02 novembro, 2018

BYRON, Lord - MANFREDO. Traducção do original por Augusto Carlos Xavier, Bacharel formado em Direito. Lisboa, Lallemant Fréres, Typ. : Fornecedores da Casa de Bragança, 1883. In-8.º (21,5cm) de 46, [2] p. ; B.
1.ª edição.
"Manfredo (em inglês: Manfred: A dramatic poem) é um poema escrito entre 1816 e 1817 por Lord Byron. Contêm elementos sobrenaturais, de acordo com a popularidade das histórias de fantasmas na Inglaterra da época. É um exemplo típico de um drama do Romantismo. Byron escreveu este "drama metafísico", como ele o classificava, depois do seu casamento fracassado e um escândalo relativo a acusações de impropriedades sexuais e um caso incestuoso entre o poeta e a sua meia-irmã Augusta Leigh. Atacado pela imprensa e condenado ao ostracismo por parte da sociedade londrina, Byron fugiu de Inglaterra e foi para a Suíça, em 1816, e nunca mais voltou. Pelo facto de Manfredo ter sido escrito logo após este acontecimento, alguns críticos consideram a obra autobiográfica, ou até mesmo confessional. A natureza sem nome, mas proibida do relacionamento de Manfredo com Astarte é acreditado para representar o relacionamento de Byron com sua meia-irmã Augusta. Byron iniciou esta obra no final de 1816, apenas alguns meses após as famosas sessões de histórias de fantasmas que deram impulso inicial para Frankenstein de Mary Shelley. As referências sobrenaturais são esclarecidas ao longo do poema."
(Fonte: wikipédia)
"O Manfredo, (Manfred), pertence ás mais sublimes inspirações do poeta inglez.
É um poema dramatico, escripto sob a impressão de funda misantropia e uma das creações de lord Byron, que revelam, em todo o vigor, a feição principal da sua originalidade, - e descripção inimitavel dos sentimentos mais melancolicos e dos factos mais lugubres.
Um home de genio, consumido por paixões violentas, procurou na sciencia o esquecimento. Despresava a humanidade e anteviu na morte a quietação. Um caçador de camurças o susteve, nos Alpes, á beira de um precipicio e quando o accommeteu a morte, não a do suicida, mas a que é termo inevitavel da existencia, recebeu-a com a coragem de quem só tinha exultado entre os perigos.
Astarté dir-se-hia uma visão quasi incomprehensivel. A personalidade e a morte de Astarté subsistem na obscuridade e a obscuridade é talvez o defeito d'este poema, ou porque o assumpto seja em si mysterioso ou por alguma pequena incuria da parte do auctor.
Manfredo desce ao inferno; ahi, pela evocação dos espiritos que rodeiam Arimanes, surge Astarté, formosa ainda e sem a pallidez da morte, «mas tendo nas faces as côres estranhas dos hecticos, o rubor, fóra do natural, que o outono deposita nas folhas amortecidas.»
Astarté, piedosa e resignada, perdoando a quem a arrastou ao crime e á morte, é o symbolo da expiação. Tinha sido a innocencia, consumida pelas paixões; era a alma immortal, revivendo em um horisonte de pureza. Manfredo, pantheista e sceptico, morre convencido de que a alma é immortal e de que parte, de sobre a terra, com a serenidade ou a inquietação, devidas ao bem ou ao mal, que se praticou na vida."
(Excerto do preâmbulo, A quem lêr)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
20€

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