13 julho, 2015

QUEIROZ Eça de - EÇA DE QUEIROZ ENTRE OS SEUS : cartas íntimas. Apresentado por sua filha. Porto Livraria Lello & Irmão, 1948. In-8º (19,5cm) de 476, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada em extratexto com uma fotogravura de D. Maria Emília (mulher de Eça) e seus quatro filhos.
Eça de Queiroz entre os seus constituiu, na época em que foi dado ao público, uma reacção contra apreciações críticas que, durante muito tempo, haviam de fazer escola. Na Quinta de Vila Nova, em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião - a mítica Tormes d`A Cidade e as Serras, hoje sede da Fundação Eça de Queiroz - D. Maria d`Eça de Queiroz conservava as cartas trocadas por seus pais. A apresentação pública dessas cartas, a manifestação de carinho entre os dois e os cuidados com os filhos, contrariava as teses surgidas em 1945. [...] Para discutirem a obra do escritor não faltam escribas ou críticos; para mostrar o seu coração estão aqui os dois filhos que restam e seis netos que veneram a sua memória.» Maria d`Eça de Queiroz e António d`Eça de Queiroz"
(in http://www.fnac.pt/Eca-de-Queiroz-Entre-os-Seus-Eca-de-Queiros)
"Não foi sem longamente termos pensado, nem, hoje, sem funda emoção, que nos resolvemos a dar ao público cartas íntimas do nosso Pai.
Se o fazemos, não é no intuito de satisfazer curiosidades, nem de alcançar êxitos literários, mas ùnicamente para dar a conhecer o o homem que era Eça de Queiroz.
Não são histórias ou recordações que vamos dar à estampa, não são ilusórias imaginações ou piedoso embuste de filhos que desejam reabilitar a memória de seu Pai.
Nada disso! O nosso Pai não precisa de reabilitação. É êle mesmo que vai falar, e falar de um modo insuspeito, com as cartas que se seguem, tôdas dirigidas a nossa Mãe.
Aí não existe literatura, não há artifício, nem êle teve ao escrevê-las, a mais leve suspeita de que, um dia, olhos curiosos devassariam o que fôra escrito apenas para uns olhos.
O receio de profanar, se assim se pode dizer, essa coisa sagrada - cartas de noivo para uma noiva, de marido para sua mulher, - fez-nos hesitar; decerto êle não gostaria, decerto acharia desnecessário esse estendal dos seus mais íntimos sentimentos.
Mas o que êle também não podia suspeitar é que um dia a discussão se elevasse tão acérrima ao redor da sua personalidade, que a esquartejassem, a despissem de tôda a verdade e a deixassem desfigurada, por vezes enlameada, caluniada, para assim ficar pelos anos fora.
A dor amarga, e a surprêsa, que nos tem causado tão estranha maneira de engrandecer um artista, a absoluta certeza de poder reivindicar para o nosso Pai qualidades e virtudes que muitos ambicionariam, fizeram-nos sair duma reserva natural, herdada de nossos Pais - por vezes bem mal compreendida, e oferecer à consciência pública o nosso intímo tesouro."
(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

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