03 setembro, 2025

FEIJÓ, Antonio -
SACERDOS MAGNUS.
Versos recitados no Theatro Academico no sarau litterario na vespera da inauguração do monumento a Luiz de Camões. Coimbra, Livraria Central de J. Diogo Pires - Editor, 1881. In-4.º (23,5x15,5 cm) de 19, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Sacerdos Magnus é uma obra poética de António Feijó, a sua primeira, cuja publicação ocorreu em 1881, quando o autor contava apenas 22 anos de idade. O poema foi originalmente apresentado em Coimbra, num sarau de homenagem a Luís de Camões, precedendo a inauguração da estátua do poeta na cidade, comemorativa do tricentenário da sua morte.
Exemplar muitíssimo valorizado pela dedicatória do punho do autor "Ao seu amº José de Castro".

"Deixae avoejar, serena como o dia,
a borboleta azul da vossa phantasia.
Scismando, imaginae n'uma região distante,
um poço enorme e fundo, um barathro gigante,
onde ruge bramindo um rude cataclysmo
d'aquellas solidões convulsionando o abysmo.
As larvas sepulchraes e as lividas chimeras,
os hediondos reptis e as monstruosas feras,
tudo o que ha de medonho e pavoroso, assombra
o nosso olhar perante aquella horrivel sombra,
onde passam, batendo a negridão dos ares,
as azas colossaes d'aves crepusculares.
[...]
A Edade-Media foi um tenebroso abysmo,
em cuja escuridão, quando eu medito e scysmo,
vejo a lucta sombria, o batalhar constante
d'uma elaboração activa e fecundante,
onde se retemp'rou a seiva das idêas
que explosiram mais tarde, esmigalhando as pêas,
aos rutilos clarões do sol da Renascença!
[...]
Brotou a Renascença, a epocha sublime,
que o nosso imaginar, dobravel como um vime,
entrevê sob o azul aveludado e limpo
d'um ceu formoso e bom, d'um fabuloso Olympo..."

(Excerto do Poema)

António de Castro Feijó (Ponte de Lima, 1859 - Estocolmo, 1917). "Foi um poeta e diplomata português. Como poeta, António Feijó é habitualmente ligado ao Parnasianismo e o final da sua obra tende a um certo tom fúnebre. Fez os estudos liceais em Braga, de onde partiu, em 1877 para Coimbra, onde concluiu o curso de Direito em 1883. Dirigiu, juntamente com Luís de Magalhães, a Revista Científica e Literária publicada nos seus tempos de estudantes académicos da Universidade de Coimbra. Em 1886 ingressou na carreira diplomática.Exerceu cargos diplomáticos no Brasil (consulados nos estados de Pernambuco e do Rio Grande do Sul) e, a partir de 1895, na Suécia, assim como na Noruega e na Dinamarca. Desposou em 24 de Setembro de 1900 a sueca Maria Luísa Carmen Mercedes Joana Lewin (nascida em 19 de agosto de 1878), cuja morte prematura, em 21 de setembro de 1915, o viria a influenciar numa temática fúnebre, patente na sua obra."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, levemente oxidadas, com falha de papel no canto superior direito.
Raro.
Indisponível

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