AMARAL, João de Deus - O AMÔR DA PÁTRIA - APOLOGIA DA RELIGIÃO CRISTÃ. Impressões em prosa e verso dum crente patriota. Edição do Autor. Mangualde, Comp. e Imp. - Tip. de V. Guerra, 1920. In-8.º (19,5x13,5 cm) de [4], 143, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra de forte pendor patriótico e fervor religioso, publicada em época de pobreza e convulsões sociais. O autor - «pobre e pai de muitos filhos» - discorre sobre tudo um pouco: verseja sobre moral e religião, dá lições de patriotismo, apresentando inclusive um projecto para a "salvação da pátria" (saneamento das finanças públicas, que contaria com a colaboração de todos os contribuintes, em diferentes graus, de acordo com os vencimentos, e que seria vertido em lei após atingir
50% dos objectivos), e reflete sobre a inveja, a preguiça, o trabalho, a política, o socialismo, a alma humana, etc., dedicando no final um capítulo às mães e às esposas, pejados de conselhos e boas recomendações.
Obra insólita, rara e muito interessante, impressa em Mangualde, por certo com tiragem reduzida.
Ilustrada com retrato do autor em página inteira.
"No intuito de espalhar o mais possivel, levando até ao mais recôndito do país o espirito patriótico e a abnegação de que está impregnada, tencionava o auto desta obra mandar fazer uma grande tiragem.
Os pesados encargos, porèm, que tal empreendimento lhe acarretavam, ínibiram-no de o fazer, limitando-se por isso a encomendar uma tiragem bastante inferior, que está no entanto na disposição de repetir e aumentar, no caso de os seus esforços serem coroados de bom êxito.
Dêste modo, espera o autor que todas as pessoas a quem êste livro fôr remetido lhe enviem em seguida a sua ímportância, que é de 500 reis, ou lho devolvam no caso de não quererem adquiri-lo.
Auxiliarão assim a propaganda das ideias expendidas nesta obra, que obedeceu exclusivamente a espalhar o mais possivel o Amôr da Pátria, fazendo ao mesmo tempo a Apologia da Religião Cristã."
(Excerto da Advertência)
"A todos, sem excepção de ninguem, pertence, nesta hora crítica e aflitiva da nossa boa e querida Pátria, sacrificar-nos em seu favor e prol da sua independência.
Devemos todos mar a nossa Pátria até ao sacrificio, dedicando-nos por ela com carinho e amôr. [...]
Quereis salva-la? Quereis redimi-la? Quereis que ela seja um país belo e florescente como os melhores do mundo?...
Está tudo na nossa mão! A questão é querer!
Eu vou dar os apontamentos, as indicações precisas para que tudo se consiga. [...]
E essa obra póde levar-se a cabo realisando duas coisas: Fazendo a paz nacional e redimindo o País da enorme divida pública, que pesa sobre a Pátria e sobre todos nós, que somos seus filhos. [...]
O governo fará uma lei, que, afim de se apurar quem são os verdadeiros patriotas, não deve ser obrigatoria.
Essa lei é submetida á opinião ou assinatura de todos os portugueses, que voluntariamente a queiram assinar.
Quando o numero de assinaturas tenha já passado de metade dos que a ela estão sujeitos por dever de amôr á sua Pátria, então se fará obrigatória para os rebeldes e maus patriotas
Essa lei deve ser assinada primeiro pelo Snr. Presidente da República e por todos os ministros e deputados da nação, que devem ser os primeiros a dar o exemplo, provando assim o seu Patriotismo."
(Excerto de Modo facil de saber-se quais são os verdadeiros patriotas)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Papel de fraca qualidade. Capas frágeis com defeitos. Contracapa apresenta falha de papel no canto inferior esquerdo.
Raro.
25€


Sem comentários:
Enviar um comentário