08 setembro, 2025

LACERDA, Fernando de -
DO PAIZ DA LUZ.
Communicações medianimicas de Eça de Queiroz, Camillo Castello Branco, Heliodoro Salgado, Napoleão, Julio Diniz, A. Herculano, João de Deus, Zola, Um marinheiro, C. Cantu, Visconde de Seabra, Castilho, Victor Hugo, Fontes, Michelet, Padre Antonio Vieira, Léo XIII, Pinheiro Chagas, e Mousinho d'Albuquerque. Obtidas por... Com um prologo do Dr. Sousa Couto. Rio de Janeiro - Brasil, Livraria da Federação Espirita Brasileira, 1926-1932. 4 vols in-8.º (18,5x12 cm) de LXIV, [2], 202, [4] p. (I) / XXVIII, 232, [2] p. (II) / 257, [3] p. (III) / [4], VIII, 322, [2] p. (IV) ; E.
Trabalho de fôlego do médium português Fernando Lacerda, algo insólito, que deu brado na época, pelo conteúdo e pelas personalidades do meio cultural lusitano"entrevistadas".
Obra completa em quatro volumes, encadernada em dois tomos, encerrando diferentes edições: o 1.º volume data de 1932 (4.ª edição); o 2.º de 1926 (3.ª edição); o 3.º de 1926 (2.ª edição); o 4.º de 1926 (1.ª edição).
"Poderiam os mortos trazer alento as dores da Humanidade, despertando-a para as verdades eternas do Espírito? Esta obra identifica-se, por todos os modos, com aqueles que respondem afirmativamente a esta questão. Editado em quatro volumes, e 'Do Pais da Luz' um extraordinário feito mediúnico, recebido pelo psicógrafo português Fernando de Lacerda. Grandes escritores e vultos de renome, como Eça de Queiroz, Victor Hugo, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco e tantos outros, são os redivivos que atestam a realidade da vida após a morte. Mesmo sem adotar as ideias espíritas, nenhum leitor deixara de sentir-se penetrado da forca convincente, da evidencia incontestável e da beleza dessas mensagens vindas do pais da luz." (Sinopse ed. 2003)
"Prefaciar uma obra d'esta indole é, sob multiplos aspectos, tarefa tão melindrosa, que temeridade seria não começar pelo reconhecimento das enormes difficuldades que a envolvem.
Os escriptos que adeante vão lês-se constituem uma extranha accepção ao commum das producções litterarias do nosso meio: a doutrina conteuda n'essas paginas, a deusada formula por vezes empregada na denuncia de realidades insuspeitadas, a novidade na maneira de producção - face interessantissima d'uma psychologia que se vai esboçando com riquissimas promessas - perspectivas abruptas abertas á anciedade de tantos, mas tambem de tantos descridas ou impugnadas, tudo isto, se summamente nos interessa, tambem nos embaraça pela razão naturalissima de que a grande maioria, insciente da materia, avoca a si o feito, e, sem provas nem exame, o julga definitivamente. [...]
Por interessantes que sejam as communicações contidas n'esta obra, o que mais excitará a curiosidade do leitor é, sem duvida, o phenomeno psychico que as origina, e é tambem particularmente esse aspecto que trataremos de examinar, para que á priori, e logo anti-scientificamente, se não condemne aquillo que se não conhece.
Esse phenomeno chamará a nossa attenção.
Não estando todos egualmente preparados para o interpretar, julgamos de nimia valia dissecar elementos, informar pormenores, salientar circumstancias e lembrar precedentes, que muitos poderão contribuir á elucidação do successo, ou, pelo menos á certeza de que não é novo como parece."
(Excerto do Prologo)
"O que vou dizer é a expressão absoluta da verdade.
Nem o meu caracter, nem a minha posição permittem que, em circumstancia alguma, falte a ella; e muito menos o permittiriam em assumpto de tão grande importancia, como o d'este livro, em que se apresentam nomes respeitados e admirados, alguns dos quaes validam affirmações inteiramente contrarias áquellas que fizeram, durante toda a sua vida terrena, aquelles que os usaram.
Se de alguma coisa me é dado ter vaidade, confesso que a sinto em pensar que pessoa alguma das que me conhecem de perto admittirá que eu seja capaz de tentar, por simples brincadeira sequer, mystificar alguem, mormente indo contender com aquelles que a piedade christã ensina a respeitar no seu pretendido descanso eterno."
(Excerto de Palavras necessarias)
Fernando Augusto de Lacerda e Melo (1865-1918). "Nasceu em Loures no dia 6 de Agosto de 1865, sendo o mais velho de doze irmãos. Aos 13 anos foi estudar para Lisboa, tendo ficado ao cuidado do seu tio paterno Joaquim Ciríaco, em casa de quem morou até aos 19, altura em que regressou a Loures. Corria o ano de 1884. A sua mãe, entretanto, já tinha falecido e Fernando dedicou-se a ajudar o pai a criar os seus irmãos mais novos.
Aos 34 anos, ou seja, em 1899, começou a despontar nele a Psicografia, enquanto recuperava a fé perdida na adolescência e que começava a ser consciente de que há vida depois da morte.
Grande parte do apoio que teve para o desenvolvimento da sua mediunidade ficou a dever-se a um íntimo amigo seu, o Dr. José Alberto de Sousa Couto, espírita e advogado de nomeada. Embora a sua mediunidade tenha começado pela Psicografia, também se desenvolveu nas áreas da clariaudiência, da vidência, da cura e da Psicografia especular (mensagem que só pode ser lida através de um espelho, por estar escrita ao contrário).
Dos espíritos que se manifestaram por seu intermédio, os que causaram maior impacto na sociedade da época foram Heliodoro Salgado, Eça de Queiroz, João de Deus, Júlio Diniz, Napoleão, Augusto de Castilho, Victor Hugo, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. O facto foi comentado pelos jornais da época, entre eles o “Jornal da Noite”, na edição de 23/11/1906:
“ (…) F.L., conversando despreocupadamente com os amigos, falando normalmente e respondendo-lhe acertadamente, sente uma necessidade imperiosa de escrever, e num estado psicológico especial, continuando a conversar – bem dentro da sua personalidade – deixa o seu braço armado de lápis fazer o que quiser, e recebe comunicações espantosas.”
Se havia quem questionasse a veracidade das faculdades mediúnicas, embora sem pôr em causa o carácter do médium, havia quem troçasse e criticasse, o que o entristecia e desanimava. Mas tinha nos próprios espíritos o consolo, a força e a ajuda de que precisava. E, do lado de cá, tinha no seu amigo Sousa Couto um sólido apoio.
Recebia tantas mensagens e tantas missivas, que começou a pensar reunir tudo num livro. (Não esqueçamos que a grande missão de Fernando de Lacerda foi justamente a da divulgação da comunicação e da sobrevivência da alma!).
Em 1908 e após dois anos de trabalho, o livro foi finalmente publicado.
Entretanto, a partir deste mesmo ano de 1908, o médium começou a ser ferozmente perseguido pelo partido republicano, com diversos ataques e calunias.
Em Portugal vivia-se uma época turbulenta, em termos políticos, com o descontentamento popular a aumentar a cada dia mais, até que em 5 de Outubro de 1910, o povo de Lisboa levanta-se em armas, depõe a monarquia, e implanta a República no país. A partir dessa altura, a população em geral começou a dar ouvidos às crenças materialistas e ateístas pregadas pelos republicanos.
A posição do médium tornava-se cada vez mais difícil, pois era de todos conhecida a sua fé fervorosa e a sua ligação à espiritualidade. Assim, e animado por um seu amigo, administrador da livraria da Federação Espírita Brasileira, com quem trocava assídua correspondência, começou a pensar em emigrar para o Brasil.
As mensagens que recebia dos amigos espirituais nunca pararam e continuavam a provar a imortalidade da alma.
Agora, eram editadas nos jornais brasileiros da época e causavam o mesmo furor que tinham causado na sociedade portuguesa, antes da República, como por exemplo, as mensagens de Antero de Quental e de Camilo Castelo Branco sobre a problemática do suicídio, que foram publicadas no jornal “Imparcial” do Rio de Janeiro, em 7 de Março de 1912.
O simples facto de terem sido publicadas em jornais, fez com que muitos encarnados e desencarnados fossem amparados nos meses seguintes. Nas reuniões mediúnicas manifestaram-se espíritos suicidas que, curiosamente, na última existência tinham vivido em Portugal, sobretudo em Lisboa. Era a lei da afinidade em ação…"
(Fonte: https://aeamissionariosdaluz.org/2024/08/06/fernando-lacerda/)
Encadernações em percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível

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