30 maio, 2019

LOPES JUNIOR (João Ilhéu), Frederico - NOTAS DE ETNOGRAFIA. Angra-do-Heroismo, Tipografia Andrade, 1944. In-8.º (22,5 cm) de [4], 54, [4] p. ; [6] p. il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa obra de recolha etnográfica com interesse para a história da ilha Terceira.
Livro ilustrado em folhas separadas do texto com bonitos desenhos de lenços bordados.
"Há na linguagem corrente do povo da Ilha Terceira, locuções e maneiras de dizer que lhe são peculiares, e cujo significado não é, por vezes, fácil de apreender. Algumas delas, ouvidas isoladamente, dão-nos até um sentido literalmente opôsto àquele que de facto lhes deve ser atribuído.
São inúmeras as locuções empregadas, como de resto em todo o país, por isso se torna difícil fixar apenas as que não têm paralelo ou se apresentam bastante diferenciadas das do Continente. Demanda a escôlha um largo trabalho de consulta, para o qual nunca será demasiada a colaboração que possam oferecer-nos trabalhos do género dêste. Daí o aventurar-me a fornecer-vos o pouco que consegui reünir e destrinçar, dentre o muito que diàriamente se diz e ouve na linguagem corrente, em especial entre pessoas incultas."
(Excerto de Locuções e modos de dizer do povo da Ilha Terceira)
Índice:
I - Locuções e modos de dizer do povo da Ilha Terceira. II - Os «marotos» da Terceira. III - O Abrazão, espelho satírico do povo terceirense.
Frederico Lopes (1896?-1979). "[N. Praia da Vitória, ilha Terceira, 31.5.1896 ? m. Angra do Heroísmo, 6.2.1979]. De seu nome completo Frederico Augusto Lopes da Silva Jr. usou o pseudónimo de João Ilhéu com o qual publicou a maior parte da sua obra, principalmente a literária, mas também usou Frederico Lopes e mais raramente Frederico Lopes da Silva. Estudou nos liceus de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, que terminou em 1915. Matriculou-se no Instituto Superior de Agronomia, mas mobilizado acabou por seguir a carreira militar matriculando-se na Escola de Guerra, terminando o curso de Infantaria. Foi sucessivamente promovido a alferes, 1918; tenente, em 1922; capitão, em 1938; major, em 1946; tenente-coronel, em 1952. Passou à reserva em 1954, e à reforma em 1966. Foi comandante do Batalhão I.I. 17, aquartelado no Castelo de S. João Baptista, onde aliás passou a maior parte da sua carreira militar. Na reserva serviu na Base Aérea 4, como presidente do Conselho Administrativo. Ocupou o cargo de presidente da Câmara de Angra do Heroísmo em 1933, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, 1941, e de Angra do Heroísmo, 1949, presidente da Direcção do Montepio Terceirense, 1960, e vários outros cargos de índole social. Distinguiu-se essencialmente como poeta, contista, autor teatral, etnógrafo e jornalista. Toda a sua obra é de índole regionalista e etnográfica e interligada por uma ideia base da identidade açoriana e da força criadora da cultura popular. Os seus versos, os seus contos, as suas peças teatrais, todas elas estão marcadas por essa opção de ir beber à fonte popular a inspiração e os ensinamentos, ainda que muitas vezes idealizando o povo, dando dele uma imagem romântica e desfasada da realidade. Foi sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, onde desenvolveu um aturado e continuado trabalho de investigação e teorização sobre etnografia, sendo discípulo de Luís da Silva Ribeiro. A sua obra etnográfica, que é fundamental para se entender o regionalismo açoriano da primeira metade do século XX, encontra-se recolhida num volume, Notas Etnográficas. Foi, também, com menos êxito, divulgador de temas de história açoriana, sob um prisma da história biográfica de enaltecimento dos heróis insulares no seu contributo para o engrandecimento da pátria comum. Como jornalista, fundou o Jornal de Angra, em 1933, que marca pelo seu programa renovador na imprensa local e pela qualidade técnica e artística das suas edições. Além disso foi colaborador assíduo de A União, com rubricas de crítica social e política."(Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=8222)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Com sinais antigos de humidade. Sem folha de rosto.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

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