisbôa aqui, foram agradaveis... De Cherburgo a Lisboa, não... O mar, por taes bandas é violento - oh! nem imaginas...
Desviaram a vista para o oceano - ele, com expressão de fadiga terminada - ela, com expressão de desejo e de amor pelo horizonte misterioso. O porto interno estava pouco movimentado. Junto aos recifes vapores de carga sopezavam mercadorias d'alvarengas enormes. Lá fóra, na Lamarão, o transatlantico balançava-se ás vagas da maré alta."
(Excerto do Cap. I)
Theotônio de Lacerda Freire Filho, ou Theo Filho, (1895-1973). "Foi um dos escritores mais lidos no Brasil nos anos 20 do século passado. Descreveu a boémia parisiense e carioca, e os vícios da elite brasileira. Cônsul brasileiro em França, correspondente internacional, jornalista, poeta, dramaturgo e comediógrafo. Romancista "pré-modernista" e "maldito"."
(Fonte: https://www.skoob.com.br/autor/1272-theo-filho)
"Theotonio Filho publicou três títulos em casas editoriais portuguesas. A Tragédia dos Contrastes apareceu em 1911, por Guimarães & C., de Lisboa. Seu primeiro romance, todavia, parece que foi mal recebido por uma parte do público brasileiro. Em 1912 [1914] Mme. Bifteck-Paff foi lançado pelo mesmo editor. Esse romance, escrito em Aix, no ano anterior, mas ambientado no Recife e na praia de Olinda, desenvolvia o tema da traição, observado ora pela lógica da mulher adúltera, ora pela lógica do canalha que a passou para trás. Finalmente, Bruno Ragaz, anarquista surgiu, em 1913, em edição de Magalhães & Moniz Editores, do Porto."
(Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp056898.pdf)
Encadernação em percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Miolo correcto. Apresenta mancha na f. rosto.
Raro.
35€

17 dezembro, 2024

PIMENTA, Alfredo -
O COMUNISMO, INIMIGO N.º 1. Pôrto, Enciclopédia Portuguesa, Limitada, 1941. In-8.º (19,5x13,5 cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição independente.
Libelo anti-comunista originalmente publicado em A voz, Porto, distribuído por dois artigos: 28 de Junho; 3 de Julho de 1941. "Aponta o comunismo como o principal inimigo da Europa e da civilização ocidental".
Opúsculo dado aos prelos pelo autor, - historiador e polemista, conhecido germanófilo, - em plena Segunda Guerra Mundial, durante a "Operação Barbarossa" - nome de código da invasão da União Soviética pelas Potências do Eixo, com início a 22 de junho de 1941.

«O Comunismo é a grande heresia da nossa Idade»
Salazar

"Não nos deixemos arrastar levianamente pelas impressões de momento, e mantenhamos, nos nossos juízos, a calma, e a consciência de nós próprios.
Como nos três anos ásperos e difíceis de 1936 a 1939, a Civilização cristã e europeia está em guerra com o Comunismo bárbaro e destruidor. [...]
No desgraçado conflito que, há dois anos, se desencadeou, Portugal declarou-se neutro, como os seus mais altos interesses determinavam. Neutro se tem mantido. Que a Providência olhe por nós e nos permita que sempre neutros nos mantenhamos, não só por nós, mas até pelos outros.
É certo que a nova guerra germano-soviética é considerada, pelos velhos beligerantes, como simples modalidade ou fase da guerra germano-inglesa.
Tenham êles o critério que lhes aprouver, - que nada nos impede de nós termos o nosso critério. [...]
Se há três anos nos manifestamos anti-comunistas, com maior calor nos devemos manifestar agora, porque já oiço vozes burguesas, não digo defender o Comunismo, mas atenuar a sua eficácia, diminuir a sua influência e proclamar até que está muito modificado!
Já oiço proclamar Staline campeão da Liberdade, e não demorará muito que mo não apresentem como defensor da Civilização cristã e da liberdade dos povos!"
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Vincado.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

16 dezembro, 2024

EXPOSIÇÃO DE SUPER-LIBROS.
Realizada no Palácio Foz. Secretariado N. de Informação, Cultura Popular e Turismo - CATÁLOGO. Lisboa, Academia Portuguesa de Ex-Líbris, 1958. In-8.º (19x14,5 cm) de 71, [1], [2], [8] f. il. ; E.
1.ª edição.
Relação dos 142 itens que constituíram esta exposição.
Ilustrada no final com 20 fotografias distribuídas por 8 páginas separadas do texto.
Desta importante mostra mandou-se imprimir o presente catálogo com tiragem limitada a 250 exemplares - sendo este o n.º 125 - rubricados pelo presidente da Academia Portuguesa de Ex-Líbris.
Encadernação inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Pasta frontal apresenta pequena "esfoladela" no canto superior direito.
Raro.
25€