06 junho, 2016

PÓVOAS, F. Mendes - A SERRA DA ESTRELA E O HERMINISMO EM PLENO DESENVOLVIMENTO. Lisboa, Papelaria Fernandes, [1957]. In-8.º (18,5cm) de 114, [2] p. ; [1] mapa desd. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Muito ilustrada com fotogravuras e desenhos nas páginas do texto. Contém extratexto um mapa da serra em folha desdobrável.
Curioso guia da Serra da Estrela da autoria de um ilustre herminista.
"O [trabalho] que agora se apresenta, se a impulsioná-lo tem o fervoroso amor de duas dezenas de anos, é feito porém, de experiência e realidades.
A Serra da Estrela, pelas suas características sui generis, deixa então de ser um motivo regional, para projectar interesse nacional.
O heminismo pròpriamente dito prepara-se nos meios termos da Primavera e do Outono; tem sua eficiência de ares e águas no Estio e sedução das neves imaculadas em pleno Inverno.
Na época de Verão pode dar-se preferência à Serra ou à Praia, segundo os temperamentos ou as necessidades oriundas do império da saúde; no geral, a primeira espalhando pelas aldeias e vilas os interessados; e a segunda, exagera a cidade movimentando-se no rodopio das frivolidades americanizadas.
Na quadra hibernal a Serra não sofre rivalidade. As gentes que pisam os gelos por exigência da vida, miram as nevadas esbatidas pelo sol de oiro que fascina os olhos, deslizam em esqui os trenó, pelas camadas solidificadas durante meses sucessivos, acolhem-se à Natureza segundo seu condicionamento e muitas vezes sorriem até à fúria dos elementos.
É o ambiente que começa a prepara-se em Outubro. O sol abrasador que escaldou o rochedo gigantesco, secou a nascente límpida que murmurejava na encosta ressequida pela longa estiagem, queimou nos vales o pasto que enchia os gados da bocarra às tetas e torturou os mortais que lhe não puderam ser superiores, - deixou baixar a temperatura e os arrepios de vento fresco começaram a soprar nas encostas e sobem às cristas.
Se a chuva ainda não fertilizou a courela ou reverdeceu o prado, a melancolia outoniça que desperta a nostalgia dos sonhadores e a suaves claridades que dão à Montanha a pureza do verde-bronze diluído na sombra dos vales, - já apontam nos horizontes antes da hora do crepúsculo vespertino e anunciam lentamente a estação dos crisântemos.
A estas condições correspondem naturalmente duas partes no presente trabalho:
- Época de Verão: de Julho a Outubro;
- Época de Inverno - De Novembro a Junho.
Será pois, essa sua ordenação."
(Prefácio)
Francisco Mendes Póvoas (1890-1967). "Natural de Torroselo, Seia. Publicista, professor do ensino técnico e oficial estenógrafo da Assembleia Nacional. Fundou em 1924 a Liga Herminista Estrela d'Alva. Colaborou nos principais jornais de Lisboa e na Revista taquigráfica do Rio de Janeiro e de Valência. Foi colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Faleceu em 1 de Janeiro de 1967, em Lisboa.Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

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